Romeu E Julieta escrita por paula-rodrigues


Capítulo 1
O acaso mais lindo de toda a minha vida.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Nos conhecemos em 1941, onde já estava sendo dificil ser um judeu. Não podiamos andar em carros, mesmo que esses carros fossem de nossa posse, não podiamos ir a lugares em que o dono era de origem alemã, não podiamos andar em bondes...não podiamos nada.

Mesmo assim vovó Petronella Gies nos chamou para para o natal, para passarmos o feriado com ela. Vovó Petronella mora em Amsterdã, Holanda. É uma senhora de idade, de humor incontroavél e disperso.

Já que já comecei falando de vovó, vou falar do resto da familia.

Vamos começar com papai. Se chama Hermann van Daan, é um homem robusto com olhos negros e cabelos castanhos escuros. Papai viveu bem, graças ao vovô Pietro van Daan, que é de uma familia histórica e bilionaria. Todos eles se especializaram em temperos. É meio que o negocio da familia sabe? Papai se especializou em pimenta. Ele adora pimenta. Temos até um quadro desse tempero em nossa sala de estar. Aqui em casa o chamamos de pimentão. Ridiculo, não acha?

 Agora vamos com mamãe. Ela se chama Daddaria Gies, agora, depois de se casar, Daddaria van Daan e é uma mulher deslumbrante! Tem os olhos castanhos escuros, maças saltadas de um jeito leve e suas madeixas são longas, onduladas e negras como um céu sem estrelas. Mamãe nasceu em Amsterdã, assim como sua mãe, a vovó Petronella. Ela viveu toda a sua adolescência lá, onde conheceu papai e a partir dai eles nunca mais se separaram. Mamãe tem a fama de perfecsionista, e isso ela é mesmo. Imagine o quanto ela gritou quando Hans sujou de lama todo o nosso tapete persa.

Pois é.

Agora Hans, o idiota de meu irmão. Ele é, como minhas amigas costumam me dizer, um Adônis. Não que eu tenha a mesma opinião,é claro. Meu irmão é um feio bem arrumado, nada mais do que isso. Como de praxe, ele também se especializou em um tempero. Se especializou em limões. LIMÕES! Não posso acreditar até agora! È um garoto de dezenove anos e é muito forte, pois passa todas as tardes de domingo em seu quarto, se exercitando. Também é assanhado e namoradeiro, e isso ele faz bem até demais.

Finalmente chegou minha vez. O que posso falar sobre mim? Vejamos... me chamo Julieta van Daan, tenho dezesseis anos, puxei os olhos de mamãe e tenho cabelos como os de papai. Sou alta para a minha idade e gosto principalmente de meu nariz, que não é nada parecido com os narizes de meus familiares. Ele é pequeno e levemente arrebitado. É bem bonitinho, para dizer a verdade.

Agora que já nos conhece um pouquinho, vamos voltar ao presente.

Bem, estavamos lá, vovó atendeu a porta no segundo toque e se deparou com mamãe e papai ao berros, gesticulando muito e falando um alemão rápido, pois eu e Hans estavamos brincando de guerra de bolas de neve no meio da rua e haviamos parado o transito.

Depois que levei um puxão de orelha dolorido e me certifiquei de que Hans também levava sua pena, cumprimentei vovó com um beijo na bochecha.

Vovó estava usando um vestido florido em baixo de seu sobretudo de pele de zebra falsificado. Vovó era assim. Esse era seu estilo exótico e eu simplesmente a amava.

Os adultos (mamãe e papai) resolveram tomar um pouco de vinho quente de fronte à lareira enquanto vovó preparava o jantar. Quanta a mim e a Hans, fomos encarregados de dar um sumiço naquelas malas.

Enquanto subiamos as escadas, Hans olhou-me nos olhos.

- Não aceito. - Disse ele.

- Não aceita o quê? - Tornei.

Hans apontou para baixo, para nossos pais.

- Não aceita a escada ter muitos degraus? - Arrisquei, só para chatea-lo, afinal, eu já sabia o que ele não aceitava.

Meu irmão fez uma careta, os musculos de sua barriga estavam saltados.

- Isso. Digo, tenho idade suficiente para dirigir. Por que então ele me proibem de beber?

Esperei que subissemos os últimos seis lances de escada e disse, enquanto desciamos para pegar as duas malas restantes.

- Você pode até ter idade, mas tem a cabeça de um garota de cinco anos.

Hans não falou comigo até a hora do jantar, em que precisou me pedir para passar as almondegas.

Passado o jantar, perguntei à meus pais se eu poderia dar uma volta rápida pelo quarteirão, afinal, amo neve. Eles aceitaram.

Por educação e respeito, também pedi permissão para vovó, ela sorriu e assentiu.

Para minha terrivel má sorte eu teria que ser acompanhada por Hans, mas como ele estaria com seu alerta de garotas ligado, nem liguei muito para esse fato.

Mal haviamos saido de casa e eu já pude perceber que Hans havia encontrado sua mais nova presa. Uma tipica holandesa que observava a rua de sua janela. A rua? Vou ser franca, ela observava Hans.

Aproveitando minha chance única, me distanciei um pouco para a esquerda, para ter mais um pouco de privacidade.

Começei fazendo anjinhos na neve, ficaram muito bons. Depois começei a fazer um boneco de neve, e ele não parecia um boneco, pois não tinha braços, nem olhos, nem boca e muito menos um nariz de cenoura.

Fui atraida para onde Hans se encontrava, e sorri, mais por pena de meu irmão.

Imagine a seguinte cena: Uma garota bonita conversa com um garoto, o garoto se inclina nas pontas dos pés e toca a bochecha direita da garota. Então um homem gorde e barraqueiro surge do além e começa a gritar para meu irmão que agora ele terá que se casar com sua filha.

Foi hilariante, de verdade.

Eu só não pude começar a gargalhar porque fui atingida na orelha por uma enorme bola de neve e me levantei. Xingando tudo e todos com os primeiros xingamentos que apareciam em minha mente. Graças a isso consegui tirar um pouco da atenção que havia sido depositada em meu irmão e depositá-la em mim mesma.

Eu havistei o arremessador, ele se escondia em uma das moitas congeladas. Eu parei em um xingamento.

- Arschloch! Seu... - Então me ocorreu uma idéia. Me abaixei e fiz um montinho de neve em uma das mãos.

Geralmente não tenho sorte com tiro ao alvo, mas nesse dia tive sorte, muita sorte!

Todos riram quando uma figura alta com o rosto branco de pura neve se esgueirou em minha direção.

Ele limpou o rosto quando ficou a pouco centimetros de mim e... quando eu o vi, mais precisamente seus olhos... soube que queria passar o resto da minha vida com aquele rapaz.

Não sei se você, caro leitor ou leitora, já sentiu uma coisas dessas, mas quem sentiu... veja-se como um sortudo.

Seus olhos eram de um azul intenso, a pele branca e avermelhada e os cabelos jogados para o lado, dourados como o sol. Ele olhou para mim e eu olhei para ele e... pareceu haver uma espécia de conexão mágica entre nós.

Imediatamente e inconsientemente eu estiquei minha mão e, como se tudo tivesse sido ensaiado, ele a pegou e a colocou em seu rosto, logo depois eu coloquei a outra em seu rosto também, para poder sentir aquela pele maçia e... perfeita. Ele ´pos suas mãos em cima das minhas e nós ficamos assim, de olhos fechados... as mãos se tocando.

Ah, foi tudo tão mágico!

Depois de alguns segundos, nós voltamos à posição inicial. Ele com um olhar travesso e eu com um constrangido.

Ele esticou sua palma.

- Romeu van den Berg. Prazer.

Demorei um bocado de tempo para entender o que eu deveria fazer em seguida.

Apertei sua mão e sorri.

- Julieta van Daan. Prazer.

E aquele foi, sem sombra de dúvida, o acaso mais lindo de toda a minha vida.


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Notas finais do capítulo

O primeiro, terminado ! (:



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