Estava difícil conviver com ele, com o cara que me magoou. Mais uma vez. Se bem que a mãe dele me fazia ficar no quarto, porque o médico me mandou ficar de repouso, então eu só acabei o encontrando no almoço, e no jantar, pelo resto do fim de semana. Ele sempre com aquele olhar baixo, e eu, fazendo de tudo pra não ter que olhar para ele. Até que na segunda, ele entrou no meu quarto, logo dizendo:

- Lucy, querendo ou não, agora você vai ter que me escutar. Depois, você pode fazer o que quiser, mas primeiro me deixa falar. - resolvi não interromper e apenas o ouvir - Sim, eu errei, fui pra Londres, e não te contei que estava com a Bella, mas não aconteceu nada, eu juro. Como eu pedi pra terminar aquele namoro falso, pra ficar com você, Lucy, o pessoal da produtora achou melhor sairmos juntos, só como amigos, para os papparazi tirarem fotos e publicarem. Mas não aconteceu nada, foi tudo uma distorção da mídia. Eu te juro...

Era um tanto difícil acreditar em tudo aquilo, mas, de fato, não tinha nenhuma foto dos dois se beijando, ou se abraçando. Mas não dava para voltar tudo que nós tínhamos, assim, de uma hora para outra.

- Tudo bem, Cody, eu te entendo.

- Entende? - aposto que ele pensou que eu não iria nem querer falar com ele.

- Sim, está tudo certo, mas... Acho que ainda não é hora da gente voltar. Deixa essa história esfriar um pouco na minha cabeça.

Resolvi dar outra chance a ele, afinal, eu o amava demais para deixar tudo isso ir embora, mas eu senti que ainda não era hora pra dizer tudo o que eu sentia.

- Está certo, vou dar um tempo pra você, mas... Saiba que eu te amo muito.

(...)

No outro dia, fui até a escola, para pegar as lições perdidas, e não ficar tão atrasada quando voltasse. - o Cody me viu lá, mas, como conversamos, daríamos um tempo - Na saída da escola, na escada, com o meu pé ainda doendo, tentei descer, mas não consegui e me desequilibrei, mas, por sorte, uma menina me ajudou.

- Está tudo bem com você?

- Agora sim. Obrigada.

- Não tem problema. Meu nome é Anne. - ela parecia bem legal, mas eu nunca tinha visto ela lá antes.

- Ah, e o meu é Lucy!

- Eu sei. Tudo mundo sabe. Você namora o Cody Simpson, não tem como não saber!

- Bom, não estamos namorando.

- Ah, sei, pode falar, eu não conto pra ninguém.

Continuamos conversando, e eu pedi o email dela, para continuarmos a conversa. Ela também me contou que não tinha muitos amigos, e eu achei que nós duas poderíamos ser boas amigas, sim.

Enfim, o resto da minha semana não foi muito empolgante, fora passar todas as lições perdidas para o meu caderno, conversar um pouco com a Anne, que já tinha virado a minha best lá, e quando o Tom veio me trazer um bilhetinho de melhoras pra mim, que ele tinha feito, eu vi, no rodapé do cartão, um "espere por surpresas, Cody.". Achei uma graça, mas não dei muita importância. Até que no sábado, eu estava bem melhor, meu pé não doía mais, e eu não precisava mais que ficar no quarto, como o médico tinha mandado. Os pais do Cody até queriam passar o dia comigo, mas, a pedido meu, foram passear de novo com o Tom e a Alli, e eu nem esperava nada de legal para esse dia. Até que o Cody veio no meu quarto me acordar (?)

- Lucy, Lucy! Corre lá em baixo ver o que tem lá! Rápido!

Ele falou num tom que me fez sair correndo pra ver o que estava acontecendo, mas, quando eu cheguei para ver...

- O que é isso? - uma mesa enoooooorme de café da manhã, com coisas que eu nem sabia que eles comiam nos EUA.

- Eu mandei prepararem pra você, já que você não precisa mais ficar na cama.

- Mas... Tudo isso? Pra mim? - nunca imaginaria que alguém faria isso por mim, algum dia.

- Claro! Você merece! Então, vamos comer? - não achei que ele iria falar comigo, por eu ter pedido um tempo. Ele realmente havia me surpreendido.

- Mas é claro!

(...)

Depois daquele café surpreendente, Cody disse que iria me levar pra passear, já que nem o Tom estava em casa para eu cuidar.

Estava frio, mas eu não estava a fim de colocar roupa de inverno, então fui de vestido mesmo. O Cody me levou até um museu. Nunca pensei que eu iria gostar de um museu, mas, acho que por ele estar lá comigo, ficou tudo diferente, e foi bem legal.

Almoçamos no McDonald's, como qualquer outro bom americano faria, e à tarde, fomos dar uma volta pelas praças. Tinham muitas lojinhas lá em volta, um tanto caras, mas ainda eram lojinhas. Nós estávamos nos comportando como bons amigos, mas às vezes eu tinha vontade de virar para ele e lhe dar um beijo, mas achei melhor não.

Mas, como disse, estávamos passando pela pra praça, e por um momento, senti a mão dele segurando na minha, mas eu fingi que tinha algo a pegar na minha bolsa - não sei o porquê de eu fazer aquilo, acho que não achei o momento certo ainda. - Até que...

- Cody, você está sentindo uns pingos de chuva? - mal deu tempo de ele responder e começou a chover forte, e ventar, ainda por cima. Eu já estava com frio, e agora, estava molhada. Até que ele me emprestou a jaqueta dele. Mas, como estávamos numa praça, não tínhamos muitas escolhas, então ele deu a ideia de irmos a uma loja de chocolates, comer alguma coisa. Era cara também, eu avisei, mas ele não se importava.

Entramos, era bem mais quentinho lá, então pedimos chocolate quente, com uns waffers - tudo a ver com o friozinho que estava fazendo -. Tentamos esperar a chuva passar, mas, pelo visto não iria embora tão cedo, portanto acabamos comprando um guarda-chuva - em outra loja, bem cara, pra variar - para poder sair dali. Como compramos um só, eu estava bem pertinho do Cody. Mais para frente, tinha uma máquina, daquelas que tiram fotos, e como eu nunca tinha usado uma, fomos até lá, e tiramos algumas.

Saindo dali, a chuva diminuiu um pouco, mas não em compensação ao vento, que estava cada vez mais forte. Como eu estava segurando o guarda-chuva, ele tinha de me seguir, ou se molharia (ainda mais). Algumas fotos que estavam na minha mão voaram com o vento e, sem perceber onde eu estava indo, fui correr atrás delas, mas o Cody me puxou. Eu estava indo para o meio da avenida, e bem na hora que ele me puxou, passou uma moto.

Então, ainda segurando o meu braço, ele me perguntou:

- Se assustou?

- Um pouco... - fiquei um pouco sem graça, por ser tão distraída.

Ele deu uma risada tímida, e continuou.

- Vê se da próxima vez olha pra onde vai, ok?

- Vou tentar. - disse eu, já recuperada do susto.

Ele se aproximava cada vez mais de mim, segurou na minha cintura, e acabamos nos beijando. Àquela hora já não era mais tempo pra pensar, a gente se gostava, não tínhamos um porquê de não ficarmos juntos a essa altura. Seu beijo era calmo e suave, como todos os outros, que eu sentia tanta falta.

Depois do ocorrido, Cody chamou um táxi, demos uma volta pela cidade, e depois voltamos pra casa - ele era rico, e tinha dinheiro pra dar voltas pela cidade de táxi...

(...)

De volta em casa, cada um foi pro seu quarto. Eu fui tomar um banho, pois ainda estava molhada, e acho que o Cody também foi, pois ele estava cheiroso. - calma, eu explico.

Mais tarde, ele entrou em meu quarto, me dizendo:

- Lembra que eu te disse que tinha te comprado um anel?

- Ah, é mesmo... Também, com aquela história, qualquer se esqueceria.

- E agora, você quer colocá-lo? - claro que eu queria, será que ainda precisava perguntar?

- Quero sim!

Ele colocou o anel no meu dedo. Agora sim, eu era oficialmente a namorada do Cody. Que liiindo!

Em seguida, nos beijamos de novo, e devagar, ele começou a desabotoar o meu vestido. Eu recuei e então ele se desculpou. Mas, eu pensei e, achei que tinha chegado a hora. Não tínhamos mais por que esperar. Eu estava segura, e sabia que não iria me arrepender, diferente de quando eu estava com o Zack, e além do mais, eu e Cody nos gostávamos tanto, e não era o tempo que estávamos juntos que iria mudar o que sentíamos um pelo outro. Então, o beijei de novo, e ele continuou desabotoando o meu vestido...

(...)

No domingo, de manhã, quando acordei, Cody não estava ao meu lado como na noite passada. Passou pela minha cabeça que ele iria me abandonar de novo, mas, depois de tudo, duvidei muito. Ele foi carinhoso e calmo, pois era a minha primeira vez.

Então, ele logo entrou no meu quarto, com uma bandeja de café da manhã. Desse jeito eu poderia ficar mal acostumada. Mas, não sabia se era melhor falar com ele, normalmente, ou esperar ele mesmo dizer alguma coisa. Nunca tinha passado por isso antes, então, fiquei quieta.

- Lucy, já acordou? Bom dia! Fiz esse café da manhã pra você!

Apenas sorri e bebi um pouco de suco, eu estava morrendo de fome.

- O que foi, Lucy?

- Sim, está, mas... O que aconteceu ontem... Será que foi certo? - de repente me arrependi.

- E por que seria errado, Lucy? Nós amamos, e aquilo que aconteceu foi parte disso, não tem porque se arrepender ou se envergonhar. Isso é natural hoje em dia, a menos que... - ufa! O peso na consciência foi embora - Você não gostou, Lucy?

- O que aconteceu ontem foi especial, lindo, e eu não vou me arrepender. - a cada momento que se passava, eu amava mais aquele garoto.

Enfim, tomamos o café da manhã e, eu acabei me dando conta de uma coisa:

- Cody, os seus pais, o Tom e a Alli, não chegaram ontem à noite? - me desesperei - Será que eles notaram alguma coisa?

- Calma, fica tranquila, ontem eu tranquei os nossos quartos, ninguém notou nada.

- Mas, e hoje cedo? - ainda estava preocupada.

- Disse para irem dar uma volta. Daqui a pouco estão aí! Mas, hoje você nem vai ter tempo de olhar pra eles.

- Por que, Cody? Aconteceu alguma coisa?

- Lembra aquelas fotos que eu fiquei de fazer pra uma revista hoje? Então, você vai fazê-las comigo. A sua primeira sessão de fotos como a minha namorada. Agora tudo mundo vai saber que é você quem eu amo!

- Sério, Cody, que legal! Mas será que vai ficar bom? Eu não saio muito bem em fotos...

- Você é linda. Agora vai se trocar que daqui a pouquinho a gente sai.

(...)

De volta da sessão de fotos, cada um foi pro seu quarto dormir, pois, já era tarde da noite. - era em outra cidade - Mas foi perfeito! Tiramos todas as fotos juntinhos... Em uma, ele tinha que me dar um selinho, e na outra, cada um dava um beijo de um lado de uma maçã do amor. Foram cinquenta fotos, ao todo. E o fotógrafo nos disse que a revista sairia no próximo mês, e que entregariam todas as fotos em um livro, lá na casa do Cody, em no máximo duas semanas. Nesse fim de semana aconteceu uma reviravolta bem grande na minha vida, mas, não era o fim.