Quando os forasteiros chegaram, à procura de sossego sob os céus da cidade, eu os comparei terrivelmente com o cão do Heatcliff e minha mãe. Fiquei assustada, pois minha mãe Catherine, cujo nome meu pai me dera igual, em homenagem a mesma, tivera as mesmas feições que a minha hóspede.

O homem me assustara igualmente, pois lembrava-me do rosto que  penei a esquecer. O homem na minha frente me fez acreditar que o próprio Heatcliff resolvera sair de seu bendito túmulo para vir me atormentar!

Quando me acalmara, eu os ofereci a entrar na casa, que outrora tivera o ar pesado, agora tinha um ar leve, gracioso, até. A minha hóspede que não falara nada, finalmente resolveu se apresentar.

- Oh! Deves ser a Sr. Earnshaw.

- Sim, e a Sra. ?...

- Oh! Que imprudência minha! Eu sou a Sra. Stoll e este é o meu marido, o Sr. Stoll.

- Ah! Sim, muito prazer! Sejam bem-vindos ao Morro dos Ventos Uivantes.

Logo percebi que o Sr. Stoll não era muito comunicável. O que me fez assemelhá-lo ainda mais com Heatcliff. Depois das cordialidades, eu levara o Sr. e Sra. Stoll à seus aposentos. A Sr. Stoll quis ficar no antigo quarto de minha mãe e o Sr. Stoll ficara no antigo quarto de Heatcliff.

Às seis horas da tarde juntamo-nos e fora servido o jantar. Jantamos em silêncio e logo nos centamos perto da lareira. Por um longo espaço de tempo, percorrera um silêncio de meio termo (N/A: Silêncio de meio termo é um silêncio que não é agradável, mais que também não chega a ser desagradável), que fora quebrado pela nossa anfitriã, a Sra. Stoll, que me perguntara sobre os meus livros preferidos. Nesse exato momento, o meu marido Hareton irrompeu pela porta da sala. Ele comprimentou os nossos novos inquilinos e, em seguida, fora para a cozinha alimentar-se. Dada certa hora, recolhemo-nos aos nossos respectivos aposentos. Hareton e eu conversamos sobre nossos novos hóspedes, até que acabamos sendo vencidos pela exaustão.

Mas pela madrugada, acordamo-nos com um som semelhante a um grito, e em seguida outro, entretanto mais grave.

Sr. e Sra. Stoll.

Hareton assustado me perguntara:

- Que barulho vem a ser este? – eu ficara em silêncio e logo fomos ver o que vinha a ser tal.

Tentávamos abrir as portas, porém estavam trancadas por uma força além das fechaduras. Depois de um tempo forçando em vão, a porta foi-se aberta e eu vira ali, no chão, o corpo imóvel da Sra. Stoll. Fui socorrê-la, mas já era tarde. Hareton entrou nos aposentos onde eu estava e dissera que o Sr. Stoll já não se encontrava mais vivo - o que se ocorrera em seguida fez-me sentir uma friagem na espinha, de tão pasma que estava -.  Porém, para minha completa perplexidade, a Sr. Stoll suspirou e levantou-se. Foi até o corredor e, neste exato momento, o Sr. Stoll apareceu na soleira da porta. Eles pararam um de frente para o outro, entreolharam-se e depois trocaram demonstrações de afeto. A Sra. Stoll olhou seu marido e alisou-lhe a face e disse num suspiro baixo:

- Heatcliff!

E ele igualmente alisara a face delicada de sua mulher e, com um suspiro igualmente baixo, disse:

- Catherine!

Continua...