Draco Malfoy era uma pessoa totalmente chata e inconveniente. Era também absurdamente lindo e tudo o que eu mais desejava era entender o que se passava naquela cabeça estupidamente loira dele.

Há muito tempo que nós já havíamos passado da fase 'Weasel e Doninha', mas ultimamente ele parecia ter se esquecido deste fato.

Eu sentia aqueles olhos prateados me olhando e não sabia o que fazer. Ele estava ali parado a poucos metros de distância, esperando no corredor apinhado de alunos, me olhando fixamente com uma expressão frustrada. Eu retribuía o olhar com intensidade...

... E então ele já não estava mais ali. O loiro já havia se afastado, parecendo realmente irritado.

Eu não entendia aquela doninha, nos últimos dias eu sentia a sua variação de humor no ar.

Outro dia mesmo, quando estávamos indo para Hogsmead, enquanto eu aguardava na fila de vistoria do Filch, Malfoy que estava a minha frente, virou-se para mim irritado e disse:

“Por Salazar, pare de suspirar, você parece um hipogrífo com asma, Weasel”. Só fiquei parada em choque, porque não esperava que ele dissesse algo como aquilo. Eu estava suspirando mesmo, pois o idiota do Corner não parava de me encarar, mas eu não sabia que alguém tivesse percebido, muito menos que ele tivesse percebido.

Outro fato totalmente estranho: eu andava distraída quando algo bateu em mim fazendo com que os livros que estavam em minhas mãos caíssem. Assim que eu levantei meu rosto vi o Malfoy olhando para mim, em seguida ele soltou um suspiro frustrado enquanto se abaixava para pegar minhas coisas. Mais uma vez, choque. Ele não ia falar nem um 'olhe por onde anda, Weasel?', era o de se esperar, já que ele estava sendo chato novamente. Mas não, ele apenas foi gentil e eu começava a suspeitar de um caso crônico de bipolaridade na personalidade dele.

Eu não sabia mais como agir perto dele, não sabia quando ser sarcástica ou quando eu deveria fazer as vontades dele.

Agora mesmo, enquanto ele me beijava no escuro de uma sala qualquer, eu não sabia como agir. Em um minuto ele estava sendo o Draco que eu aprendi a conviver e no outro... Bem, o Draco que eu não sabia o que esperar.

Ele afastou seus lábios dos meus e ficou me olhando nos olhos, eu encarava o cinza dos olhos dele com divertimento e...

... Ele bufou. Simples assim, como se eu entediasse ele.

O olhei irritada, do mesmo modo que ele me olhava e perguntei:

- Qual é o seu problema, Malfoy? - ele ergueu uma das mãos e passou os dedos frios pela minha bochecha, sorrindo. Viu o que eu digo? Totalmente maluco.

- É só que... Droga Virgínia, você já viu a quantidade de sardas que têm? Eu não consigo contá-las sem me perder, isso é tão frustrante! - respondeu ele, encarando minhas bochechas, depois ele suspirou e disse: - Vê? É impossível.

Eu sorri em resposta e o beijei antes que ele começasse a reclamar.

Talvez ele não fosse tão maluco assim, apenas... Completamente neurótico.