“Wir schauen uns an und wissen
Wir müssen nichts sagen”

(Trechos da música Wir Schließen Uns Ein)

- E então? Posso trazê-la aqui? – eu perguntei olhando para eles.

Eles se olharam entre si e confirmaram um com outro, passando a voz para o Bill.

- Manu, a casa é sua. Não vejo motivos para falarmos algo contra, pode trazer a sua amiga se você quiser. – Bill respondeu olhando para mim e me dando um sorriso.

- Vocês não irão se incomodar? – perguntei.

- Claro que não... Mais uma presença feminina cairia muito bem. – Tom afirmou piscando.

- Depravado. – Bill falou olhando feio para o Tom – Você é que deveria se incomodar conosco. – e depois me olhou.

Eu praticamente pulei da minha poltrona.

- Ah, eu amo vocês! – eu exclamei animadamente em português.

- Ei, não me xinga não. – Georg falou me olhando.

- Ah, desculpe. Mas isso é ótimo! Vou ligar agora para ela e convida-la para passar o meu aniversário aqui! – eu exclamei correndo em direção a porta.

- Ei, Manuzinha, que dia é o seu aniversário? – Tom perguntou usando um apelido que ele inventara na hora e eu nem liguei, pelo menos não naquele momento, eu estava feliz demais.

- Próximo sábado, dia 5 de julho. – eu respondi antes de sumir da vista deles.

Peguei o telefone mais próximo que achei, o da biblioteca. Ao menos lá eu não seria incomodada por ninguém. Disquei o número que eu tanto conhecia, apenas acrescentando os códigos necessários.

- Alô? – ouvi a voz da minha adorada amiga.

- Babis, sou eu a Manu. – falei.

- Manuela? – ela gritou escandalosamente do outro lado da linha, ouvi um barulho de conversa – Sim, é ela mãe. Manu, sua amiga desnaturada... Esqueceu-se de mim! Flor, eu estou morrendo de saudades de você. Quando vem pra cá? E o seu aniversário está chegando! – ela falou chorosa.

- Babis, eu estou morrendo de saudades de você também. E eu não me esqueci de você não. – eu afirmei com a voz meio chorosa também.

- Fiquei quase cinco dias sem notícias suas, a única pessoa que falou recentemente com você foi o babaca do Julio. – ela afirmou.

- Eu sei, eu sei... Me desculpe... É que aconteceram tantas coisas por aqui. Mas como estão as coisas aí? Terminou o bimestre bem? – eu perguntei.

- Estão bem até. Terminei tudo e a minha nota mais baixa foi um sete. Mas acho que foi até bom você ter ido para a Alemanha, apesar de ficar muito longe de mim. O Julio, Manu, ele está muito estranho. Depois que terminou com a Helen, eu acho que ele vai acabar fazendo besteira. – ela respondeu.

- Nossa, ele está nesse estado já? – eu perguntei.

Sabia que Julio estava estranho, isso era obvio, mas não sabia que era algo tão grave assim.

- Sim, ele está parecendo um vegetal. Mas chega da falar dele. Quero saber como está minha melhor amiga! – Babis exclamou chorosa.

- Sua melhor amiga está bem... Bem mais do que você imagina. – eu falei rindo.

- Nossa, achou o príncipe encantado que tanto procurava? – ela perguntou meio que irônica.

- Não. Claro que não. Você sabe que eu não curto nada esse negócio de príncipe encantado. Mas achei algo melhor.

- O que? Não me deixe curiosa.

- Certo, sente-se se você estiver de pé e não grite. – eu a preveni.

- Certo. Eu já estou sentada, agora me diga.

- Temos hospedes aqui. – eu afirmei.

- Sim, e o que tem isso? – ela quis saber aonde eu queria chegar com aquilo.

- Babis, eu queria lhe convidar para passar meu aniversário aqui, topa? – eu perguntei de uma vez.

- Ah, passar seu aniversário com você? Na Alemanha? Oh my Gott! Claro que eu topo! – ela exclamou afoita.

- Certo, enviarei a sua passagem assim que a minha mãe conversar com a sua. – eu afirmei animada.

- Hum, mas se você tem hóspedes aí e vai chamar mais eu não ficaria ruim? – ela perguntou-me.

- Não, temos quartos suficientes. Babis, agora quero lhe falar algo sério com você. Peço que não grite e, por favor, não conte para ninguém. Nem mesmo para a sua mãe. Promete? – eu perguntei.

- Certo, mas me diga, tem algo haver com esses seus hóspedes aí? – minha amiga era inteligente...

- Sim, tem tudo haver. Babis, eles não são pessoas comuns, são pessoas famosas. E nesse exato momento estão ensaiando no estúdio da minha casa. Agora, eles estão de férias, mas para não serem incomodados por Paparazzis e coisa do tipo, meu avô ofereceu a casa dele para os garotos ficarem. Babis, eles são a nossa banda de rock preferida. – eu respondi.

- Oh my Gott de novo, eles são o Paramore? – ela perguntou sem acreditar.

- Babis, a minha banda de rock preferida e a sua segunda favorita.

- Oh my Gott, eles são o Tokio Hotel? – ela perguntou novamente.

- Yeah, eles mesmo. – afirmei esperando a reação dela.

- My Gott! My Gott! My Gott! My Gott! Eu não acredito nisso! – ela exclamou.

- Exatamente, eu não acredite quando o meu avô falou que eles iam ficar aqui algumas semanas. – eu concordei com ela.

- Certo, mas isso é o de menos. Quanto a minha passagem, você ajeita tudo aí e eu pago. – Babis afirmou, já falei que ela não liga muito para Tokio Hotel? Sim, a banda preferida dela é Paramore. Gosta tanto deles que até pintou o cabelo de vermelho igual ao da Hayley. Doidinha de pedra!

- Mas Babis, sou eu que estou te... – eu comecei.

- Nem vem, é isso ou eu te mando o presente com um cartão, que tal? – ela sugeriu.

- Sua teimosa. Está bem. – acabei por concordar. Queria muito ter a minha melhor amiga aqui, comigo.

Ficamos três horas ao telefone, colocando as fofocas em dia e combinando tudo. Falei que minha mãe ligaria mais tarde para falar com a mãe dela. E combinamos sobre o vôo, a partida seria de manhã no Brasil, e ela chegaria aqui à noite. Depois de três horas conversando, disse-lhe que precisava tomar um banho e me preparar para o jantar. Ela prometeu me ligar amanhã, para que nós conversássemos mais.

Tomei um relaxante banho quente, e coloquei meu pijama. Já estava quase na hora de jantar já. Eu liguei a minha televisão para me distrair enquanto ninguém vinha me chamar. No mesmo instante que eu liguei a TV estava passando o clipe de ‘Spring Nicht’, uma das minhas músicas preferidas. Ergui um pouco o volume da TV e me deitei de bruços, assistindo ao clipe. Quando acabou, começou outro clipe que eu tanto gostava, ‘Decode’ do Paramore. Então, quando eu mudei meu olhar para a porta, levei um susto e quase cai da cama de novo.

- Que susto! – exclamei rapidamente me sentando na cama.

- Desculpe, mas é que você estava tão bonitinha vendo TV que eu nem quis interromper. – ele afirmou meio sem jeito.

Enquanto eu estava assistindo TV, o Bill estivera me observando encostado na porta.

- Hum...

- Bem, eu vim te avisar que o jantar já será servido. – ele afirmou ainda na porta.

- Okay, eu já desço, quero apenas terminar de assistir o clipe. – falei voltando a olhar para frente.

- Está bem, então... Eu... Eu vou te esperar, assim descemos juntos. – Bill falou.

- Tudo bem, senta aí então. – falei para ele indicando um espaço na minha cama.

Ele sentou-se e passou a assistir o clipe comigo, às vezes comentava alguma coisa relacionada ao clipe e ao cabelo da Hayley. Quando terminou o clipe, eu me levantei e coloquei o meu roupão azul.

- Certo, agora que eu estou devidamente equipada, podemos ir. – falei divertida, desligando a TV.

- Certo. – ele falou ainda sentado na beirada da minha cama, parecia não querer se levantar.

- O que foi? – eu perguntei me aproximando.

- Err, você ligou para a sua amiga? – ele perguntou olhando para mim, enquanto eu me sentava ao lado dele.

- Sim! Liguei para ela, ficamos mais ou menos umas três horas ao telefone. E ela prometeu me ligar amanhã à tarde também. – eu respondi animada.

- Então, ela vem?

- Ah, vem sim! Só que não deixará nós pagarmos a sua passagem. Garota teimosa ela. – eu falei.

- Que bom. – Bill afirmou sorrindo para mim – Só vem ela, né?

- Exatamente, apenas ela. Por quê? Achou que eu ia convidar mais alguém? – perguntei olhando-o.

- É, talvez aquele seu outro amigo que te ligou ontem... – Bill sugeriu olhando entretido para a colcha da minha cama.

- Ah não. O Julio não. Ele e a Babis não tem se dado muito bem ultimamente. Ele e a Babis juntos e mais vocês quatro aqui? Não, não, aí sim eu fico louca de vez. – eu afirmei – E também seriam pessoas demais. A Babis vindo pra cá já está mais que ótimo! O Julio, se ele quiser, ele que mande um cartão.

- Okay. – Bill falou um pouco mais animado – Vamos jantar. – ele afirmou se levantando da minha cama.

Eu o segui para fora do quarto e descemos juntos. O jantar fora divertido como sempre. Os garotos comentaram com o meu avô sobre as músicas, e ele disse que qualquer uma que eles tocassem estaria perfeito. Conversaram sobre algumas coisas que eu não prestei muita atenção, já que estava conversando com a minha mãe sobre os vestidos que ela não me mostrara ainda. Ela sugeriu me mostrar após o jantar, mas eu insisti que ela ligasse para os pais de Babis.

Após o jantar eu fui para a biblioteca ler um pouco. Me sentei numa das poltronas e fiquei a ler um dos livros em alemão até quase cochilar. Estava morrendo de sono. Decidi que iria para o meu quarto, mas passei reto ao ver que a cortina da varanda estava meio aperta. Acabei novamente, que nem na noite anterior, sentada observando a noite, que estava muito bonita também por sinal.

Percebi passos se aproximando, passos que pararam a porta.

- Novamente aqui? – Bill perguntou.

- Novamente nos encontramos na noite? – perguntei divertida.

Ele se aproximou mais e sentou-se ao meu lado que nem na noite anterior.

- Isso já está virando rotina. – eu afirmei olhando para ele.

- Sim, está. – ele concordou rindo – Mas por que você gosta tanto de vir aqui? – Bill perguntou olhando para mim.

- Aqui é um ótimo lugar para pensar. – respondi olhando para o jardim.

- Agora de garota inesperada, irá virar a garota misteriosa? – ele perguntou divertido, erguendo uma das sobrancelhas. Ain, por que ele faz isso? Se ele soubesse o quanto ele fica... Ahm, só sei que isso não me faz bem.

Eu ri meio sem graça e parei de olhar para ele, olhando para a grade da varanda.

- Eu não sou misteriosa, senhor Kaulitz, você é que é o senhor misterioso. – eu revidei rindo.

Bill de repente ficou sério e olhou para onde eu olhava.

- Você parece preocupada. – ele afirmou voltando a olhar para mim.

- Não estou preocupada Bill, só estou com muito sono. – eu disse bocejando.

Depois, voltei a olhar as estrelas, que piscavam e piscavam. A lua estava bonita, já estava pela metade, a próxima fase da lua seria cheia, eu acho. Bill também ficou em silencio junto comigo, olhando as estrelas. Eu estava com muito sono. Lembro-me que me encostei em algo macio e depois tudo ficou escuro, acho que acabei dormindo...

“Es ist gerade so perfekt”