In Die Nacht escrita por julythereza12


Capítulo 35
Capítulo 35: Never Let This Go


Notas iniciais do capítulo

Bem, mais um capitulo chegando! Queria agradecer a topo o pessoal que comentou e que continua a acompanhar a fic! ^^
Esse capitulo terá alguns flashbacks da Manuela, do que aconteceu nesse meio tempo que ela ficou e ao mesmo tempo não ficou longe do Bill.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/16683/chapter/35

 

“Maybe if my heart stops beating
It won't hurt this much
And never will I have to answer
Again to anyone”

 

(Trechos da música Never Let This Go, do Paramore)

 

Não podia acreditar que depois de longos quatro anos sem falar com ele, tínhamos nos encontrando lá, naquela boate. Depois de tanto tempo longe dele, quando eu estava começando a me acostumar com a ideia de ficar longe dele, eu o encontro!

Eu treinei, estudei e fingi trabalhar num banco durante longos anos, mas quando ia completar um ano longe de tudo, eu fraquejei. Foi à única vez naquele tempo que eu deixei meus sentimentos me guiarem. Eu quebrei as regras e fui severamente punida.

Soube que a banda, Tokio Hotel, faria um show em New York, fui ao show. Quebrei a segurança e sai sem o meu disfarce, cabelo loiro naquela época. Eu pensei em procurá-lo, mas só de vê-lo eu já ficaria satisfeita. Fiquei no meio de um monte de garotas fanáticas, ninguém me notou, ou foi isso que eu pensei. Quando o show acabou e eu estava saindo do estádio, aonde fora o show, um dos seguranças me puxou, reconheci ser o Saki.

- O que...? – comecei assustada.

- O Sr. Kaulitz deseja vê-la. – ele falou me puxando na direção do camarim.

- Eu não posso... – tentei me soltar, mas não consegui. O aperto dele era forte em meu braço, provável que ficasse marcado.

Saki me levou por entre o palco para o vestiário do estádio, onde provavelmente estariam montados os camarins. Quando passamos por uma das portas que estava entreaberta, ouvi a voz do Tom reclamando com os outros do porque o Bill não havia ido comemorar o show, como eles sempre faziam. Enquanto andávamos pelo corredor, reparei que o local estava cheio de seguranças, ou seja, sem chance de eu conseguir fugir. Saki bateu numa porta que estava escrito Bill Kaulitz e depois a abriu.

Bill estava com a roupa do show ainda, e estava de frente para um espelho que dava diretamente a vista da porta.

- Era essa Sr. Kaulitz? – o segurança perguntou me fazendo entrar a força no camarim.

- Sim, era ela mesma. – ele falou nos olhando pelo espelho – Pode ir Saki.

- Sim senhor. – Saki saiu sem dizer nada, fechando a porta atrás de si.

Eu me afastei em direção a porta, encostando-me a ela enquanto olhava-o pelo espelho. Ele tinha os olhos fixos em meu reflexo no espelho, seu rosto estava sem expressão. Quando ele virou-se para me encarar, eu tremi. Ele me analisou municiosamente e se levantou da cadeira.

- Quanto tempo Manuela. – Bill falou me olhando.

Meu primeiro pensamente foi dizer que eu não era nenhuma Manuela, que ele havia se enganado e que eu não estava entendendo nada. Mas logo descartei essa possibilidade, não ia dar certo, pois ele sabia que eu ainda estava viva. Fugir não conseguiria, engoli em seco.

- Quanto tempo. – falei curtamente – Como me achou?

- Talvez seja você quem tenha me encontrado. Não acha perigoso vir há um local assim, sem disfarce nenhum? – ele me perguntou dando um passo na minha direção – Até mesmo o Tom notou você. Disse que você era muito parecida com... Você.

- Não tinha problema nenhum, o local estava cheio de gente, ninguém iria me notar. Mas como você me achou? O lugar estava lotado de garotas, e você notou-me. – perguntei rapidamente sem encará-lo.

- Manuela, por mais que você queira se esconder, de mim você não consegue. É como se tivesse um imã entre a gente, isso fez você vir aqui e me fez nota-la. – ele me respondeu – Sem contar que você não estava sendo nada discreta, não estava empolgada nem nada, foi fácil nota-la. Até mesmo o Tom notou você!

- Eu sei que eu não fui cuidadosa, me desculpe. – falei olhando para o chão.

- Sei que não foi, mas isso não importa mais. Foi por causa disso que talvez eu tenha notado-a. E finalmente voltei a encontrá-la.

Bill se aproximou mais de mim e tocou temeroso, o meu rosto. Fechei rapidamente os olhos para guardar melhor aquela sensação. Quando abri os olhos, ele estava bastante próximo de mim, olhando nos meus olhos azuis, mais azuis que o comum.

- Nós não podemos. – afirmei devolvendo-lhe o olhar.

- Isso torna ainda mais desejoso. – Bill falou descendo o dedo pelo meu nariz, em direção aos meus lábios.

- Bill, por favor. – pedi tentando me afastar dele, mas sem sucesso. Ele acabara de colocar o braço na minha cintura, me impedindo de sair de perto dele.

- Não. – ele falou me forçando para mais próximo.

- Eu... Eu não quero ariscar. Apenas vim ao show ver como vocês estavam indo. – falei tentando sair de perto dele – Já estava indo embora!

- Não vou te deixar ir. Não agora que eu finalmente te encontrei. – ele insistiu.

- Não adianta, eu não posso ficar. Tenho que ir... – comecei, mas ele não me deixou terminar.

Bill me calou com um beijo, com o sentimento guardado há quase um ano. Tentei resistir, mas não consegui. Beijávamos-nos intensamente, com vontade. Eu sentia tanta falta dele, tanta que nem sei como agüentei ficar longe dele por todo esse tempo. Estávamos nos beijando intensamente, eu bagunçava os cabelos dele e ele tocava as minhas costas por baixo da camiseta roxa que eu usava. Talvez, ficássemos nos beijando por muito mais tempo, se não fosse uma batida na porta e a voz do Tom.

- Bill, você está aí?

Bill separou-se de mim com pouca vontade para tal ato, olhou para mim por um momento.

- Se esconda. – ele falou olhando para um guarda-roupa que tinha ao lado esquerdo da penteadeira.

Separei-me rapidamente dele, e sem dizer nada entrei no guarda-roupa que estava vazio, fechando a porta logo em seguida.

- Estou, pode entrar. – Bill falou.

A porta foi aberta e fechada rapidamente, ouvi passos, Tom havia entrado no camarim.

- Cara, você está bem? – ele perguntou num tom preocupado.

- Estou. – Bill respondeu curtamente.

- Bill, por favor, não minta. Eu te conheço melhor que ninguém. – Tom falou.

- Caramba Tom, já falei que estou bem. Estou ÓTIMO. – Bill se alterou um pouco.

- Eu sei que é difícil esquece-la, mas você consegue. Tem que conseguir. – Tom falou rapidamente, suspirando.

- Eu NUNCA vou me esquecer dela. – Bill revidou.

- Bill, ela morreu. Está enterrada em um dos cemitérios daqui. Você tem que superar essa.

- Já falei que não quero superar nada! Ela não está morta para mim, nunca vai estar.

- Eu não sei mais o que fazer com você. Nem a mãe consegue colocar algo nessa sua cabeça. – Tom suspirou – Mas está decidido, amanhã sairemos à noite, quer você queria ou não. – acrescentou enfezado.

Ouvi mais passos, a porta sendo aberta e fechada, Tom havia saído do camarim.

- Idiota. – afirmou a voz do Bill próxima onde eu estava. Ele veio até o guarda-roupa e abriu as duas portas.

- Eu preciso ir embora. – falei assim que pulei para fora do guarda-roupa.

- Por quê? Vamos nos encontrar de novo, né? – ele perguntou esperançoso.

- Não. Não iremos nos ver nunca mais. – respondi me afastando dele.

- Mas você não me ama mais? Por que não quer mais me ver? – ele perguntou novamente.

- Não, eu não te amo mais e nem quero mais te ver. – respondi lhe dando as costas e andando em direção a porta.

Ele riu nervoso e perguntou:

- Então me diga, por que me beijou também? Você está mentindo, não está?

- Não estou mentindo Bill, eu não te amo mais. – estava sendo tão difícil falar aquilo. Mas eu tinha que fazer, para começar errei indo ao show, errei aceitando ir ao camarim, errei ao beijá-lo. Tinha que fazer com que ele me esquece-se.

- Eu sei que está mentindo. Por que mais iria me beijar? – ele perguntou assim que eu coloquei a mão na maçaneta da porta, se aproximando de mim.

Eu respondi a pior coisa que podia responder.

- Viva o segundo.

Sai do camarim e fechei a porta. Encostei-me nela tentando ouvir o que ele estava fazendo, se ia me seguir ou não. Eu não tive coragem de olhar a expressão dele, ele devia estar decepcionado. Ouvi os passos dele se aproximando da porta, pensei em entrar em um dos banheiros que tinha ali perto, mas nem foi necessário. Ele apenas desferiu um forte soco na porta, enquanto eu começava a chorar e a tomar coragem de sair dali antes que alguém me visse.

Aquela foi à última vez que eu falei com ele, mas não a última que eu o vi. Foi à coisa mais horrível que eu fiz, nem matar era tão difícil como aquilo foi para mim. Depois daquela noite, soube que no dia seguinte ele foi ao cemitério onde eu estava enterrada, talvez com a promessa que iria me esquecer, o que eu queria acreditar. Entretanto, eu sempre procurava saber como a banda estava indo, saber como eles estavam, o que estava acontecendo com eles... Sempre me informava sobre os CDs, os shows e tudo mais. Nunca deixei de ser fã.

A última vez que eu os vi ao vivo e a cores, foi no aeroporto há dois anos atrás, quando estávamos embarcando, eu, Vanessa e Fernanda numa missão anti-terrorismo. Naquele dia, eu estava usando a mesma peruca da noite da boate, a de cabelos de fogo, aquela era Alana Schatz, eu. Nunca esperava encontra-los desembarcando para fazer um show em New York, fazia mais ou menos dois meses que eu não entrava no site deles para saber sobre os shows, pois eu estava cumprindo missões sempre. Nós três passamos rapidamente por eles, sem darmos a mínima, mas ainda sim, eu olhei para o Bill. E como se eu fosse um imã, ele olhou para mim nesse exato momento. O mínimo que ele me encarou, ele arregalou os olhos e ficou parado no meio do caminho. Antes de sumirmos pelo portão de embarque, tornei a olhar para trás, ele continuava na mesma posição, me olhando estático, sendo chamado por um Tom e Georg irritados.

 

 

- Lembre-se, agora você é Alana Schatz, não Manuela Wildscream. – a voz de Fernanda me acordou das minhas lembranças.

- Ahm, está falando comigo? – perguntei tentando não demonstrar a minha surpresa, ainda sem encará-lo.

- Não se faça de cínica, eu sei que é você. – ele falou se irritando.

- De um jeito de sair daí. – Mary falou, quase gritou no meu ouvido.

- Você está enganado... Quem você acha que eu sou? – perguntei confusa, tomando coragem para olhá-lo.

- Você é a mesma garota de cinco anos atrás, a mesma do camarim e a mesma do aeroporto. – ele falou rapidamente – Acha que eu não consigo te perceber?

Encarei-o. Ele usava maquiagem forte, o cabelo para cima, calça jeans, uma camiseta de mangas comprida preta e prata. Me olhava sem expressão, apenas me olhava. Fiquei um pouco desconcertada ao olhá-lo, ele estava mais bonito, mais velho, mais encorpado... Suspirei.

- Você não é mais uma adolescente apaixonada, dê o fora daí e não suspire. – Mary falou, percebi irritação na sua voz.

- Eu sei quem você é... Mas não me lembro de nada do que você está falando. – afirmei rapidamente, desviando o meu olhar do dele.

- Manuela, por favor! – ele pediu enfezado.

- Do que você me chamou? – perguntei teatralmente – Não sou nenhuma Manuela, me chamo Alana. – falei erguendo uma sobrancelha.

- Oh sim, e eu sou a Amy Winehouse. – Bill revirou os olhos.

- Não está longe de... – comecei, mas a voz da Babis me tirou a atenção.

- O achei, está numa mesa próxima a pista de dança, do lado esquerdo do bar. – ela falou.

Levantei-me automaticamente do banquinho.

- Desculpe, mas tenho que ir. – falei lhe dando as costas.

- Não vou te perder dessa vez, estarei de olho em você. – ele falou rispidamente.

- Por que insisti nisso? – perguntei me descontrolando – Você não serve para mim.

- Eu não cairei no mesmo jogo duas vezes. Sei que você é a Manuela, e vou ficar apenas observando o que você fará. Serei o seu publico particular.

- Não me atrapalhe, não me desconcentre. Não seja idiota! – me afastei dele raivosa, a noite seria mais longa do que eu imaginava.

 

“Please don't get me wrong

Because I'll never let this go
But I can't find the words to tell you
I don't want to be alone
But now I feel like I don't know you”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Manuela está sendo má com o Billzim, mas é para ele não correr nenhum risco e nem atrapalhar ela. >.