“I don't know what you've been through
I see it on you i don't know
What you've been through”

(Trechos da música How does it feel, Cinema Bizarre)

Os garotos estavam todos reunidos no salão de jogos. Tom e Georg estavam numa disputa acirrada no Guitar Hero, Gustav estava sentado numa poltrona próxima à eles, ele ouvia música no I-pod e as vezes prestava atenção no jogo. Bill estava mais afastado deles, com o meu livro e lia-o entretidamente.

Quando Babis entrou no salão de jogos quase que ela gritou, mas não foi por causa dos garotos, foi por causa do jogo de dança.

- Eu não acredito que você tem um jogo desses! Ah, eu quero jogar, eu quero jogar! – ela exclamou animada balançando a Buffy.

- Ah, você está pior do que eu imaginava. – falei para ela – Ei, um minuto da atenção de vocês. – falei mais alto chamando a atenção dos quatro.

Bill foi o primeiro a nos ver, ele baixou o livro e olhou primeiro para mim, depois seu olhar parou na Babis, Gustav olhou para nós talvez um tanto assustado... Não consegui identificar a expressão dele. Georg pausou o jogo e nos olhou seguido por Tom.

- Gente, essa é a Babis! – falei.

- Oh mein Gott! – ela começou em alemão – Tokio Hotel ao vivo e a cores. Caraca! – e depois usando uma gíria em português.

- Olá. – Bill falou gentilmente.

- Oi. – Gustav falou um monossílabo.

- Olá, bem vinda. – Georg desejou para ela.

- É... Oi, coisa vermelha. – Tom falou olhando a minha amiga de cima a baixo.

- Olá para vocês! – ela exclamou animadamente sorrindo, e quase que pulando alegremente, Babis se virou para mim com olhinhos pidões – Deixa, deixa, deixa? – ela pediu fazendo manha.

- Ah, tá bom sua praga, venha aqui então. – falei. Ela queria jogar na máquina de dança.

Eu liguei a máquina pra ela, e logo Tom e Georg vieram jogar com ela, cada um revezava, já que só podiam jogar duas pessoas por vez. Tom começou a flertar com ela na maior cara de pau, e a Babis... Espertinha que só ela, fez que estava na dele, mas logo deu um belo fora nele, fazendo todos rirem. Minha amiga tinha se enturmado rapidamente com os garotos. E após ela vencer, eles foram jogar Guitar Hero. Estavam jogando a Babis e o Georg, e quem ganhasse aquela disputa jogaria contra o Tom. Eu me sentei numa poltrona de dois lugares, um tanto afastada deles, próxima onde o Bill estava sentado. Bill se levantou e sentou-se ao meu lado. Eu estava curiosa para perguntar se ele tinha conversado com o meu pai e como estava o clima aqui...

- Sua amiga é doidinha. – ele afirmou rindo e olhando para onde eles estavam jogando.

- Yeah, ela é sim. – concordei rindo – Então... Meu pai quis conversar com você? – perguntei sem olhá-lo, prestando atenção no jogo.

- Aham, ele conversou comigo. – ele respondeu.

- E o que ele falou? – quis saber.

- Hum... Ele foi legal... Disse que era para eu cuidar de você e outras coisas lá. – Bill respondeu meio que querendo esconder-me algo – Na verdade ele me fez prometer que não ia contar nada sobre a conversa.

- Eu não acredito que ele vai... Ele proibiu você de ficar...? – comecei olhando para ele.

- Manuela, se ele pediu para eu cuidar de você... Ele não proibiu nada, ele só conversou comigo. Explicou-me umas coisas e... Olha, eu não vou te contar o que é, porque ele disse que vai conversar com você ainda. Então eu não irei falar nada. – ele me cortou procurando a página no livro.

- Sabia que ele estava escondendo algo de mim! Aquele meu pai... – falei já me levantando, ia conversar com ele e tirar essa história a limpo.

- Ele saiu. Falou que ia terminar a sua pesquisa e que ia demorar. Só voltava na hora do jantar. – Bill falou ao perceber que eu me levantava.

- Ahm, não acredito! Isso é muito injusto! – e era mesmo. Eu já tinha idéia de que meu pai e minha mãe estavam escondendo algo de mim, e agora o Bill também? Ninguém merece!

- Relaxa, ele vai contar pra você. Agora senta aí que eu quero te contar uma coisa sobre esse livro aqui. – ele falou.

- Hunf! – me sentei de braços cruzados irritada – Então, está gostando do livro? – perguntei.

- Sim, é uma leitura muito interessante. Esse Edward é bastante misterioso... E a Bella, sabe, ela me lembrou você. – ele disse.

- Ahm, se você diz, você daria um bom Edward. – afirmei divertida. Acho que era impossível eu ficar irritada com o Bill ao meu lado.

- Ah é? Vou morder seu pescoço essa noite. – Bill afirmou num tom um tanto malicioso.

- Oh, eu não quero desmaiar... E o Edward não morde a Bella no pescoço, só a morde na mão... – falei.

- Ahm, mas ele a morde! E não me conte o livro. – ele falou se fingindo de bravinho.

- Bobo. – falei rindo.

Mas de repente o Bill ficou sério e olhou para onde a Babis estava, ela estava jogando Guitar Hero com o Tom.

- Eu temo por sua amiga. – ele começou – O Tom, eu acho que não vai mais te amolar... Mas agora com ela aqui... Todos já devem ter reparado que ela é tão diferente quanto você.

- Babis é esperta demais. Não vai se deixar levar, ela nunca deixa. Sem contar que ela é tão boa quanto o Tom. – afirmei.

- Então ele encontrou alguém a altura? – Bill perguntou.

- Acho que sim. – respondi dando de ombros.

E era verdade. Babis era dura na queda. Foi muito difícil ganhar a confiança dela, mas eu consegui, depois disso nos tornamos como irmãs.

Eu fiquei observando Babis jogar contra o Tom, estava uma disputa difícil para ambos, os dois eram bons. Quando ela acertava uma seqüência comemorava que nem uma doída, e numa dessas comemorações ela ergueu a Buffy no alto e deu risada que nem uma maníaca. Tom fez uma cara tão engraçada, e um sorriso se formou em meus lábios. Eu estava mais que feliz por ter a minha melhor amiga ali e a minha banda preferida de bônus...

- Você tem um sorriso tão bonito. – Bill falou me tirando dos meus pensamentos.

Eu me virei para olhá-lo, ele continuava a me observar.

- Mas não é o seu sorriso que chama mais a atenção. – ele falou erguendo a mão e afastando a minha franja dos meus olhos – São seus olhos, exoticamente azuis.

- Hum... Sempre falam isso. – eu falei encarando-o bobamente.

Senti Bill tocar a minha cintura, e íamos nos aproximando mais e mais... E quando eu fechei meus olhos, ouvimos um grito de comemoração.

- Ganhei, ganhei! – era o Tom comemorando.

Afastei-me rapidamente do Bill e olhei para os dois. Tom comemorava e Babis agradava a Buffy que estava deitada em seu colo. Bill olhou mal-humorado para o Tom e voltou a ler o livro. Eu me levantei e aproximei-me da Babis.

- Não acredito que você perdeu. – falei me sentando no braço do sofá ao lado dela.

- Eu estou destreinada, e cansada da viagem também... Na verdade estou em processo de degeneração. – ela afirmou divertida.

- Por isso que está fedendo. – Tom comentou sentando-se ao lado dela.

- Argh! Não sou eu que estou fedendo... É você que está. Fedendo assim não conquista nem a minha afilhada. – ela reclamou agradando a Buffy.

- Afilhada? Mein Gott, essa coisa tem madrinha até? – ele perguntou se referindo a Buffy como essa coisa.

- A Buffy não é essa coisa, seu coiso fedido. – Babis o provocou – Mas você tem razão. Eu preciso de um banho.

- Ótimo,vamos que eu vou te mostrar o seu quarto, e eu também vou aproveitar para tomar um banho. – falei me levantando.

Babis concordou comigo, e se levantou também. Íamos passando pelo Bill, quando a Buffy deu um jeito de sair do colo dela, e foi para perto do Bill, pedindo colo para ele. Ela fez um drama dizendo que a afilhada dela havia abandonado-a e Bill garantiu que a levaria de volta daqui a pouco. Eu mostrei o quarto para ela, minha amiga ficou mais do que encantada com o quarto dela e depois eu fui para o meu. Tomei um banho morno, coloquei a minha camiseta velha do Metallica e o roupão azul. Quando sai do banheiro, eu o vi sentado na minha poltrona lendo o livro.

- Invasor de quartos. – afirmei.

Ele riu ao me ver.

- A culpa não foi minha. A coisa fofa estava querendo subir as escadas, eu apenas a trouxe até o quarto dela. – Bill falou indicando a Buffy deitada na casinha de plástico dela.

- Ahm, então está desculpado. – falei rindo, me sentei na beirada da cama, próxima de onde o Bill estava – Eu estou com fome. – afirmei olhando para a TV desligada.

- Sabe... Eu também estou. – Bill concordou comigo.

Ele fechou o livro e levantou-se da poltrona, deixando o livro nela e sentando-se ao meu lado na beirada da cama.

- Ah, então vamos jantar. – afirmei, mas eu não queria me levantar.

- Não. – ele começou – Eu irei jantar. – afirmou.

Olhei para ele sem entender.

- Bill, eu também estou com... – comecei, mas ele não me deixou terminar...

“You've always been just like a riddle
I find you so hard to figure out
I could just wonder till forever
Still there something i don't know about”