- Alô? – ambas falamos juntas. Ela se afasta um pouco de mim

- O que aconteceu?Eu voltei para o quarto e você tinha sumido.

- Eu sei, desculpe por isso! Mas eu precisava ir, era caso de vida ou morte.

-  Quem que estava correndo esse risco?

- Eu mesma! – falo rindo

- Quem faria algo com você?

- Minha mãe? – falo em tom de sarcasmo

- Sua mãe?Perai...quantos anos você tem?- agora ele me pego, mas eu enrolo um pouco

-  Quer saber minha idade?Então esteja neste endereço que eu vou te passar as duas e meia de amanhã – sem ele saber, passo o endereço da minha escola – Sem atraso

- Que lugar é esse?Dá uma dica.

-  Pra que dica?

- Aah...vai saber se você não é uma pedófila – falou rindo, eu começo a gargalhar no telefone

- Jared!Pedófila?Por favor né!!

-  Nunca se sabe – ri – Babi tenho que desligar agora, estão me mandando fazer um negócio aqui

-  Ok!

- Tchau e até amanhã as duas e meia

- Tchau Jay! Até. – desligo e olho pra Gi que já tinha desligado o celular a um tempo – E ai?Como foi a conversa?

- Ele falou que queria me ver de novo. Eu não acreditei muito nisso.- deu de ombros

- Por que você não acreditou?

- Sei lá...algo me diz que é só interesse dele. Sabe, só pra ter sexo de novo mas, mudando de assunto, o que o Jared falou?

- Nada de mais, ele só perguntou minha idade – Gi arregalou os olhos – Calma eu não falei. Não ainda!

- Como assim não falou ainda?Você não vai falar né?

- Eu falei pra ele me encontrar na escola amanhã. Fiz errado?

- Claro!Agora eles não irão querer nada com nós, por sermos menores de idade!

-  Ops!Acho que eu fiz besteira então – digo arrependida enquanto ela me fuzila com os olhos – Sério amiga, desculpa. Mas sabe...eu...eu...não quero mentir, não pra ele pelo menos.

- Entendo, acho que é melhor assim, sem mentiras. Agora é só esperar até amanhã pra ver no que vai dar.

---Dia seguinte---

“ Nós acordamos tomamos o café da manhã e vamos pra escola. Eu estava um pouco nervosa, pois eu iria vê-lo de novo. O dia na escola foi igual aos outro dias, com só uma pequena diferença, todos estavam falando sobre o show. Eu e a Gi ficamos meio incomodadas com as perguntas deles sobre o que nós fizemos com eles, nós falamos que não aconteceu nada, falamos que depois de sair do palco nós fomos obrigadas a ir embora, e os bobinhos ainda acreditaram.

O sinal do intervalo toca e, mais perguntas, já estava enchendo sério, dava vontade de subir na mesa e gritar EU TRANSEI COM JARED LETO, CARALHO!ESTÃO SATISFEITOS AGORA? Sério, tive que me controlar pra não fazer isso. Enfim, o sinal de ir embora toca e meu celular também, eu o atendo.”

- Pronto! – Gi gruda no telefone pra ouvir a conversa também

- Lugar estranho, não?- era ele

- Desde quando uma escola é um lugar estranho?

- Desde...desde...desde que eu sai dela.

- Sorte a sua!Onde você esta? – eu e a Gi procuramos ele

-  Estacionei em frente a escola, mas dou outro lado da rua. Quer que eu saia do carro pra você me ver?

- Se você quiser ser atacado por uma bando de adolescentes, que parece estarem no cio, pode sair. Mas se você quiser viver por mais algum tempo, eu proponho ficar quietinho onde você esta.

-  Convenceu – ele fala rindo – Estou te vendo!

-  Eu também já vi seu carro – desligo me despeço da Gi e vou para o carro – Oi!

- Quantos anos? – ele pergunta sério, fitando o nada

- 17. E não vem com aquele papinho de “muito nova”, porque senão... – sou interrompida por seu beijo

- Esqueci de te cumprimentar – fico muda – E sim, muito nova – ele começa a dirigir, eu abaixo a cabeça decepcionada com seu comentário – Onde você mora? – eu mostro o caminho pra minha casa, nós não falamos nada durante todo o caminho. Ele estaciona o carro em frente a minha casa, eu saio do carro em direção a porta e vejo minha mãe espiando da janela tudo – Não vai se despedir? – eu estava meio triste ainda, mas eu voltei pra me despedir

- Obrigada por me trazer – vou beijar sua bochecha e ele vira fazendo eu beijar sua boca – Jared!

- Ahh, Babi! Não é porque você é bem mais nova do que eu, que tem que me tratar como um pedófilo – ele brinca, quebrando o clima tenso que tinha se formado entre nós

- Ai meu Deus, o assunto de pedofilia voltou de novo – eu rio – Quer entrar?

- Acho melhor não – ele olha pra janela onde, ainda, estava minha mãe – Se der eu passo aqui mais tarde, agora eu tenho que ir se juntar com a banda, temos que decisir algumas coisas

- Então, talvez, até mais tarde – dou um selinho nele que retribui com um daqueles beijos de perder o fôlego, fazendo eu corar – Você gosta de me encrencar, né?

- Um pouco sim – entra no carro – Até... – ele se vai e eu entro pra casa

- Quem era aquele moço Barbara?- fala brava

- Era o vocalista da banda que eu fui no show.

- Inventa uma mentira melhor Barbara, essa não funcionou.

- Eu estou falando a verdade, se você não quer acreditar o problema é seu!

- Uhum...e desde quando um vocalista de uma banda famosa olharia pra você? – não acredito, minha própria mãe falando isso pra mim

- Eu imagino o que você diria nesse momento se, por um dia, você não fosse minha mãe. – falo decepcionada – Cade meu pai?

- Ele teve que sair para...não importa, ele teve que sair – eu acho estranho a maneira de como ela fala, parece até que eles teriam terminado. Mas eu esqueço essa idéia e vou para meu quarto. Fico, praticamente, a tarde toda no quarto pensando nele – Barbara, eu vou sair, tem comida na geladeira se você quiser, se precisar de alguma coisa é só ligar no meu celular. Não me espere acordada.

- Pra onde você vai? O meu pai chegou?

- Vou sair com as minha migas e não, ele ainda não chegou. Tchau.

- Ótimo! Em plena semana meus pais resolvem sair e me deixar sozinha em casa. Por que ele não fazem isso nos finais de semana também? – fico falando sozinha, meu celular toca, pego e atendo sem nem ver quem é – Alô? – falo brava

- To incomodando?Porque se eu estiver...

-  Não, desculpa. É que estava brava com uns negócios ai e nem prestei atenção em quem era.

-  Eu to livre. Posso ir ai agora? – que sorte a minha

-  Pode sim – digo toda feliz – to te esperando – desligo. Não demora muito e ele chega – Olá! – dou um selinho

- Oi! – retribui o selinho – Esta sozinha?

- Sim. Vem comigo. Tenho planos, pra nós dois essa noite

- Hum...e o que nós vamos fazer? – diz todo empolgado

- Assistir filme! – digo, toda feliz, abrindo a porta do meu quarto – Fiz até pipoca – pulo na cama feito criança – Tem coisa melhor do que assistir filme comendo pipoca?

- Com certeza não tem!! – diz sentando do meu lado, colocando o braço em volta de mim e dando um beijo em minha testa