Gi me levanta do chão.

- Calma amiga.- fala me reconfortando um pouco – Vamos indo!

Nós saímos do aeroporto e fomos seguidas por uma renca de fotógrafos e repórteres, perguntando o que tinha acontecido entre nós dois. Eu e Gi fomos direto para o carro, sem parar pra falar com eles.

Depois de alguns minutos meu choro tinha cessado, eu estava mais calma. Fiquei calada  a viagem inteira, perdida em meus pensamentos.

O carro parou primeiro em minha casa

- Quer que eu fique aqui com você?- pergunta ainda preocupada comigo

- Não, eu preciso ficar um pouco sozinha...eu acho.- abraço ela – Mas mesmo assim, obrigada!

- Se cuida, hein!- ela fala entrando no carro – Me liga se precisar de alguma coisa. Qualquer coisa.- fala séria

Ao entrar eu sinto um tremor em minha pernas, como se elas não fossem capaz de agüentar meu próprio peso, fazendo eu ficar por ali mesmo, sentada no chão. Eu apoio minha cabeça no meu joelho, envolvendo, com meus braços, minhas pernas. Deixando o que me faltava de lágrimas cair.

- Filha? É você?- ela sai da cozinha em direção a sala – Eu sabia que isso não ia fazer bem pra você.- ela senta ao meu lado. Eu deito minha cabeça em seu colo, querendo que ela tirasse toda a tristeza que eu estava carregando comigo naquele momento. Mas tudo que aconteceu foi eu chorar mais ainda.- Você sabia que isso ia acontecer não sabia?

- Sim!- falo tentando controlar o choro – Mas eu não percebi que ia ser tão difícil assim. Eu estava preparada, até ele falar que me amava. Isso fez eu,simplesmente...desmoronar – meu choro cessa. Eu a olho – Sabe mãe...eu nunca imaginei que, um dia, eu iria amar alguém.- seco meu rosto com a manga da blusa - Eu vou para o quarto, relaxar...talvez.- nós duas levantamos do chão, eu a abraço – Obrigada por, pelo menos dessa vez, me apoiar.- dou um sorriso que parecia, um tanto quanto forçado, e vou para meu quarto

-Dia seguinte-

 Faço minha rotina, super tediosa, sem nenhuma vontade de ir para a escola.

Eu não sabia o que tinha acontecido porque, chegando lá, todos olhavam para mim dizendo: ’É ela! A garota da foto’. Eu estava, praticamente, carregando um ponto de interrogação nas mão, pois não estava entendendo todo aquele fuzuê comigo. Eu encontro a Gi pra perguntar o que houve.

- Por que estão todos olhando para mim? Parece que perderam o cú aqui.- falo brava, ela ri da minha frase, mas torna a ficar séria.

- Na verdade, é por causa disso.- me entrega uma revista, aquelas revistas de adolescentes.

- Merda!- a capa da revista era eu e o Jared, se beijando, no aeroporto. No dia em que ele foi embora.- Fotógrafos malditos

Fiquei folheando a revista para ver as fotos que eles tinham colocado. Droga!Droga!Droga!. As piores estavam ali, principalmente a que eu estava no chão...chorando por ele.

- Ô Jared fica comigo.- fala Alice, se aproximando de mim com sua trupe de vacas – Só uma burra, como você, pra deixar um homem lindo daqueles ir embora.

- Vou fazer você se arrepender de ter falado isso.- fui em sua direção para lê dar um soco. Mas Gi me segura, impedindo-me – Me solta!Ela vai pagar por ter falado isso.

- Não tem nada melhor pra fazer não Alice? Vai procurar um lugar pra pastar, vai.- Gi falou me tirando de perto dela – Nem liga pra ela amiga. É tudo um bando de vacas, invejosas.

“Eu até tentei ignorar, mas é bem difícil quando toda a escola está fazendo o mesmo. E foi assim o dia inteiro, até a hora de ir embora.”

- Vai lá pra casa hoje?- pergunto pra ela

- Nem dá amiga. Eu preciso fazer uns trabalhos de escola, não quero repetir de ano né?

- Ninguém quer.- as duas riem – Então eu vou indo. Tchau!- a abraço e vou embora para minha casa.

E pelo resto da semana foi assim, até o dia do baile. Ah...o baile.

Só pra constar, o baile é aquela coisa ridícula, que eles planejam o ano inteiro, onde as pessoas quase “morrem” se não tiver com quem ir. Eu e Gi nunca tivemos esse problema, afinal, não íamos em bailes de escola. Mas esse era diferente, era nosso ultimo ano na escola, então resolvemos ir.

Nós temos merda na cabeça, só pode.! Deve ser por isso que nós resolvemos ir ao baile.

--Dia do baile--

Eu fui me arrumar na casa da Gi, de lá nós íamos direto para o baile.

- Só pra lembrar. Por que nós estamos fazendo isso mesmo?

- Porque é nosso ultimo ano na escola.- ela fala terminando de me maquiar

- Aé...da pra desistir?

- Nem pensar.- ela me puxa.

Nós vamos pra sala, onde a mãe de Gi nos aguardava.

- Vocês estão lindas e...- olha no relógio - ...atrasadas. Vamos!!

**

Aquilo estava parecendo uma festa na casa da Barbie, todos aqueles rostos com 3Kg de maquiagem...Arght!...dava até nojo.

A festa estava animada. Eu e Gi não parávamos de dançar. Nós éramos as únicas que não tínhamos par...quer dizer, uma era o par da outra.

Depois de muito dançar fomos beber algo.

- Vejam só quem esta aqui, a senhorita do “Não me abandone Jared”!- Alice falou enquanto nós nos aproximávamos da mesa de bebidas

- É melhor você parar de me provocar, se não quiser que algo de ruim te aconteça.

- Você acha que eu tenho medo das suas ameaças?- me aproximo dela, ficando frente a frente

- É melhor ter.- desvio dela, indo em direção ao ponche

- Ei!- me viro, ela joga a bebida de seu copo em meu rosto

- Você não deveria ter feito isso.- avisou Gi - Dessa vez eu não vou segurar ela!

- Você acha, realmente, que eu tenho medo das suas ameaças?- sem falar nenhuma palavra, eu pego a bacia de ponche e jogo, todo o liquido que estava na bacia, em seu vestido, batendo, logo em seguida, a bacia em sua cara

- Eu avisei pra você ter medo.

Depois de tudo isso, os professores decidiram expulsar eu e Gi da festa.

- Nem queria ter vindo a festa mesmo.- Gi fala enquanto caminhávamos pelas ruas

- Vamos fazer nosso próprio baile?

- Como?

- Me acompanha.- vamos para o mercado, pegamos muitas guloseimas, refrigerantes e bebidas alcoólicas

- Você é maior de idade?- a moça do caixa me pergunta

- Sim.- falo na maior tranqüilidade. Ela nem questiona. Eu e Gi pegamos nossas compras e seguimos rumo para minha casa

- Sua mãe não vai brigar com nós?

- Se ela estivesse em casa. Ela saiu com as amigas, então, a casa é nossa.

Nós nos trancamos no quarto, só por garantia de que minha mãe não vai nos surpreender. Aumentamos o som no máximo, com a música mais agitada que eu tinha e ficamos ali, comendo, bebendo, dançando e pulando, curtindo o NOSSO baile sem se preocupar com mais nada.

**

6 anos depois