Destinos Traçados escrita por atanih-chan


Capítulo 1
Capítulo 1- Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Yo mina!!!!!!!!!!!!!
Aqui estou eu a postar minha (2°) primeira fanfic!! (Já que deletei a primeira)
Nesta fanfic tento mostrar os sentimentos da Yuuki após um terrível acontecimento...
Mas não vamos dar spoiles! Leiam e comentem! ^^
Obs. As frases entre aspas, negrito e itálico são lembranças de conversas que a Yuuki teve. O texto entre aspas e negrito é flash back.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/166740/chapter/1

Mais um ano se passou... Ou será que foi um século?

Sentada nestetapete fico a observar a lua, pequena e distante, quase a desaparecer do céu. Já estava amanhecendo.

É hora de fechar as pesadas cortinas negras que impedirão a luz de entrar em meu quarto, mas, mesmo sabendo que irei me ferir, continuo a olhar o céu.

Algumas horas se passam... O sol está alto e brilha forte, intensamente. Sinto seus raios tocando a minha pela, queimando-me por dentro... Uma fraqueza habitual toma conta de meu corpo, meus olhos doem, sinto como se a vida estivesse se esvaindo de mim, mas mesmo assim não consigo parar de olhar... De desejar...

Eu sei. Um vampiro Puro-sangue somente pode ser morto se lhe atingir o coração ou a cabeça. O sol nada me fará. No entanto, minha visão começa a se turvar e sinto um torpor me envolvendo...

Que horas será agora?

Abro os olhos lentamente, está escuro. As pesadas cortinas estão fechadas, acho que desmaiei novamente. E ele mais uma vez me poupou da dor cobrindo-me e protegendo-me da luz. Ao menos dessa vez não me deitou na cama. Aliás, já faz algum tempo que não faz isso, será que finalmente está se cansando de mim?

Desde aquele dia ele se dedica a me proteger, á distancia. Sabe que não aceitarei sua presença, sabe que meu coração chora por outro e mesmo assim...

Maldito! Maldito por ter me protegido, por ter me mimado e me tornado fraca!

 Maldito...

Não...

 Eu sempre fui fraca...

 Sempre esperei por ele, eu... Devia tê-lo salvo... Zero...

Não vou esquecer...

... Jamais...

~~~~flashback~~~~

— NÃO! Zero, não!

“—Vou te amar para sempre Yuuki, sempre. Nada mais irá nos separar...”

Naquele parque vazio e gelado... Tanta neve como no dia que renasci... Neve manchada de sangue. O sangue de Zero.

A minha frente vultos se misturavam ao vento, tudo se embaraçava. Meu corpo estava ferido... A Artêmis quebrada... Centenas de vampiros nos rodeavam... Zero á minha frente esperando a oportunidade para atacar. Nosso inimigo era um dos últimos Puro-sangue existente. Kaname matara quase todos, anos antes, até finalmente ser parado por mim.

 De repente, numa fração de segundos vi uma lâmina afiada cortar o ar. Dela respingava o sangue que tão bem eu conhecia... Com a mesma velocidade, ou até maior, Zero liberou os poderosos espinhos da Blood Rose, aquela era a chance que esperava. Os espinhos formaram uma poderosa e emaranhada prisão que envolveu e destruiu o inimigo. Mas o preço por esta vitória foi grande demais.

Ouvi um flap flap de asas nos rodeando. O mestre fora morto mas seus aliados - Puros-sangues da família Ouri que Kaname combatia - ainda controlava os subordinados Level End. Vejo Zero cair na minha frente e corro para ampará-lo. Os vampiros vinham em nossa direção prontos para matar, mas, antes que nos tocasse os flaps de asas se tornaram passos e os monstros Level End, cinzas. Kaname os matara.

Vejo o corpo de Zero se desfazendo em pó, desesperada. Não havia mais nada a se fazer, mas apesar de tudo, ele sorria. Sorria para mim.

— Não chore Yuuki... Desculpe-me, não posso mais estar com você – falava com dificuldade, sua mão tocou-me rosto gentilmente e eu me abaixei para beijá-lo pela ultima vez – Te amo.

— Zero! Zero por favor...

Seu corpo desapareceu. A Blood Rose jazia caída sobre a neve.  Uma dor profunda e cruciante tomava conta de mim. Estava sem ele. Estava sozinha.

— Yuuki, não chore... Vem, vou leva-la para casa.

A ultima coisa que recordo naquele dia foi os gentis braços de Kaname a me carregar para algum lugar.

Ainda nevava...

...Como no dia em que renasci...

~~~~0~~~~

Noite. Pego a Artêmis, esquecida sobre a penteadeira e saio caminhar pelas ruas, pensando.

Desde aquele dia, eu mudei. Vivi por alguns anos no colégio Cross, Kaname insistia para eu voltar para a mansão, para deixa-lo cuidar de mim, mas, se aceitasse seria como trair Zero.

Não. Aceitar seria me fazer de fraca novamente. Estava na hora de soltar a mão gentil e caminhar com meus próprios pés.

Vagar pelas ruas dessa metrópole vem sendo minha única distração a muitos anos. Cansei de viver na sociedade dos humanos. Cansei de ser bajulada por aqueles vampiros falsos e hipócritas que só desejam meu sangue. A cada festa, a cada jantar, todos ficavam a me olhar com desconfiança a sorrirem, falsos a dizerem o quanto presavam sua bela soberana Kuran Yuuki. Prenderem-me naquela mansão foi o maior erro que cometeram.

Há décadas sequer falo com o Kaname ou mesmo com Kaien. Tenho tudo de que preciso. Kaname não permitiu que eu abandonasse o conforto em que vivia e equipou aquela antiga mansão com tudo do mais fino luxo, e criados para satisfazerem meus desejos. Se não aceitasse ele provavelmente continuaria me perseguindo e protegendo pessoalmente. Mas no fim de nada adiantou seus cuidados.

A sede que a falta de Zero causou cobrou seu preço. Havia algo dentro de mim. Algo que eu não conseguia controlar e que se tornava mais forte a cada dia. Um monstro sedento por sangue.

Caminhando pelas ruas desertas após fugir daquela mansão acabei por encontrar dois humanos que, pelo cheiro de bebida, provavelmente voltavam de um bar.

Eram dois homens altos. Vestiam jeans e jaqueta preta. Riam e conversavam até que o mais novo me viu. Estávamos entre prédios e arranha-céus num beco escuro e deprimente. Serenava. Uma coisa no rapaz chamou minha atenção: sangue. O braço dele estava ferido. Vieram em minha direção falando coisas e fazendo gestos obscenos. Tentei ignorá-los, tentei ir embora mas o que estava ferido me segurou contra a parede. O cheiro dele era irresistível.

— E ai boneca, vamos. Meu amigo aqui te fez uma proposta não vai responder?

— Para estar sozinha num beco como esse e com essas roupas caras só pode estar perdida. Que tal? Você faz esse favorzinho pra gente e te levamos pra casa depois – disse o outro – uma boneca como você precisa de proteção.

— Saiam de perto de mim – eu disse. Aquele monstro em mim se debatia furiosamente. Preciso resistir... –Ah... Deixem-me em paz!!

Senti os lábios do ferido a tocar meu pescoço e não pude resistir.

Ataquei e o imobilizei facilmente. Cravei minhas presas em seu pescoço e suguei até a ultima gota. O outro me olhava assustado e tentou me afastar de seu companheiro. Soltei o corpo já sem vida e fiquei minhas garras no peito daquele homem. Saciei minha sede e os deixei lá.

Há alguns anos me odiaria pelo que fiz, mas já não sou tão sensível. É como se a antiga Yuuki tivesse morrido com Zero e deixado para trás a vampira que dormia dentro dela.

Uma vampira sedenta que depois desse dia fez outras vitimas. Entre humanos... E caçadores.

Não demorou muito para os caçadores descobrirem quem ousou desafiá-los e colocaram um pequeno grupo para me prender tentando com isso me afastar dos humanos e impedir um novo ataque. Eles não podiam me matar pois Kaname provavelmente destruiria a Associação se o fizessem.

Não me importei. Queria respirar o ar de fora e sai acaminhar como faço quase todas as noites nos últimos duzentos anos.

As ruas estão molhadas e vazias devido ao frio e a recente chuva, mas o parque, apesar de molhado, era iluminado pela luz da lua e dos postes deixando uma paisagem calma e agradável.

Comecei a caminhar por entre bancos e arvores. Algumas flores ainda resistiam ao frio da estação que começava. Tudo parece calmo e vazio ao meu redor.

Ouso passos em minha direção. Uma emboscada... Há oito cheiros vindos de direções diferentes. O vento soprava sereno por entre as árvores. Alguns morcegos voavam escondidos na escuridão. Vejo um vulto se mexendo por entre os ramos de sákura que logo se revela:

— Ora ora ora... Enfim nos encontramos, Princesa Kuran...

Um homem alto de feições dura me encarava. Trazia nas mãos um arco e na aljava, dezenas de flechas feitas de metal-mãe. Logo, outro apareceu a alguns metros de distancia do primeiro:

— Chega de tolerar seus atos irresponsáveis. Você está fora de controle!

Era um homem robusto e intimidador. Trajava um sobretudo preto e carregava um grande epesado martelo nas mãos

— Estão aqui para me matar? – perguntei sem realmente me importar com a resposta. Após tantos anos talvez esse fosse o único caminho para mim. È preferível a morte á loucura – Não me importo com meu destino mas sei que se seguirem em frente Kaname destruirá a todos e já estou farta de mortes desnecessárias...

— Seu protetor não está mais aqui para salva-la e Kanamejamais saberá quem a matou – olhei em direção dessa nova voz e vi outro caçador. Era jovem, moreno e empunhava uma espada – não resista. Você já foi companheira de um líder dos caçadores. É realmente triste que tenha decaído a tal ponto.

Outros começaram a aparecer de todas as direções formando um circulo a minha volta. Olhei bem para eles. A maioria jovem. A quarta era uma caçadora de longos cabelos negros, carregava uma espingarda. Ao seu lado outra moça de cabelos claros e roupa preta de couro trazia punhais. O sexto era um homem jovem, cabelo curto, castanhos e com brilhantes garras de aço adornando as mãos. Outros dois estavam atrás de mim. Um alto de olhar cruel segurando duas foices de mão e outro, de casaco preto, com correntes.

— Chegou seu fim, Kuran!!

Sinto uma lâmina ser arremessada contra mim e por reflexo pego a Artêmis, mas antes que pudesse transformá-la um dos caçadores avança sobre mim com a espada. Desvio-me desse ataque mas sinto flechas penetrando meu ventre. Bloqueio os outros ataques com a Artêmis mas ela se mostrava inútil contra humanos. Era, afinal, uma arma anti-vampiros...

Jogo minha arma no chão e me concentro. Meus olhos ficam vermelhos, faço surgir garras e os ataco. Não sei quanto tempo aquela luta durou, mas certamentefoi muito mais que o esperado para alguém como eu. Uma Puro-sangue deveria saber lutar, deveria destruir seu oponente em frações de segundos, mas eu não conseguia ser assim. Kaname jamais me ensinou a usar meus poderes. Agora eu estava sozinha e tinha de aprender a me virar.

Sinto minhas garras destroçando corpos, rasgando peles sujando-se com aquele sangue tão repugnante e ao mesmo tempo desejável.. Porem fortes correntes me envolve e é quando percebo o quão debilitado estou. Não consigo me libertar.

Por um segundo sinto que é o meu fim. Caio no chão exausta e coberta de sangue. Não consigo mais lutar. Sinto a corrente apertar mais e quando estava prestes a desistir a voz de Zero, tão profundamente guardada na memoria, me vem à tona:

“Não quero morrer pelas mãos daqueles monstros malditos, tampouco ser caçado como um Level End. Se esse dia chegar, mate-me com suas próprias mãos Yuuki...”

“... Mate-me...”

Não. Você jamais decaiu. Foi forte e lutou com todas as suas forças contra aquele destino cruel. Quando finalmente pensamos ter encontrado a paz aquela revolta pôs fim ao nosso amor. Você morreu para me salvar. Deu sua vida para me proteger. Você destruiu todos os meus inimigos e agora eu preciso viver.

Concentro toda a força que resta em mim. O chão começa a tremer e se partir sob meu comando. Árvores e pedras voam e se chocam contra meus oponentes. Quebro as correntes, levanto-me e ataco os que ainda resistem em pé.

 Aquele homem de olhar cruel é o ultimo. Suas foices ferem-me trespassando meu peito do lado direito. Caminho para mais perto dele que me olha assustado. Quanto mais me aproximo mais as foices penetravam-me.

— Eu não vou mata-lo. Não sou uma assassina e nem quero enfraquecer os caçadores com tantas perdas, mas sentirá a mesma dor que me fez sentir.

Seguro seu ombro e com uma força até então desconhecida por mim estilhaço seu ossos e jogo seu corpo para longe, ainda vivo. Acabou.

O vento soprava sereno espalhando o cheiro de sangue por todo o local. Sinto dor. Não pelos ferimentos, que cicatrizavam. Era outra dor. Profunda, latente, que desde aquele dia ardia em meu peito. Solidão. Culpa. Nojo do que me tornei, do que acabara de fazer... Um vazio profundo me oprimia.

Começo a correr por entre as arvores desesperada. Vai passar... Essa dor... Precisa passar...

Não consigo...

... O que é isso?!...

                           ... O que me tornei?...

                                                               ... Por quê?...

— Kaname...

            ... Não consigo mais resistir...

— Kaname, por favor, volte!...

                                                      ... Eu não posso...

                                                                                    ...Não sozinha...

Sinto o vento contra minha pele. A paisagem girava ao meu redor, tudo se borrava devido à velocidade e as lágrimas que teimavam em molhar meu rosto. De repente sinto meu corpo bater no chão num baque mudo.

Flap   Flap    Flap  ...

Batidas de asas fazem-se ouvir cortando o silêncio da floresta e logo uma mão carinhosa acaricia meu rosto.

— Minha doce criança – diz a voz – está tão cansada e abatida... Deseja-me novamente após tantos anos?

— Sim... – falo com a voz ofegante e cortada.

Foi a única coisa que pude disser. As palavras engasgadas em minha garganta. As lágrimas escorriam misturadas ao sangue e se se dissolviam na terra.

Eu estava exausta. Há muito desejava a morte, o esquecimento... Mas foi só neste momento que eu percebi que queria algo mais. Aquele abraço protetor que me envolvia possessivo, aquela voz doce que me acalmava sempre. O cheiro suave e viril, as mãos que tão gentilmente tocavam meu rosto, cabelo...

... Sim. Eu queria Kaname novamente. Senti-lo. Os anos que passei com Zero foram mágicos, mas acabaram. Não suporto mais a solidão. Quero viver.

— Oni-sama... Kaname... Eu...

— Não precisa dizer mais nada. A solidão é avassaladora. Suas escolhas, Yuuki, a trouxeram até aqui e ninguém pode julga-la por seguir seu coração. Mas agora está na hora de descansar. Deixe-me cuidar de você, para sempre.

“... Para sempre...”

“... Eu sempre aceitarei você...”

Sinto seus braços fortes a levantar-me e apertar-me contra seu corpo, protetor. O som de seus passos logo transformados num sincronizado bater de asas nos levam para algum lugar. Não importa onde... Estou com ele.

Sim. Esse é o nosso destino...

... Dê-me vida...

         ... Kaname...

~~~~~^^~~~~End~~~~^^~~~~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ufa!!! Terminei!! Espero que tenham gostado, não sei se ficou confusa mas me esforcei para deixa-la dramática e coerente.
Gomenasai...
Vampire Knight é meu mangá/anime favorito (é... Kanamete de carteirinha) e a fic se passa mais ou menos 150 anos após o capitulo atual. A luta entre vampiros acabou e Kaname aceitou seu destino como líder. Yuuki rejeitou o amor de Kaname para viver com Zero e, após a morte deste, preferiu a solidão...
Bem, é isso! Comentem! Deixem criticas, opiniões e dicas pois só assim saberei meus erros!!
Os. A fanfic ainda não foi betada. Se alguém quiser se habilitar vai fazer uma iniciante muito feliz!
Pps. Cada reviews que vocês deixam de postar uma escritora MORRE!
... EU QUERO VIVEEER!!!!!!!!!!!!!!
Bye Bye