Lua De Sangue escrita por JhesyAckles


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada gostaria de agradecer pelos Reviews.



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Voltar pra casa nunca tinha sido tão dificil.

Eu sabia que levaria uma bronca quando chegasse por não ter passado o dia em casa... Mas, eu simplesmente não me importava. Nada importava. Nada.

Fui durante todo o caminho repassando cada detalhe de nosso encontro em minha mente...

Tudo tinha sido tão perfeito... 

- Não, Lana, isso não é justificativa! - Marcus explodia comigo. 

- Que droga, Marcus, eu já lhe disse, eu perdi a hora, ok? - eu comecei a ficar irritada. 

- O que já te falamos Lana? A floresta está perigosa. Há lobisomens soltos. Era para você sair, se alimentar, e voltar direto pra casa!

- Eu fui me lavar no lago e acabei ficando por lá mais do que deveria, só isso. 

- Você podia ter morrido, droga. Perder a hora para você não é o mesmo que para os humanos. Se o sol nascer e você não estiver abrigada, você morre. É tão dificil entender isso? 

- Não, não é dificil. Eu podia morrer, mas eu não morri! Tá bom? - eu falava com a voz alterada. - Estou muito viva. E eu não sou uma completa idiota, não podia voltar pra casa mas me abriguei onde não havia sol. 

- Ah, é? E que lugar era esse?

- Uma caverna. Está satisfeito? 

- Não, não estou!

- Tanto faz. Agora, se não se importa, vou para o meu quarto, cansei dessa conversa. - eu falei, e antes que ele pudesse responder já estava em meu quarto com a porta trancada, como se isso fosse resolver, caso ele quisesse entrar... 

Mal havia entrado em meu quarto ouvi o toque da campainha, então me dei conta de algo que não tinha notado. Havia um cheiro a mais aqui em casa. E eu conhecia esse cheiro, conhecia bem esse cheiro... Quantas e quantas vezes esse não fora o unico cheiro a me confortar...

Então ouvi sua voz... 

- Olá, Marcus, Lana está em casa?

- Está sim Lucas, está no quarto.

Cheguei a sala em meio segundo. 

- Não, eu estou aqui. O que você veio fazer aqui?

- Vim conversar com você, já que por telefone é impossivel, não é?  Podemos conversar uns minutos?  Juro que não tomarei muito do seu tempo. 

- Tudo bem então - eu respirei fundo. - Vamos lá em cima. 

Fomos até meu quarto.

- Tudo bem, pode dizer.

- Lana, eu sinto muito, por tudo... 

- Olha Lucas... - eu disse impaciente. Aquele discurso eu já conhecia bem.

- Não, deixa eu terminar, sim? - ele me olhava nos olhos. - Eu sinto sua falta, não consigo te esquecer caramba... Eu sei que errei, mas eu te amo. Nós iamos nos casar, lembra? Iamos liderar os vampiros, juntos... Ficariamos juntos pela eternidade. Será que foi tão fácil me esquecer, esquecer todos os nosso planos? 

- Não, não foi fácil te esquecer, eu sofri muito por sua causa, chorei muito, mas tudo isso passou. Eu já não sinto mais nada por você, e não acho que você sinta por mim, se me amasse tanto quanto diz não teria feito o que fez. - eu dizia com um tom de amargura na voz. - Lucas, acabou.  Eu não te amo mais. 

- Sim, você me ama. - ele veio rápido e em meio segundo estava com as mãos em meus pulsos. - Você não pode ter me esquecido assim tão fácil. Você não pode ter esquecido todas as promessas que fizemos. 

- Não, eu não te amo. - eu me soltei de seu aperto fácilmente. - E, sinceramente? Não, eu não esqueci todas as promessas que fizemos, promessas que não se cumpriram!

- Lana, eu te amo!

- Quer parar de dizer isso? Que droga.

- Você tem outra pessoa, não tem? - ele me olhou com desconfiança.

- E se tiver? Não te devo satisfações da minha vida, Lucas. 

- Eu sabia! - ele agora me olhava com um certo brilho de odio no olhar, seu orgulho fora ferido. - Se não tivesse outra pessoa você não me rejeitaria dessa maneira. 

- Sim, rejeitaria! Eu não te quero mais, é muito dificil entender isso? Você me machucou muito, você pisou em mim, e isso não há como perdoar ou esquecer. 

- Quem é ele? - ele continuou dizendo como se não tivesse ouvido nenhuma palavra do que eu tinha dito.

- Qual é o nome dele? Ele é vampiro ou mortal? 

- Quer parar com o interrogatorio? E para que diabos você quer saber? - eu trovejei - Isso não lhe diz respeito!

- É claro que diz. Você é minha! - ele começou a alterar a voz. - Minha e de mais ninguém! 

- Eu não sou sua!

- Sempre foi, e sempre vai ser.  - ele cerrou os dentes. - Isso não vai ficar assim. - ele falou e foi embora.

Ao sair bateu a porta do quarto com tamanha força que a arrancou do portal.

Que otimo.

Mas esse era o menor dos meus problemas, eu nunca vira Lucas daquela maneira, seus olhos pareciam brilhavam de odio. 

Eu sabia que ele não reagiria bem com isso tudo, mas não sabia que seria dessa maneira. 

De uma coisa eu tinha certeza, Lucas não ia descançar até saber quem era Daniel, e quando descobrisse, Daniel iria morrer.

Não havia maneiras de um mortal vencer um vampiro sádico em uma luta. Lucas iria matar Daniel. E isso, eu não iria aceitar, isso eu não iria suportar.

Eu tinha que me afastar dele, mas eu não podia fazer isso... Sei que estava sendo extremamente egoista, mas... Nunca senti por ninguém o que senti por ele, e depois de tudo o que passamos...

A outra opção era fazer como Marcus fez com minha mãe e transforma-lo... O que não iria parar a raiva de Lucas, mas caso algo acontecesse Daniel não estaria em uma desvantagem assim tão grande...

Mas isso implicaria em dizer a ele toda a verdade, isso iria assusta-lo...

Será que ele ia entender?

Será que ele ia aceitar?

Será que continuaria comigo depois de tudo?

Eu precisava saber... Peguei meu celular e liguei pra ele, ele atendeu no segundo toque.

- Oi, Lana. - sua voz tinha o dom de me acalmar.

- Daniel, precisamos conversar... E o assunto é um tanto delicado... 

- Pode falar. 

- Não, por telefone não... Será que poderiamos no encontrar? 

- Agora? - ele perguntou então olhei em meu rélogio. Não daria tempo...

- Não, pode ser amanhã a noite? No lago?

- Amanhã... - ele parecia meio inseguro. - Amanhã não vou poder... Tenho alguns compromissos e não posso desmarcar... Poderia ser depois de amanhã no mesmo horário?

- Tudo bem, se não há outra maneira... - eu suspirei. 

- Você está me deixando preocupado... Você está bem? 

- Estou sim... Quando nos encontrarmos conversamos, sim?

- Está bem. - a voz dele mostrava que ele estava preocupado. 

Ouvi passos vindo em direção ao meu quarto. Minha mãe. Seu cheiro era inconfundivel. 

- Preciso desligar agora... 

- Tudo bem... Ei, Lana... 

- Sim?!

- Eu te amo. - eu sorri. 

- Eu também te amo.  - eu disse, desliguei o telefone e então minha mãe entrou no quarto.

- O que houve aqui? - ela disse quando viu a porta pendurada.

- Lucas. 

- Lucas? Porque ele fez isso? 

- É um idiota. Veio pedir para voltarmos, eu disse que não e ele ficou furioso, bem, minha porta pagou o pato...

- Ah sim... Conversamos sobre isso mais tarde, agora tenho um assunto mais urgente pra tratar com você. 

- Então fale. - eu disse me jogando na cama. - sou toda ouvidos. 

- Quando foi a ultima vez que você se alimentou?

- Ontem a noite, porque? 

- Ainda está satisfeita, ou precisa de mais sangue?

- Estou bem, provavelmente só volte a me alimentar em uns três dias. E eu volto a lhe perguntar, porque?

- Você não vai sair amanhã a noite. 

- O que? Isso agora é um castigo? 

- Não, filha, não tem nada a ver com castigo, amanhã é noite de lua cheia e bem, você sabe...

- Sei, os tais lobisomens... - eu suspirei. - Não se preocupe, eu não tinha planos de sair essa noite mesmo... 

- Então está bem. - ela sorriu. - E quanto ao Lucas... Porque você não dá outra chance pra ele? Vocês ficam tão lindo juntos...  Ele parecia bem arrependido do que fez e...

- Mamãe, esqueça isso, ok? Lucas é um idiota, eu não vou voltar com ele e ponto final.

- Calma, só foi uma sugestão. - ela suspirou. - bem, vou sair com Marcus para caçar... Estou faminta, e ele não quer que eu saia amanhã também... Ele, Lucas e os outros estão planejando olhar a floresta amanhã a noite, não achei uma boa ideia, mas, bem, você sabe como é argumentar com Marcus quando ele enfia algo na cabeça... 

- É uma total perda de tempo. Eu sei. Mas, vá logo, já está tarde. 

- Até daqui a pouco. - ela disse e saiu.

- Até...

Mamãe não iria me deixar sair na proxima noite, o que significaria passar a noite aguentando o tédio dessa casa e possivelmente vários vampiros reunidos aqui, uma chatisse...

E pior ainda, eu precisava falar com Daniel e mais rápido possivel, mas teria que esperar dois dias e uma noite para o nosso encontro...

Por um lado era bom, me daria mais tempo para pensar no que dizer e em como dizer a ele...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, postarei os proximos conforme os Reviews chegarem.