Aira Snape - A Comensal escrita por Ma Argilero


Capítulo 1
Meu novo eu


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo. Espero que gostem. Não me matem pelo que escrevi. Já era esperado.



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Eu não queria mais existir depois de saber que perdi pra sempre o Fred. O perdi. Não consigo me imaginar sem ele, sem senti-lo... Eu sinto falta dele. Me peguei várias vezes pensando nele enquanto me desligava do mundo.

O que posso fazer se ele preferiu a cobra em vez de mim? A única coisa que me resta é esperar encontrar alguém que me ame.

Sentei-me no sofá com o livro aberto diante de meu rosto. Eu procurava ler pra ocupar meu tempo vago nessas férias de verão, mas não adiantava muito, várias vezes meu pensamento ia em direção ao Fred.

Os dias eram tão chatos ali, sozinha e carente. Resolvi passear pela cidade, mas não foi tão agradável. A única coisa útil que tive na caminhada, foi a compra de um romance. Estava precinsando de algo desse gênero pra ler.

Comecei a ler, assim que cheguei em casa. Jogada no sofá, de qualquer jeito li mais de trinta páginas. Estava pregada na história. Nem percebi quando meu pai entrou e pendurou a capa.

–- O que está lendo?

Olhei pra ele. percebi que estava toda dolorida. Endireitei-me e massageei a coluna e meu pescoço. Vi-o aproximar-se e pegar meu livro.

–- Romance?

–-Estava precisando.

Ele colocou o livro devolta sobre o sofá e me obervou. Pensei que ele fosse dizer pra eu não ficar largada no sofá. O que ele falou me fez temer muito.

–- Vamos pra mansão Malfoy.

Fiquei paralisada. Não queria ver Voldemort novamente. Já bastava uma vez. Outra não saberia se minha reação seria boa. Sem modo de contradizer, fui ao meu quarto me arrumar. Sete meses sem sequer vê-lo. Poderia ser o resto de minha vida.

Aterrorizada, entrei na sala e o vi sentado em seu trono. Todos estavam sérios. Eu odiava ter olhares de insatisfação voltados a mim.

Usei da oclumência. O momento era crítico. Não queria expor minha família - o que ainda me resta - e perdê-los. Olhei para o Lord e procurei demonstrar estar calma. No fundo eu estava querendo sair dali, mas aos poucos fui me acostumando com a presença dele. Eu não poderia fugir dele pra sempre.

Implorei em pensamento que ele dissesse logo o motivo de eu estar ali. Em imediato veio à minha mente o que ele me disse em nosso ultimo encontro. "Se eu te proposse algo, aceitaria?". Congelei. Ele queria algo de mim.

–- Bem vindo, meus comensais -- não fiz a reverência, mas vi Draco fazendo. Se ele não fizesse seria torturado pela tia. Se eu tivesse um parente como ela, já a teria matado. -- Peço desulpas por pedir que vinhessem até mim em cima da hora, mas hoje é um dia muito especial para todos nós.

Esse discurso estava me deixando nervosa.

–- Hoje, dois jovens excelentes alunos e com características para serem meus seguidores, se tornarão meus comensais.

Só haviam dois jovens ali: eu e Draco. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Eu, uma comensal da morte? Engoli em seco e continuei a ouvi-lo.

–- Draco já está apto a ser um de nós -- ele olhou para Draco. -- Aira -- ele voltou-se para mim. -- Você sempre esteve preparada.

Pensei em algo pra falar, mas o que eu diria? Não poderia dizer que me envolvi com grifinórios e não sou Sonserina de coração.

–- Então é hoje que farei parte de vocês? -- Fui sarcástica de uma forma que eu queria que ele não entendesse.Tecnicamente eu já fazia parte. Voldemort fazia questão de que eu soubesse dos seus planos, desde que completei dezesseis anos. Ele estava me treinando.

Lord Voldemort aproximou-se de mim. Tive que afastar um pouco minha cabeça. Ele quase tocava em mim. Não quero nem pensar qual seria a sensação de ter aquelas mãos frias e esqueléticas tocar minha pele.

–- Você será a primeira -- ele descobriu que eu não quero ser comensal.

Ele estendeu sua varinha e apontou ao meu pai.

–- Cruccio.

Meu pai caiu no chão e começou a se contorcer. Voldermort não exibia nenhum sorriso como Bellatrix, quando lançava alguma tortura. Ele estava fazendo isso pra me fazer escolher ser uma de seus comensais.

Os olhos de meu pai diziam para eu não aceitar. Mas eu não queria que ele sofresse. Eu olhei pra ele e não tive dúvidas de minha decisão.

–- Pare.

Voldemort parou e olhou-me.

–- Aceito ser sua comensal.

–- Amor... -- ouvi Bellatrix dizer com nojo.

–- E se for?

Ela ficou calada. Voldermort aproximou-se de mim e segurou meu braço esquerdo deixando a mostra meu pulso. Ele era gelado; parecia um morto vivo. Foi repugnante. Rabicho veio até mim com um ferro em brasa e o comprimiu contra minha pele. Senti vontade de gritar, mas conti tudo dentro de mim. Meu pai me olhava, indignado com minha escolha. Voldermort proferiu um feitiço e fez a serpente criar vida.

Fiquei a observando. Era idêntica a de Crouch. Ele com certeza teria me proibido de ser uma se estivesse vivo. Pensei na missão que ele tinha de matar o Harry Potter. Eu não seria mandada pra fazer algo assim. Estava torcendo pra que ele não me pedisse nada.

Draco foi o próximo. Ele aguentou firme os dois passos. Ele juntou-se a mim, esperando pelas ordens do nosso mestre.


§§§


Não sei porquê fiz aquilo!

Tivemos que ir eu mais alguns comensais e Draco para uma vila. Era o modo de avaliação para que fossêmos permitidos a ser comensais.

A louca da Lestrange resolveu que me levaria até uma casa e a incendiaria. Ela entrou na casa, após abrir a porta. Bellatrix quebrou um vaso. Era questão de minutos até os donos da casa aparecerem. Um homem desceu a escada, munido de um guarda-chuva. Bellatrix riu histericamente e lançou o Estupefaça nele antes que se desse conta de quem estava invadindo sua moradia.

Ela aproximou-se dele e o chutou. Vi uma mulher descendo a escada. Queria avisá-la do perigo, mas foi tarde demais, essa foi atingida por um feitiço e caiu. Verifiquei a respiração e pulsação da mulher e ela continuava viva. Fiquei aliviada em saber que não aconteceu nada de grave pela queda.

–- Anne! Anne! -- olhei para o homem que gritava. -- O que fizeram com ela? O que foi isso?

–- Ela ainda está viva -- sooei negativa, pois ele me olhou assustado.

Ele levantou-se e pegou o telefone na mesinha e começou a discar. Retirei o telefone dele usando o Accio.

–- O que vocês querem? Não tem nada de valor aqui? Minha mulher, meu filho...

Olhei aonde ele estava olhando e vi uma criança prestes a chorar - De onde ela apareceu? - Quando me aproximei dela, ela soltou suas lágrimas e desceu correndo a escada. Ela tentou passar pela Bellatrix, mas esta a segurou. Lestrange apontou a varinha pra cabeça do menino que não passava dos sete anos. Ele estava apavorado.

–- Não quer que eu faça nada de mal a ele, não é?

Eu sabia que a Bellatrix era maluca, mas o que ela fez? Ela jogou o menino no chão.

–- Avada Kedavra.

Levantei a varinha pra tentar protegê-lo, mas era tarde demais. O garoto caiu duro no chão, de olhos abertos e aterrorizado. O homem aproximou-se do filho e chorou ao constatar que ele estava morto. Senti um aperto no coração. Eu queria matar a Lestrange por fazer aquilo.

Deixei a maluca e fui ver como estava a mulher. Ela estava acordada e chorando baixinho. Abaixei-me e sussurrei:

–- Vai acabar logo.

Eu tentava usar frases que eles entendessem o real motivos de falá-las e que Bellatrix penssasse que eu estava do seu lado, mas a mulher entendeu errado e avançou pra cima de mim, agarrando meu pescoço. Ela ficou por cima de mim, gritando.

–- Vocês mataram meu filho! Mataram o John!

Não tenrei revidar, apenas deixei ela ficar furiosa comigo. Eu merecia. Deveria ter segurado o menino e deixado longe do caminho da Bellatrix. A culpa dele estar morto era minha.

–- Anne...

Olhei para onde os dois estavam e vi ele caído no chão.

–- Não!

No momento de distração dela, peguei minha adaga. Minha varinha estava longe de mim. Eu acertaria na barriga dela, um lugar que aparentemente poderia causar bastante estrago, mas não seria fatal. Mas ela jogou-se sobre mim e não consegui mirar a tempo, cravei a adaga em seu peito. Ela caiu ao meu lado, sangrando e segurando a adaga.

Bellatrix aproximou-se e usou a maldição da morte pra acabar com aquilo. Sem escolhas, retirei a adaga suja de sangue a limpei em minhas vestes negras antes de guardá-la.

Fui ao encontro dos outros comensais, enquanto Bellatrix incendiava a casa. Draco conseguiu cumprir o que lhe foi mandado.

Voltei pra casa e me tranquei no quarto, chorando muito. Eu havia matado uma pessoa inocente. Eu era uma assassina.



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Notas finais do capítulo

Quem será o primeiro a me enviar um review?