Voz: Brennan 

Voltei contando os passos, o caminho de volta me pareceu infinitamente menos longo do que o caminho para chegar até ali. Sorria. Mesmo estando longe de tudo o que mais amava, me sentia feliz... Ainda sentia o toque de Booth em minha pele, e podia escutar os risos de Sophie... Estava longe, muito longe daquela realidade. Estava pronta, realmente pronta, para enfrentar todas as dificuldades e esperar por Booth... Algo me dizia que ele não desistiria, que ele me procuraria até o fim. O vento, o ar puro, as árvores que balançavam... Tudo era maravilhoso naquele momento. Pouco me importava voltar para a realidade que tanto me assustava... Estaria com eles, seria forte, e esperaria. Voltando, as palavras direcionadas a mim se resumiram a ruídos... Não me importava com as provocações de Ben, com o tom nojento de Nathan e os outros que também se dirigiam a mim... Naquele momento, apenas apreciava o milagre personificado em Jung, que salvara minha vida... Que me dera a chance de ainda acreditar. Entrei na cabana, peguei uma grande quantidade de folhas de papel, e uma caneta. Separei apenas uma para escrever, e as demais guardei no fundo da bolsa amarela. Já estava seca, não me preocupei em trocar de roupa... Estava ansiosa, realmente ansiosa, para colocar em prática meu próximo projeto. Os dias passavam, não tinha como contá-los... E por mais que não quisesse registrá-los, deveria. Poderiam ser apenas rabiscos, desenhos, rascunhos... Mas era uma maneira de me aproximar de Booth e Sophie. Afastei algumas mechas de cabelo, colocando-as para trás da orelha, e comecei...

“Não sei que dia é hoje, e também não importa tanto quando o tempo parece na verdade não passar. Eu sinto tanta falta de vocês... Hoje, experimentando um pouco da morte, os enxerguei. Senti que estavam por perto, mesmo não estando realmente, mesmo sendo impossível. Mas não sei mais se certas coisas são impossíveis, acordar me parecia algo impossível hoje mais cedo. Um índio, Jung, me salvou. Ele foi embora, mas sei que voltará... Me deu meu segundo apelido, Mani – Aiá, ainda não sei o que significa. Ás vezes, quando me sinto sozinha, me imagino por perto... Estou realmente longe, e algumas situações são difíceis, mas Booth, sei que não vai desistir. Eu não vou, também. Aguentarei firme, até o fim, pois sei que um dia você vai chegar... Trazer de volta tudo o que mais quero e amo.

Com carinho, “Bones”, mamãe.”