POV Emily

 O Nico vai me matar! Ai meus deuses! Essa é a única coisa que eu consigo pensar no momento.

 Nós dois subimos o elevador em silencio, sem dizer nada, e aquilo estava me irritando profundamente. Quando chegamos ao quarto comecei a arrumar minha mala. Nico também arrumava a dele sem dizer nada.

 -Tudo bem – eu disse me virando – O que aconteceu?

-Nada – ele disse fechando sua mochila.

-Eu sei que aconteceu alguma coisa. – eu disse – Você está bravo, né?

-Sim, eu estou – ele disse.

Respirei fundo. Ai não!

-Olha Nico – eu comecei – Eu vi o Beck sozinho e triste e fui conversar com ele, para ele desabafar. No começo ele foi gentil, mas depois ele me deu a maior cantada, mas eu recuei...

-Eu não estou bravo com você – ele me interrompeu.

-Não? – eu perguntei confusa.

Ele chegou perto de mim e colocou uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.

-Eu vi que você recuou – ele disse – Eu estou brava é com o Beck.

Sorri um pouco.

-Por que eu ficaria bravo com você? – ele perguntou.

-Sei lá. Ciúmes?

-Você tentou ajuda-lo e depois recuou e olhou com nojo, e eu gostei disso.

Abracei-o. Sabe, às vezes um abraço é muito melhor que um beijo.

-Vamos logo – ele disse pegando nossas mochilas, teríamos uma viagem longa até o acampamento.

POV Agatha

Depois de Jake tomar café da manhã, comendo como um louco, eu, ele e André fomos até a floresta procurar alguma pista sobre nossa missão. Andamos duas horas, sem parar. Eu já estava morta de cansaço e não conseguia dar mais nenhum passo.

-Chega! – eu disse – Vamos parar um pouco.

Sentei em uma pedra e comecei a respirar fortemente, já que estava com falta de ar.

 Jake e André sentaram também. Peguei a nossa garrafa, era a ultima.

-Só tem mais um gole – eu disse – Alguém quer?

Os dois olharam para a garrafa com muita vontade.

-Não – André disse.

-Pode ficar – Jake disse.

-Vocês estão com sede – eu disse – Podem beber.

-Você esta quase ser voz Agatha – André disse – Beba isso!

-Odeio admitir – Jake disse – Mas ele tem razão, você está péssima. E alem do mais, eu não preciso de tanta água.

 Eu queria discutir, mas eu estava morrendo de sede. Bebi o resto de água, e foi um alivio para mim, sentir aquela água, mesmo quente, descendo pela minha garganta.

-Acabou – eu disse amassando a garrafa.

-Tem um lago aqui perto – Jake disse usando seus poderes – Podemos ir até lá para abastecermos.

-Vamos beber água de um lago? – André disse com nojo.

-Prefere morrer de sede? – Jake disse.

 Todos afirmaram. Seguimos Jake até o lugar onde ele dizia ter um lago. No caminho ouvi um barulho. Olhei para trás mais não vi nada. Ignorei e continuei a andar.

 Um tempo depois ouvi o mesmo barulho, só que mais perto. Virei-me de novo. Nada.

-Algum problema amor? – Jake disse chegando perto de mim.

-Nenhum. – eu disse desconfiada.

-Eu te conheço – ele insistiu – O que...

Aaaaaaaahhhh!

Ouvimos o som do grito de André, por mais que eu não gostasse dele, ele estava na missão, tínhamos que salva-lo.

 Comecei a correr, com Jake logo atrás, em direção de onde veio o grito.

 Vi André desmaiado no chão, com um monstro ao seu lado. Aquilo mexeu comigo, que me fez gritar também.

 Jake entrou em desespero por me ver desesperada, e não sabia o que fazer. Senti duas mãos em minha boca e nariz, tentei me debater, mas não foi suficiente. Um tempo depois senti uma tontura e não lembro de mais nada.