Primeiro problema em Forks

Capitulo 3

Estrada das lamentações.

Edward POV

Eu não posso acreditar que Emmett fez isso, ele estragou a chance perfeita de Rose e eu competirmos uma corrida incrível sem a menor chance do papai e a mamãe descobrirem, se eu não fosse apanhar também, eu podia até ficar feliz por Rosalie ter aberto aquele bocão dela.

Cara! Por que ela simplismente não consegue ficar calada? A boca da Rose está sempre abrindo na hora e de forma errada.

Mas tenho que admitir que mesmo que eu não fosse apanhar eu não estaria feliz, dessa vez o meu mano está realmente ferrado.

O papai vem dizendo a mais de mês que está colecionando suas travessuras...

"Emmett Emmett! seu copo está cheio Emmett! seu copo está quase transbordado! Quando eu te pegar você me paga!"

Meu irmão lembrou-se das palavras dele, enquanto veneno escorria dos seus olhos.

Eu estou morrendo de pena do Em agora, porque se esta era para ser a gota d'água, posso dizer que está mais para um gole.

Todos apostamos, mas ele, apostou, mentiu, trapaceou, escondeu a verdade do papai quando ele perguntou, e ainda se negou a entrar no carro quando ele mandou, Puta que pariu! Eu não quero nem ver!

Eu podia ouvir seus pensamentos.

"Eu to morto... Eu to ferrado...Papai vai me matar... Se pudesse fugir... Não, fugir não, fugir vai ser pior... Mamãe! Será que ela está muito brava também? Talvez ela me ajude se eu chorar antes!... Como se eu não chorasse sempre... Como se eu já não estivesse chorando!"

Os pensamentos dele estavam frenéticos, mas não tanto quanto os de Alice ela estava buscando o futuro nas decisões do papai.

Ele estava tão nervoso que não conseguia pensar e se decidir direito, não era sempre que ele tinha que punir todos seus filhos de uma só vez, isso só aconteceu duas vezes em todos seus anos de pai, e da primeira, éramos somente Rose, Em e eu, da outra vez, foi a do racha com carros roubados, e olha que nem foi uma surra, foi somente uma cintada e um ano de castigo.

Jasper estava consolando Alice, que estava se debulhando em lágrimas no banco do carona, Rose e eu estávamos no banco de trás.

"Proibidos de dirigir desde já!"

Foi o que mamãe dissera num sussurro gelado, antes de entrar no carro enquanto papai estava grudado na orelha de Emmett.

Jazz também estava tentando acalmar a todos nós, o que era impossível porque o seu traseiro estava junto com o nosso na reta.

Os pensamentos de Rosalie, pra variar, eram só palavrões, ela estava culpando a todos nos, inclusive Emmett , por tudo, como se, a briga sobre o carro melhor, não tivesse partido dela mesma.

Eu queria só ver se papai e mamãe, pudessem ouvir as palavrinhas lindas que não saem da boca da princesa deles, ela pode ser rude, perto deles, e até já apanhou por isso, mas ela e esperta suficiente pra escolher as palavras quando eles estão por perto, somente meus irmãos e eu, é que sabemos o quão extenso e o vocabulário da princesinha do Carlisle.

Ainda bem que eu estou de ficha limpa desde a última surra, meu "copo" está vazio, papai não e muito de bater por qualquer coisa, e eu tenho estado no meu melhor comportamento desde que eu matei um mês inteiro de aula escondido.

A estrada de casa já apontara entre as árvores e a vontade de pular desse Jipe aumentava cada vez mais, mas eu não era nem louco de tentar uma manobra arriscada dessas, o homem já estava fumando e definitivamente não era o momento de tentar novas estratégias.

"Você parece um sorvete se derretendo desse jeito, toda vez você faz isso, parece um bebê"

Rosalie disse me provocando quando veneno começou escorrer dos meus olhos.

Eu não podia agüentar mais, eu estava tão nervoso e com medo, Carlisle ficou louco depois do ultimo incidente envolvendo carros e estrada, Rose e eu já tínhamos sido avisados, não só de uma surra, mas também de perder os carros, teríamos sorte se pudéssemos ir com o Volvo pro colégio.

Ainda bem que ele matriculou agente em colégio público, de qualquer forma o MW da Rosalie e o meu Aston não seriam permitidos, pra não chamar atenção, nem eles nem os outros carros de coleção, tomara que pelo menos o Volvo seja liberado.

Papai parou o carro do lado de fora da casa, não se dando o trabalho de estacionar na garagem, Jasper parou o Jipe, mas ninguém queria ser o primeiro a descer.

Eu pulei quando ouvi o estrondo que meu pai fez ao bater a porta do carro.

Minha mãe suspirou chateada, eu vi nos seus pensamentos ela não queria que meu pai batesse em ninguém, mas ela estava tão triste com todos os seus filhos ao mesmo tempo, por provocar toda essa situação, e o pior de tudo, por obrigar meu pai ter que fazer isso.

Carlisle era pura compaixão, vampiro e médico ao mesmo tempo, um marido exemplar e o único pai que nos tínhamos, ele nunca deixaria de nos disciplinar, porque ele era o responsável por sermos uma família e não um covém.

Por mais que ele odiasse nos bater, jamais nos permitiria sair da linha ou ultrapassar os limites que ele mesmo traçou pro nosso próprio bem, e desde que ele existe, uma boa palmada sempre foi a melhor forma de manter os filhos na linha.

Eu sabia que ele nos amava o suficiente pra não fazer vista grossa com a nossa desobediência, eu sempre vira em seus pensamentos, seu maior medo era perder sua família, desde o dia em que eu o desrespeitei numa crise rebelde e sumi, saindo de casa e me alimentando de humanos.

Ele viu o meu sofrimento por ter matado humanos e se arrependeu, por não ter me dado uma boa surra e me mandado pro quarto de castigo, na noite em que eu disse na cara dele que ele não era pai e não mandava em mim.

Lembro-me até hoje de suas palavras pra mamãe.

"Uma palmada teria doido muito menos Esme, olha como ele está, isso nunca mais vai acontecer, ele e meu filho, e a partir de hoje vai ser tratado como tal."

"Emmett Cullen! Saia já desse carro!"

A bronca do meu pai me trouxe de volta ao presente.

Nós quatro achamos melhor não testar sua paciência e saímos também, eu odeio admitir, mas minha irmã tinha razão, eu parecia muito um bebê agora.

Mas Alice e eu, éramos os caçulas, ainda tínhamos essa desculpa, mas ver o meu irmão mais velho nessa situação não eram tão divertido quanto parece, ele estava mesmo fudido.

Alice estava enterrada no peito do Jasper, Rosalie tremia em seus pensamentos, mas insistia em fazer cara de ofendida se fazendo de vítima, Emmett ainda estava no banco de trás do Mercedes olhando suplicante pra o meu pai, que segurava a porta esperando ele descer, minha mãe estava destrancando a porta da frente da casa e eu fui fungando para o lado dela.

"Emmett! você precisa de ajuda pra sair?"

Papai disse desabotoando a fivela do cinto, eu soltei um soluço e comecei a chorar novamente.

"Engula esse choro Edward!"

Ele disse atirando um olhar pra mim me fazendo pular, enterrei o rosto no peito da minha mãe que me abraçou do degrau de cima afagando meu cabelo bagunçado e sussurrou.

"Amor porque você não vai caçar enquanto eu ponho ordem nessa bagunça."

Ela disse ofereceu com doçura.

Eu vi pelos pensamentos dela, ele apertando a ponte do nariz entre os dedos com os olhos apertados, balançando a cabeça em pequenos e rápidos movimentos de sim, abotoou a fivela do cinto e sumiu como um raio.

"Emmett, saia desse carro!"

"Rosalie, desamarre essa cara!"

"Jasper guarde os carros na garagem!"

"Alice e Edward vão lavar o rosto!"

"TODOS NO SOFÁ DA SALA DE ESTAR!"

OH. Ou!

Não gostei muito daquele tom de voz, quem era aquela vampira ? E o que ela fizera com a minha mãe? Onde está aquela mãezinha triste e carinhosa que tentara tirar a vara da mão do papai, e afagava meu cabelo a menos de um minuto atrás?

Nós nos entreolhamos e obedecemos.

Continua...