How To Love escrita por Nath_Coollike


Capítulo 4
The Best Friend Of My Ex


Notas iniciais do capítulo

Enjoy (:



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Hannah PDV

Eu ainda estava com os olhos fechados, sem conseguir abri-los, mas não conseguia dormir de jeito nenhum. Acho que já era de noite porque o quarto estava calmo, sem o entra-e-sai de enfermeiras.

Não pude deixar de pensar em como a minha vida está uma droga. As pessoas – com exceção da minha mãe e Justin e companhia – pensavam que eu estava morta, eles podiam voltar para terminar o serviço a qualquer hora, eu estava sem defesas porque estava sem poder me mexer e, o pior de todos, eu não estava morta. Eles iam vir atrás de mim de novo mais cedo ou mais tarde, era uma questão de tempo.

- Ela já acordou? – Ouvi a voz de Justin entrar pelo quarto, seguido por sons de porta.

- Ainda não. – Minha mãe respondeu e bocejou. – Já é tarde Justin. O que faz aqui?

- Você não quer ir dormir Celeste? Eu passo a noite com ela. – Justin falou.

Senti meu coração falhar uma batida, de novo.

- Imagina. – Minha mãe falou. – Eu fico com ela.

- Celeste. – Justin falou. A voz dele parecia mais próxima. – Eu insisto.

Minha mãe soltou um risinho.

- Vou estar no hotel vizinho. Qualquer coisa me chame. – Mãe. – Boa noite.

Ouvi sons de porta. Ouvi uma movimentação e juro que quase pude sentir alguma coisa na minha mão.

- Você está dormindo, não está? – Justin estava falando comigo. Desejei poder abrir os olhos. – Queria que você me respondesse.

Aquilo estava acabando comigo. Experimente ficar a menos de um metro da pessoa que você está louca para tocar sem ao menos conseguir dizer alguma coisa. Nem enxergar!

Senti alguma coisa na minha testa. Acho que meus sentidos estavam voltando aos poucos, lentamente. Muito lentamente.

“Se for o que você deseja”...

Aquela vez foi a última que o vi e só Deus sabe o quanto eu queria ter corrido atrás dele naquele instante, dito que o amava. Mas eu simplesmente não podia fazer isso se quisesse o proteger daqueles escrotos, o proteger de mim.

- Toc Toc. – Ouvi uma voz feminina na porta. Callie estava aqui?

- Callie! Oi. – Justin a cumprimentou.

- Oi! Então, fiquei sabendo que todos estavam errados e que ela está viva. – Callie falou.

Me senti melhor por minha melhor amiga estar ali.

- É. Fazer o que? Acontece. – Justin falou e Callie riu.

Eu queria tanto falar com os dois. Se eu pensasse muito em algo esse pensamento seria transferido para eles? Precisam parar de me dar esse remédios.

- Ah! Sinto muito pelo fora. Hannah foi um pouco piranha ao fazer aquilo com você. – Callie falou.

Justin ficou em silêncio por alguns segundos.

- É. Tudo bem. – Justin falou. – Vou sobreviver.

Eu não a culpava por me achar uma piranha. Eu não o culpava por me achar uma piranha. Eu realmente fui uma piranha naquela noite.

- Vai passar a noite com ela? – Callie perguntou.

- Vou sim. Celeste está aqui no hotel vizinho e bom... – Justin falou.

- Você é uma boa pessoa Justin. – Callie falou.

- Obrigada, eu acho. – Justin falou e Callie riu.

- Eu só vim aqui ver como ela estava. Minha mãe está lá em baixo e já deve estar louca. Te vejo outra hora. – Ouvi passos e som de porta.

Justin respirou fundo.

(...)

Consegui dormir um pouco durante a noite e, quando acordei, me senti surpresa ao conseguir abrir os olhos. Eu abri os olhos! Olhei para os lados e vi Justin jogado no sofá-cama extremamente desconfortável e sem camisa.

Nas últimas semanas estive tão ocupada comigo que nem sequer o olhei como costumava a olhar, mas agora, com meus olhos finalmente abertos, eu queria olhá-lo o máximo de tempo possível, antes de ter que fazer aquilo de novo.

Os músculos dele estavam mais salientes, parecia bem mais malhado do que da última vez que realmente reparei. O cabelo estava desengonçadamente despenteado e a tatuagem nova que ele fizera estava ali, bem debaixo do braço esquerdo.

Alguém abriu a porta e rapidamente desviei o olhar, tentando parecer imune ao charme natural de Justin Bieber.

- Bom dia. – A enfermeira entrou e sorriu para mim. – Vim te trazer os remédios. Vou avisar o médico que já acordou.

Ela colocou a injeção na pequena mesa que tinha entre a minha cama e a cama improvisada de Justin, fazendo Justin acordar. A enfermeira aplicou a injeção no tubo que saía de minha veia e saiu do quarto, ainda sorrindo.

- Hannah? – Justin me chamou.

Se ele tivesse noção do quanto fica irresistível quando acaba de acordar, simplesmente viveria dormindo por ai para poder acordar irresistível.

- Vai embora. – Minha voz soou como um sussurro.

Meu coração palpitava e eu não queria ter que passar por aquilo de novo. Mas, como da última vez, eu não tinha escolha.

- O que disse? – Ele pareceu realmente não ter escutado.

- Eu disse para você se mandar. Eu não preciso de você. – Falei, tentando forçar um pouco mais a minha voz.

Senti minha garganta ficar estranha, como se estivesse crescendo um bolo, sinal de que ia chorar daqui a pouco.

- Er... Tá. Eu... Eu vou chamar sua mãe. – Justin falou e enfiou uma camiseta vermelha.

Logo ele saiu do quarto e me senti livre para debulhar em lágrimas.

Justin PDV

 O que eu estava pensando? Que era apenas ficar no hospital como se nada tivesse acontecido e tudo voltaria ao normal? Me xinguei e sai do quarto de Hannah, sem nem olhar para trás. Era obvio que ela não me queria mais, ela não me queria como eu ainda a queria.

Foda-se então.

- Senhor Bieber. – Um segurança que estava de olho no andar desde o primeiro dia que vim aqui me parou. Eu já estava perto do elevador.

- Sim. – Respondi.

Apertei o botão e fiquei esperando o elevador chegar enquanto conversava com o segurança.

- Algumas pessoas vieram ver Hannah ontem, mas não tínhamos permissão para deixá-las subir. – O segurança falou.

- Tudo bem cara, eu falo com a Celeste. – Falei impaciente pelo elevador.

- Foram Robert Harris e Clay Collins. – O segurança falou e me olhou como se soubesse que eu acharia isso estranho. E eu achei.

O que, em nome de Deus, Clay veio fazer aqui? Robert eu entendo, afinal Hannah trabalha para ele desde que entrou na carreira de atriz, mas Clay?

Ah, quer saber? Por que eu me importo? Hannah deixou bem claro que não precisava de mim. Praticamente gritou isso. Por que eu estava ligando pra isso mesmo? Nós terminamos, não é mais problema meu.

Entrei no elevador e desci para o térreo. Assim que a porta do elevador abriu, Robert entrou no elevador enquanto conversava com alguém pelo celular.

- Bieber. – Ele pareceu surpreso a me ver e desligou na cara de quem quer que fosse que estava do outro lado da linha. – Pensei que Hannah tinha te chutado.

Por um instante cogitei a ideia de que talvez Hannah tivesse terminado comigo por causa desse imbecil, mas logo apaguei o pensamento. Eu não me importo.

- É, ela me chutou. – Falei e sai do elevador.

Sei que fui sem educação, mas a culpa é toda de Hannah por me deixar desse jeito.

(...)

Minha mãe tinha pedido pizza para janta. Ryan, Kenny e Scotter ainda estavam em casa e provavelmente não iam embora tão cedo.

- Como foi lá no hospital? – Ryan perguntou enquanto enfiava um pedaço de pizza goela a baixo.

Eu estava sem fome, minha pizza estava apenas remexida no prato.

- Foi bom. – Falei e bufei. – Hannah me chutou de novo, mas pelo menos dessa vez eu não vou mais bancar o idiota e correr atrás dela.

Kenny olhou pra mim com um pouco de dó.

- Relaxa JB. O mar está cheio de peixe. – Kenny falou. Pattie revirou os olhos.

Franzi o cenho.

- Kenny... – Comecei.

- Ele está certo Biebs. Tem muito peixe no mar ainda. – Scotter falou.

- Cara, a Hannah não é um peixe. – Falei.

Ryan e minha mãe começaram a rir.

- Celeste entrou com o pedido do exame de criminalística no carro. – Minha mãe falou e tomou um gole do suco dela. – Sai provavelmente depois de amanhã ou algo assim.

“Dane-se” pensei.

- Sem querer tocar na ferida não cicatrizada, mas... Você sabe por que ela terminou com você? – Kenny perguntou.

Bufei. Eu não tinha a menor ideia do porque ela fez isso, mas ela fez. E isso é o que importa.

- Não. – Falei.

Ouvi a campainha tocar. Levantei do meu lugar e fui atender. Me surpreendi ao ver Callie ali, parada na minha porta.

- Oi. – Falei.

- Olá. – Ela respondeu, sorrindo. – Eu estava passando perto da sua casa e me perguntei: “Por que eu não o chamo para dar uma volta?”. Então... Vamos dar uma volta?

Além de estar frio e de noite, Callie parecia animada demais para dar uma simples volta.

- Er... Claro. Vou pegar meu casaco. – Falei e Callie sorriu.

Involuntariamente olhei para o colar de melhores amigas que Hannah deu a ela há um ano. Ainda estava ali e parecia brilhar mais do que nunca.

- Justin? – Callie me chamou. Voltei dos meus pensamentos. – Não vai pegar o casaco?

- Vou, claro. – Falei e fui pegar o casaco.

- Justin. – Minha mãe apareceu na porta do meu quarto. – Preciso te dizer algo.

- Pode falar mãe. – Falei sem dar muita atenção, procurando por meu casaco.

- Eu dei uma olhada na ficha da Hannah. – Será que todo mundo só sabia falar da Hannah?!

- E dai?

- A ambulância foi chamada uma hora antes de o acidente acontecer, se é que foi um acidente.

Paralisei.

- Como assim uma hora antes? – Perguntei, sem me importar mais com Callie lá fora no frio.

- O acidente aconteceu as duas. A ambulância foi chamada uma hora da manhã e só voltou para o hospital às duas e meia. – Falou.

Sentei na cama e apoiei minha cabeça nas mãos. Não foi uma porra de acidente, não foi uma porra de acidente que levou Hannah para o hospital.

- Você tem certeza? – Perguntei.

- Tenho. – Pattie respondeu.

Mordi os lábios com força e então me dei conta de que Callie estava lá fora ainda.

- Eu vou sair agora. Eu penso melhor nisso quando voltar. – Falei.

(...)

Dar uma volta com Callie até que foi bem reconfortante. Estar com ela me lembrava de quando estava com Hannah e de como as coisas eram descomplicadas. Callie estava contando da última viagem que ela fez para Austrália e sobre como foi entediante.

- Mas por um lado valeu a pena. Quer dizer, eu vi coalas e esses bichos fofos. – Callie falou.

Sorri.

- Quando fui para Austrália, um coala roubou a agenda eletrônica do Scotter. Ele quis morrer. – Falei e Callie riu.

Não era para eu estar gostando de sair por ai com a melhor amiga da minha ex-namorada.

- Pagaria para ver Scotter enlouquecendo por causa disso. – Callie falou.

Eu não sei exatamente porque fiz isso, eu apenas sei que fiz. Em menos de um segundo meus lábios já estavam prensados contra os de Callie. Meio hesitante, pedi passagem para a língua e Callie cedeu. Ficamos nos beijando até ficarmos com falta de ar.

- Não devíamos estar fazendo isso. – Callie falou.

Estávamos com as testas coladas e – pelo menos eu – estava de olhos fechados.

- Por que não? – Perguntei.

- Porque você é ex-namorado da minha melhor amiga. – Callie falou e, de repente, ela estava me beijando de novo.

Correspondi. Callie me fazia parar de pensar em Hannah e em toda a merda que cercava a merda-maior chamada acidente. Nos beijamos até ficarmos sem ar de novo.

- Pensei que queria parar por aqui. – Falei e sorri.

Callie mordeu meu lábio inferior e voltou a me beijar. Nos beijamos até que veio aquele maldito barulho.

Flash. Flash. Flash.

Abri os olhos e me separei de Callie naquele segundo. Voltamos a andar, como se nada tivesse acontecido.

- Então... O que você ficou sabendo sobre o acidente da Hannah? – Callie perguntou e tentou parecer casual, mesmo com os lábios vermelhos.

Então eu contei tudo o que eu sabia. Contei sobre suspeitar de que não era um acidente, contei sobre Clay, contei sobre a ambulância adiantada. Basicamente vomitei tudo em cima de Callie. Callie me olhava atenta e depois ficou com uma expressão confusa.

- Eu tenho que voltar para casa, Bieber. – Ela falou. – Muita coisa para digerir.

Callie me deu um selinho e seguiu na direção oposta a que estávamos indo.

No próximo capítulo:

- O exame de criminalística sai;

- Uma surpresa no quarto de hospital;

- Justin faz algumas perguntas para Hannah;


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Notas finais do capítulo

Não me matem por causa do JB e da Callie, tudo aqui foi escrito pensando no enredo da história (sim, o "romance" dos dois tem um intuito no final das contas)