Medo. Seria talvez essa a questão? Talvez fosse apenas uma pequena brisa de sanidade na minha louca alma. Sanidade seria isso talvez? Ou quem sabe não, não posso afirmar com certeza, já que estes são sentimentos que eu nunca tive a oportunidade de experimentar.

Ter algo assim seria ruim? Mesmo sabendo que isso eram sentimentos humanos, não posso evitar, queria ter, queria poder, queria acreditar em um sonho que sei que é apenas isso. Um sonho. Como um ser que vive nas trevas, se alimenta da vida de outros como eu poderia ter se quer o direito de sentir isso por alguém? De alguém sentir isso por mim? Eu sei o que sou, sou apenas isso. Um monstro.

Quando encontro com você, me sinto viva, mesmo que por fora eu esteja impassível, sinto algo diferente, seria alegria?

Lutar. Essa era a única coisa que podíamos fazer juntas, nossos destinos estavam entrelaçados em meio a lutas e guerras. O meu dever era matá-la e vice versa.

Mesmo tendo esse laço de sangue, a primeira vez que realmente conseguimos ver nossos rostos depois daquele dia foi no momento em que passou a me odiar ainda mais, pelo simples fato de eu ter sentido aquele grande impulso de beber aquele aromático sangue.

No ultimo suspiro depois daquele momento, descobrir que apenas ela sobreviveria em paz, me fez satisfeita. Mesmo depois de ter as minhas queridas filhas Akiko e Kyoko, gêmeas como nós, morrer não seria ruim para elas.

Minha querida irmã, eu sei que vai cuidar das minhas pequenas. Vai criá-las com amor e carinho para que isso que aconteceu conosco nunca aconteça com elas, outra guerra partiria meu coração, mais ainda do que já está.

Querida e amada irmã, nunca tive a intenção de te matar. Eu só queria ser feliz, ter sido criada com amor e carinho como você, e não ter sido tratada como um animal selvagem naquela maldita torre.

Você me deu um nome, me deu a minha liberdade, me deu a chance de conhecer o pai das minhas pequenas. Saiba que eu te amo muito.

Pra minha querida irmã Saya

Da sua irmã Diva

Adeus