Destino escrita por Dorothy Eaton


Capítulo 2
A Carta


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo para vocês.
Eu tive que fazer algumas mudanças para a história funcionar direito: James, Lílian e Alvo são trigêmeos, Hugo e Rose são gêmeos e todos tem a mesma idade que Scorpius.
Enfim... Espero que gostem.



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O sol tinha acabado de nascer...

James acordou com o sol forte na cara. Ele nem acreditava que já tinha amanhecido, parecia não ter dormido nem cinco minutos.

_ Acorda logo, Jay! _ gritou uma garotinha, sua irmã. Ela parecia extremamente feliz e animada.

_ Bom dia, Mel. _ ele murmurou ainda morrendo de sono. _ Já é de manhã?

_ Não, mula. _ disse a garotinha sarcasticamente. _ Agora levanta, temos muito trabalho a fazer.

O garoto levantou cambaleando e bocejou. Lavou o rosto rapidamente no banheiro e desceu. Todos já estavam à mesa, começando mais um dia.

A família de James não era muito grande: era formada apenas por seus pais, Senhor e Senhora Mayne, sua irmã Melanie Mayne e ele, logicamente. James Sírius Mayne. Na verdade, a única coisa em comum que ele tinha com o resto de sua família era o sobrenome. Em uma família de pessoas baixas, cabelos castanhos e olhos negros ele nasceu alto, de cabelos negros e olhos profundamente verdes.

_ Bom dia família. _ ele falou ainda sonolento.

_ Você está atrasado. _ resmungou seu pai. James deu um sorriso, nada como tudo dentro dos eixos.

Naquela casa era tudo muito comum, previsível. George Mayne era um homem muito sério, dono de uma grande fazenda na área rural da Inglaterra. Ele era rabugento e por vezes levava sua esposa à loucura.

Eliza Hummer Mayne era bem diferente, ela tinha um coração imenso e mãos de fada. Ninguém sabia cozinhar melhor que ela. Dona de uma voz mansa, tinha sempre um conselho para dar.

Melanie, ou Mel, sua irmãzinha era uma garota animada, ansiosa e entusiasmada. Sua voz era alta e estridente e sua felicidade, contagiante.

E tinha ele, claro. Mas isso era outra história.

_ Vai ficar aí divagando ou vai se sentar para comer? _ Ele fuzilou sua irmã com os olhos. Ela continuou. _ Bem, sei que EU tenho muita coisa a fazer. Prometi ao papai que iria cuidar das galinhas e depois iria levar as vacas para a ordenha. _ sorriu.

_ E deixar o pior comigo? Muito prestativo da sua parte.

_ Ninguém mandou dormir demais... Maninho. _ ela se levantou e correu.

Jay bufou. Dar lavagem aos porcos e cuidar das ovelhas não eram seus passatempos favoritos. Ele não entendia porque seu pai não contratava empregados para fazer todo o trabalho. Ele tinha dinheiro não tinha? Ele se levantou distraidamente, sem nem tocar em seu café da manhã.

_ James querido, não vai comer? _ sua mãe perguntou, mas ele pareceu não ouvir.

Seus pés o levaram para fora no exato momento em que uma coruja branca entrou pela janela.

///

Os porcos comiam como se fosse o fim do mundo. Não que James estivesse observando, assim que terminou de colocar a lavagem na vasilha saiu para as ovelhas. Enquanto trabalhava, lembrou de um sonho um tanto... bizarro.

No início era apenas uma confusão de cores e barulhos, mas aos poucos foi tudo se acalmando e algumas coisas começaram a se distinguir. Primeiro a silhueta de algumas pessoas, um homem e uma mulher, depois o cenário, uma grande sala de estar.

O homem pegou uma vareta, ou melhor, uma varinha e apontou para a mulher:

- AVADA KEDAVRA._ um jato verde saltou da varinha do homem atingindo diretamente o peito da mulher. Em algum lugar da casa um bebê começou a chorar.

_ JAY! _ Mel gritou _ estou te chamando a um tempão. Ficou surdo?

Ele balançou a cabeça, às vezes conseguia perder totalmente o foco.

_ Eu estava distraído, Mel. _ ela deu uma risadinha e murmurou algo como “esse é o meu irmão...”

_ A mamãe quer falar com você, mas já vou avisando que ela está bem estranha. _ ela disse um pouco rápido demais.

_ Estranha como? _ perguntou. Não podia imaginar sua mãe estranha.

_ Você vai ver. Agora vamos, a mamãe quer que você chegue em casa antes do papai.

///

Dona Eliza estava na cozinha com a carta na mão. Ela sabia o que significava, sabia que teria que se despedir do seu filho. Como uma bruxa abortada ela entendia as estranhas habilidades de James. Desaparecer e aparecer em um lugar totalmente estranho, fazer as luzes acenderem quando tem um pesadelo ou coisas explodirem quando está com raiva.

Ela leu novamente aquelas palavras. Já as tinha decorado.

Querida Amiga,

O garoto já tem quase onze anos, está chegando aquela época . Sei que você o criou e tudo mais, mas gostaria que antes de contar a ele a verdade sobre quem ele é realmente, você dissesse a ele sobre mim.

Tenho certeza que você me entende, mas a carta não pode ser muito reveladora caso caia em mãos erradas. Depois de todo o trabalho que tivemos... Seria muita irresponsabilidade.

Em anexo enviei um presente para ele. Entregue-o por mim.

H.

Ela pegou o pequeno embrulho que veio como anexo. Abriu-o. Era uma bolinha dourada com asas. Dona Eliza estendeu a mão e a pequena bolinha esticou as asas e voou. Deu uma volta na pequena cozinha e voltou a pousar na mão da pequena senhora. Com um sorriso no rosto ela imaginou como contaria a James que ele não era uma pessoa muito... comum.

_ Mãe? _ o garoto apareceu. _ a senhora queria falar comigo? _ Com os olhos marcados com lágrimas ela assentiu.

_ Melanie querida... Poderia deixar-nos a sós? _ quando a garotinha saiu, ela começou. _ James, você se lembra de alguma das histórias que eu contava a você quando pequeno?

O garoto pareceu pensar. Eram tantas histórias...

_ Lembro mãe. _ respondeu por fim. _ Por quê?

_ Elas são... Reais.

_ O que é real? _ disse uma voz grossa. Dona Eliza sabia que essa voz não pertencia ao filho.

_ George!? Eu...

Os olhos do homem se moveram para a mesa. Ele viu: a carta, a coruja e o pomo. Seus olhos se tornaram frios, um brilho estranho faiscou em seu olhar. E ela soube que a partir daquele momento James não seria mais bem-vindo naquela casa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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