Nanna’s P.O.V

Como minha consciência havia dito aquilo não ia dar certo - em outras palavras, vai dar merda -, mas enfim, eu ainda vou chegar nessa parte. Nos dividimos em três carros afinal éramos dezesseis pessoas, chegamos ao shopping e cada dupla saiu em direção a uma loja diferente, esperei KyuHyun e entramos juntos, fomos a uma loja de vestidos.

- Primeiro as damas. – Disse ele quando havíamos acabado de parar em frente à loja, franzi o cenho.

- Ta com febre?

- Entra logo, garota. – Disse ele revirando os olhos.

Escolhi alguns vestidos e ele também me deu alguns para experimentar, como não era nada de gala não havia necessidade de vestidos longos, havia um vermelho que eu havia gostado muito, era tomara que caia um tanto curto com alguns babados. Entrei no provador e foi o primeiro que quis experimentar, o único problema é que eu não alcançava o maldito zíper.

- Kyu, será que dá pra me ajudar? Não alcanço o zíper. – Pedi saindo do provador para a anti-sala que havia segurando a parte da frente e ficando de costa para o mesmo.

O senti tocar minha pele e subir o zíper lentamente, não sabia o porquê, mas me faltou ar naquele momento, ele deslizou suas mãos pelos meus ombros, desceu para os meus braços até chegar em minha mão, senti seus lábios tocarem meu ombro fazendo uma corrente elétrica passar por meu corpo, ele segurou em minha cintura e me virou pra ele. Levou uma de suas mãos a minha nuca entrelaçando os dedos em meu cabelo, ele parecia analisar cada traço do meu rosto, dessa vez não parecia ter ironia ali, estava vendo um lado dele que ele parecia esconder, via carinho ao seu toque, ele aproximava seu rosto do meu hesitante, roçou seus lábios nos meus e me beijou, seus lábios eram gentis, era um beijo delicado, carinhoso, minhas mãos acariciavam seus cabelos bagunçados, enquanto as dele passeavam por minha cintura.

Nos separamos, não foi um beijo com tal desejo para tirar o fôlego, era um beijo carinhoso, mas mesmo assim nos faltava ar. Ele encostou sua testa na minha ainda abraçado a minha cintura, pegou uma de minhas mãos e levou ao seu peito, seu coração estava tão acelerado quanto o meu.

- Eu não sei o que é isso, mas foi você quem fez. – Ele disse sorrindo e eu mordi meu lábio inferior tentando esconder o sorriso bobo que eu estava prestes a dar. – E você que vai ter que dar um jeito nisso. – Completou por fim e não consegui mais segurar meu sorriso.

- Também não sei o que é isso, mas eu gosto. – Disse ainda com o sorriso abobado no rosto.

Poderíamos ter ficado ali um bom tempo, mas a vendedora apareceu fazendo com que nos separássemos o mais rápido possível e fingirmos uma briga de irmãos, isso mesmo, você não leu errado, uma briga de irmãos, CARALHO, acabamos de nos beijar e ele ta fingindo ser meu irmão!

- Você não vai usar isso! – Disse ele com cara de bravo.

- Que bom que disse isso. – Disse sarcástica. – Porque é esse que eu vou usar.

- Não mesmo. Eu não vou deixar MINHA irmãzinha usar isso. – Disse ele dando ênfase no “minha”.

- Por que eu não usaria?

- É curto de mais.

- Melhor ainda. – Dito isso entrei no provador e me troquei, pagamos o vestido e nos direcionamos até uma loja de roupa masculina. Logo escolhemos algumas roupas fomos ao provador e eu fiquei na anti-sala esperando-o, algum tempo depois ele saiu trajando uma calça skinning preta e uma camisa de botão xadrez dobrada até o cotovelo, ele estava realmente lindo, mas não ia dar o gostinho a ele de falar isso.

- E então? – Perguntou.

- Tanto faz, está bom. – Disse indiferente.

- O que? – Perguntou incrédulo.

- Tanto faz. Qualquer coisa ta bom. – Me arrependi imediatamente quando disse isso, ele me puxou pelo pulso para dentro do provador e me prendeu entre ele e o espelho.

- O que... – Comecei ao ver que ele começara a desabotoar a camisa, mas não pude terminar porque seus lábios já estavam nos meus, dessa vez o beijo demonstrava desejo, ele desceu seus lábios até minha nuca - o que é muita maldade, ponto fraco pow – senti suas mãos pressionarem minha cintura contra o seu corpo.

- O que eu to fazendo? Eu poderia dizer que cabe muita coisa dentro de “qualquer coisa”, mas eu realmente quis tirar proveito da situação. – Falou quase sussurrando.

- Idiota. – Dei um soco em seu ombro e ele riu.

- Relaxa, não vou te seduzir, pelo menos não aqui, nem agora.

- Como se você fizesse tal coisa. – Disse saindo do provador, mas fui puxada de volta.

- Não me provoca. – O ouvi sussurrar.

- Nunca tive essa intenção. – Disse sarcasticamente e saí antes que ele me puxasse novamente.

Terminamos nossas compras e fomos nos encontrar com os outros para irmos embora. Chegando em casa fui direto para o meu quarto deixei as coisas lá e desci pra fazer companhia aos outros, bom e digamos que eu não escutava nada do que falavam pra mim e minha amigas tão “fofas” notaram.

- Ai meu Deus, essa cara não, por favor. – Dizia a Hana.

- Jesus, essa cena é inédita. – Disse Malu em seguida.

- Ai gente, que coisa, não to com cara nenhuma. – Tentei negar, quase dez anos de amizade te transformam em telepatas e isso da medo, muito medo.

- Ahaam, sei... Kyu o que você fez com minha amiga? – Disse Karol já fusilando-o.

- Nada. – Dissemos juntos em uníssono, o que fez o resto do pessoal ficar desconfiado. Começaram a nos tacar almofadas.

- Ei, parem com isso! Eu juro solenemente que não fiz nada. – Disse rindo da situação, fazendo as meninas rirem junto. Mas eu estava com medo, não queria me apaixonar.

KyuHyun’s P.O.V

Eu mal a conhecia, não sabia o que estava acontecendo comigo, todas as vezes que a via a vontade que tinha era de beija-la, mas eu tinha medo, mesmo depois de tê-la beijado tenho medo, e se ela não me quiser? Pode ser bem precoce, mas sinto que nunca tive um sentimento tão grande por alguém.

Nanna já tinha ido se deitar, e eu estava indo também, mas resolvi passar pelo seu quarto pra ver como ela estava. Bati na porta e ouvi um ‘entre’, o fiz, e lá estava ela, sentada encostada na cabeceira da cama.

- Só... Vim er... Te desejar boa noite. – Ela abriu um sorriso. Como é que é? Eu to ficando sem palavras? WTF?

- Fica. – Ela disse indicando a cama para me sentar ao seu lado, eu podia sentir meu coração acelerado quase saindo pela boca. - eu sei que isso foi gay, mas não tem outras palavras pra expressar - Fui em direção a mesma e me sentei ao seu lado.

- Vem cá. – Puxei-a delicadamente para que se deitasse em meus braços, comecei a cantarolar Coagulation pra ela, e vi seus olhos começarem a pesar sobre as pálpebras. Peguei a coberta e a cobri, ela já havia dormido, voltei a deitar-me ao seu lado colocando-a novamente em meus braços e fiquei admirando seu rosto algum tempo, ela era como um bebê indefeso, que precisava de um apoio sempre ao seu lado, e eu queria ser esse apoio.

- O que será que está acontecendo comigo? - Pensei alto