Fear escrita por Hideyuki


Capítulo 1
Único; Fear of fear


Notas iniciais do capítulo

A classificação fosse +18, todo mundo leria, né?
Mas é +16, não sei por quê. Quem manda aqui sou eu, rum u-u
E POR ALGUM MOTIVO FILHO DA PUTA, A FOTO DO CAPÍTULO NÃO QUER CARREGAR! ~momento chutando montanhas de raiva~
Então o link é esse, caso queiram: http://hey-way.tumblr.com/post/11034917448
O tanoshimi. Enjoy ♥



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Fear-Way

Fear of fear

O medo é a característica mais primitiva dos seres humanos. O medo de altura, de certos animais e afins. Tem aqueles medos que são injustificáveis, outros que tem uma boa desculpa para serem alimentados, já outros que são tão velhos que já nem nos lembramos porque ainda os cultivamos. Se não houvesse o medo, pergunto-me o que sentiríamos em situações que nos obrigam a ser fortes e tudo mais. Não. Para haver vida, o medo tem que existir.

                   Desde que me conheço por gente tenho medo, e dos mais variados tipos. São medos infantis e que me fazem cada vez mais ser humano, que comprovam que em meu peito bate um coração como o de todo mundo. Mas são meus medos infantis e não estou pronto para deixá-los ainda.

                   O medo é algo curioso. É o que nos dá uma sensação de adrenalina cada vez que somos obrigados a enfrentá-los, seja por qualquer questão. É algo que nos obriga a ser fortes e tentar vencer as próprias barreiras a fim de reconhecimento pessoal e descobrimento próprio. Por exemplo, se você tem medo de altura e é obrigado a encará-la. Sente a adrenalina o percorrer, faz seu corpo tremer, sua boca secar e a garganta fechar. O ar falta, seu cérebro não dá quaisquer comandos ao corpo, a não ser de forçar sua respiração e lembrar ao coração de pulsar o sangue que corre quente em suas veias. Quando vê, já passou e você já está novamente preso em terra firme. Ao olhar para cima e ver o que foi obrigado a passar, tudo parece passar rapidamente. E tão de repente está rindo, gostou do que acabou de fazer e quer repetir a dose. Entretanto, não se atreve a sequer olhar pela sacada de um apartamento no terceiro andar.

                   Quero entender o que se passa em nosso corpo que nos bloqueia sempre que temos que enfrentar os medos, mesmo que seja algo passageiro. Você faz de tudo para não ter que fazê-lo, mas, quando dá por si, já o fez e nem sequer sentiu qualquer outra coisa senão a boa e velha adrenalina carregada pelo sangue quente e denso que seu coração pulsa.

                   O medo, para alguns, é só mais uma desculpa para não cumprir algumas coisas ou realizar determinadas tarefas. É como um não posso que serve para os mais diversificados leques de desculpas que o ser humano tem a capacidade de inventar. É a pura preguiça. Ou não. Para alguns, encarar os próprios medos é muito mais complicado do que parece. Como uma criança que é ferida por algum animal. Ela aprende a repeli-lo pois sabe que ele tornará a machucá-la, mas nunca sabe se isso vai realmente acontecer ou não; já está conformada que poderá se machucar novamente se atrever-se a chegar perto dele.

                   E a dor, por vezes, é o maior medo dos seres humanos. Todos tem medo de fazer algo por saber que vai doer. Ela não se pergunta se pode doer ou se talvez vá doer. Não. Ela já está conformada e ciente de que vai doer, é como se fosse doer por ser obrigado a doer. Pode não ser a maior dor do mundo, mas ela sabe que vai doer, que não vale a pena fazê-lo por isso e ponto, sem demais discussões.

                   No entanto, há aquela ínfima margem da sociedade que não teme ao medo, mas pelo contrário: o abraça como forma de esquecer seus medos. Estou muito longe de entender o mecanismo da coisa, mas quanto mais dor, melhor, pois assim tem-se a certeza de que o medo não lhe assombrará.

                   Mas deixando de lado os motivos que levam uma pessoa pelos caminhos do masoquismo e da autodestruição, entenda meu medo: amor.

                   Sim, existem medos muito piores do que este, não citarei exemplos justamente para que a imaginação o leve por caminhos muito piores, porém é o meu maior medo. O que posso fazer se não sei dizer que amo alguém e tenho o instinto de fugir cada vez que uma pessoa diz que me ama? Não posso encará-lo.

                   Por que tenho esse medo tão... Incoerente?

                   Simples.

                   O amor te destrói por dentro, consome seu coração, mente e corpo. Vai fazer de tudo para lhe ver corroído por inteiro com o menor tempo possível, levando embora seu amor próprio e todo e qualquer sentimento bom e puro que haja em seu coração. Vai dar um jeito de arrancar tudo o que você tem, seja material ou não, e conseguira sair dessa sem um arranhão sequer, enquanto ri e observa você se retorcer agoniado em um chão vermelho banhado com seu próprio sangue, implorando por um pouco de ar e tentando enxergar um pouco de luz no meio daquela escuridão nefasta na qual foi largado para morrer e fazer companhia a tantos outros corpos que já tiveram a infelicidade de amar. É o único sentimento que provoca risos, mas não os bons, e sim aqueles risos de piedade por você parecer tão desesperado a ponto de pedir alguém em namoro ou dizer que ama tal pessoa.

                   O amor é algo que foi muito valorizado, assim como banalizado. Mas assunto para outra hora! Se você tem amor, você tem tudo, no entanto, ninguém pensa no depois. Os primeiros dez minutos você goza de plenas felicidades e desejos mútuos enquanto recebe e dá carinho, assim como entrega seu coração em uma bandeja de prata e ouro. Depois deste tempo, pode dizer adeus a sua vida.

                   Dizem que você não morre por amores, mas morre, sim, por este maldito sentimento que seu coração e mente estúpidos não conseguem se livrar. É o vírus mais poderoso que existe. Incorpora em seu ser, devora-o de dentro para fora e mata-o em milésimos de segundo. Deixa-lhe tão cego que não pode ver nem a mais potente luz posta em frente a seus olhos que devaneiam pensando na pessoa amada. Isso lhe mata, literalmente.

                   Quando o amor acaba, o que lhe sobra? Miséria. Morte. Infelicidade.

                   Ninguém consegue conviver com tudo isso.

                   Mas sabe qual a pior coisa dessa droga toda? Não, isso tudo foi a parte fácil deste sentimento tão feroz!

                   A pior parte é que você se rende.

                   Encontra a pessoa amada, mesmo que não saiba. Tem uma lenda japonesa que diz que, ao nascermos, um deus – como se fosse Cupido – amarra um fio vermelho em nosso dedo mindinho e amarra a outra ponta no dedo de outra criança. E então ficamos em busca da pessoa que está do outro lado da linha. Quando encontra-se a tal pessoa, você se rende em pouco tempo, mesmo que seja a pessoa mais resistente do mundo. Apaixona-se perdidamente por ela.

                   E dividem tudo, amam-se com tal violência que contagiam tudo ao redor, colorem o mundo de uma forma extraordinária e são capazes de transportar a utopia própria para o mundo sujo e acabado no qual somos sentenciados a viver. Tem a capacidade de enfrentar qualquer coisa, desde que estejam juntos e assim permaneçam.

                   Seu corpo morre de uma forma estranha e passa a depender da outra pessoa. Dependendo dos casos, o ser amado torna-se seu motivo de viver, sem brincadeiras.

                   O mundo fica melhor só de ouvir o nome do amado e sua mente torna-se clara. Ela tira-lhe dos problemas, mesmo que nem esteja perto.

                   E é por isso que tenho medo.

                   Tenho medo de sofrer tanto com isso que sucumbirei segundos depois. Dá medo pensar nisso. Tenho medo do amor, medo de amar, medo de ser amado.

                   Olho ao redor novamente, deparando-me com aquele par de orbes amendoados que não se distraem do livro que ostenta em mãos, preservando um semblante tão compenetrado que parece que nada pode tirá-lo de sua diversão particular.

                   Uma leve brisa corta o lado externo do café, atingindo-lhe graciosamente os cabelos negros cumpridos e lisos, desarrumando a franja estrategicamente afastada de forma que esta não prejudicasse sua leitura. Afasta-a novamente com os dedos ágeis e longos, parecendo serem movimentos mecânicos e tão precisos, de forma que isso não interrompe sua leitura de aparência tão prazerosa e produtiva.

                   Ouso avançar um passo e sento-me em sua mesa, atraindo rapidamente seu olhar confuso por minha presença.

                   – Eu te amo e não posso viver sem você.

                   Ao que profiro tais palavras, ele abaixa o livro de capa branca com um desenho de cores neutras que representa um casal, logo abaixo de um título que não pude ler direito. Um sorriso faz seus lábios se retorcerem e o olhar se iluminar, dando ainda mais força e convicção ao sorriso atordoante que seu rosto demonstrava com tanto amor.

                   – Sente saudades, meu amor? – sussurrou com aquela voz rouca e tão deliciosa de se ouvir. Não mudara nada naqueles cinco meses que ficamos afastamos por um golpe cruel do destino e, coincidentemente, desta praga chamada amor.

                   – A cada segundo senti sua falta – e sinto um sorriso ilustrar minha face cansada.

                   Frank Iero era o meu pior pesadelo, o motivo de minha insônia e de meu medo. Era o motivo de meus piores pavores e submissões. Era o motivo de estar no chão sangrando e agonizando por um pouco de ar e luz na escuridão da qual sucumbi em um ato de loucura. Era o motivo de minha mente e coração terem parado há tempos e nem sequer percebera. Era o motivo da minha total ruína. Era o motivo de fazer meu coração se aquecer e fazer pulsar o sangue parado e estancado que meu corpo preservava. Era o motivo de acordar minha mente após um inverno frio e tão longo. Era o motivo de minha insanidade e também sanidade. Era meu sim e meu não. Meu oposto e certo. Era o vivo e morto no mesmo corpo. Era minha utopia.

                   Era o cara que sempre esteve amarrado no outro lado da linha vermelha que o deus japonês encontrou.

                   E eu o amava, não poderia ser diferente.

                   Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo...

WayKilljoy

04/10/11


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Notas finais do capítulo

E aí? Quem leu gostou?
Não revisei ainda, só para deixar avisado. Mas pretendo fazê-lo o mais rápido possível. Então desculpem-me por isso.
Reviews, é só o que peço caso tenha lido.
Kissus. Way.