Summer piscou várias vezes antes de olhar para Jorge. Ele estava de olho aberto, encarando o teto, e quando percebeu que Summer acordara, olhou para ela com um grande sorriso.

- Bom dia. – ele disse com um sorriso malicioso nos lábios, enquanto ela pressionava seu queixo no peito do namorado.

- Bom dia, querido. O que vai querer pro café? – ela disse, tentando começar um jogo.

- Um bom café puro e algumas torradas, tudo rápido, estou atrasado para o trabalho. – ele continuou, em tom importante.

- Mas você prometeu levar as crianças ao zoológico hoje. Elas queriam tanto ver um hipogrifo. – ela disse, acariciando sua bochecha.

- Só se as crianças não ligarem se eu me esconder na jaula do leão e mostrar o meu rugido pra você. – ele disse e ela abriu a boca de chocada.

- Você é patético. – ela riu, balançando a cabeça.

- Eu convivo com isso. – ele respondeu pensativo. Ela se aproximou de seu rosto e lhe depositou um beijo na bochecha.

- Como você consegue ser um patético tão sexy? – ela disse, em conflito consigo mesma.

- É o meu charme. – ele sorriu e ela revirou os olhos.

Lizz e Fred se mexeram. Fred enterrou a cabeça no travesseiro e Lizz pousou as mãos sobre os olhos para se proteger do sol.

- Bom dia, casal. – Summer disse.

- Bom dia, casal. – respondeu Fred.

Lizz se sentou no colchão lentamente e passou a mão esquerda pelos cabelos.

- Estou com fome. – ela disse sem emoção.

- Amor, você tirou as palavras da minha boca. – Fred disse, dando-lhe um selinho e se levando rápido da cama e estendo a mão para ela, que aceitou na hora.

- Eu também. Vamos lá. – disse Jorge, batendo palminhas.

Desceram e tomaram um delicioso café da manhã. Teve o momento tenso em que Jorge fora apresentado para o tio de Summer, e mais ainda, quando Neville fora apresentado a ele. Mesmo eles não sendo um casal, todos sentiam o clima envolta deles.

- Eu andei pesquisando nas férias... Você tem umas plantas raras pela região. – comentou Neville à Luna, quando todos estavam sentados no quintal conversando.

Ela concordou com a cabeça e sorriu sonhadora.

- É, é verdade.

- Você... bem... é... nossa, como é difícil... po-poderia, m-me mostrar? – ele sussurrou para ela. Lizz ficou imaginando se o primo estava cantando a garota.

Ela concordou mais uma vez com a cabeça, se levantou e foi embora, fazendo Neville a seguir.

- Cara, Neville pode perder o BV hoje! – disse Fred, levantando as mãos pra cima como um “yes”.

- E a Luna também. – disse Jorge, imitando o irmão.

Summer e Lizz os fuzilaram com os olhos.

- Ouch... Doeu. – disse Fred, quando Lizz lhe deu um beliscão.

- Bem feito. – ela disse com um sorrisinho irônico no rosto.

- Você é muito má. – ele disse e ela deu de ombros. Porém, ele sorriu com malícia. – Eu gosto. – então a beijou.

O silencio se estabeleceu entre eles por alguns minutos, até Summer não conseguir ficar calada.

- Quando vocês vão contar tudo pra gente? Sem emendar ou mudar de assunto? – ela perguntou, olhando pra baixo.

Jorge e Fred se entreolharam. Lizz e Summer podiam jurar que os dois conversavam por olhares.

- Bom, é que... Não estamos na Toca. – Jorge disse.

- É... Estamos na casa de outra pessoa. – Fred continuou.

- Na casa do Sirius Black.

Lizz se paralisou e Summer parecia mármore de tão branca que ficou.

- O que vocês estão fazendo na casa de um fugitivo? – perguntou Lizz intrigada.

- Ele é inocente. Longa história, e é padrinho do Harry. – disse Jorge. Summer abriu a boca chocada e Lizz continuou com a mesma expressão.

- Sim, continuem. – disse Summer.

- Estamos na sede. Da Ordem da Fênix. É uma Ordem que Dumbledore criou para investigar Você-Sabe-Quem. – Fred disse mordendo o lábio inferior.

- Espera. Mandei uma carta um dia desses para o Harry... Parecia que ele não sabia de nada. – disse Summer, confusa.

- É porque ele não sabe de nada. – disse Jorge por fim. – Dumbledore nos fez jurar que não íamos contar nada a ele.

- Meio irracional, não? Afinal, ele que viu Voldemort retornar. – disse Lizz incrédula.

Fred, Jorge e Summer franziram o cenho e se mexeram desconfortáveis. Ela revirou os olhos.

- Não acredito que vocês tem medo de um simples nome...

- Enfim, por isso não podemos ficar. Precisamos ajudar lá, mas agora que podemos aparatar, viremos aqui visitar vocês. Só não se acostumem. – disse Jorge, ignorando Lizz e puxando Summer pela cintura, trazendo-a pra perto de si.

- Negativo, eu vou com vocês. – disse Lizz. – Vou ajudar vocês dois, sua família e nossos amigos. Eu quero ajudar, eu quero lutar. Eu sei que é perigoso – ela acrescentou rápido ao olhar a expressão no rosto de Fred -, mas eu quero estar ao lado de vocês. Por nós.

Ela segurou a mão dois, e então Summer se juntou e pousou a sua sobre a deles.

- Eu também. Passamos muito tempo longe um do outro, e agora, precisamos estar do lado de todos. Precisamos ficar unidos. É a primeira vez que tenho amigos de verdade, e a primeira vez que estou apaixonada por alguém – ela disse, ficando da cor dos cabelos do namorado (e ele sorria ao ouvir aquilo)-, e eu não vou sossegar sabendo que vocês dois correm perigo.

Fred e Jorge se entreolharam novamente.

- Há um jeito de impedirmos? – eles disseram ao mesmo tempo.

As duas fizeram não com a cabeça, sorrindo.

- Bom, então... É isso. Vejam com os pais de vocês se podem ir. – Jorge disse e Summer se jogou nos braços dele.

- Nunca vou lhe abandonar.

- Eu sei que não. – ele disse, beijando-a.

Fred ficou olhando e revirou os olhos, quando viu que sua namorada os assistia com atenção. Ela fez um “aaawwwwnnn” e depois olhou para Fred.

- Porque você não é assim hein? – ela disse, dando-lhe um tapa no ombro.

- Ai, desculpa, mas você não precisava ter me batido sabe. – ele disse, passando a mão por onde a namorada tinha batido.

Ela lhe deu um sorriso de ponta a ponta. O derrubou na grama, segurou seu rosto com as duas mãos e lhe deu um beijo. Ele botou as mãos deles nas dela, abraçando-a.

- Sabia que você é lindo? – ela disse, terminando o beijo.

- Sabia que você é a única pessoa que eu conheço que bate em alguém e depois beija? – ele disse sorrindo.

- Estamos juntos nessa, não é? – ela disse, olhando nos olhos verdes dele.

Ele sorriu, olhando pros lábios dela.

- Estamos juntos nessa, naquela, na outra... Estamos juntos sempre. – ele disse, brincando com uma mecha de cabelo dela.

Ela sorriu, olhando para seus lábios também. E o beijou mais uma vez.

- Então... Eu e Summer já vamos indo pra sede. Luna e Neville vão ficar, e vocês dois vão na casa da Lizz, certo? – perguntou Jorge, ajudando Summer com as malas.

- Certo. – Lizz confirmou.

- Bom, já vamos. Pronta para sua primeira viagem aparatando? – perguntou Jorge a Summer animado.

- Não. – ela respondeu, mordendo o lábio de baixo e com uma expressão assustada.

- Tudo bem. – ele sorriu malicioso.

Craque.

Era como se Summer e Jorge fossem sugados imediatamente pelo céu. Uma hora estavam ali, e outra não.

- Wow. – exclamou Lizz, boquiaberta.

- Não é interessante. É difícil alguém não vomitar na primeira viagem, só os fortes não vomitam.  – disse Fred indo até sua mala e abrindo-a.

- E você vomitou? – perguntou Lizz em tom de desafio, levantando a sobrancelha mesmo sabendo que ele não olhava para ela. Ficou observando ele tirar um moletom marrom de sua mala.

- Isso não vem ao caso. – ele disse, virando-se pra ela com a peça de roupa na mão. Lizz sorriu para ele. Ele a mirou complexo.

- ... – ele murmurou baixinho.

- O quê? Fala mais alto, Fred. – ela disse.

- É que... eu... eu posso... você sabe... – ele levantou o moletom para que ela o visse. – Me trocar, aqui?

- Na minha frente? – ela perguntou confusa. – Fred... eu não sei se você sabe, mas somos namorados.

Ele deu de ombros, e então tirou a blusa.

“Entendi”, pensou Lizz consigo mesma. Fred era a coisa mais linda que ela já tinha visto na vida. Seu corpo era magnífico, totalmente dividido, ele tinha pelos que vinham da calça e davam uma simples roda em seu umbigo. Seu corpo era magnífico, como se ele passasse horas em uma academia e Lizz sabia que Fred nem sabia o que era uma.

“Deve ser pelo quadribol”, pensou mais uma vez. “Mas meu Deus hein, o que o quadribol não faz. Como ele é... gostoso”.

Fred ao colocar o moletom, olhou para a namorada. Ela tinha os olhos concentrado em seu corpo e isso o fez sorrir. Ao colocar o moletom, teve uma idéia.

- Ah, droga! Lizz me ajuda aqui, minha cabeça ficou presa. – ele disse com a cabeça aonde se bota o pescoço no moletom.

Lizz foi calmamente ajudá-lo, porém ainda muito concentrada. Puxou o moletom preso na cabeça de Fred lentamente, e ajudou-o a colocar a camisa. Quando o mesmo já estava vestido, olhou para os lábios de Lizz.

- Obrigado. – ele sussurrou.

- De nada. – ela disse, olhando para os lábios do mesmo.

Ela foi se aproximando dele, subindo na posta dos pés para ficarem da mesma altura, fazendo seus lábios roçar-nos dele. E então, ele a puxou e eles começaram um beijo lento, que logo foi se aprofundando. Ela deu uma leve puxada nos cabelos do ruivo, que a carregou no colo e a jogou com tudo na cama.

Ela se virou e ficou em cima dele. Ele estava com as mãos firmes na cintura dela, que logo iam descendo lentamente, até chegar a sua bunda, a qual ele agarrou com força. Quando ela precisou de oxigênio, pausou o beijo, respirou rapidamente e começou a beijar o pescoço dele. Ele mordeu sua orelha até sentir uma coisa estranha. Parou um pouco e a afastou.

- Hã... hum hum... temos que ir. – gaguejou Fred.

Lizz soltou seu pescoço e o encarou confusa. Não entendia o porque daquilo, ela achou que tudo estava indo bem.

- Ham... OK. – ela disse, se levantando.

Quando ele se levantava, ela olhou para si mesma. Sua calça estava desabotoada e sua blusa estava levantada, com o umbigo todo pra fora. Correu para o espelho e seu cabelo estava todo bagunçado, o rosto vermelho e sua respiração estava ofegante, não diferentemente de Fred, que aparentava o mesmo. Ela ajeitou seu cabelo rapidamente, abaixou a blusa e abotoou a calça. Fred percebeu o que fazia.

- Me perdoe. – ele disse, fechando sua mala.

- Pelo o quê? Por me agarrar com tudo, me jogar na cama, e ter me feito gostar disso? – ela disse olhando pros próprios pés, corando.

Ele sorriu.

- Você gostou então?

Ela apenas concordou com a cabeça, envergonhada. Ele riu, e com as malas, se aproximou dela. Quando ele ia beijá-la novamente, segurou a mão dela e disse.

- Segure a respiração, não abra os olhos e pense na sua casa.

Ela o fez e no segundo seguinte, estavam sendo sugados para todos os lados. Era uma sensação horrível, e ela só conseguia pensar em quando aquilo ia acabar. Até que sentiu os pés caírem brutalmente no chão, e uma tontura. Abriu os olhos, olhou para Fred e depois olhou envolta.

- Banheiro. – ela disse correndo e Fred soltou uma gargalhada.

Mais tarde, depois de Lizz ter vomitado tudo o que podia e ter descansado, os dois perceberam que os pais dela não estavam em casa.

- E então, o que você quer fazer? Não quer ir arrumando suas coisas logo? – Fred disse, botando as mãos nos bolsos.

- Pode ser. – ela disse, passando a mão direita pelos cabelos. – Promete me ajudar?

- Claro. Onde é a gaveta dos sutiãs? – ele disse, esfregando as mãos excitado.

Ela o fuzilou com os olhos como se fosse matá-lo a mil facadas.

- Brincadeira. – ele disse, levantando as mãos em sinal de rendimento.

Passaram algumas horas, e depois de terem arrumado quase tudo que Lizz queria levar, ouviram passos no andar de baixo.

- Acho que meus pais chegaram. – ela disse com um sorriso de ponta a ponta no rosto.

Fred empalideceu. Ele estava tão tranqüilo por conhecer os pais da sua namorada, mas agora se sentia com um pouco de medo. Ele se perguntava se era normal sentir medo dos sogros.

- É... vamos. – ele riu nervoso. – Quanto mais rápido falarmos com eles, mais rápido iremos sair daqui.

- Meu neném tá com medo, é neném? – ela disse apertando as suas bochechas.

Ele apenas deu um sorriso, corando, e a puxou pra fora do quarto. Desceram as escadas e ouviram vozes distantes. Fred parou, porém Lizz o ultrapassou correndo.

- Mãe, pai! – ela disse abraçando um homem.

- Minha princesa, o que você faz aqui? – o homem disse, que Fred deduziu ser seu pai.

O pai de Lizz era um homem alto e seus cabelos eram castanhos escuros. “Deve ter puxado para a mãe”, pensou Fred.

- Eu vim aqui porque preciso falar com você e com a mamãe. Onde ela está? – ela perguntou.

- Ham... Hu-hum, bem, ela está viajando. Não sabíamos que você viria, então ela foi visitar sua tia. – ele respondeu nervoso. – Rapidinho, eu vou lá em cima e já volto pra conhecer seu amigo.

O pai de Lizz subiu as escadas rapidamente. Os dois se encararam.

- Ele está escondendo alguma coisa. Eu sei. – ela disse, estreitando os olhos com desconfiança.

- Ele falou que sou seu amigo. – ele disse, segurando um riso. Correu para Lizz e lhe deu um beijo. – Isso é ser amigo? – ele perguntou, agora dando beijinhos em seu pescoço.

- Não, não é. – ela riu. Rapidamente o empurrou. – Ele tá descendo.

Ele foi alguns passos para trás e logo o pai de Lizz estava no topo da escada. “Você me babou”, ela sussurrou para ele e ele soltou uma longa gargalhada.

- E então, o que quer conversar? –o Sr. Longbotom perguntou, sentando-se no sofá.

- Bom – ela disse imitando-o. -, é o seguinte pai. Você lê o Profeta Diário, certo? – ela perguntou e ele confirmou com a cabeça. – Então, você deve ter visto notícias sobre Você-Sabe-Quem, e, bem, o Fred – ela apontou para ele -, está com a família numa sede construída pelo meu diretor, Dumbledore, que serve para localizar e acompanhar as atividades do dito cujo. Summer já está lá, e bem, eu queria permissão para entrar na tal sede, que se chama...? – ela disse, olhando pra ele.

- Ordem da Fênix. – ele disse, engolindo em seco.

- Isso.

- Você vai lutar? – ele perguntou.

- Bom, agora não, mas quem sabe mais tarde... Talvez, mas eu preciso pai, eu quero. Eu tenho que proteger meus amigos, o senhor, a mamãe e o Fred. Porque quando Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado quiser lutar, ele vai vir atrás dos trouxas e isso pode incluir vocês. Por favor, pai, eu estou te pedindo, me deixa ir. – ela implorava com as duas mãos juntas.

- Você é só uma garotinha Beth, tem apenas 14 anos, eu não sei se devo... – ele olhou para ela, que fazia uma cara de cachorro pidão. Fred não sabia do que mais queria rir naquele momento, da cara de sua namorada ou do pai dela chamando-a de Beth. – Está bem, está bem, pode ir.

Ela o abraçou.

- Obrigada, papai. Eu e Fred temos que ir o mais rápido possível.

- Tá, mas posso fazer uma pergunta antes? – ele perguntou com um sorriso maroto.

- Pode. – Lizz disse assustada.

- Ele é seu namorado? – ele perguntou e Lizz gargalhou. Fred congelou onde estava.

- Vem cá, Fred. – ela disse e ele veio andando devagar. Ela entrelaçou sua mão a dele. – Você é meu namorado, Fred?

- S-sim, senhor. – ele respondeu. Lizz sentiu o suor das mãos de Fred e isso a fez abrir um grande sorriso.

- Bom – o Sr. Longbottom se levantou -, é um prazer conhecê-lo. – ele disse com a mão estendida para Fred.

- O prazer é meu, Sr. Longbottom. – ele disse, apertando sua mão.

- Ah, me chame de Peter. – ele sorriu.

- Prontos? – perguntou o Sr. Longbottom.

- Sim. – Lizz abraçou o pai. – Até breve, pai.

- A-até breve, filha. – ele disse, agarrando-a com força.

Lizz sentiu seu coração apertar e percebeu que aquilo não era bom.

- Até mais, Sr. Longbottom. – Fred disse estendendo-lhe a mão.

- Cuide bem do meu tesouro. – o Sr. Longbottom sacudiu a mão de Fred.

- Tchau. – disse Lizz, segurando a mão de Fred e pegando a sua mala com a outra mão.

- Tchau. – sorriu.

E Lizz sentiu aquela sensação horrível de novo. Após alguns segundos, aterrissou no chão e olhou envolta um corredor de uma casa velha, malcuidada e empoeirada.

- Bem vinda a Ordem da Fênix. – sussurrou Fred no ouvido de Lizz, mordendo sua orelha. A menina se arrepiou e sentiu um enjôo forte.

- Banheiro, onde é? – ela disse, pondo as mãos na boca.

Fred riu, segurou a mão da namorada e correu para o banheiro, jogando as malas no chão.