Like A Hurricane escrita por TahRodriguess


Capítulo 2
Capítulo 2 - Forget Everything


Notas iniciais do capítulo

Hey! Alguém está lendo isso? De qualquer jeito, espero que gostem!



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 De manhã eu estava com uma dor de cabeça infernal – o que era de se imaginar – então tomei um banho gelado, depois desci e peguei café recém feito da cafeteira já programada. Sentei na cozinha e pus o café em cima da “mesa” de mármore negro, dando um tempo para a minha cabeça.

- Bom dia – olhei para o lado e Ela estava parada, com o rosto amassado, cabelo preso de um jeito meio bagunçado e a minha camiseta cinza que ficava um pouco curta nela, apenas isso.

- Hum... Pega um remédio para mim no armário do banheiro lá em cima – Ela foi sem falar nada, enquanto isso eu levantei e peguei um copo de água depois terminei o café quando voltei para mesa, e então Ela desceu.

- Você deve ter muita “dor de cabeça”, – fez as aspas – tem um arsenal de remédios para ressaca lá em cima – Ela me entregou. Não comentei nada, coloquei o remédio no copo com água enquanto a garota me encara parada no mesmo lugar. A olhei.

- Vai ficar parada aí o dia inteiro? – Ela não fez nada, continuou parada. Revirei os olhos – Tem comida se quiser.

- Comida? – disse num tom surpreso.

- Acha que eu vivo só de álcool e remédios para ressaca? – deu de ombros. – Você ainda me irrita – encarei o copo agora com o remédio todo dissolvido dando uma coloração esbranquiçada à água.

- Me conte uma novidade – Ela foi até a geladeira – Uau, quanta comida – Ela era bem irônica, isso era evidente pelo seu tom de voz mesmo com a cabeça dentro da geladeira.

- Tenho 17 anos, moro sozinho e não sei cozinhar.

- Ta bom... – Ela tirou alguma coisa da geladeira e pôs na pia fechando a porta com a ponta do pé – Posso ficar a vontade?

- Já não está? –  não respondeu.

 Virei o copo todo de uma vez e fiquei quieto, de olhos fechados para que a dor aliviasse. Eu achava que não tinha bebido tanto para uma ressaca tão forte, se bem que, aposto que 90% da minha dor de cabeça é pela intromissão dessa tal garota na minha vida ontem, Ela não tinha nada o que aparecer e bancar a intrometida me proibindo de dirigir.

 Um cheiro bom tomou conta do apartamento, mas mesmo assim não levantei a cabeça, pelo menos até ouvir um barulho de prato batendo no balcão, e o cheiro ficar ainda melhor e mais forte. Aí sim levantei a cabeça. Ela estava do outro lado do balcão que dividia a sala da cozinha com um prato posto a sua frente e, me encarando, pôs outro prato na minha frente.

- Achei que gostaria de comer algo que não fosse congelado – não entendi porque Ela fez isso, mas também não questionei. O cheiro estava realmente bom e eu acabara de descobri que estava com fome. Há realmente muito tempo não comia algo que não fosse congelado, sempre fui um desastre na cozinha, culinária nunca foi o meu forte.

- Eu tinha ovo na geladeira? E como conseguiu arranjar tanta coisa para por? – Ela se sentou.

- Foi difícil, acredite – era uma omelete cheia de coisas dentro. Experimentei e, assim como o cheiro, estava muito bom. 

- Seu apartamento é bonito, as garotas devem adorar aqui.

- Não trago garotas para a minha casa.

- Ah... achei que trouxesse pela fama que tem.

- E que fama eu tenho? – a encarei e Ela enfiou uma garfada de omelete na boca tentando fugir da pergunta, mas continuei a encará-la até pensar que não valeria apena escutar, então voltei para o prato.

- E seus pais? Eles não deveriam estar aqui?

- Meus pais moram em Londres.

- Mas por que não moram aqui com você, ao invés de te deixar sozinho?

- Você é muito intrometida sabia? – a encarei de novo – E fala demais. Vê se fica quieta – e voltei para o prato.

- Tudo bem, afinal devo estar piorando a sua ressaca.

- Justamente. Piorando ainda mais o que já ia ficar ruim.

- Quer dizer que a culpada da sua ressaca agora sou eu?

- Sim. Se você não tivesse me tirado do carro ontem, hoje estaria tudo bem e o melhor de tudo: você não estaria aqui.

- E quem sabe você também não? Talvez um caixão ao invés da sua cama confortável.

- Por que você não me deixou dirigir? – pus os braços na mesa, cruzando e a olhando disposto a receber uma resposta dessa vez. – Afinal, duvido que se importe tanto comigo.

- E realmente não me importo, mas pensei que alguém sentiria sua falta.

- Ah claro – disse desacreditado e voltando a comer os últimos pedaços de omelete no prato.

- É verdade! Eu perdi meu pai com 10anos graças a isso, e a dor da perda não é uma coisa muito legal, é uma das piores.

- Pelo menos você tem a sua mãe – terminei.

- Minha mãe abandou meu pai me deixando para que ele cuidasse de mim quando eu tinha 1ano e oito meses – Ela me encarava com o prato já limpo, e eu não pude evitar de encará-la para que continuasse, mas ela não iria falar.

- Você mora com quem então?

- Minha madrasta.

- E o que tem haver eu dirigir, com a história da sua família? – ela respirou fundo preparando a resposta.

- Minha mãe teve depressão pós-parto, na verdade ela nunca quis ter um filho e sempre se sentiu infeliz com essa vida, então assim que pode me abandonou com o meu pai que ficou muito magoado com isso, magoado e desesperado.

- Então casou com a sua madrasta e bla bla bla....

- Não. Ele começou a beber, e conforme eu fui crescendo, fui descobrindo, mesmo ele bebendo sempre escondido. Com 7anos o fiz prometer que não beberia mais, e ele cumpriu a promessa, durante esse tempo conheceu a minha madrasta e se casou, mas acho que ele nunca esqueceu a mamãe, afinal, quando eu tinha uns 9 para 10anos ele recebeu uma carta dizendo que a minha mãe havia morrido e então voltou a beber. Certa vez, eu tinha 10anos, e implorei para que ele não saísse de casa a noite, mas ele iria mesmo assim e eu sabia muito bem para que, pedi então que não dirigisse e ele não levou o carro, para falar a verdade, naquela noite ele nem bebeu, talvez pensou em mim o implorando para que não fizesse, mas, eu nunca vou saber já que nessa noite um carro guiado por um motorista bêbado o atingiu em cheio na faixa de pedestre com o sinal fechado para carros.

- E agora você vive feliz com a sua madrasta na sua casinha.

- Não exatamente – eu deveria ter parecido curioso já que ela continuou: – Sabe a história da cinderela? – ela ajeitou a coluna um pouco – Vamos dizer que a minha vida agora é parecida se tirar as duas irmãs malvadas e o príncipe encantando.

- Hum... – acho que ela esperava alguma resposta de mim, afinal ficou me encarando por segundos até que levantou e pegou os dois pratos indo em direção da pia.

 Eu sabia como era perder os pais, na verdade nossas situações eram semelhantes. Ela é órfã de pais mortos e eu de pais vivos, e ambos temos algo para viver, ela a madrasta e eu o dinheiro da minha mãe. Para falar a verdade não sei se é tão semelhante assim.

 Respirei fundo, senti que não havia problema em lhe contar a minha situação, ela me contou a dela.

- Nunca tive um bom relacionamento com o meu pai, então assim que fiz dezesseis ele comprou esse apartamento para mim resmungando e se mudou para Londres. A minha mãe se dizia muito mal com essa situação, mas foi junto e me manda o dinheiro todo mês, mas ela está mais interessada nas compras e na vida de madame diferenciada da Inglaterra do que para o filho, e, penso eu, que só me manda o dinheiro porque a transferência é automática, para o caso dela não esquecer como fez diversas vezes.

 Ela não respondeu, terminou de lavar os pratos e pôs para secar, depois se virou, enxugou as mãos na minha camiseta e passou uma mexa solta do cabelo castanho claro preso em um coque solto, para trás da orelha. Ficou me olhando com cara de paisagem como se eu não estivesse dito nada.

- Está tarde. É melhor eu ir – Ela foi caminhando até o quarto do hospedes. Me levantei.

- Eu te levo – ela não respondeu, o que era estranho. – Espera ai, sem resmungos ou falação?

- Algo que eu disser vai mudar alguma coisa? Melhor eu não me intrometer – ela entrou no quarto.

 Subi e coloquei uma roupa melhor para sair, depois desci para procurar as chaves do carro. Ela saiu do quarto de hospedes devidamente vestida como ontem à noite no exato momento em que achei as chaves.

- Vamos!? – saímos do apartamento.

- Só uma pergunta: Você disse que iria me levar, mas como? Achei que seu carro estivesse ficado na casa da Ashley.

- E ficou – fomos direto para o elevador e o silêncio reinou pelo menos até chegarmos à garagem.

Apertei o botão da chave destravando uma mercedes na quinta vaga seguindo reto. 

- Como eu não imaginei um outro brinquedinho? – pergunta retórica.

Entramos no carro e eu dei partida saindo da garagem. Poucas pessoas sabiam da mercedes, eu sempre preferi sair com a BMW, me sentia mais a vontade, melhor, mas nesse caso, eu não tinha outra escolha.

- Ajudaria se você dissesse o seu endereço.

 E Ela disse, me guiou por todo o longo caminho até uma rua discreta onde morava. Era um caminho longo e perigoso para se andar sozinho em plena madrugada.

 Parei o carro e Ela já ia sair, mas tranquei a porta, fazendo com que me olhasse com uma gota de confusão em seus olhos.

- Eu gostaria que esquecesse disso, de tudo o que aconteceu.

- Por mim não aconteceu nada, não precisava nem ter dito. – ficamos nos encarando por alguns segundos. – A porta – Ela me lembrou.

 Destranquei e Ela saiu, atravessando a rua um pouco desengonçada encima do salto e com o cabelo, uns quatro dedos acima da metade das costas, voando com o vento por ter desfeito o coque.

 Que diabos há comigo? Isso é loucura.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam! Pelo amor, já to achando que estou postando para fantasmas, é.
Tenho quase certeza absoluta que tem algum erro na história, mas to sem tempo para rever, então me avisem qual é para que eu possa acertar! Please.
Bzs.



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