Like A Hurricane escrita por TahRodriguess


Capítulo 11
Capítulo 11 - Final Sentence


Notas iniciais do capítulo

Então é isso, o último capitulo! Boa Leitura "/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/165872/chapter/11

Eu estava completamente mal acostumado com essa vida, com a Amy na minha casa é tudo cômodo demais, ela faz as compras e eu não como comida congelada desde então.

 As coisas não parecem estar tão diferentes mais, demorou, mas me acostumei com a vivência dela lá, assim como todos que conhecemos se acostumaram com a gente juntos. Aí que está a palavra que deveria ser estranha: “Juntos”. Eu nunca fui de ficar com uma garota por mais de um dia, talvez, uma vez e tempos depois outra, mas direto assim, nunca, porém a Amy se mostrou completamente diferente do que eu imaginava, depois que aquela visão de uma garota problemática e frágil passou, eu a vejo diferente. Ela é tão “tanto faz” para “qualquer coisa”, simplesmente não se importa, é tão diferente de mim, ou não, é tão igual que pode se dizer que é a minha “versão feminina”’ apesar de que quem olha por fora nunca imaginaria que é assim, já que, boa garota é algo que ela não é.

 Eu não sei se conseguiria me acostumar a viver sozinho de novo, como eu disse, é cômodo e não só pela parte da comida. Estou acostumado a ficar até a madrugada assistindo televisão com ela, ambos largados no chão da sala, ou bem, fazendo coisas que não são necessárias serem ditas agora. Ela ainda tinha os defeitos que sempre detestei, continuo a achando uma garota marrenta e que fala muito quando está nervosa, mas que quando é pressão demais, não diz nem o que deveria, ela consegue ser irritante quando quer e a ironia é algo que não larga nunca, mesmo assim, eu não sei se conseguiria ficar sozinho de novo, porque, ela foi a única que não se mostrou vadia ao ficar comigo, o contrário de todas as outras.

 Eu gostava daquilo, daquele tipo de vida, as festas e as saídas continuam, mas agora eu não procuro uma garota, já tenho a minha e ela não me controla, não pega no meu pé e dirige para casa no final da noite – ou início da manha.

- Ficou feliz com a sentença?

- Nem consegui me acostumar com a ideia ainda, é estranho demais.

- O que?

- Saber que eu sou “livre”. De cara achei que dois anos e meio de cárcere privado era pouco, mas agora não.

- E o que te fez mudar de ideia? Para mim ela merecia bem mais.

- Não importa o crime que aquelas mulheres cometeram, elas têm a consciência que torturar uma criança é pior do que o crime delas. Minha madrasta vai ser odiada naquele lugar, acho que ela vai sofrer o suficiente e espero que vá para o inferno de lá mesmo – silêncio.

 Ambos estávamos um pouco atordoados com o que acontecera há umas duas horas atrás, era tanta pressão, ansiedade e nervosismo que ainda não havíamos nos recuperado.

 Se eu ainda estava meio atordoado, imagine ela, o alvo principal de tudo, dos olhares, das palavras, dos sentimentos notáveis dentro daquela sala fechada e quase vazia... Era de se esperar que a pintura de um carro verde musgo a nossa frente a interessasse mais do que qualquer outra coisa da paisagem fora do tribunal.

- Quer? – lhe ofereci um gole da garrafa de cerveja, pelas metades, que eu comprara e estava bebendo.

- Não, os remédios e tal – justificou e depois disso, mais silêncio. – Eu nunca vou esquecer as palavras do júri – ela sorriu de lado e abaixou a cabeça.

- Quais palavras? – ela levantou a cabeça e voltou a olhar para o carro estacionado, mas não tão perdida em pensamentos como antes.

- “Crianças são seres puros, que se transformam apenas quando são contaminados pela maldade humana. Um lar seria o lugar onde elas apreenderiam o verdadeiro significado de certo e errado, um lugar que simbolizasse proteção e aconchego, onde toda a maldade do lado de fora fosse esquecida. A réu não teve esse “lar”, sofrera pro anos até conseguir uma chance de viver, lhe foi tirada a infância, dando lugar ao trabalho e a surras. Tudo na vida deixa marcas, hematomas, arranhões desaparecem, mas a dor psicológica de alguém que foi amargamente tratada enquanto deveria viver a melhor fase de sua vida não desaparece assim tão fácil” e a melhor noticia da minha vida: “Nós, do júri, declaramos Marie Kateryne Hudson, culpada”.

- Pelos crimes de blá, blá, blá – tomei outro gole e ela riu.

- Esses mesmos.

- Eu não sabia que você tinha feito aquelas fotos, e aquele exame lá.

- Corpo e delito?

- É.

- Achei que não fosse necessário contar. Falando nisso, valeu pelo advogado, acho que esse processo demoraria mais uns meses para acontecer se você não tivesse me ajudado.

- Demoraria bem menos se tivesse me contado logo.

- Tanto faz, no final deu certo – ela encostou a cabeça na parede.

 Nós mal nos olhávamos, a rua parecia bem mais interessante a maior parte do tempo.

- Você vai voltar para a sua casa agora? – essa uma duvida que me roia por dentro sempre que eu pensava no assunto. Devo admitir que não queria isso, mas não poderia deixar de perguntar, era crucial.

- Não sei. Acho que não estou pronta. Aquela casa me traz oito anos de más lembranças, acho que se eu voltar agora meu tratamento vai todo para a puta que pariu.

- Então você fica na minha casa.

- Se não houver problema... – ela desencostou a cabeça da parede e olhou para o outro lado, talvez por anseio do que eu poderia falar.

- Não estou perguntando, estou afirmando.

- Sem problemas Sr. Ignorante. É bom saber que me quer por perto – mais silêncio e então lembrei da minha cerveja e dei mais um gole.

- Sabe o que vai fazer agora?

- Não.

- A escola está acabando, normalmente as pessoas vão para a faculdade... – eu tentava discretamente, a todo custo, chegar a resposta que eu queria, ou seja, que esse tempo estranhamente “juntos” não duraria apenas dois meses.

- É o que você pretende fazer? – ela me olhou.

- Não.

- Então pronto. A última coisa que eu quero é passar mais quatro anos enfiada em uma universidade qualquer fazendo alguma merda por qual eu com certeza não estaria interessada. Agora eu sou livre.

- E daí?

- E daí Bryan De Lion Court, que eu posso fazer o que eu quero, quando eu quero, sem ninguém gritando nos meus ouvidos, sem responsabilidades além das que eu, apenas eu, achar necessárias. Não quero mais obrigações e viver de falsas aparências. Eu estou livre. Eu sou livre.

- Então... pretende começar essa vida de curtição quando? Afinal estamos jogados na calçada do Tribunal de Justiça como se fossemos mendigos, a diferença é que bem vestidos. Acho que esse não seria um bom começo.

- Tem razão – ela se levantou e eu fiz o mesmo, depois de acabar com a cerveja já quase ficando quente. Seus olhos de repente ficaram vagos. – Se parar para pensar é tudo tão estranho. Minha vida virou ao avesso tão rápido que não sei dizer quando foi e quando eu estava tentando por tudo no lugar, outra coisa vinha e derrubada tudo de novo, como...

- Como um furacão, e ele sempre voltava como se estivesse tudo errado, até que de repente ele desaparece e enfim, te dar a sensação que tudo está sendo reconstruído do jeito certo – ela me olhou.

- Como você sabe?

- Vamos dizer que as coisas não andavam muito “claras” para o meu lado também –seus olhos confusos encaravam os meus, até que relaxou a testa como se estivesse esquecido do assunto.

- Para onde vamos? Seja lá qual for o destino, eu dirijo.     


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então é isso, acabou "/
Só tenho que agradecer aos fantasmas que me acompanharam do começo ao fim e aos não fantasmas que ~eu acho~ que ainda lêem ~ou quem começar a ler sei lá ~ espero que tenham gostado de ler o tento que gostei de escrever a Like a Hurricane é especial para mim e eu não sei se já disse que sou MUITO apaixonada por esse Bryan... então... aceito Reviews de último capitulo também ok?
Qualquer coisa, tenho mais fic's pequenas aqui e caso gostarem de alguma... e um dia eu posto uma grande, prometo!
Bezus e espero ver algum de vocês que lerem isso em outras histórias.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Like A Hurricane" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.