The Only One escrita por GabanaF


Capítulo 8
Cap. VIII — It's A Long Way to The Top


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como estão? Espero que tenham passado o Natal muito bem e desejo a vocês um Feliz Natal atrasado!
Desculpem-me pela demora, mas eu estava meio ocupada com minha outra fic, I Feel Pretty/Unpretty e minha imaginação também não ajudou muito.
Mas, aqui estou eu de volta para o maior capítulo até agora, e espero que gostem!



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— Você não vai fazer isso — disse Quinn determinada, olhando para Rachel como se ela tivesse sérios problemas mentais.

— Quinn tem razão, isso é louco demais, até para você, Rachel — Kurt emendou.

Rachel apenas rolou os olhos. Sua decisão já estava tomada, ela nem sabia por que chamara a namorada e o melhor amigo para sua casa para contar o que faria no seu aniversário, dali a uma semana. Era excitante, legal, e com certeza faria Santana parar de chamá-la de “certinha”.

Ela queria uma festa no Hell House.

Era uma idéia interessante, é claro, contanto que seus pais não soubessem daquilo. Iria fazer dezoito anos, tinha o direito de comemorar num lugar que fosse legal, e não na pizzaria que tinha perto de casa com seus pais pedindo para ganhar o mini-bolo de aniversário que eles davam. Aquilo era uma coisa dela, e ninguém, muito menos Kurt e Quinn, iriam lhe impedir de fazer.

— Estou decidida, eu falei com Jack, ele vai organizar tudo — Rachel disse dando de ombros.

Quinn franziu a testa.

— Jura? Puxa, o Hell House está mesmo acabado, pro Jack concordar com isso.

— Isso é por que você parou de ir lá quando começou a namorar a Rachel — comentou Kurt, rindo. Quinn pegou um travesseiro e jogou na cabeça do garoto.

Rachel não achava graça daquelas brincadeiras. Tudo bem, ela obrigara Quinn a voltar ao loiro e deixar o cabelo crescer, mas aquilo não significava que mandava na relação. De fato, a única coisa em que não poderia mandar era no namoro delas.

Ela não reclamava, Quinn era uma melhor namorada que Finn, Puck ou Jesse já foram. Trazia flores de vez em quando, via Funny Girl quantas vezes ela queria assistir e ainda cantava todos os duetos de Mr. Arstein e Fanny tinham. Melhor que isso, impossível.

— Gente, por favor, vai ser legal! Só o Glee, num bar... Coisas podem acontecer... — Kurt olhou para Quinn, que corou até as orelhas. — Vamos! E Quinn, você pode levar as Skanks, elas também são minhas amigas, eu acho.

Ronnie e Sheila eram legais com Rachel. Pelo menos quando aparecia com Quinn atrás das arquibancadas para cumprimentá-las, elas a tratavam bem. Lançavam olhares a suas vestimentas, mas não comentavam nada. No entanto, Rachel ficava assustada quando seu olhar se encontrava com o de Mack. Ela parecia querer esquartejá-la e dá-la para os animais de rua.

Rachel não sabia o que tinha feito para receber tanto ódio de Mack e não ficaria muito tempo com as Skanks para descobrir. Apenas as convidaria por que Quinn tinha um apreço enorme para com elas (quase da mesma forma que tinha com Sam), e ela tinha quase certeza de que qualquer jeito as encontraria no Hell House. Era melhor daquela maneira, sabia.

Quinn mordeu o lábio, dando um olhar matador a Rachel. A garota se encolheu um pouco, porém logo voltou à animação de antes. A namorada diria sim, tinha certeza. Seria a primeira discussão que ela ganharia em dias, teria que dar uma festa especialmente para isso.

— Tá bom — bufou Quinn. Rachel deu pulinhos no meio da sala. — Mas se a coisa ficar feia, nós largamos tudo e vamos embora.

— Beleza! — Rachel pulou no colo de Quinn e lhe deu um selinho, que a garota deixou-se aprofundar até ouvir as tossidas distantes de Kurt no outro sofá.

— Por favor, esperem até eu ir embora — reclamou ele, se levantando. Rachel olhou para ele, sem-graça.

— Ótimo, Kurt, vá embora para eu poder transar com a minha namorada — respondeu Quinn risonha, apertando a cintura de Rachel delicadamente.

— Quinn! — exclamou Rachel indignada, corando fortemente.

— Ai, que nojo — brincou Kurt, beijando a testa de Rachel e dando um soco fraco no ombro de Quinn, se despedindo. — Não quero interromper, sei onde fica a saída.

Quinn puxou Rachel, que iria acompanhar Kurt até a porta, para perto dela novamente, fazendo a garota sentar no seu colo. Rachel abriu a boca para reclamar, mas Quinn a silenciou com um beijo suave, mas desesperado.

Rachel correspondeu com paixão, arranhando o pescoço de Quinn, buscando juntar suas bocas o máximo possível. Aprumou-se no colo da garota, encaixando as pernas de Quinn nas suas, o calor do momento não lhe deixando respirar.

Quinn mudou a direção de seus ataques ao pescoço de Rachel, rindo suavemente nele e deixando uma marca no local. Rachel revirou os olhos, puxando os cabelos de Quinn e colando seus lábios outra vez. O beijo continuou mais intenso e apaixonado, Rachel rebolando no colo de Quinn e afazendo gemer involuntariamente.

Então, o barulho da porta sendo aberta assustou Rachel, que rapidamente se moveu para longe da outra garota, caindo de maneira inexplicável no sofá ao lado, ofegando. Quinn fez uma expressão de total perplexidade enquanto a voz de um dos pais de Rachel se fazia ouvir.

— Rachel, nós chegamos! — Quinn identificou Leroy e se apressou a ajeitar suas roupas e os cabelos. — Kurt e Quinn ainda estão aqui?

— Só a Quinn... — respondeu Rachel num fiapo de voz, corando. — Estamos vendo TV.

Hiram e Leroy pararam no portal da sala, carregados de sacolas de supermercado. O modo que Hiram levantou as sobrancelhas lembrou tanto Quinn que Rachel se assustou. O homem pigarreou, olhou para a estante onde estava a televisão escura e disse:

— A TV está desligada.

Quinn e Rachel se entreolharam, a primeira forçando o semblante sério no rosto e a segunda balançando a cabeça, começando a admitir para si que sua mentira fora muito boba.

— É... — Rachel torceu as mãos no colo, nervosa. — Bem, vocês sabem né...

— Não, e não queremos saber, obrigado Rach — falou Leroy, sorrindo afavelmente para as duas garotas. Hiram fechou a cara diante da transparência do marido. — Quinn, ficaria para o jantar? Seria uma honra.

Hiram revirou os olhos, saindo da sala num melhor estilo Rachel Berry e carregando as sacolas. Ele tinha um problema com Quinn, assim como tivera com Finn, Puck e Jesse: ainda não admitia para si que sua menininha tinha crescido.

— Não posso. Desculpe-me — Quinn disse educada enquanto observava Rachel brincar distraidamente com um furado no tecido do sofá. — Minha mãe não me deixa ficar fora depois das sete. Além disso, eu que faço o jantar lá em casa.

Rachel se controlou para não rir. Quinn, mesmo após Judy falando que não permitiria que a filha saísse sem horário para voltar, continuava chegando tarde da noite em casa. A maioria das vezes era por que ela pulava a janela do quarto de Rachel e ficava com a garota até ela cair no sono. E Quinn não sabia nem fazer gelo direito, a mãe que era a cozinheira das duas.

— Tudo é show business — murmurou Rachel no ouvido da namorada quando ela se inclinou para lhe dar um beijo de despedida. Leroy já tinha saído para ajudar o marido na cozinha.

— Mas é claro, aprendi com você — riu Quinn, mordendo o lóbulo da orelha de Rachel antes de sair. — Vejo você amanhã na escola.


Quinn ainda não concordava com a idéia de Rachel em fazer sua festa no Hell House. Aquele era um lugar dela e das Skanks, quase uma espécie de santuário para os piores bêbados da cidade de Lima. Rachel Berry e o Glee ali pareciam quebrar toda a tradição daquele bar de não mantê-lo puro.

Mesmo assim, dois dias antes da festa, ela atravessou o campo de futebol (parando para cumprimentar Sam, já que não o via desde o dia anterior) em direção à parte de trás das arquibancadas para convidar as Skanks — ou ela dizia, para convencê-las a ir.

— Ei, Quinn! — exclamou Ronnie animada ao puxar a garota para dentro do esconderijo, abraçando-a de lado. Sheila bateu um high-five com Quinn enquanto Mack a olhava com se a garota tivesse uma séria doença venérea. — O que te trás aqui?

— Minha namorada vai fazer aniversário daqui a dois dias... — começou Quinn, retribuindo o olhar macabro de Mack com intensidade. — No Hell House.

As expressões de Sheila e Ronnie foram de total surpresa. Até Mack se esforçou para demonstrar alguma coisa, mesmo que fosse um desprezo contido ao tragar seu cigarro.

— Eu sei, ela ficou muito animada por isso, dá medo — comentou Quinn sigilosamente, temendo por Rachel estar atrás dela. — E não tirou a idéia da cabeça. Tive que ceder, então no domingo, apareça lá, beleza?

— Eu já sabia disso — falou Mack pela primeira vez, sua voz saindo completamente rouca por causa do cigarro. Quinn se perguntava por que ela não parava com aquele vício como Sheila e Ronnie.

A sobrancelha de Quinn arqueou na direção da garota, demonstrando uma surpresa relativamente educada. Por dentro, Quinn queria na verdade socar Mack por ela ainda lhe tratar tão friamente depois de seu último dia nas Skanks.

Odiava admitir, mas gostava de Mack, se importava com ela. Ver a garota com quem costumavam andar, te ignorar praticamente todos os dias por que não sabia lidar com seus sentimentos era difícil. Quinn queria ajudar Mack acima de tudo. Queria que ela encontrasse o amor como ela havia encontrado.

— E como? — indagou curiosa.

— Finn me contou — Mack disse com um sorriso psicótico no rosto.

Ronnie e Sheila fecharam a cara. Quinn perguntou para elas silenciosamente o que estava acontecendo, porém nenhuma ousou responder.

— Desde quando você sabe quem é o Finn?

— Estamos saindo.

O queixo de Quinn caiu. Da última vez que checara Finn ainda estava dando em cima da sua namorada, mesmo que negasse todas as vezes que alguém (mais especificamente Santana ou Sam) perguntava sobre os sentimentos dele em relação a Rachel. E ela já tinha namorado Finn, ele jamais sairia com alguém como Mack. Alguma coisa cheirava extremamente mal naquela notícia.

— Ok... — disse Quinn, massageando as têmporas. — Eu posso viver com isso. Não que eu me importe, sejam felizes juntos. — Ela se virou para Sheila e Ronnie, que mostravam seu apoio ao namoro de Mack e Finn fingindo vomitar. — Vejo vocês domingo, então.

Ela acenou enquanto saía de trás das arquibancadas, ainda perturbada com a notícia que acabara de receber. Tudo que ela queria era que os dois não estragassem a festa de Rachel, mas algo lhe dizia que eles estavam juntos exatamente para isso.


Rachel tinha colocado sua melhor calça jeans e uma camiseta de banda que Quinn lhe dera para ir esperar a namorada lhe pegar para poderem finalmente ir ao Hell House. Já tinha feito seu compromisso com os pais de ir à pizzaria e agora eles dormiam (Rachel esperava) profundamente em seu quarto. Tinha avisado que iria sair com Quinn e que não tinha hora para voltar, o que causou algum transtorno em Hiram.

Mas ela não se importou muito. Estava fazendo dezoito anos! Tinha esperado tanto por aquele dia que achou que fosse desmaiar de tanta emoção. Nada tinha mudado legalmente para ela, além do fato de poder encher a cara naquela noite, porém internamente sentia que tinha crescido demais num curto espaço de tempo e era hora para aproveitar um pouco o fim do colegial.

Ouviu uma buzina do lado de fora e correu para pegar seu casaco. Em Lima estava nevando, o que aumentou o humor de Rachel. Não poderia ser bom para o carro velho de Quinn, mas a neve sempre a lembrava de Nova York. Passou pela porta de entrada, acenando para uma Quinn toda embrulhada dentro do carro, trancando-a e colocando a chave no bolso.

— Oi, amor! — exclamou Rachel animada ao entrar no Chevrolet da namorada, dando um selinho nela.

Quinn mal podia ser vista embaixo de sua touca e casacos enormes. Suas mãos estavam confortavelmente num par de luvas preto. Ela definitivamente ficava mais fofa no inverno, pensou Rachel sorrindo.

— Não tá com frio, não? — perguntou Quinn ao olhar Rachel, que só vinha com um casaco e uma boina vermelha. — Credo.

— Você me aquece, ué — disse Rachel, as bochechas ficando vermelhas. — Vamos logo, Kurt me ligou e disse que Blaine está me esperando para um dueto.

Quinn revirou os olhos e acelerou.

— Quem disse que eu vou deixar você fazer um dueto com Blaine? — perguntou Quinn num tom brincalhão, mas Rachel ficou seriamente ofendida.

— Eu sei que você é ciumenta, mas não é pra tanto — murmurou a namorada magoada. — Blaine é gay, Quinn.

A garota riu.

— Se você não fosse tão linda, eu terminaria tudo agora. — Rachel abriu a boca, indignada com as palavras de Quinn. Ela gargalhou ainda mais. — É sério, Rach, você precisa entender o meu sarcasmo.

Rachel finalmente compreendeu que Quinn estava apenas brincando e deu um soco forte no ombro da namorada enquanto ela parava o Chevrolet em frente ao Hell House.

— Palhaça, usa sarcasmo perto de mim outra vez que eu vou...

Mas o que Rachel iria fazer, Quinn jamais soube, pois ela calou a outra com um beijo, aquecendo sua boca gelada na estranha e gostosamente morna de Rachel.

— Quinn... — murmurou Rachel fracamente após alguns minutos. — Minha festa...

Quinn deu um selinho em Rachel, e sem ligar para o que a morena falara, aprofundou o beijo logo em seguida. Ela não sabia o que era: só queria manter o corpo de Rachel o mais próximo dela durante toda a noite. Talvez fosse o frio. Ou talvez estivesse temerosa pelo fato de que Mack e Finn poderiam aprontar alguma coisa na festa.

Não tinha contado a Rachel sobre o suposto relacionamento da Skank e Finn. Se contasse, Rachel provavelmente ficaria colérica e cancelaria tudo. Quinn continuava não concordando com aquela festa, mas era o que Rachel queria e ela faria tudo para que ela ficasse feliz. Apoiaria a garota até o fim. Rachel merecia, afinal. Depois de tanto drama, algumas doses de vodka cairiam bem.

— Testando novos lugares, Berry? — A voz abafada de Santana Lopez foi ouvida do lado de fora do carro, fazendo as duas garotas sobressaltarem.

Quinn e Rachel se ajeitaram apressadamente, saindo do Chevrolet e encontrando Brittany e Santana completamente agasalhadas e encostadas na lataria do carro de Quinn com sorrisos mordazes no rosto.

— Idiota — Rachel disse com as bochechas vermelhas.

— Melhore os insultos, Berry, ou não vai poder entrar na própria festa — falou Santana, entrelaçando o braço de Brittany no seu e a puxando para o bar. — Vejo vocês lá dentro.

Quinn deu um sorriso safado a Rachel. Pegou a mão da morena e seguiu os passos das amigas Cheerios.


No Hell House estava toda a galera do Glee, além das Skanks. Quinn notara que Mack e Finn tinham chegado separados, porém eles sumiram logo depois para os fundos do bar. Sam tinha trazido todo mundo e não bebia, estava ajudando Jack a servir as bebidas em troca de alguns centavos.

Quinn queria dizer que era tão responsável quanto o melhor amigo, mas não resistiu quando Ronnie apareceu com uma garrafa de Black Label debaixo do braço. Infelizmente (ou felizmente, depende do ponto de vista), a garrafa foi divida pelas Skanks, Quinn e Rachel, e não durou mais que meia hora. O último gole foi tomado por Rachel, que começava a tropeçar quando andava, e então coube a Quinn a tarefa de pegar mais doses no bar.

— Não acha que está bebendo demais, Quinn? — indagou Sam aos gritos enquanto Blaine e Rory cantavam uma péssima versão ao piano de Someone Like You.

— Estou só começando! — gritou a garota em resposta, pegando as doses que Sam preparara com cuidado. — Antes eu bebia mais, acredite.

Sam lançou um olhar preocupado a ela, mas Quinn apenas deu de ombros. O garoto não sabia muito sobre suas idas ao Hell House durante o verão, e Quinn planejava deixar daquela maneira. Ele surtaria se descobrisse tudo o que fizera.

Ela chegou à mesa onde estava, porém só encontrou Ronnie e Sheila, acompanhando a apresentação dos dois garotos chorando intensamente. Antes de destruir os sonhos delas e perguntar onde estava Rachel, a garota agarrou-lhe pelas costas, mordendo seu ombro.

Quinn sorriu maliciosamente, deixando as doses na mesa e se virando para Rachel, puxando-a pela cintura e dando-lhe um beijo apaixonado.

— Onde está meu presente? — perguntou Rachel no ouvido da loira, fazendo a garota se arrepiar.

— Vem cá. — Quinn puxou Rachel entre as mesas e cadeiras do Hell House, vendo Santana atacando Brittany atrás do palco e Kurt e Blaine se beijando numa mesa distante. O resto do grupo agora dançava ao som da guitarra pesada de Puck e um de seus rocks clássicos.

Quinn abriu a porta do banheiro, beijando, arranhando e mordendo Rachel de todas as maneiras possíveis. Ela não se preocupou em entrar num dos boxes livres: empurrou Rachel para a bancada fria da pia — onde elas tinham dado o segundo beijo — e parou por um segundo para admirar a sorte que tinha por ter o corpo de Rachel só para si.

A namorada, no entanto, não hesitou. Ela entrelaçou suas pernas na cintura de Quinn, suas mãos passeando e arranhando as costas da garota por baixo das várias camadas que ela vestia.

Começou a desabotoar o casaco de Quinn desesperadamente, louca para ter acesso àquele corpo mais uma vez. Os beijos continuavam e Quinn logo não se importou em estar seminua naquele banheiro gelado e sujo. O calor que Rachel emanava superava qualquer coisa, a maior necessidade daquele momento era manterem-se juntas o maior tempo possível.

— Espere Rachel... — Quinn disse sufocada pela namorada, que agora estava ocupada em deixar muitas marcas em seu pescoço. — Não podemos fazer isso aqui.

— Cala a boca, Quinn, é meu aniversário — mandou Rachel, voltando a juntar seus lábios sem dar tempo para uma retaliação de Quinn.

Quinn nem pensou em rejeitar a idéia: uma Rachel bêbada e irritada não era algo que ela queria ver naquele momento. Por isso, tirou a garota da bancada da pia e a prensou contra a parede, puxando os cabelos negros dela e não a deixando respirar.

Desabotoou a calça de Rachel sem dificuldade, nunca imaginando que ter uma namorada que não sentisse frio fosse facilitar sua vida numa hora daquelas. Quinn beijou o pescoço de Rachel, procurando atravessar a calcinha dela, penetrando um dedo em seu sexo suavemente.

Rachel se agarrou nos cabelos de Quinn, gemendo em seu ouvido, o que a impulsionou a ir mais rápido, acrescentando mais um dedo à garota. Rachel mordeu o lábio inferior, fechando os olhos e deixando que seus instintos a controlassem.

As bombeadas de Quinn tornaram-se mais aceleradas. Rachel gemeu um pouco mais alto, arranhando o pescoço de Quinn até os arranhões se tornarem pequenos hematomas, rebolando na mão da garota dentro de sua calcinha.

Ela não se importou, por que de algum modo sabia que Rachel estava chegando ao orgasmo, mas antes de sentir o líquido escorrer por dentre seus dedos, ela enfim os tirou do sexo de Rachel, olhando-a com um prazer maligno enquanto os lambia.

— Feliz aniversário, Rach — murmurou Quinn no ouvido da morena, mordendo o lóbulo de sua orelha.

Rachel deu um sorriso malicioso antes de voltar a beijar Quinn com vontade. Ela desceu a mão e apertou a bunda da loira. Quinn deu uma risada fraca durante o beijo, pressionando a namorada ainda mais contra a parede fria.

— Por favor, me digam que ainda estão nas preliminares.

Pela segunda vez naquela noite, Santana Lopez interrompia as duas. Rachel beijou Quinn uma última vez para responder a garota entre risos.

— Algum problema? — E caiu nos braços de Quinn, rindo como se acabasse de ouvir a piada mais engraçada do mundo.

— Nenhum. Coloquem as roupas logo, por favor. Vocês são gostosas, mas não quero ninguém aqui com hipotermia.

Quinn sorriu e agradeceu com a cabeça. Santana entrou num dos toaletes para dar às meninas privacidade. O estado de Rachel não a permitia colocar sua própria camiseta e casaco, então a dificuldade maior de Quinn foi fazê-la ficar quieta para tentar deixá-la vestida. Depois de feito isso, Quinn deixou que Rachel voltasse ao bar, trôpega, sendo ameaçada em ser jogada na privada caso não permitisse. Não tendo escolha, Quinn esperou Santana sair do banheiro enquanto abotoava lentamente seu casaco, jogado no chão por Rachel.

— Vocês transaram. — Não era sequer uma tentativa de pergunta, Santana Lopez sabia o que era ser direta.

— Sim — respondeu Quinn, sentindo o rosto ficar quente. Ela colocou a touca e se olhou no espelho para ajeitar os cabelos por baixo dela.

— Sorte a sua, Brittany é a única bêbada que não quer transar. — Santana disse ao sair do toalete, encarando Quinn pelo espelho. Sua expressão perdida deprimiu Quinn um pouco.

— Já que você não tem mais planos pra hoje, preciso de um favor.

Quinn havia tido a idéia naquele momento. Santana era a pessoa que mais confiava depois de Sam e Rachel, além de ser a única a quem poderia recorrer na situação em que se encontrava. Ela poderia ser uma vadia, mas era sua melhor amiga e sempre estaria lá.

— Preciso que vigie Finn para mim — pediu Quinn num sussurro.

— Do jeito que sua namorada está, eu acho que pediu para eu vigiar a pessoa errada — observou Santana, sem demonstrar nenhuma emoção.

— Só faça. Amanhã eu te explico tudo.

Santana hesitou, mas concordou com o que Quinn pedia.


— Rachel, essa canção é muito inapropriada! — exclamava Quinn um pouco antes das duas entrarem no palco do Hell House. Passava das duas da manhã e ninguém planejava ir embora.

— Quinn, olha onde nós estamos, pelo amor de Deus! — retrucou Rachel irritada, estava cansada daquela Mamãe Quinn super protetora que parecia só aparecer quando ela mais precisava de diversão. — Você queria que eu começasse a cantar Barbra? Até eu sei que é inadequado para o local.

Quinn não respondeu, preferindo checar sua guitarra emprestada de Jack. Rachel deu um sorriso vitorioso, sabendo que já tinha ganhado a discussão. Quando Quinn se calava, obviamente estava irritada demais para encontrar outro bom argumento e acabava concordando com Rachel. Geralmente Quinn sempre tinha uma opinião a mais quando se tratava de assuntos sérios, mas para as loucuras, Rachel era a que ganhava.

— Você sabe que essa música tem um solo de gaita de fole e ninguém realmente sabe tocar e... — tentou falar Quinn numa última tentativa, porém Rachel a interrompeu:

— Sim, porra, eu sei! Agora vamos subir no palco antes que o povo enlouqueça.

Ela deu um selinho rápido na namorada, segurando a garrafa de Johnny Walker nas mãos fortemente. Rachel tomou um gole do uísque e foi agraciada com palmas bêbadas dos garotos do Glee e das Skanks quando entrou no pequeno palco do Hell House junto de Quinn.

— Oi, gente! — cumprimentou Rachel arrastando as notas, fazendo Quinn revirar os olhos. A morena fez um gesto obsceno para a namorada, que agradou metade do pequeno grupo; Santana bateu palmas de pé. — É o seguinte: mais música, menos papo. Puck! Suba aqui para comandar a bateria.

Puck, que já sabia da apresentação de Rachel antes mesmo de Quinn, tropeçou em seus próprios pés, mas chegou ao palco são e salvo. Ganhou um beijo na bochecha de Rachel e um high-five de Quinn antes de assumir a bateria, que tomava metade do palco.

Quinn começou com acordes fortes enquanto Rachel batia os dedos no pedestal do microfone com os olhos fechados, sentindo a batida da música. Puck a acompanhou logo após, mesclando sua bateria a guitarra de Quinn perfeitamente. O ritmo foi ficando mais violento, Quinn sorriu a Puck durante uma nota mais alta. Ela tocou em Rachel levemente com a guitarra para que ela começasse a cantar.


Ridin' down the highway

Goin' to a show

Stop in all the byways

Playin' rock 'n' roll


Rachel jogou o cabelo para frente e para trás, acompanhando o ritmo da guitarra de Quinn, que era fortemente utilizada ali, já que a versão original do AC/DC usava uma verdadeira gaita de fole. Mas a morena não deu à mínima para isso, e deixou que Quinn compartilhasse o único microfone do bar com ela para que cantasse a segunda parte da música.


Gettin' robbed

Gettin' stoned

Gettin' beat up

Broken boned

Gettin' had

Gettin' took

I tell you folks

It's harder than it looks


Mesmo bêbada e potencialmente fora de si, Rachel não deixou de reparar o quanto a voz de Quinn era mutável. Naquele momento ela estava cantando igualmente a Bon Scott, tanto para deixar o outro vocalista que assumiu após a morte dele com inveja. Ela olhou para Quinn orgulhosamente, que riu e cantou junto com Rachel o refrão.


It's a long way to the top

If you wanna rock 'n' roll

It’s a long way to the top

If you wanna rock 'n' roll


Puck conhecia a música e fazia backing vocal para as duas garotas. Ele balançava a cabeça tão rapidamente que Rachel pensou seriamente que ela sairia voando do corpo do garoto. A garota deu a volta em Quinn, arranhando o pescoço dela já danificado pelo momento delas no banheiro, parando do outro lado da garota, saboreando as reações dos colegas do Glee e das Skanks à sua canção, e lançando um olhar vitorioso a Quinn.


If you think it's easy doin' one night stands

Try playin' in a rock roll band

It's a long way to the top if you wanna rock 'n' roll


Rachel deixou o estrelado nos próximos dois minutos para observar o solo fantástico de guitarra que Quinn estava fazendo seguida de Puck na bateria. Ela reclamara sobre não ter uma gaita de fole por que subestimava seus talentos. Quinn era tão boa na guitarra quanto qualquer guitarrista famoso por aí.


Hotel motel

Make you wanna cry

Lady do the hard sell

Know the reason why


O olhar de Quinn era selvagem. Ela realmente gostava daquela música, observou Rachel. Quinn Fabray gostava de rock mais do que qualquer garoto ali, e ela tinha que agradecer Sam Evans por isso. Quinn ergueu a sobrancelha ferozmente, voltando a cantar.


Gettin' old

Gettin' grey

Gettin' ripped off

Under-paid

Gettin' sold

Second hand

That’s how it goes

Playin' in a band


Quinn escorregou de joelhos pelo chão, o que Rachel achou ser uma manobra violenta até para ela. Mas não se importou, estavam ali para se divertir e beber, alguns ferimentos (como o grande roxo nas suas costas das investidas de Quinn no banheiro) eram esperados.


It's a long way to the top

If you wanna rock 'n' roll

It’s a long way to the top

If you wanna rock 'n' roll

If you wanna be a star of stage and screen

Look out it's rough and mean

It's a long way to the top

If you wanna rock 'n' roll


Quinn executou mais um daqueles mágicos solos dela antes de terminar a canção e ser aplaudida pelos poucos que ainda conseguiam ficar de pé e pelos garotos sentados ao redor de suas vodkas e uísques. Antes de Rachel sair do palco, ela sentiu mãos ao redor de sua cintura e, sem reação, sentiu os lábios sorridentes de Quinn grudar nos seus, lhe dando uma animação extra para mais uma dose de Jack Daniels.


— Finn ainda está atracado com aquela maluca — Santana passou sussurrando ao lado de Quinn, que dançava com Rachel e uma garrafa de vodka. Ela assentiu, agradecendo a amiga com o olhar.

Talvez devesse ter advertido Santana por chamar Mack de maluca, mas ela tinha uma razão para aquilo. Mack e Finn tinham chegado quase onze horas da noite e não haviam saído dos fundos do bar, mesmo tendo se passado pouco mais de quatro horas. Sua curiosidade estava lhe matando para sair dali e finalmente ver o que eles estavam fazendo, porém precisava cuidar de Rachel.

A namorada estava dando tanto trabalho quanto na sua última vez ali. Ao redor de Rachel estava uma garrafa de Black Label, duas de Jack Daniels e mais uma de vodka que Quinn não reconheceu a marca. Supôs que ela que tinha pagado por aquilo tudo, pois as únicas garrafas de Johnny Walker que Jack tinha, as Skanks tinham bebido durante todo o verão, o que não era comparado em nada ao que todos ali tinham bebido naquela noite.

— Vou ver o Sam, ok? — gritou Quinn no ouvido de Rachel, que se mexia estranhamente no ritmo da música eletrônica que Jack, por um milagre, tinha colocado.

Rachel assentiu, mas Quinn não teve certeza se era por que ela ouvira o que tinha acabado de falar ou por causa do ritmo louco da música. De qualquer maneira, ela encaminhou-se para a parte menos maluca do Hell House, onde Sam observava tristemente Mercedes dançar com seu namorado, que parecia um gorila enorme.

— Ainda não esqueceu ela? — perguntou Quinn, oferecendo seu copo para que Sam o enchesse de bebida.

Ele não respondeu, ocupado em pegar uma garrafa na prateleira de Jack. Quinn não se importava se a vodka ou o uísque era bom, o importante era a famosa sensação de queimação na garganta e a possibilidade de que poderia fazer tudo.

— Eu preferia você com o Kurt — confidenciou Quinn após alguns minutos, deixando que Sam bebesse da sua dose. O garoto parecia precisar de algum álcool no sangue.

— Quinn, eu não namorei o Kurt — disse Sam resignado, porém suas bochechas coraram. — Foi um caso, também.

— Ainda assim, prefiro você com um cara — retrucou a garota, rindo. Ela acompanhou o olhar do amigo e notou que ele estava de olho em Kurt e Blaine dançando perto do palco, os dois extremamente bêbados.

— Qual é o problema de vocês, gays? Acham que todo mundo é gay também, credo.

— Nós não achamos que todas as pessoas são gays. — Sam respirou, aliviado. — Só achamos que os gays são gays.

Sam bateu em Quinn com o pano de prato que Jack deixara antes de sumir misteriosamente. A garota riu alto, o que acabou o fazendo rir também. Ela sentia falta daqueles momentos, parecia que agora era só ela e Rachel; não que não gostasse. Passar tempo com a namorada era ótimo, mas Rachel não entendia de rock ou Pokémon. Era bom variar os assuntos e as pessoas de vez em quando.

— Você é o Sam, o bar man, não é? — Uma voz surgiu ao lado de Quinn, ela se virou e deparou com Mack, estranhamente muito arrumada para alguém que havia passado a festa toda atracada com um cara. Sam olhou para Quinn, suspeito, e assentiu. — Ótimo, me dá uma dose da melhor vodka.

Mack sorriu a Quinn, sedutora. A garota franziu a testa e arqueou a sobrancelha, lançando um olhar rápido à pista de dança. Não havia nenhum sinal de Finn — ou Santana. Rachel pulava e dançava junto com Puck, e Quinn achou que estava tudo bem. Noah Puckerman era o protetor delas, como ele sempre as forçava lembrar.

— O que você quer? — indagou Quinn sem rodeios, começando a achar perturbador o silêncio entre as duas.

Mack aproveitou o momento de distração de Sam, que servia apaixonadamente Kurt, para chegar perto de Quinn e sussurrar na orelha da garota:

— Pode ir lá fora comigo, por favor?

Quinn se arrepiou ao hálito quente da garota em seu ouvido. Mack deu um sorriso malicioso, virando sua dose de vodka rapidamente na boca e saindo dali.

Ela ficou boquiaberta. O que Mack queria com ela? Ela estava acostumada com os joguinhos bobos dela durante sua temporada nas Skanks, alguns deles tinham se tornado muito sexuais para o gosto de Quinn, mas a líder do grupo tinha uma vez e presença que a deixavam sem palavras.

Sem pensar muito, ela deixou o copo de uísque no balcão e seguiu a garota.


— O que você quer? — Quinn repetiu a pergunta assim que encontrou Mack no estacionamento, dessa vez mais firme. Seu corpo se encolhia de frio dentro dos enormes casacos, o vento gélido atingia o rosto dela com força.

A garota apenas deu um sorrisinho petulante. Quinn teve vontade de avançar e socar aquele rosto impenetrável, mas se conteve. De algum modo, ainda devia alguma coisa à Mack, por ter saído das Skanks, por tê-la deixado se apaixonar por ela.

— Não posso falar com minha Skank favorita? — Mack riu mais um pouco, fazendo os pelos da nuca de Quinn se eriçar. — Estava com saudade.

— Todas as vezes que nos encontramos você me dá um olhar de desprezo, e espera que eu acredite no que está dizendo agora?

Quinn borbulhava de raiva. Seu desejo era de voltar para o bar, que nunca lhe pareceu tão quente e confortável. Queria ver se Rachel estava bem, se ela não tinha desmaiado ou se Finn não tinha se apossado dela com aquela mentalidade dele de homem do século XIX.

— Você não pode me culpar! — exclamou Mack, igualmente desvairada. — Todo dia vendo você, a pessoa que eu gosto, com outra! Como você acha que eu senti?!

— Você não me ama, Mack, você sente atração por mim, é totalmente diferente! E eu disse a você, meu coração era de outra, sempre foi, e jamais vai mudar. Desculpe.

Mack avançou em passos rápidos na direção de Quinn, que não recuou. Elas ficaram se encarando pelo que parecera horas, o hálito com cheiro de vodka que saía das duas se misturando no ar. Quinn não ousou falar, entendia o que Mack queria dizer, mas ela precisava parar. Rachel era a única pessoa que importaria na vida dela, para sempre.

— Posso oferecer minha amizade, se quiser. — Quinn tomou coragem e se afastou alguns centímetros, pois se conhecia bem Mack, logo ela tentaria beijá-la. E os beijos de Mack eram possessivos demais para se soltar.

— Que bom, adoro um prêmio de consolação — comentou Mack sarcástica, saindo da linha de visão de Quinn. — É um bom negócio, Quinn, trocar o hobbit por mim. Veja bem...

Uma fúria desconhecida dominou o corpo de Quinn. Ninguém, além dela mesma e Santana, poderiam chamar Rachel de hobbit, ninguém... Pensando nisso, ela empurrou Mack para o chão do estacionamento coberto de neve.

A garota caiu de boca no chão, e Quinn queria muito pedir desculpas pelo animal dentro dela que havia feito aquilo, até Mack se virar para ela, cuspindo neve e sangue da sua boca, dar um sorriso sangrento e dizer:

— Eu não trairia você, Quinn, jamais.

Quinn ficou sem reação por uns segundos. A compreensão do que Mack queria dizer veio apenas mais tarde, enquanto a garota, ainda no chão, ria sem misericórdia. Quinn deixou Mack ali mesmo e rumou novamente para a entrada do Hell House, abrindo as portas num estrondo e procurando loucamente Rachel com os olhos.

Ninguém pareceu notar o desespero de Quinn enquanto ela perguntava para os amigos onde sua namorada estava. Tentou socar Santana com toda a força que restava em seu corpo quando a encontrou no banheiro com Brittany. Não podia culpá-la por finalmente ter um tempo com a namorada e ter desistido de seu posto, mas até encontrar Rachel sã e salva, a responsabilidade iria toda para a garota. Somente Sam ouviu a desesperação óbvia de Quinn e ignorou os pedidos de bebidas das Skanks para buscar pela namorada da amiga.

— O depósito! — exclamou Sam, machucado por ver a dor nos olhos perdidos de Quinn. — Nós não fomos lá, a camionete ainda está aqui, ele não foi embora. Vamos procurar no depósito!

Quinn assentiu, apenas seguindo o melhor amigo. Seu corpo doía por ter ficado tanto tempo na friagem, seus dedos doíam por causa dos inúmeros solos de guitarra que havia feito, sua cabeça doía por causa da freqüente imagem que aparecia na sua mente de Rachel e Finn juntos, deitados e...

Sam estacou na sua frente ao abrir a porta do depósito. Quinn pediu, gritou, bateu no garoto para que ele a deixasse passar, mas ele não se movia. A dor de não ter uma resposta à reação ou ao que estava acontecendo lá dentro denunciava a Quinn apenas uma coisa: Finn estava se aproveitando da bebedeira de Rachel e iria transar com ela.

No entanto, Sam pareceu acordar de seu devaneio e invadiu o local, indo exatamente na direção de Finn, que Quinn notou ao entrar atrás de Sam, estava pronto para... As palavras doíam até no pensamento de Quinn. Sam tirou Finn de cima de uma Rachel sem a jaqueta e blusa e deu um soco no garoto, um soco que Quinn queria ter dado em Mack do lado de fora.

Finn tentou argumentar, falar alguma coisa enquanto Sam lhe dava pontapés para que ele se vestisse mais rápido. Quinn continuava paralisada no portal, sem saber o que fazer. Queria queimar Finn na fogueira por ter aproveitado de sua namorada, queria se queimar na fogueira por tê-la deixado ficar sozinha. Como poderia ser a garota dos sonhos de Rachel se nem a conseguia protegê-la no seu próprio aniversário?

— Cara, isso não é necessário! — Quinn ouviu Finn exclamar ao longe. As vozes dos dois garotos — a de Sam, autoritária e violenta; a de Finn, desesperada e esganiçada — pareciam muito distantes.

Não é necessário?! — repetiu Sam, explodindo de fúria e dando mais um pontapé em Finn. — Sabe o que não é necessário? Estupro, Finn, estupro! Você pode ser preso, idiota!

Sam empurrou Finn sem gentileza para fora do depósito, deixando Quinn sozinha com uma Rachel desacordada. Ele murmurou um já volto para a garota, que sequer ouviu. Quinn estava com medo de ver Rachel mais de perto, ver o que Finn tinha causado a ela. Não queria se aproximar; parecia tornar a dor de deixar Rachel desprotegida ainda maior.

Ela ficou ali por longos minutos, tentando colocar um pé para dentro do depósito. Nunca fora tão difícil para Quinn entrar num lugar cheio de bebidas. Quando decidiu por deixar que Sam cuidasse de Rachel, ela se virou e trombou com o garoto.

Quinn não fez nada além de deixar sua cabeça cair no peito de Sam, que a abraçou pela cintura, tirando sua touca e afagando seus cabelos loiros. Chorou. Chorou terrivelmente, como nunca chorara antes. Procurou cada vez mais o abraço do melhor amigo, buscando um conforto que sabia que a única pessoa que poderia lhe dar estava desacordada em cima de umas caixas de papelão aberta, e ela não tinha nenhuma coragem de entrar ali para ajudá-la.

Era uma covarde, resumiu uma voz na cabeça de Quinn.

— Calma, Quinn, calma — disse Sam numa voz suave, que em nada parecia a colérica de agora a pouco. — Vai ficar tudo bem. Vamos levar Rachel para a casa dela, ela vai ficar bem.

Quinn enxugou os olhos e levantou a cabeça para o sorriso bondoso de Sam.

— Você fica com ela? — perguntou, estranhando sua voz fraca.

— Com você. Com ela — prometeu Sam, beijando o topo da cabeça de Quinn. — Com vocês duas. Para sempre.



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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Ficou muito forçado? Mais uma vez, culpem a minha imaginação, não era para ter saído dessa maneira.
By the way, a música que a Rachel e a Quinn cantam é It's A Long Way to The Top, do AC/DC.
Espero reviews e até o próximo capítulo!



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