Sempre Ao Seu Lado escrita por Marina


Capítulo 3
Decepção




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Não preciso nem dizer que não dormi na noite seguinte. Estava feliz por tê-la encontrado e nada iria mudar o que sentia. Porém, ela me disse que não sabia o que sentia por aquele garoto, o Vítor.

No domingo cedo - o churrasco foi no sábado -, tratei de me levantar, me arrumar e correr até a casa da Melina, como havia prometido - ok, acho que 11 horas da manhã não é tão cedo assim.

Logo que dobrei a esquina de sua rua, fiquei paralisado. Ela estava sentada na calçada, encostada na parede da casa, e o Vítor a beijando. Não podia acreditar no que estava vendo! Mas bem, ela disse que não sabia o que sentia... E essa cena foi crucial pra eu poder enxergar que ela ainda o amava, nem que fosse um pouco.

Depois de alguns segundos, me virei e saí correndo dali, com lágrimas ameaçando rolar de meus olhos.

"Eu a achei tão especial, em tão pouco tempo, mudei tudo o que eu pensava e de repente me decepciono assim!"

Pensava na desilusão que acabara de ter. Eu, mesmo tendo me afeiçoado a ela, ficava com outras garotas, mas ela... Ela era uma garota apaixonada, meiga, frágil, e não poderia se entregar ao beijo do garoto! Não podia! E ela provavelmente sabia que sofreria com isso. E a única explicação era que ela o amava.

(...)

Passei a semana seguinte sem mesmo passar em sua rua. Estava bastante chateado com o beijo que eu havia visto. Até que no sábado seguinte resolvi dar uma volta pelo bairro com meu pastor alemão, e passar em frente à sua casa.

Não a vi por lá, então comecei a andar mais devagar, na esperança de encontrá-la. Logo ela saiu na sacada. Com um headphone olhava o horizonte, sem mesmo notar minha presença. Parei em frente à sua casa, só que do outro lado da rua, e comecei a observá-la.

Depois de algum tempo, ela finalmente me viu. Com um olhar tanto decepcionado, entrou em sua casa de cabeça baixa. Logo, ouvi o portão se abrindo. Era ela.

Olhava-me ainda triste, pois eu havia prometido visitá-la, mas ela não me viu durante toda semana. Com meu cachorro, fui até lá e a cumprimentei.

- Aconteceu alguma coisa? - ela me perguntou.

- Eu... Eu vi você beijando o...

- Vítor. Eu o beijei, sim, no domingo.

- Mas por quê? Se ele te fez tão mal! - não engolia aquela história.

- Foi uma fraqueza minha, e...

- Você não podia! - não devia tê-la interrompido.

- Como assim? Eu não devo satisfações a você! - agora ela parecia irritada.

- Mas você...

- Você que fica com mil e uma garotas, e vem falar alguma coisa de mim?

- Eu... - nenhuma frase saía completa. Eu estava angustiado, não sabia o que dizer a ela. Estava sentindo muito ciúmes daquele garoto.

- Sabe de uma coisa? Acho que me enganei. Você é mesmo aquele garoto fútil que eu conheci há algum tempo atrás. Nem me deixa explicar! - ela estava prestes a entrar e bater a porta na minha cara, mas eu a segurei pelo braço, como já havia feito antes, tomei coragem e lhe disse:

- Espera! Você não vai me deixar aqui falando sozinho. Aquele cara vai te fazer algum mal, você não viu que ele só está te usando? Ele não te ama, está estampado na cara dele, só você que não quer ver, talvez porque ainda esteja apaixonadinha por ele...

Melina parou por algum tempo, e logo se soltou de mim.

- Ei, eu mal te conheço, e acho que estou maluca por dar alguma atenção a um doido feito você, que disse que eu sou especial, e fica com todas. E... Você não me entende. Você não sabe o que eu passei, não sabe nada dos meus sentimentos. É difícil pra mim pra esquecê-lo, tudo o que ele me disse e fez.

- Só não se esquece do que eu te disse. - nesse momento, deixei-a e fui pra casa, sem sequer olhar pra trás.

Não vi se ela chorou, ou apenas entrou em silêncio, mas eu disse o que precisava ser dito. Foi duro, mas ela tinha que ouvir.

Não sabia se ela ainda iria querer algo comigo, mas eu ainda a queria bem, e não desejava sua infelicidade, garantida por aquele Vítor.

(...)

No mesmo dia, agora à noite, fui à boate do meu pai, como de costume, mas a Melina estava lá. A vi de longe, e junto dela, o Vítor. Ele a beijava de uma maneira maliciosa, e eu via que algo de ruim iria acontecer. Logo ela me viu, e fazia questão de me mostrar que estava com ele. Virei às costas pra ela e acabei ficando com uma garota.

Depois de algum tempo de festa, resolvi procurá-la, pra saber se estava tudo bem. O Vítor estava aos beijos com outra, e ela, bem, não estava mais lá. Começava a sentir que ela tinha se dado conta de com quem estava lidando, e agora a procurava preocupado, pois ela devia estar triste.

Não a encontrei em lugar algum, então resolvi sair da boate, e pra minha surpresa, ela estava sentada na sarjeta, chorando. Sentei-me junto dela e a perguntei.

- Devia perguntar o que aconteceu? - mesmo ela tendo me tratado daquela maneira logo cedo, não a deixaria ali, sozinha.

- Ele disse que iria me levar pro motel hoje, e se eu não quisesse, nunca mais falaria comigo. - Melina me respondeu, em meio a lágrimas.

- Então você dispensou o tal do Vítor?

Ela assentiu, e coloquei meu braço em volta dela.

- Por que você ainda está aqui? - me perguntou.

- Porque eu gosto de você. - pensava que ela finalmente tinha entendido o que eu quis dizer logo cedo.

- Eu fui uma completa idiota com você, te tratei mal e disse coisas que eu não deveria... Se você for embora, eu vou entender. - Melina ainda chorava.

- Eu já disse, eu estou aqui porque gosto de você, e sei que te deixei de cabeça quente mais cedo, e deveria me desculpar por isso.

- Você disse o que achava certo, e eu não quis ouvir. Agora eu sei que era tudo verdade. Me desculpa, por favor! - ela colocou suas mãos em sua face pra tentar esconder suas lágrimas que desciam cada vez mais.

- Esquece isso. E esquece ele. Você pode nem ficar comigo, mas me prometa que não vai nunca mais ficar com ele.

- Eu prometo. - depois da promessa, abri um sorriso e me levantei, estendendo minha mão.

- Então, vamos? Você não pagou 40 reais pra ficar aqui fora, certo?

- Certo. - ela deu um sorriso tímido e me deu a mão.

De volta à festa, fiz questão de abraçá-la pra todos verem que estávamos juntos. - não tínhamos nos beijado até então, mas estávamos juntos. - Não demorou muito e o Vítor nos viu. Ele não se importou ao vê-la comigo, porém, Melina ficou triste de novo.

- Esquece ele... - eu disse, colocando minha mão em seu queixo.

Melina assentiu, e logo saímos dali. Fomos pra outra ala da boate, e lá ficamos pelo resto da noite. A abracei forte, e por fim nos beijamos. Meus amigos me achavam cada vez mais estranho, eu e uma mesma garota, três vezes.

Quando ela estava indo embora, antes de sair, puxei-a e lhe disse, com certeza:

- Eu estou apaixonado por você, menina. Você lançou um feitiço no seu beijo que me prende cada vez mais... - a beijei, agora intensamente.

- Eu... Eu... Tenho que ir! - ela parecia nervosa, feliz e confusa, tudo ao mesmo tempo. Pelo visto, alguma coisa ela sentia. Podia não ser amor, como foi com Vítor, mas, alguma coisa era.

Então ela foi embora, e eu fiquei lá, pensando nela. E por incrível que pareça, não fiquei com mais ninguém.


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Notas finais do capítulo

ficando bom??
Comentem e façam uma autora feliz =D
bjs!