Finalmente consegui convencê-la de que não havia o que temer ou mesmo entender. Era muito cedo para falar, tínhamos apenas 12 anos. Se bem que nos dias de hoje é normal perder a virgindade com essa idade. É normal engravidar. Estranho é pensar numa criança carregando outra criança na barriga. Isso acontece pela falta de informação, de diálogo, de instrução. Mas cada um é dono do seu próprio nariz e devem saber das conseqüências. Porém, é sempre bom alertá-los enquanto há tempo. É o mínimo que podemos fazer. Enfim, casos à parte.

    Um tempo depois, acho que já deveríamos ter chegado aos 13 anos, houve uma “festinha” na casa de uma colega nossa, a Lizzy. Era o aniversário dela. E fez uma festa a fantasia. Eu fui de pirata e a Sammy de noiva cadáver. Ela queria que eu fosse de Hades, mas era mais prático eu ir de pirata, porque eu tinha a fantasia em casa.

    Combinamos de nos arrumar na casa dela, Sam insistiu. Minha mãe estava lá para ajudar.

    Quando estávamos prontos para sair, Trace, a irmã da Sammy, deu mais de um de seus ataques.

     — Eu te odeio! — Berrou Trace jogando um livro de matemática em direção da mãe.

     — Mas o que é isso menina? Desde quando você acha que tem o direito de me agredir? Vá para o seu quarto, agora!  — Dona Gabriela, para dar uma boa variada, se pôs a chorar.

    — E se eu não quiser? O que vai fazer comigo? — E é lançado o desafio.

    — Há muito tempo eu não sei mais o que fazer contigo Trace!

    — Então me deixe em paz!

    — Você não percebe que eu quero apenas o seu bem? Não percebe o quanto eu já fiz por você? Eu te carreguei na barriga durante nove meses! Te amamentei, te dei carinho, te dei amor, fiz de tudo para não lhe faltar nada! Não que eu esteja reclamando, porque eu sou sua mãe e esse é o meu dever. Mas eu só te peço UMA coisa: um pouco de