“Sinto um aperto imenso no meu peito

Não consigo imaginar o que seja

É como se alguém estivesse sempre ao meu lado vendo o que faço todos os dias de minha vida pacata

E eu não pudesse ver esse alguém

As vezes duvido que possa ver até eu mesmo!

E quando tento enxergar além de mim mesmo

Só consigo ver um flashback de uma vida que demora a passar mais do que as outras...

Já tive tantas decepções na minha vida

Que hoje mal posso confiar em alguém

Tenho dúvidas de mim mesmo

E a cada hora que passa percebo com mais facilidade que sou um cão sem rumo

Sem metas pra seguir sua vida

Algumas pessoas não se cansam de repetir que amor não enche barriga de ninguém

E, quando os vejo

Percebo que estão as mínguas

Com a barriga cheia de comida

E o coração vazio de amor

Então qual o certo a se fazer? (minha consciência pergunta todos os dias)

Não sei bem...

Um passo na frente do outro...

Depois veja o que esta se tornando.

Sigo deixando a minha intuição me guiar

Me vejo em um labirinto sem saída

Com os olhos vendados

Escutando vozes por onde quer que passe

Não consigo mais ver claramente, como antes, as direções que posso tomar

Os riscos vão aumentando com mais facilidade

O medo de tirar as vendas se torna uma compaixão por si mesmo

Me sinto perdido... incapaz... iludido...

Tímido de uma vida que não me pertence mais

Mas com o coração cheio e repleto de amor para dar

Me fazem de bobo como se eu fosse qualquer mendigo na rua que não soube viver

Mal sabem eles que tenho a aparência do meu próprio medo

“Um bobo da corte”

Sem direito à alternativas para escolhas

Mas seguindo adequadamente diante da sociedade

Dizem que tenho sorte por isso e por mias aquilo

Não, não tenho sorte

Só não tive o direito de escolhas

Os caminhos vêem até mim

Um passo na frente do outro

Um cego em um labirinto

Sorrisos sem razão ou explicação

Uma loucura e uma jogada atrás da outra

Um caminho que vêm sem que eu vá atrás

Uma música que toca sem voz

Um despercebido na rua

Esse sou eu... O meu próprio medo: Um bobo da corte!

                                                                                        Um palhaço sem rumo!”