Almocei com Brian e sua família, ele não falava muito, mas sua mulher era muito faladora, eu estava ficando nervosa ao pensar que tinha de ir sozinha com aquele homem ao hotel, mas assim foi. Quando entramos no quarto de hotel ele ficou envergonhado.

- Desculpe Lizz, eu tenho estado vivendo á grande e você tem tido uma vida miserável, desculpe filha. – Não gostei que ele me chamasse filha. – Você nunca passou fome pois não? Eu não me perdoou se você tiver passado fome.

- Não, pode estar descansado, não passei. – Menti para o descansar e continuei arrumando as minhas coisas. O telefone dele tocou e ele aproximou se da janela para atender.

Telefonema:

- Syn meu filho. Como você está?

…

- Nós também. Têm estado trabalhando em músicas novas? Na estrada?

…

- Sim filho, eu quando vocês chegarem irei ter com vocês ao estúdio para dar uma mãozinha. … Filho!!! Eu preciso de falar com você em particular antes. Domingo ou segunda quando chegar da tour será que você pode passar lá em casa?

….

- Adeus filho.

Fim de telefonema.

Estava me sentindo um alien naquela família, por muito que Suz me fizesse sentir em casa, este homem não estava particularmente confortável na minha presença e isso me deixava aflita, seria muito melhor se ele me tivesse dado dinheiro para desaparecer em vez de estar a tentar ser meu pai.

- Posso perguntar o que aconteceu ao seu padrasto? 

- PAI. E ele morreu na fuga de um assalto, os ladroes estava fugindo de carro e atropelaram meu pai.

- Lamento saber isso. E sua mãe?

- Minha mãe dava tudo para que eu estivesse morta, então para ela tanto faz que eu esteja aqui com você ou no inferno, ela tem uma outra filha que também não gosta muito de mim, mas isso já não me importa muito.

- Eu me preocupo com você. – Peguei na mochila que tinha acabado de arrumar ia mete-la ás costas mas ele me impediu e foi ele quem a levou.

- Notou-se por as vezes que me procurou.

- Eu pensei que, se você estivesse em faltas, sua mãe não hesitaria em me contactar.

- Mas ela não o fez. Vamos embora não quero discutir isto consigo, isso é passado, e se vamos desenterrar o passado as coisas vão ficar feias.

- Você tem muita mágoa de mim. Eu espero que isso mude.

 Passaram-se três dias, eu tinha ficado no antigo quarto de  Syn, que fazia bem o meu estilo, eu passava os dias ajudando Suz e brincando com Kenna, tirando um bocadinho de tempo que tirava todos os dias para procurar trabalho. No domingo a noite finalmente conheci meu irmão mais velho. Ele chegou e Brian começou a falar sobre mim, sem se aperceber que eu os podia ouvir do topo as escadas onde me encontrava.

- Filho, eu queria ter-te falado disto antes mas eu não sabia que isto ia acontecer assim. Antes de Suz eu tive outra mulher, algo para esquecer a tua mãe, e ela ficou grávida quando eu a deixei, e agora sua irmã veio me procurar, ela tem estado aqui connosco.

- Eu tenho outra irmã??  O que? Não percebi nada. Que idade é que ela tem? Porque ela apareceu agora?

- Tem sim, ela tem 21 anos e só me procurou agora porque o padrasto morreu e ela quis saber quem é o pai. – Bem se na cabeça dele as coisas tinham acontecido assim e ele estava feliz por isso, então bom para ele, mas eu tinha ido lá pelo dinheiro, eu estava-me pouco
importando para conhecer o canalha que me abandonou.

- 21? Pai!!!  Achas que uma miúda dessa idade quer saber do pai? Não percebes que ela quer é o teu dinheiro?? – Syn era inteligente. -  E provavelmente sua fama, pois porque de certeza que ela veio para cá já sabendo quem eu sou e quem você é. Essa garota só vai arranjar problema. E como você tem a certeza de que ela é mesmo sua filha? – Ele me irritou particularmente, ele nem me conhecia. Eu não queria a fama dele para nada, então se eu ficasse no anonimato seria perfeito, eu só
queria dar um jeito a minha vida.

- Quando você olhar para ela vai ver que não há duvidas de que ela é sua irmã mesmo. – Brian falou isso com ar meio derretido, isso me causou confusão então eu desci as escadas e me apresentei para Syn. Que ficou pasmado apenas com minha imagem, de certo notou as parecenças físicas.

- Pode estar descansado eu não quero a sua fama para nada, e sou filha do mesmo pai que você sim, mas se isso o deixa mais descansado eu posso fazer um teste de paternidade. – Ele continuava especado a olhar para mim e depois Kenna chegou e o abraçou e depois me abraçou a mim.

- Já conheceu nossa maninha nova? – Ela falou continuando abraçada a minha cintura.

- Já sim. É bonita. È uma típica Haner. – Ele ficou olhando para mim mas acabamos por ir jantar sem trocar mais palavras, Syn esteve falando com Michelle, que também lá estava, ela era muito doce também. E Syn continuava focado em mim e no fim da noite quando se veio despedir de mim ele me pediu para fazer o teste de paternidade.

- Eu vou dormir. Boa noite a todos. – Eu já ia subindo as escadas quando reparei que Suz dava outra cotovelada em Brian.

- Lizz espera! – Parei no terceiro degrau. – Eu gostava que você se desse bem com seu irmão, Syn não é uma pessoa fácil de ganhar confiança, eu gostava que você amanha viesse comigo ao estúdio. – Assenti com a cabeça e continuei meu caminho.

No dia seguinte, depois do almoço Brian levou-me até ao estúdio onde Avenged estava a preparar algumas musicas, entrei lá quase arrastada e mal cheguei deparei-me com o olhar repreensivo do meu meio-irmão, que se encontrava na cabine de som com o grande M.Shadows.

- Quem raio é aquela febra que seu pai tá arrastando? – Eles deviam ter esquecido que o som estava ligado e nos conseguíamos ouvir, eu fiquei meio envergonhada com o que ele disse e com o olhar que ele me deitou. Johnny que estava numa cadeira perto de todos os botões
desatou a rir mas nada fez.

- Ao que parece é minha nova irmã. – Syn continuava me olhando com cara de desprezo.

- Sua irmã? Nossaaaaa… Agora vejo que é uma versão feminina de você. Eu nunca pensei que você ficasse bem em mulher – eu estava tão envergonhada mas eu sorri na mesma.

- Não liga não, estes caras são loucos mas são de respeito. – Brian sorria também, isso acabou por ser engraçado.

- Manos, a menina é linda sim, mas vejam se calam essa boca que ela tá ouvindo a conversa. – Johnny falou para eles e logo depois continuou a rir a gargalhada. Foi ai que meus olhos apanharam os de Matt e ele me acenou com a mão como quem pede desculpa, ele tinha um sorriso lindo demais, eu apenas sorri de volta e eles voltaram a falar sobre
a música que tinham á frente.