- Charlie... - Quinn se aproximou da irmã, sem jeito.

Charlie ficou calada, e revirou o copo de refrigerante que tomava.

Ainda não conseguira perdoar Quinn.

Como Quinn pôde fazer uma coisa daquelas com ela?

- Charlie, vamos conversar, por favor - Quinn cutucou a irmã no ombro.

Charlie olhou-a pelo canto de olho, e retirou a mão da irmã de seu ombro.

- O que você quer, Quinn? - perguntou Charlie, sentindo a raiva subir por toda a extensão de sua garganta.

- Me desculpa por eu e a Santana - Quinn suspirou. - Charlie, eu e a Santie... Foi uma coisa da hora. Quando eu vi, ela já estava me beijando, e então, eu correspondi. Porque eu senti algo inexplicável. Algo que eu jamais senti com Puck, ou Finn.

Charlie sentia os olhos arderem, cheios de lágrimas. Só não sabiam se eram lágrimas de raiva, ou de tristeza.

- Tanto faz - disse Charlie, se afastando da irmã. - Eu vou conversar com a Rachel.

- ManHands? - perguntou Quinn erguendo as sobrancelhas.

Charlie pegou Quinn pela alça do uniforme das Cheerios, e a prensou na parede.

- Escute aqui, Quinn Fabray - falou Charlie, com o ódio dominando sua garganta. - Nunca mais xingue a Rach de qualquer apelido que você tenha na ponta da língua. Hobbit, ManHands, RuPaul... Esqueça todos. Se eu flagrar você xingando-a de novo, eu vou me esqueçer que você é minha irmã, e vou quebrar a sua cara. E nós duas sabemos que eu sou a mais forte aqui.

Então Charlie soltou Quinn, que caiu no chão, sufocada, e com a mão no pescoço.

- Eu sinto muito por mim e Santana... - murmurou Quinn depois de um tempo. - Mas ela me ama, Charlie. Eu acho que também amo ela.

Charlie não controlava mais as lágrimas.

Queria socar Quinn, até vê-la sangrar, mas não conseguiria fazer isso com a irmã.

Então ela agarrou as chaves do carro com força, e foi pra casa de Rachel.

Enquanto dirigia, as lágrimas caíam com força de seus olhos, e seu coração doía.

A imagem de Quinn e Santana se beijando invadia sua mente à cada seis segundos.

Mordeu o lábio, e pegou o celular.

Rachel, onde você está? - C

Ficou esperando, e logo chegou uma mensagem.

No auditório, ensaiando umas novas músicas da Barbra. Por que, Fabray? - R

Charlie fechou os olhos com força. Não conseguia nem pensar no seu sobrenome, sem se lembrar de Quinn.

Eu estou indo pra aí. Preciso te ver. Não saia. - C

E acelerou.

Quando chegou na porta da escola, abriu a porta do carro, fechou e entrou correndo.

Nem ligou pra água que molhava seus cabelos, só foi correndo pro auditório.

E então abriu a porta.

Lá estava Rachel, sentada numa cadeira, de frente ao piano.

Assim que escutou o barulho da porta se abrindo, ela virou-se e ficou encarando Charlie.

Charlie mordeu o lábio com força, e foi subindo pro palco.

- O que foi, C? Por que você está chorando? - perguntou Rachel, encarando a amiga, que se aproximava.

- Santana. Quinn. Elas se amam. - disse Charlie, tentando controlar o choro.

- O quê? - Rachel arregalou os olhos. - Oh, Charlie, sinto muito. Vem cá.

Rachel abraçou a loira com força.

Charlie desabou em lágrimas no pescoço de Rachel.

Ficaram abraçadas ali por horas.

Depois se soltaram, Charlie deu um meio sorriso. As lágrimas já tinham acabado, e ela deu um sorriso de lado.

- Obrigada - disse Charlie. - Eu precisava ver você, Rach. Só você me acalma.

Rachel acariciou o rosto dela.

- De nada, Charlie. Você sabe que sempre que precisar eu vou estar aqui - Rachel falou.

Logo Charlie notou que a amiga também estava desanimada.

- E você? Já deu pra ver que não está bem também - falou Charlie, abraçando a amiga de lado.

- Finn - disse Rachel, suspirando tristemente. - Quer voltar comigo de novo. Pediu desculpas por todas aquelas palavras. Eu fiquei com tanta raiva, estapeei ele, e vim aqui pro auditório. Estou aqui há horas. Nem fui pra casa.

- Sinto muito, Rach - Charlie beijou a amiga nos cabelos. - Rach... Você pode me responder uma pergunta?

Rachel olhou pra amiga.

- Claro que sim, Charlie. O que é? - Rachel se sentou em cima do piano, e ficou encarando a amiga.

- Er, bem, é algo meio pessoal, então... - Charlie corou fortemente. - Como é beijar?

Rachel arregalou os olhos e olhou pra amiga.

- Você nunca... Beijou?

- Não - disse Charlie desanimada. - Já tive oportunidades, mas nunca encontrei a pessoa certa... Eu sou lésbica, aliás.

- Bem, Charlie, beijar é bom... É quando você está muito próxima dessa pessoa, e rola um clima - Charlie notou o quanto ela estava próxima de Rachel. - E essa pessoa começa a acariciar seu rosto... Como você está fazendo agora... - disse Rachel zonza, enquanto Charlie acariciava seu rosto. - E acontece.

E aconteceu.

Os lábios se Charlie grudaram nos de Rachel.

As línguas se encontraram imediatamente, e Charlie colocou uma mão na nuca de Rachel.

As mãos de Rachel encontraram a cintura de Charlie, puxando-a pra mais perto.

Charlie sentia algo dentro de si.

Um frio na barriga. Que ela só sentia quando Santana estava por perto.

Os lábios se separaram, e as duas se encararam.

- Wow - falou Charlie, surpresa.

- O que foi isso? - perguntou Rachel surpresa. Nunca tinha sido beijada com tanta intensidade. Nem com Noah, Finn, ou Jesse.

- Eu não sei - disse Charlie confusa. - Amigas se beijam?

- Eu não sei.

E logo elas estavam se beijando de novo.

CONTINUA...