A Cura escrita por SamHBS


Capítulo 7
Capítulo 7 - Obesidade mata.


Notas iniciais do capítulo

Algumas pessoas podem ver esse capítulo como um final. Ele serve como um final. Bom, não é o final que eu gostaria de dar a essa fic, mas... Mas nada. Portanto, podem aguardar mais! Continuem lendo!



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Final do Capítulo 6: Jordana abre os olhos. Não consegue enxergar nada. Está tudo escuro.

- Merda! – Diz Robert. – Estamos presos! A luz acabou!

- Meu Deus, não é possível que aqui não tenha gerador. – Diz Alan.

- Argh, estamos presos agora. O que podemos fazer? – Pergunta Diana, preocupada.

            A visionária tivera outra premonição. Agora está mais preocupada. Agitada, ela diz:

- Que droga!

- O que foi, querida? – Pergunta Victor.

- Eu tive outra visão.

- Ah não... Meu Deus! Tá, mas o que você viu?

- Paulo está morrendo! – Começa a chorar desesperadamente. – Eu vi, eu vi! Ele vai dar um grito e a luz vai voltar, e depois, dep, depois – Gagueja. -, vocês vão correndo vê-lo e ele vai tá morto!

Diana começa a ficar preocupada e pergunta:

- Nossa... Depois sou eu? Você só viu até aí?

- Você morreu depois.

- Como assim? Como?

- Acho que recebeu uma mensagem de alguém falando que vai morrer, e depois fica com muito medo e... Ah... você. Ah, calma aí. Você aperta o botão para chamar o elevador e cai naquele poço...

- Então não adiantou a gente subir? – Questiona Robert.

- O plano inicial seria cumprido a qualquer custo. – Diz Jordana com voz baixa. Continua gritando. – Não adianta, pra qualquer lugar que a gente for a gente vai morrer! Na ordem!

- Eu já disse que não vou morrer! – Grita o segurança.

- Vai sim.

- Você não passa de uma...

Jordana interrompe com raiva:

- Vadia louca? Eu já vi você me dizendo antes.

- Parem vocês dois! – Grita Diana.

Jordana fica com mais raiva e diz:

- Eu falo isso pra vocês! Você, Robert, é só um segurança de meia tijela! Se não fosse por mim, nenhum de vocês estariam vivos!

Todos se calam e escutam um grito altíssimo no mesmo momento que a luz do hospital volta. Esse grito demonstra bastante dor e desconforto. O fato de a luz voltar de uma vez também causou desconforto nos olhos dessas pessoas. O elevador termina de subir até o 19º andar e sua porta se abre. Alan, Diana e Robert correm em direção ao quarto. Jordana, com lágrimas escorrendo em seu rosto, vai para um dos sofazinhos próximos ao elevador, de costas para gigantes janelas de vidro. Victor a segue e tenta falar com ela.

- O que está acontecendo, querida?

- Minha família já se foi. Minha alegria de viver também. Segundo o que está naqueles hieróglifos, não adianta nós ficarmos lutando atoa.

- Você não pode desistir tão facilmente.

- Eu já desisti. Aqueles ali, tudo bem, não fazem diferença, mas você também vai morrer!

- Não diga isso, por favor.

- Luís, Lúcia, Alice e Paulo já não são prova o suficiente? O pior é que eu vou ficar aqui.

Ao avistar os três sobreviventes voltando do quarto de Paulo impressionados e tristes, Jordana se levanta. Victor também.

- Agora é sua vez, Diana. – Diz Jordana.

- Eu recebi a mensagem do diretor falando que eu iria morrer. – Diz a atriz, chorando.

- Diana, venha aqui comigo. Eu vou te mostrar uma coisinha.

Jordana vai em direção à porta do elevador. Diana a segue, chorando. A visionária começa a confessar e todos observam:

- Você acha que sendo fácil para mim? Você só sabe chorar! Eu sofri durante muito tempo. Eu já estive a beira da morte várias vezes. A preocupação e medo que você sente não chegam nem perto da dor que eu sentia. O câncer me matava em doses homeopáticas. Eu sentia dor o tempo todo e nunca esperneava como uma criança igual a você! Depois disso, quando eu pensei que estava livre, fui naquela maldita torre comemorar e salvo todos vocês. Pra quê adiantou? Pra nada. Teria sido melhor se todos nós tivéssemos morrido lá. Agora que estou viva, sinto a dor de perder um filho e uma irmã. Você já não é nada, simplesmente vai morrer como todos os outros.

- Não é assim! – Grita Diana, fazendo uma pausa. Prossegue. – A gente pode conseguir acabar com isso.

- É assim sim. De que adianta eu salvar você se minha família não foi salva? Você acha que deve sobreviver se as pessoas que eu mais amava morreram? Se eles morreram, você também vai morrer.

Alan, apreensivo, diz:

- Não seja assim, acalme-se!

Jordana, sem pensar, aperta o botão do elevador. A porta se abre no mesmo instante. A cabina não havia chegado. Com bastante ódio, diz:

- Aqui você iria morrer, Diana.

- Não.

- O que você está pensando? – Interrompe Alan.

- Alan, eu só vou facilitar as coisas. – Jordana começa a puxar o braço de Diana, insinuando que irá jogá-la no poço. – Você não iria morrer aqui. Você vai morrer aqui!

A atriz se assusta e está prestes a ser jogada. Começa a gritar. A adrenalina toma conta de todo o seu corpo. Que sensação ruim! Ela não está conseguindo aguentar. Alan, com uma força instintiva corre em direção a sua prima e começa a puxar Diana, em meio a choros e gritos.

- Você não vai fazer isso!

Consegue puxar a atriz, deixando Jordana chorando, sozinha de costas para a porta do elevador aberta.

- Você ia a matar? Você está ficando louca? – Grita Alan.

- Não fale assim com ela! – Responde Victor. – Jordana, fica tranquila, venha aqui.

Robert olha para o poço do elevador. Ele está com bastante raiva. A mulher que lhe salvou a vida agora quer matar a todos só porque perdeu um filho e uma irmã? Isso não é motivo. Desde o princípio, Robert nunca gostou de Jordana. Sempre a achou enjoada, chata e autossuficiente.

- Você iria matar ela, vadia? – Faz uma pausa. – Eu vou te matar!

Jordana grita. No mesmo instante, o segurança, com os braços estendidos, corre em direção ao elevador para empurrá-la no poço, mas as portas se fecham e não consegue o seu feito.

- Que ódio! Agora a morte está para te ajudar! – Grita. – Pois saiba que eu não vou desistir.

- Favelado. – Ela responde com bastante raiva.

Robert não se conforma com o insulto e enxerga um pote no chão cheio de seringas e agulhas. Ele avança na cabeça de Jordana, e a leva à esse pote. Esfrega seu rosto nas seringas, enquanto ela grita, então puxa. Várias agulhas ficam presas, fincadas em seu rosto. Victor avança no segurança e começa a soca-lo. A visionária tira, com bastante dor, as agulhas de seu rosto.

Diana se afasta, andando de costas e lentamente em direção ao vidro das gigantes janelas, ficando de costas para o skyline formado pelos prédios da cidade. Está na sua vez e eles continuam brigando. A agressão verbal já não é o suficiente, começam a brigar fisicamente. Ela não aguenta e grita:

- Mas que porra! – Todos se calam e param de se mexer. – Chega dessa droga de briga! Olha o quão infantil vocês são! Essa é uma hora que devíamos nos unir e não ficar nessa droga de briga!

Enquanto ela fala, uma enfermeira que passava pelo local carregando uma maca se assusta com os gritos e a solta. Nessa maca há um paciente obeso, desacordado, que parecia ter sofrido traumatismo craniano. Ela começa a ir em direção a Diana, e, consequentemente, às janelas. Robert percebe o rolamento das rodas do objeto. A atriz não percebe e continua falando.

- Essa briga esdrúxula não leva a nada, droga! Isso é difícil pra todo mundo...

A maca está chegando perto dela. O segurança corre para tentar impedir. A enfermeira abre bem os olhos e faz o sinal da cruz em seu peito.

- ...e vocês ficam choramingando. Eu vou tentar me salvar, mas se vocês quiserem, podem morrer.

- Cuidado! - Grita Alan

Ela olha para a maca prestes atingi-la, arregala os olhos e pensa: “Droga! Eu deveria ter imaginado!” No entanto, em uma fração de segundo, Robert pula em direção a ela e a empurra, salvando-a, mas a maca o leva ao vidro, quebrando-o. Ele começa a cair do prédio instantaneamente, gritando por ajuda. A maca, com o obeso paciente, agarrada na borda do piso, balança um pouco antes de cair. Ela vem por cima do segurança, como se estivesse o seguindo. Balançar os braços como um pássaro, Robert tenta, mas a força da gravidade o leva pra baixo, enquanto suas pernas e braços ficam para cima. Não podia ser pior. No piso, o que aguarda são três bandeiras hasteadas em frente à portaria do hospital. Uma do Brasil, uma do estado e outra da cidade.  Enquanto cai, sente-se tão livre do mundo, mas ao mesmo, tão preso a morte. A maior bandeira, do país, o empala, atravessando-o na altura de seu intestino grosso. Sua vista escurece e seu corpo desce lentamente pelo mastro. Descia. A maca e o paciente caem na altura de seu estômago, separando seu corpo pela metade.  Enquanto o sangue jorra, sua parte inferior permanece contraída, presa e empalada pelo mastro. Sua parte superior descansa no chão de cimento, que deixou de ser cinza e tornou-se vermelho. A maca se quebra com o paciente, que morre. As pessoas se acumulam ao redor das duas partes do corpo, enquanto a imprensa rápida começa a aparecer. Em um piscar de olhos, a porta do hospital se lota de pessoas curiosas.

Diana, em choque, permanece no chão do 19º andar, ao lado dos vidros quebrados. Alan a ajuda a levantar, segurando seus ombros para ajuda-la a andar.

- Jordana, a gente precisa ter uma conversa. – Diz.

- Alan, desculpa, mas eu também estou em choque... Eu avisei. Não adianta a gente lutar em vão.

- E agora?

Victor, também chocado, entra na conversa:

- A Diana não era a próxima?

- Não sei de mais nada... – Diz Jordana. - Segundo a ordem da visão, Paulo e Diana eram atingidos pelo helicóptero e arremessados para fora da Yin-Yang, e depois... Eu e você descíamos pelo elevador da torre, mas sua perna era presa pela porta, e cortada. Você não aguentou e morreu. – Faz uma pausa e prossegue. – Eu consegui sair da torre. Aí ela explode. Robert e todos que lá estavam morreram. – Ela se vira para Alan. – Depois destroços atingiram você, Alan, enquanto descia por um paraquedas. Eu fui atingida por um metal na cabeça.

O escritor pensa bastante e diz:

- Está tudo errado. Era pra ser a Diana, depois Victor e só depois o Robert. Ele morreu antes, e agora?

- Parabéns Diana, a morte te pulou. Está satisfeita agora?

Chorando e bastante tensa, a atriz pergunta:

- Por que você continua falando assim comigo?

- Ok, agora chega. – Interrompe Alan. –Eu já cansei disso tudo. Jordana, você não está bem. Desculpe-me, Victor, mas se você julgar ruim algo que eu falar, saiba que vai ser para a saúde de sua mulher. Jordana, você, toda a vida, foi uma pessoa muito boa, uma das primas que eu mais gosto e considero, e que mais tenho contato.

- Você não me engana. Sempre gostou mais da Lúcia, só porque ela é branquinha como você, e eu nasci morena. Eu nunca tive culpa de puxar meu pai.

- Não fale isso que assim você me desrespeita. O que eu ia falar se confirma cada vez mais. Você precisa urgentemente de um psiquiatra.

- Você que está enlouquecendo ela. – Diz Victor.

- Não, Victor. Você, Jordana, não é a pessoa que eu conheço. Eu sei que essa situação enlouquece todo mundo, mas você precisa de um tratamento.

Sem expressar reação alguma, ela só olha, com um olhar inquieto, para lados aleatórios, mas no fundo, concorda com seu primo. Ela realmente não está bem mentalmente.

- Mas e a morte? Vamos abandonar isso tudo? – Diana pergunta.

- Vamos torcer para que tenha acabado. Você quebrou a lista! – Exclama Victor.

- A qualquer custo. – Diz Jordana.

- A qualquer custo o quê?

- O plano inicial será cumprido a qualquer custo.

- Eu recebi outra mensagem do diretor! - Diz Diana. - Ele disse que não sou eu que irei morrer na novela, disse que eu vou ficar no elenco a qualquer custo!

- A qualquer custo? O plano seria cumprido... Ao menos que... – Alan começa. - ...a lista seja quebrada. Isso! A gente impediu um plano dela! Nós vencemos a morte. Nós vencemos!


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