A Cura escrita por SamHBS


Capítulo 3
Capítulo 3 - Não adianta chorar o sangue derramado




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Final do Capítulo 2: O segurança Robert vive sozinho, não tem muitas amizades, e leva a vida na base do stress, mas o acidente pode ter sido uma forma de ele repensar a maneira de viver.

Na casa de Alan, a família Wake começa a comer a pizza após o brinde.

- Essa Pizza vegetariana é uma delícia. - Diz Luís.

- Eu pediria frango com molho a bolonhesa se a carne moída viesse do Abatedouro Orleans, o único lugar higiênico que confio por aqui. - Diz Alan

- E aí Alan, você já viu a carne sendo moída? Que nojo. Fico imaginando uma carne humana sendo moída daquele jeito.

- Luís, estamos comendo! - Jordana chama a atenção de seu filho. - O que você está falando me dá vontade de vomitar.

- Quando vomitar use água para lavar a boca. - Responde Luís.

- Ha, ha, ha, ha. Que engraçado! Estou morrendo de rir! Todo mundo usa água pra lavar a boca. - Responde Jordana.

- É mesmo, água! Que dia a senhora vai me levar no parque aquático?

- Filho, você nem sabe se iremos, por que está perguntando o dia?

- Porque poderia ser amanhã de manhã.

- Mas e esse vento forte? - Pergunta Jordana.

- Mãe, vento não mata ninguém.

- Mas amanhã eu trabalho! - Responde Jordana.

Lúcia, escutando a conversa, diz:

- Pode deixar que eu te levo ao parque aquático, Luís. Mas acorde cedo, oito horas eu passo na sua casa e te pego.

- Eu também queria muito ir, mas também trabalho. Tenho muitas provas para corrigir. - Diz Victor.

- E eu tenho que continuar a escrever meu novo livro.-  Diz Alan.

- Então vou somente eu e a Tia Lúcia, certo tia? Pergunta Luís?

Certo.

Já é tarde, Lúcia volta para sua casa, Jordana, Victor e Luís também voltam para casa. Alan continua a escrever seu novo livro, um conto de mistério chamado Tempestade Vermelha, e decide que passará a noite toda escrevendo. Um dia se passa e já são sete e meia da manhã. Os raios de sol entram pelas janelas da casa de Jordana, iluminam o belo jardim de rosas e anuncia que um dia lindo está por vir. Luís acorda naturalmente e veste sua roupa de banho. Jordana e Victor preparam um desjejum reforçado para seu filho, que irá ao Parque Aquático Sierra. Após Jordana preparar o lanche, ela começa a passar pano no chão, mas acidentalmente esbarra em uma foto de seu filho que estava em cima da estante, que cai dentro do balde de água. Vinte minutos se passam e Lúcia chega com seu carro e buzina, chamando Luís. O garoto vai correndo para o carro e senta no banco da frente, com a maior empolgação. No momento em que o carro começa a andar, o tempo escurece, nuvens começam a surgir no céu, e uma ventania forte começa a assombrar os moradores da grande cidade. Dirigindo, Lúcia começa a pensar e pergunta para Luís:

- Não acha melhor voltar pra sua casa?

- Ai, Dona Lúcia, não tá chovendo, é só um ventinho de nada, e quantas vezes vou ter que repetir que vento não mata ninguém. - Responde Luís.

- Tem certeza?

- Sim. E pode acreditar no que eu estou falando, o tempo vai clarear em questão de minutos.

- Então tá...

Os dois chegam a parque, mas o vento continua forte. Eles vão à piscina térmica. Acidentalmente, Lúcia deixa seu celular cair na piscina.

- Que raiva. - Disse Lúcia.

- O que foi? - Pergunta Luís

- Meu celular caiu na piscina.

- Ele estragou?

- Sim... Mas agora já era. Não adianta chorar o leite derramado, estragou, estragou. Agora é só relaxar nessa piscina quente.

- Nossa, essa piscina não está quente, está fervendo! - Diz Luís.

- É só ir entrando aos poucos que seu corpo acostuma. - Responde Lúcia. - Primeiro entra só com os pés, depois o resto do corpo aos poucos.

- Eu não, nunca vi piscina tão quente. Está pior que sauna.

- Então você vai para a de água fria?

- Não. Vou naquele tobogã lá em cima.

- Naquele preto. Muito alto, não?

- Sim. O bom dele é que ele é todo fechado. Um verdadeiro tubo.

- Esses tobogãs fechados me dão aflição... Quando tá lá a gente não vê nada, mas então pode ir. Vou ficar na piscina quente mesmo. Ah, cuidado com esse vento forte.

- Está bem. Ah, e quantas horas são?

- Nove e vinte.

Luís vai correndo para o tobogã, subindo as escadas na maior pressa com o menor cuidado, sem se importar com o vento forte. Jordana começa a ficar apreensiva e preocupada em sua casa, devido ao vento forte e tenta ligar para o celular de Lúcia, que não atende. O garoto chega ao alto do tobogã e entra nele. Começa a descer. O vento forte faz com que uma grande árvore ao lado do tobogã caia em cima dele e o quebre ao meio exatamente na parte em que Luís estava descendo, cortando o corpo do garoto pela metade, na altura da cintura. Ele grita. De longe, Lúcia olha para o tobogã quebrado e vê o sangue jorrando pelas águas. Vai correndo desesperadamente para perto e a única cena que consegue ver é metade do corpo de seu sobrinho caindo na piscina, e todas as pessoas correndo e gritando.

A direção do parque aquático liga para toda a família de Luís. Minutos depois estão Jordana, Victor, Lúcia e Alan chorando na sala do diretor do parque, enquanto ele tenta falar.

- A culpa é sua! Você devia vistoriar as árvores. Você matou meu sobrinho! - Grita Lúcia.

- Por que não me levaram no lugar dele... - Diz Jordana, chorando.

O diretor do parque aquático começa a falar:

- O que aconteceu foi um acidente...

Victor o interrompe e grita:

- Acidente? Isso foi um assassinato. Eu quero meu filho de volta!

Eles continuam discutindo e vai anoitecendo. O corpo de Luís é levado ao necrotério, Jordana e Victor vão juntos, chorando. Lúcia se sente insegura e não quer ficar sozinha, então pergunta para seu primo Alan:

- Posso ir para sua casa hoje?

- O que aconteceu? Ele responde com outra pergunta.

- Não estou me sentindo bem hoje, o que aconteceu hoje foi muito chocante para mim.

- Para todos nós Lúcia, para todos nós.

- Ele era tão jovem, e alegre... - Diz Lúcia, que começa a chorar.

Enquanto isso, Alice estava em sua casa assistindo a televisão. Quando começa a passar a notícia da morte do Luís. Ela reconhece o garoto e liga imediatamente para Paulo:

- Alô? Paulo?

- Quem está falando? - Pergunta Paulo.

- Sou eu, a Alice.

- Oi Alice, aconteceu alguma coisa?

- Liga a televisão no Canal 6.

- Estou ligando.

Sabe aquele garoto que desceu no elevador da torre com a gente naquele dia?

- O filho da visionária?

- Sim Paulo, esse mesmo. Ele chamava Luís.

- É estou vendo a notícia aqui. Ele morreu em um parque aquático...

- Uma árvore caiu em cima de um tobogã e quebrou ao meio. E parece que o menino estava bem no lugar do tobogã que a árvore caiu. E foi partido ao meio.

- Que horror, Alice...

- Coitado dos pais deles... Perder alguém da família não é fácil. - Alice fala com um tom triste.

- Realmente. - Paulo concorda.

- Então tá, depois a gente se fala. Tchau

- Tchau.

Alice desliga o telefone. Lúcia já está na casa de Alan de pijama, irá dormir no quarto de hóspedes. O quarto de hóspedes na verdade é uma suíte pintada com tinta salmão, com uma janela que dá para a rua e muitos móveis novos. O banheiro dessa suíte tem uma banheira e um grande espelho. Alan está muito cansado.

- Boa noite. - Diz Alan para sua prima Durma bem.

- Obrigada. Boa noite pra você também. - Responde Lúcia.

Alan entra no seu quarto, apaga a luz e deita na cama. Lúcia também apaga a luz e deita na cama, mas não consegue dormir. Toda vez que fecha os olhos, a terrível imagem do sangue de Luís se misturando a água, e seu corpo caindo na piscina, passa diante de seus olhos. Independente da posição que deita, a mesma imagem passa pela sua cabeça. Ela começa a ficar com medo, e muito calor, então se levanta da cama, acende a luz e liga o ventilador, que por sinal está um pouco solto do teto. Percebendo isso, Lúcia desliga o ventilador e vai ao banheiro. Ao entrar no banheiro, ouve o barulho do ventilador ligado, então volta para o quarto e o desliga de novo. Volta ao banheiro e pela terceira vez, o ventilador liga, mas Lúcia não liga, e não se importa com o barulho. Ela olha para o espelho e enxerga a seguinte frase escrita com sangue: está chegando. Lúcia se assusta, seu coração acelera, e pensa ser coisa de sua imaginação, então coça seus olhos e a frase some do espelho. Alan está quase conseguindo dormir, mas ouve um grito muito alto e agudo de Lúcia:

- Socorro!

- Alan levanta correndo, e ouve um barulho de algo enorme caindo ao chão.






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Notas finais do capítulo

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