A Granfina e o Caipira escrita por Manu Dantas


Capítulo 74
Quarta temporada, capítulo 9 - As Granfinas e o Caipira


Notas iniciais do capítulo

Cap está cheio de fortes emoções!

Espero sinceramente que gostem!*



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Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas

Acordei em um quarto todo branco, deitada em uma cama desconfortável e com algo pinicando no meu braço.

Levantei a cabeça muito devagar. Minha vista estava um pouco embaçada e todo o meu corpo parecia ser feito de gelatina. Demorou alguns instantes para os meus olhos se acostumarem com a luz pálida do local. Assim que consegui enxergar melhor, caí na real que estava em um quarto bege de hospital, deitada em uma maca e que aquilo pinicando no meu braço na verdade era uma agulha conectada a um soro. E o pior de tudo: eu vestia aquelas camisolas horríveis que eram abertas na parte de trás! Socorro!

Ao meu lado, o Luan dormia todo torto em uma poltrona. Ele estava despenteado, com a roupa amassada e parecia estar em um sono agitado, como se estivesse tendo um pesadelo. Era estranho vê-lo daquele jeito. O meu marido costumava sempre estar na “estica”, penteado e cheiroso, exatamente o contrário de mim.

Fiquei olhando para ele ali, se remexendo na poltrona e, aos poucos, fui me lembrando de tudo o que acontecera na noite anterior. As provocações dele na boate, o meu show de "Poderosa", a discussão no escritório, o meu desmaio...

Ai meu Deus! Será que o meu bebê estava bem? Por instinto coloquei a mão na barriga como se quisesse protegê-lo, mas encarando a situação na qual eu me encontrava – o quarto, o soro, a aparência do meu marido – era difícil acreditar que a resposta para a minha pergunta era sim.

De repente o desespero tomou conta de mim. A sensação veio tão forte e intensa que eu sentia como se tivesse acabado de receber uma descarga elétrica de vários volts. Me encolhi na cama, as lágrimas rolaram pelo meu rosto e os meus soluços eram tão fortes que senti a cama se mexer embaixo de mim. Eu chorava por causa da minha irresponsabilidade, pela minha teimosia, imaturidade e, sobretudo, pela minha burrice! Onde eu estava com a cabeça quando acreditei que poderia ser uma boa mãe? Eu era um desastre completo em todas as áreas da minha vida!

— “Paxão”? Ô “Paxão”, não chora! Não fica assim que eu não aguento te ver chorar... Vai ficar tudo bem, “cê” vai ver só...

Eu devia estar chorando muito alto, porque o Luan acordou com um sobressalto. Quando ele viu o meu estado, se levantou e veio até mim, segurando uma das minhas mãos e tentando secar as lágrimas no meu rosto.

— Amoooor..., e o nosso bebê? Como... ele está? – Precisei reunir todas as forças que ainda me restavam para conseguir controlar o meu choro e fazer aquela pergunta. Enquanto esperava a resposta do meu marido, experimentei uma sensação muito estranha. Ao mesmo tempo que estava ansiosa para saber como estava o bebê Luanita eu também não queria ouvir a resposta. Eu jamais me perdoaria se, de alguma maneira, eu tivesse prejudicado o meu filho.

— Não sei ainda, “Paxão”. A “dotora” veio aqui, te cutucou de tudo quanto é jeito, mas não falou nada. Ela disse que queria esperar você acordar e conversar com nós dois juntos – O meu marido me respondeu com uma expressão preocupada.

Não consegui me segurar. Voltei a chorar, o desespero tomando conta de mim. Será que eu tinha perdido o meu bebê? Eu sabia que se alguma coisa tivesse acontecido a culpa seria apenas minha e de mais ninguém. E essa certeza pesava nos meus ombros de forma opressora.

— Não chora, Anita! Pelo amor de Deus, não chora! Vai ficar tudo bem! Você vai ver só... Eu tô aqui com você e nós vamos superar tudo isso juntos, entendeu? – Ele apertou a minha mão ainda mais forte – Confia em Deus e na Nossa Senhora que tudo vai dar certo!

— Se... se alguma coisa acontecer... Você me perdoa? – Perguntei entre um soluço e outro. Eu não queria nem imaginar a possibilidade de ficar sem o meu bebê e sem o Luan.

— Olha aqui, Anita! Chega pra lá que agora a gente vai conversar muito sério – Meu marido me avisou enquanto me pedia um espaço na cama. Fui um pouco para o lado e então ele se deitou ao meu lado, passando um dos seus braços pelos meus ombros e me puxando para mais perto de si – Nada vai dar errado, entendeu? E se alguém tem que pedir desculpas aqui, esse alguém sou eu! Ô minha “Paxão”, você me perdoa por ter sido tão teimoso e tão cabeça dura? Eu nunca deveria ter duvidado de você, nem muito menos ter te deixado sair de casa... – Ele falou tudo aquilo me encarando com cara de “cachorro sem dono”, o que era quase impossível de resistir.

— Não, não... Eu também te devo um pedido de desculpas. Acho que a teimosa e cabeça dura aqui fui eu. Acho que admitir que você precisa de uma “ajudinha” de vez quando não faz mal, não é? Principalmente quando essa ajuda vem de amigos. Mas é que... eu queria provar que eu sou capaz de cuidar do nosso filho sozinha, entendeu? Eu queria que você tivesse orgulho de mim... – Confessei me remexendo sob os lençóis.

— Ter mais orgulho de você do que eu já tenho? Anita do céu, você é umas das melhores atrizes desse Brasil, é uma mulher forte, determinada, guerreira, que sabe o que quer... E além de tudo isso, é a mulher que eu amo, que me conquistou com esse jeito tão único e sincero, que é a mãe do meu filho e que será para sempre a minha Granfina, o eterno amor da minha vida – Ele segurou o meu rosto e me deu um beijo suave nos lábios.

Meus olhos voltaram a se encher de lágrimas. Eu andava muito sensível por causa da gravidez e ouvir uma declaração de amor daquelas já era mais que o suficiente para me fazer chorar.

— E eu já ia me esquecendo... Além de tudo isso o que eu disse, ainda é toda poderosa, né?! Rapáis do céu, o que foi aquilo “Paxão”? “Cê” me deixou, ba-ban-do! Tava sexy demais dançando naquele palco. Fiquei morrendo de vontade de te pegar e arrastar para um lugar só nosso – O Luan comentou encerrando a frase com uma piscada, fazendo charme para mim.

— E foi o que você fez, né?! Me arrastou pelo braço para aquele escritório e me deu a maior bronca... – Provoquei fazendo manha.

— Mas é claro! Capáiz mesmo de eu te deixar dançando naquele palco pra um monte de marmanjo ficar te olhando... Pode isso não, rapais! Fiquei “loco” de ciúmes! – Foi a vez dele confessar, mexendo no cabelo, todo sem jeito.

— Mas você sabe que eu só fiz isso porque eu te vi lá, dançando de um jeito muito provocante com aquela pirigueti, não sabe? Aí eu não me aguentei! Eu precisava fazer alguma coisa para chamar a sua atenção – Aproveitei o clima de “confissões” para contar.

— E eu só dancei com aquela morena porque te procurei no camarote e não achei! Aí depois eu te vi saindo com aquele Marreco... Ô “Paxão”, qual é a desse cara, hein? Não tô gostando nada desse “trem” de vocês andarem juntos por aí, para cima e para baixo... – Ele cruzou os braços e fez cara de bravo, exigindo uma resposta.

— Marreco? Você quer dizer Pato? – Comecei a enrolar só para provocá-lo ainda mais.

— Marreco, Pato, Ganso... Tanto faz, Anita! Eu quero é que você me dê uma resposta! – Ele continuou insistindo.

— Nã, na, ni, na, não... Ganso é do São Paulo, Pato é do Corinthians. Não confunda as coisas, Luan!

— Ai, ai, ai, ai dona Anita Tunice Santana! A senhora para de me enrolar e me responde logo! Não quero saber onde cada um joga! Quero é saber o que esse Pato, Marreco ou Ganso quer com você... – O Luan ficou todo bravinho, mexendo as mãos ansioso. Ahhh, eu adorava provocá-lo!

— O Pato? Bem... Ele é um ótimo amigo... – Desconversei. Depois da conversa que eu flagrei entre ele e a Rafa, estava mais do que na cara que o jogador estava interessado na minha empresária. Mesmo assim preferi manter o mistério. Deixar o meu Caipira com ciúmes era um dos meus esportes prediletos – E falando em Pato, o que aconteceu com ele, a Bruna, André, Rafa, Malú e todo o resto do pessoal que estavam lá na boate com a gente? – Mudei de propósito.

— Bom, aquela sua amiga Bruna precisou voltar para o Rio. Mas ela deixou o telefone comigo, pediu que eu ligasse assim que tivesse notícias suas. O seu irmão ficou na boate para acertar a situação de todo mundo por lá e depois foi para casa para acalmar a sua mãe que ficou muito preocupada com o seu mal-estar. Do Murilo eu não tenho notícias... Nem dele e nem daquele cara que estava junto com a Malú - O Lú me contou se ajeitando melhor na cama e colocando os pés com coturnos em cima dos lençóis - O Marreco, digo... O Pato deixou a Rafa na sua casa para ela pegar algumas roupas e trazer para você. Já, já a Rafinha deve estar estourando por aí com a sua mala... E o André e a Malú estavam na sala de espera esperando você acordar, mas aí a Malú perdeu a linha e começou a brigar com ele por causa daquelas piriguetis. Os dois estavam brigando tão alto que as enfermeiras os expulsaram daqui para não acordar os outros pacientes!

— Expulsos do hospital? Ai meu Deus, esses dois não tem jeito mesmo!

— É, mas a culpa dessa vez foi da Malú. O André estava na dele, ela que começou a caçar assunto... – O Luan defendeu o seu “aliado”. Lembrei do comentário do diretor sobre o meu marido estar ensinando-o a ser mais “homem”. Será que o plano dos dois estava dando certo e a Malú estava caindo na deles?

— Hum... E como estão as coisas no geral? Alguma “hashtag’ no Twitter ou coisa do tipo? – Perguntei receosa.

— Bom... A tag #LuanitaCausaNoRolê está em primeiro nos trends nacional e em terceiro no mundial... – O Lú deu de ombros tentando me convencer que aquilo não era nada demais.

— Puts! Justo agora que eu estava conseguindo construir uma imagem de boa moça... – Lamentei do meu lado da cama.

— Não se preocupa com isso agora, “Paxão”. O que importa é que nós estamos juntos. Eu, você e ele. Ou melhor, e ela, porque tenho certeza que é uma menina – Ele colocou a mão na minha barriga e sorriu para mim de uma maneira que conseguiu me encher de esperança. Naquele rápido instante eu consegui acreditar que tudo ficaria bem.

— Obrigada por tudo, Luan! Obrigada por fazer de mim uma pessoa melhor a cada dia – Disse antes de me curvar e beijar os seus lábios longamente. Naquele momento não importava se estávamos deitados em uma maca de hospital. Ele subiu as mãos pelos meus cabelos e eu passei o meu braço livre em torno dele e fizemos o que sabíamos fazer de melhor: ser nós mesmos – apenas a Granfina e o Caipira, a parte oposta que completava um ao outro da maneira mais perfeita possível.

— Luaaaannn – Consegui falar entre um beijo e outro – Acho que nós não deveríamos estar fazendo isso aqui... – Tentei argumentar, o meu lado racional falando mais alto dentro de mim.

— “Viaja comigo, traz o seu perigo...” – Ele cantarolou baixinho no meu ouvido para me provocar um trecho de umas das músicas que faria parte do repertório do seu novo DVD. Fala sério, como alguém poderia resistir a um convite desses?

— “Nós nessa fogueira, a noite inteira...” – Completei o refrão voltando a beijá-lo e me esquecendo de vez que eu estava hospitalizada e com um litro de soro conectado ao meu braço.

— Mas o que significa isso? Dona Anita Tunice, pelo amor de Deus, a senhora precisa de repouso! – Fomos interrompidos de repente por uma japonesa baixinha, com mechas loiras nos cabelos, jaleco branco e sapatos de salto. Ela nos encarava com uma expressão muito séria parada sob a soleira da porta segurando uma prancheta em uma das mãos. Será que aquela era a médica que estava cuidando de mim e do meu filho?

— Ô “dotora”, cê vai perdoando nóis aí, viu? É que a gente meio que... se empolgou. A senhora sabe como é, né? – O meu marido tentou se justificar dando um pulo da cama, tentando ajeitar as suas roupas. Pela expressão no rosto da médica, ela definitivamente não sabia como era nada daquilo que o Luan estava falando.

— Luan Santana, espero que o senhor compreenda que a sua esposa passou por um nível de estresse muito alto, o que acarretou nesse mal-estar súbito. Ela e a criança precisam de repouso, paz, tranquilidade e muito carinho. Mas até esse carinho precisa ser moderado, ok? – A doutora chamou a atenção do Lú em um tom rígido. Deus me livre! Aquela mulher não parecia uma médica. Ela estava mais para uma bruxa oriental com excesso de água oxigenada no cabelo.

— Tá certo, “dotora”, tá certo... – Ele concordou mexendo no cabelo, bastante sem jeito.

— Hum... Mas e aí, doutora? Como está o meu filho? – Fui direto ao assunto. A ansiedade já estava me matando.

— Então dona Anita... Eu fiz alguns exames básicos assim que a senhora deu entrada no hospital e, felizmente, os resultados me levam a crer que a senhora e a criança estão bem. Mas eu não posso deixar de chamar a sua atenção. O que a senhora fez essa noite foi uma completa falta de responsabilidade! Tá certo que gravidez não é doença, e que mulheres grávidas podem e devem levar uma vida normal, mas ir para uma balada lotada, subir em um palco para cantar e dançar diante de uma multidão de pessoas e depois ainda discutir com o seu marido... Tudo isso traz uma carga emocional muito grande! Como eu disse, a senhora precisa de paz e tranquilidade para gerar uma criança saudável...

Eu não sabia como a médica sabia de todos aqueles "detalhes", mas ignorei o discurso que a bruxa oriental fez. Para mim, só o que importava era que o meu filho estava bem. Olhei para o Luan com um sorriso nos lábios. Ele também me encarava com uma expressão muito satisfeita.

— ...Porém, eu preciso que a senhora faça o mais breve possível uma nova série de exames mais específicos. Só assim eu poderei ter um panorama mais completo do estado do bebê – A médica continuou falando e eu me obriguei a prestar atenção nela – Eu conversei com a sua empresária, a dona Rafaela, e ela me contou que a senhora estava fazendo o seu pré-natal com um médico lá de Londrina. Porém, como eu estou te receitando repouso absoluto por pelo menos uma semana, acredito que será melhor realizarmos esses exames aqui mesmo em São Paulo. Já estou em contato com o doutor Rubens que ficou de me passar todas as informações sobre o seu caso.

— Hum... certo. E quando eu posso fazer esses tais exames? – Perguntei com a voz receosa. A bruxa falava de um jeito tão sério que dava até medo!

— Depois de amanhã. Eu vou te dar alta ainda hoje. Aí a senhora pode ir para casa, descansar um pouco e retorna no dia seguinte. São exames simples e não serão demorados. O doutor Rubens, o seu médico de Londrina, me disse que vocês ainda não sabem qual é o sexo do bebê. Nessa ultrassom já será possível descobrir se é uma menina ou um menino – A doutora falou animada. Era a primeira vez que ela sorria desde que entrou no meu quarto. Talvez ela não fosse uma bruxa tão má assim...

— Oba! Quer dizer que eu vou embora hoje mesmo? – Fiquei feliz com a notícia – Ainda bem, porque eu detesto comida de hospital.

— Sim, a dona Rafaela já está na recepção cuidando dos papéis para a sua alta. Mas antes, eu preciso te passar algumas orientações...

A bruxa oriental desandou a falar sobre um monte de coisas que eu deveria ou não fazer. Tentei memorizar tudo, mas ela falava muito rápido. Torci para que ela escrevesse todas as recomendações na minha receita médica, senão eu estaria ferrada!

— Bom, é isso. Nós voltamos a nos encontrar depois de amanhã. E por favor, juízo vocês dois, hein? – A médica chamou a nossa atenção antes de sair e nos deixar a sós novamente.

— Bom, pelo menos está tudo bem com o nosso “baby”, né? – Encarei o Luan tentando estudar a sua expressão. De repente ele me pareceu um pouco triste e abatido.

— Eu não disse que tudo ia ficar bem? – Ele se aproximou de mim segurando a minha mão – Agora é só você ir para casa e descansar bastante, combinado? Você promete pra mim que vai ficar quietinha?

— Prometo! – Tentei parecer confiante.

— Aí sim! É assim que eu gosto – Ele sorriu antes de me dar um selinho – Ní, é o seguinte: Infelizmente eu não vou poder te levar para casa. Eu tenho show e mais uma porção de compromissos que não dá para adiar. O pessoal do escritório já tá bravo comigo, porque eu tô aqui com você, mas eu não poderia deixar as minhas duas “Ní’s” sozinhas em um momento como esse de jeito nenhum! – Ele começou a falar, reassumindo um tom de voz grave. Então era por isso que ele estava triste? Por que teria que me deixar? - Mas agora não tem jeito... Eu preciso ir! Por favor, jura para mim que vai se cuidar, se comportar e que qualquer coisa que acontecer, qualquer coisa mesmo, você vai me ligar para falar? Não interessa onde eu esteja... Eu venho voando, atravesso rio a nado se for preciso, mas eu quero estar ao seu lado se você precisar, “cê” tá me entendendo “ muié”?

— Já disse que eu prometo, Luan – Respondi fazendo o possível para segurar a emoção e não chorar. Eu não queria que ele fosse embora, mas eu entendia que era preciso. Aquela era a nossa vida: sempre tendo que lidar com a distância e a saudade.

— Me promete uma outra coisa também? – Meu marido me perguntou com a voz fraca. Ele segurava firme a minha mão e eu sentia na sua maneira de olhar que ele também não queria ir.

Assenti com a cabeça e ele continuou – Promete que vai deixar de lado essa história de que consegue se virar sozinha e que vai voltar para casa? Por favor, “Paxão”, seria muito melhor se você estivesse na “Toca”, “quetinha” na nossa casinha, com a nossa família. Eu fico muito mais tranquilo... E eu também sinto muito a sua falta. Nossa casa não é a mesma sem você! Eu confio em você e sei que é capaz de qualquer coisa quando quer de verdade. Então, por favor, volta e vem ficar comigo!

Ouvir aquilo mexeu comigo. Eu não podia negar que também sentia falta da minha casa, do meu marido, da nossa intimidade, do carinho que ele tinha comigo... Eu sentia falta até do jeito que o Luan implicava com as minhas manias! Mais do que tudo, eu sentia falta do sorriso que ele abria ao me ver todas as vezes que voltava para casa cansado após os compromissos de trabalho. Precisei respirar fundo para não chorar. Eu tinha que ser forte naquele momento.

— Não Luan, eu não posso voltar. Desculpa, mas agora isso é uma questão de honra. Eu preciso provar para mim mesma que sou capaz de cuidar dessa criança e se eu voltar... Bom, você, a Rafa, a Malú, a sua mãe, a Bruna... Todo mundo vai ficar me cobrindo de “mimos” e fazendo tudo para mim. Até agora o que eu fiz realmente pelo nosso filho? Acho que nada! Tudo teve a ajuda de alguém: as roupinhas que compramos, a decoração do quarto... A primeira vez que tentei me virar sozinha olha onde eu vim parar! Não, eu preciso fazer isso sozinha! – Tentei me explicar mexendo as mãos ansiosa, o que quase fez o soro quase cair de tanto que ele balançou. A agulha me incomodava ainda mais presa ao meu braço e eu sentia uma vontade louca de chorar, mas tentei parecer firme na minha decisão.

Meu marido não disse nada por um momento. Ele ficou me encarando como se tentasse processar o que eu havia acabado de contar, mexendo no cabelo com uma expressão contrariada no rosto. Porém, antes que pudesse dizer algo, a Rafa entrou no quarto segurando uma mala de roupas e alguns papeis na outra.

— Humm... Desculpa! Pensei que você já tivesse saído, Luan – Ela comentou ao perceber o clima estranho no quarto – Você quer que eu espere lá fora?

— Não Rafinha, não tem problema. Eu preciso ir mesmo! O pessoal já está me esperando lá fora – Ele respondeu seco – Tudo bem, Anita. Eu vou respeitar a sua decisão por enquanto porque sei que você não pode passar nervoso agora. Mas mais pra frente a gente vai conversar melhor sobre isso... Tchau, se cuida – Ele veio até mim e me deu um beijo rápido nos lábios. Depois se virou, trocou olhares ansiosos com a Rafa e saiu, sem nem dizer que me amava.

Certo, eu tinha conseguido deixar o meu marido bravo comigo. Ótimo!

Do outro lado do quarto a Rafa me olhava de um jeito como se quisesse dizer “O que eu faço com você?”, porém não comentou nada sobre a cena que tinha acabado de ver e nem sobre a situação em geral. Tudo o que ela disse foi: - Eu trouxe roupas limpas para você. O Caio já está lá fora esperando para nos levar e eu montei um esquema com os seguranças para você sair sem ser vista. Então, bora voltar para casa, Gata Garota?

***
Mais tarde, já em casa, eu descobri que tinha conseguido deixar MUITO mais gente brava comigo além do Luan.

A minha apresentação “Poderosa” estava repercutindo pelos quatro cantos do Brasil e era o assunto mais comentado nas redes sociais. Todas as revistas e sites de fofoca de plantão estavam publicando a mesma manchete: “Crise no Casal Luanita”. Basicamente, todos eles diziam a mesma coisa de maneiras diferentes. Alguns inventavam mais mentiras, outros menos, mas o conteúdo básico era: Eu havia saído de casa por algum motivo ainda desconhecido (alguns sites juravam que o Luan me traíra, outros apostavam que o nosso casamento já estava capengando), e o Luan então resolveu cair na balada para aproveitar a sua solteirice. Porém, ele não contava que eu iria descobrir a sua “escapadinha” e que iria até a Outlaws para lhe dar o troco de uma maneira bem... inusitada. Após a minha invasão no palco, o Luan discutiu comigo (um jornal até dizia que ele havia me batido) e eu terminei a noite no hospital correndo o risco de perder o meu bebê.

As especulações não tinham fim! Alguns apostavam que o Pato era o pivô da minha separação ou que o Luan se arrependeu de casar comigo e agora estava me dando o fora. Tinha até gente dizendo que a culpa de tudo era da Rita! Demorei um tempo para entender que eles estavam se referindo ao personagem da Débora Falabella na novela Avenida Brasil, mas quando a minha ficha caiu eu ri demais. Tudo o que eu não precisava naquele momento era de uma Nina querendo se vingar de mim. Minha vida já tinha emoção demais!

Com toda essa repercussão sobre o caso, os fãs também resolveram se manifestar. Eles pegaram o embalo dos protestos que estavam acontecendo e todo o país e criaram a sua própria causa para defender: “Luanitas unidas jamais serão vencidas”. Segundo eles, o protesto não era apenas porque eles “shipavam” eu e o Luan juntos, mas sim porque nós éramos o casal mais meteórico de todos os tempos e um exemplo de um amor verdadeiro para uma geração que já não acreditava mais tanto assim nesse lance de casamento e no “felizes para sempre”.

Para mostrar toda a indignação, os fãs resolveram até fazer uma greve: Eles não iriam mais votar em nenhuma premiação que eu ou o Luan estivéssemos concorrendo e nem subir tags para nós dois nas redes sociais. Fala sério, ter um relacionamento à três (eu, meu marido e as Luanitas) era o tipo de coisa que só poderia acontecer comigo!

O dia da consulta chegou. A Rafa se ofereceu para ir comigo, mas eu não aceitei. Afinal, nós ainda estávamos brigadas, mesmo ela me tratando bem quando eu recebi alta. Acabei indo até o hospital com a minha mãe ( o que foi um grande erro, porque ela não parava de ficar chamando a minha atenção e pegando no meu pé. Eu não queria admitir, mas a Rafinha fazia falta...)

Pedi para entrar no consultório sozinha e a Dona Clara respeitou a minha decisão, muito embora tivesse feito uma cara muito feia. A sala era simples e contava com uma mesa, duas cadeiras, alguns itens de escritório e um computador em cima da mesa. Ao lado também havia alguns desses aparelhos de hospital que sempre me pareceram assustadores.

— Bom Anita, hoje nós vamos fazer a ultrassonografia morfológica, para checar como está a formação do seu bebê. Com sorte, vamos descobrir o sexo da criança também! Está pronta, mamãe? – A bruxa oriental tentou soar simpática, o que não funcionou comigo.

Assenti com a cabeça e uma enfermeira me ajudou a me preparar para o exame. Vesti novamente aquela camisola brega (Eca!) e me deitei em uma maca. Ao meu lado a doutora se preparava para começar os procedimentos. Ela passou uma espécie de gel na minha barriga e depois começou a deslizar um aparelho branco pela minha pele. Imagens embaçadas do que deveria ser o interior do meu útero começaram a aparecer em um monitor posicionado ao meu lado.

Eu não conseguia distinguir nada do que aparecia ali, mas a médica olhava para o monitor e franzia os lábios. Comecei a ficar preocupada e a olhar para ela e para a enfermeira em busca de respostas, mas nenhuma das duas me falava nada.

— E então doutora? Como está o meu filho? Já dá para saber se é mesmo menina como o Luan diz? – Tentei puxar assunto forçando uma falsa simpatia.

— A criança está bem, senhora. E sim, tudo indica que o seu marido está certo e que será uma menina – Ela me respondeu com a voz séria. Ela parecia tão brava que mal pude comemorar o fato do meu bebê ser uma garotinha – Agora peço que a senhora se vista, nós precisamos conversar.

Droga! Coisa boa não podia ser...

Obedeci as ordens e me sentei diante dela na mesa. A médica havia congelado imagens do meu ultrassom e transferido para a tela do seu computador para que eu pudesse vê-las.

— Dona Anita, a ultrassom morfológica serve para verificarmos como está a saúde do bebê e detectarmos se ele está com algum tipo de má formação. O seu bebê está bem. O tamanho está bom, o peso também, mas... – Ela vacilou por um instante. Respirei fundo e me segurei firme na cadeira. Lá vinha bomba...

— ...Mas eu notei que ele não está com um formação um pouquinho “diferente” do que eu costumo observar em crianças com o mesmo tempo de gestação, por isso eu gostaria de lhe pedir mais alguns exames específicos, para esclarecermos essa dúvida – A bruxa oriental parecia escolher a melhor maneira de me dar essa notícia, falando de uma maneira calma e centrada, o que não adiantou muito, é claro.

— Como assim uma formação "diferente"? O que a minha filha tem? Olha aqui, será que dá para a senhora ir direto ao assunto? Não gosto de rodeios! Seja lá o que tem para dizer, diga logo - Perdi a linha com a loira de farmácia.

— Dona Anita, desconfio que a sua filha tenha Síndrome de Down - A médica finalmente abriu o jogo.

Por um momento eu senti como se o mundo estivesse girando ao contrário. Eu não entendia muito dessas coisas, então não conseguia calcular o tamanho do impacto que aquela novidade teria na minha vida. Tudo o que eu sabia era que a minha filha, a pequena Nicole, seria muito especial. Ai meu Deus, será que eu seria capaz de cuidar da minha filha? Eu já duvidada da minha capacidade antes, agora o desafia havia ficado duas vezes ainda mais complicado!

E o Luan? Será que ele aceitaria essa novidade? E como eu daria essa notícia para os meus amigos e familiares? E a mídia? Será que eles ficariam julgando a minha filha e não a deixariam em paz? Como eu poderia cuidar de um ser tão frágil como aquele se não sabia nem cuidar de mim mesma?

Eram tantas dúvidas... Mil situações diferentes se passaram pela minha cabeça ao mesmo tempo, uma imagem pior que a outra. E a mais assustadora de todas: Será que a minha filha nasceria daquele jeito por culpa minha? Será que aquilo era resultado de algo que eu deixei de fazer por ela?

— Dona Anita, dona Anita... – A médica me chamou de volta à realidade – Por favor, mantenha a calma! É importante que a senhora entenda que a Síndrome de Down não é uma doença e sim o resultado de uma alteração genética que faz o bebê ter 47 cromossomos, ao invés de 46, o que é mais comum. Não é culpa do pai ou da mãe... Na verdade ainda não se sabe o porquê isso acontece.... O fato é que acontece, porém não significa que a senhora não poderá cuidar ou educar a sua filha como cuidaria de uma criança comum. Ela apenas será especial e exigirá alguns cuidados mais específicos – A médica tentou me acalmar ainda usando aquele tom de voz calmo e centrado e me encarando com os seus olhos puxados cheios de compaixão.

A minha expressão deveria estar péssima, porque a enfermeira olhava para mim de uma maneira alarmada.

— Eu não quero entrar em maiores detalhes antes de realizarmos o exame genético, mas a senhora pode ter certeza que tudo está bem com a sua filha! – A doutora voltou a falar tentando me animar.

— Você não está entendendo... O problema não é ela, o problema sou eu! – Consegui desabafar, todas as minhas dúvidas pesando sobre os meus ombros novamente – E o meu marido? Como eu vou contar isso para ele? O Luan está esperando receber a notícia que a filha será perfeita e tão talentosa quanto ele. Como explicar que talvez as coisas não funcionem bem assim? E se ele não aceitá-la? Tipo, já não bastasse ter uma esposa problemática, ele ainda vai ter que encarar uma filha especial? – Eu não queria, mas comecei a soar desesperada. O medo do Lú não aceitar a notícia começou a me dominar e eu me senti naufragando em uma mar de desespero.

— Dona Anita, eu não sei no que a senhora acredita, mas eu costumo sempre dizer que Deus nunca nos dá uma cruz mais pesada do que aquela que podemos carregar. Eu tenho certeza que essa criança veio para a pessoa certa e que terá um papel muito importante na sua história e na do seu marido.

Aquelas palavras conseguiram me acalmar um pouco. Respirei fundo e tentei manter o controle da situação. Eu não poderia perder o controle ali, na frente de duas pessoas que eu mal conhecia.

A doutora continuou me explicando sobre a Síndrome de Down e sobre os exames que confirmariam se a minha filha realmente seria uma criança especial, mas eu não estava mais prestando atenção. Era como se eu tivesse ativado a opção “piloto automático”.

A enfermeira me levou para coletar o material genético necessário para os testes, depois eu deixei o hospital e voltei para casa ao lado da minha mãe. No caminho, não me aguentei. Caí no choro e contei para ela tudo o que a médica me dissera. A Dona Clara parou o carro e ficamos paradas em uma rua qualquer de São Paulo, eu deitada no colo dela e a minha mãe me dando força enquanto acariciava os meus cabelos exatamente do mesmo jeito que ela costumava fazer quando eu era criança.

Acho que por ser tão raro nós duas compartilharmos momentos como aquele, ouvir os conselhos da minha mãe me ajudaram muito e fizeram eu me sentir melhor. Mesmo assim, pedi que ela guardasse segredo sobre o assunto. Eu ainda não estava preparada para dividir a novidade com todos. Antes de qualquer coisa, eu precisaria reunir coragem para contar tudo para o Luan.

Chegamos em casa e eu fui direto para o meu quarto. E entre aquelas quatro paredes eu desmoronei. Chorei, deixando as lágrimas levarem com elas todos os meus medos e fraquezas. Dali em diante eu precisaria ser forte, por mim e pela aquela “menininha” que estava dentro de mim.

Comecei a andar pelo quarto e, quando me dei conta, eu estava revirando a minha mala. Eu não me lembrava, mas eu colocara a imagem de Nossa Senhora da Aparecida que ganhei de presente de casamento da minha sogra junto com a bagagem que trouxe para São Paulo. Na ocasião, ela me disse que Ela, a Nossa Mãe, sempre me ajudaria se eu precisasse de ajuda para enfrentar algum problema na minha família e que Ela sempre me guiaria e protegeria com o seu manto sagrado. Ao me lembrar disso, me ajoelhei com a imagem nas mãos, fechei os olhos e pedi com todas as minhas forças para que a santa me ajudasse a enfrentar mais aquele desafio. Eu não era muito boa nesse lance de rezar, mas nesse longo tempo de relacionamento com o Luan eu havia aprendido uma “coisinha” ou outra sobre como a fé poderia nos ajudar em nossas vidas. Fiz uma oração improvisada e depositei nas minhas palavras toda a minha força e determinação. Quando terminei, senti o meu coração mais leve. De repente o problema não parecia mais tão grande quanto antes.

Ao longe ouvi o meu celular tocar. Me assustei ao perceber que já era tarde da noite. Eu havia perdido completamente a noção do tempo...

— Alô – Atendi a chamada com a voz falhando por causa da minha crise de choro.

— “Paxão”? Ní, liguei para saber como você está. Tava preocupado, tentei falar com você antes, mas você não me atendeu. Está tudo bem? Como foram os exames hoje? – Ouvi a voz do meu marido do outro lado da linha. Droga! E agora? Contar ou não contar?

— Nossa, acho que eu não ouvi o celular tocar... – Até aí era verdade. Eu estava tão atormentada que não tinha visto as chamadas perdidas dele – Então, foi tudo bem sim! E adivinha: você acertou! É uma menina! – Tentei parecer animada, mas eu desconfiava que não estava sendo convincente o bastante. Decidi que por enquanto era melhor que ele ficasse sabendo apenas do básico. Aquele não era o tipo de notícia que podia ser contada por telefone, definitivamente!

— Não acredito nisso, rapáiz! Eu não disse! Agora vou ter duas Ní’s na minha vida! Tô arrumado agora, hein?! Vou ficar chique nos "pano", com direito à Granfina e "Granfininha" – Ele comemorou a novidade muito animado. Mesmo sem vê-lo eu era capaz de jurar que ele estava sorrindo que nem uma criança – Ô “Paxão”, eu preciso desligar agora, tá em cima da hora de entrar no palco. Assim que o show acabar a gente proseia mais, pode ser? Quero saber tudo da minha Ní 2!

— Não, não desliga agora! – Gritei do outro lado da linha. Eu sabia que ele precisava ir, mas de repente eu sentia uma necessidade urgente de senti-lo mais perto de mim – É que eu queria conversar mais. Sabe como é, né? Grávidas ficam mais carentes mesmo... – Tentei consertar a situação e parecer menos desesperada.

— Ô Ní, eu preciso ir mesmo! Mas já sei: Vou deixar o celular ligado do lado do palco. Aí você fica ouvindo o show inteiro, pode ser? – Ele me propôs.

— Claro que pode! – Topei na mesma hora.
E assim foi. Ouvi o Luan combinando os detalhes com o Gutão, que ficaria responsável de cuidar do celular enquanto o show rolava. Deitei na cama e fiquei só ouvindo o meu marido cantar enquanto as fãs gritavam da plateia. A Malú me trouxe um lanche, mas com certeza ela percebeu que eu não estava afim de papo, porque não fez nenhum comentário ou pergunta. Talvez minha mãe tivesse avisado a todos da casa que eu precisava de um momento sozinha para organizar os meus pensamentos.

— Essa moda aqui eu queria dedicar para uma pessoa muito especial, que mesmo longe está comigo aqui agora, nesse palco e sempre dentro do meu coração – Ouvi o Luan anunciar pelo fone do meu celular – Porque a gente não precisa tá colado pra tá junto. E também porque tem amores que são tão fortes que você não só ama a outra pessoa... Você a vive! Então não importa se você está longe da pessoa que você ama. Só fecha os olhos, imagina ela aqui pertinho de você e canta comigo assim... – Meus olhos se encheram de lágrimas quando me dei conta que ele estava falando tudo aquilo para mim.

Ao fundo, a introdução de “Te vivo” começou. Fiz o que o meu marido pediu: Fechei os olhos e imaginei ele ali, ao meu lado. Instintivamente, deslizei uma das mãos pela minha barriga como se eu quisesse que a nossa filha também compartilhasse aquele momento com a gente.

*** Link para músicahttps://www.youtube.com/watch?v=YFLM1x8IiP4 ***

"Quando me sinto só
Te faço mais presente
Eu fecho os meus olhos
E enxergo a gente
Em questão de segundos
Voo pra outro mundo
Outra constelação
Não dá para explicar
Ao ver você chegando
Qual a sensação

A gente não precisa estar colado pra estar junto
Os nossos corpos se conversam por horas e horas
Sem palavras tão dizendo a todo instante um pro outro
O quanto se adoram
Eu não preciso te olhar
Pra te ter em meu mundo
Porque aonde quer que eu vá
Você está em tudo
Tudo, tudo que eu preciso
Te vivo"

Me ajeitei melhor na cama, encostei a cabeça no travesseiro e, ainda de olhos fechados, cantei baixinho junto com o Luan. Naquele momento eu tive a certeza que tudo daria certo, porque o nosso amor era forte o suficiente para enfrentar qualquer desafio. E não importava quantas tempestades aparecessem pelo caminho. No final, sempre haveria um belo dia de sol nos esperando. E foi com essa certeza, e com o meu marido cantando para mim, que eu adormeci, pronta para encarar todas as provas que a vida de mãe poderia me proporcionar.


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Notas finais do capítulo

Pelo amor de Deus, preciso da opiniões de vocês!

O que acharam sobre a descoberta da Any? Fala sério, era claro que que a filha da Granfina e do Caipira seria uma criança mais do que especial, não é mesmo? Nicole vem para mexer geral nas estruturas dessa Trupe!

E agora? O que vai acontecer? Como a Any vai ter coragem de contar isso para todo mundo? E será que a guerra entre Entocados X Poderosas vai continuar?

E o flagrante que a bruxa oriental deu nos dois? Pode pegação no hospital, produção?

É isso, façam suas apostas!



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