A Granfina e o Caipira escrita por Manu Dantas


Capítulo 15
15 - Supresas


Notas iniciais do capítulo

Gente,
Tenho muito trabalho por aqui. Fiz plantão nesse feriado e acabei me enrolando toda. Nem tive tempo de revisar o capítulo.
Mas prometi que postava hoje, então tá aí!
Volto mais tarde para corrigir os erros.
Por enquanto, aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/165092/chapter/15

Finalmente o grande dia chegou. Já estava tudo pronto, praticamente toda a nossa bagagem já tinha sido despachada para casa, e eu, a Rafa e o Tigrão já estávamos a caminho do aeroporto. Em algumas horas chegaríamos ao Brasil, e eu finalmente poderia ficar com o Luan.

–Rafinha, amanhã a gente já vai estar no Brasil e eu me encontrarei com o Luan. Mal vejo a hora. – Desabafei.

– Agora você sabe o que eu passei nos últimos três meses aqui em Los Angeles, não é?

– Nossa Rafa, nunca tinha pensando nisso. Como você consegue ficar tanto tempo assim longe do meu irmão?

– Alguém precisa cuidar dessa garotinha aqui, não é? – Ela falou brincando enquanto apertava as minhas bochechas.

Chegamos ao aeroporto e pegamos o avião. Minha ansiedade de voltar era tanta que dessa vez eu nem passei mal durante o voo.

A viagem de Los Angeles até o Rio, onde aconteceria a premiação, era longa e com escalas. Acabei não resistindo e pegando no sono. Quando despertei, já estávamos próximas do aeroporto do Galeão, na capital carioca.

– Ai que saudade da minha terra! – Exclamei

– Saudade da sua terra ou de um certo cantor sertanejo-barra-pop que vive por aqui – A Rafa quis saber.

– Não enche Rafa! – Depois disso ela passou o resto da viagem me chamando de “raio de saudade e meteoro da paixão”.

O Caio nos buscou no aeroporto e seguimos direto para o hotel. Já era de noite e eu e a Rafa estávamos cansadas da viagem. Mas eu ainda não estava tão cansada que não pudesse fazer uma ligação antes. Assim que cheguei ao meu quarto peguei o telefone e disquei para ele.

– Luan? – Falei depois que atenderam do outro lado da linha.

– Oi Ní, estava esperando você ligar. Já chegou no Brasil?

– Acabei de chegar no hotel.

– Que bom linda! Nem acredito que amanhã a gente vai se ver!

– Também não acredito que agora faltam menos de 24 horas para a gente se encontrar.

– Já tá contando as horas? Pelo jeito eu não sou o único que estou com muitas saudades, né?

Fiquei um pouco sem graça. Eu sempre me entregava, não tinha jeito. Para disfarçar, mudei de assunto. Aproveitei e confirmei todo o plano para o dia seguinte.

A premiação estava marcada para às 10 da noite. Eu chegaria no local às 21h15. Daí eu ficaria ali, enrolando um pouco, e às 21h20 ele chegaria. Assim, nós chegaríamos praticamente juntos. Quando isso acontecia, o pessoal da organização sempre perguntava se havia algum problema em as pessoas seguirem juntas até a entrada. E por que não colaborar com a organização do evento? Achei o meu plano genial....

Desliguei o telefone do Luan e fui me preparar para dormir. O que eu mais queria era que o dia seguinte chegasse logo.

***

Rafa, você mandou muito bem no look de hoje – Falei admirando minha imagen no espelho. Minha cunhada tinha escolhido para mim um vestido tomara que caia vinho com alguns detalhes em um tom de ouro envelhecido. O scarpin era preto com detalhes da mesma cor da peça de roupa. Para completar, tinha uma jaqueta preta linda. Como diria a Rafa, “era pra derrubar o peão”.

– Ok cunhadinha, melhor você agradecer no caminho. Senão você não encontra o galã meteórico no tapete vermelho a tempo. – Ela disse terminando de ajeitar o meu cabelo e me puxando para a porta. O meu penteado era simples, na verdade, ela tinha deixado o meu cabelo ao natural, e passando um produto para que as “ondas” durassem por mais tempo. Depois ela prendeu a franja e fez a maquiagem de sempre: Um pouco mais forte nos olhos. Dessa vez ela preferiu usar um batom no lugar do gloss. Eu não gostava de batom, mas no final das contas tinha ficado bonito.

Corremos em direção a recepção. O Caio já tinha chamado o motorista e os dois já estavam nos esperando na porta do hotel.

– Anita, não esquece: Esse seu encontro com o Luan precisa ser natural para não chamar atenção. E só caminhem juntos pelo tapete vermelho depois que o pessoal da produção chamar vocês – O Caio me deu as últimas instruções antes de chegarmos ao local da festa. Concordei com tudo. A Rafa deu o último retoque no meu visual e eu estava pronta.

– Que horas são? – Perguntei quando o carro parou no lugar onde eu deveria descer.

– 21h14. Vai lá garota, arrasa! – A Rafa respondeu.

Desci do carro. Assim que me viu, um dos responsáveis pela festa veio ao meu encontro para checar se meu nome estava na lista e me orientar sobre o que eu deveria fazer (como achar o meu lugar, com quem eu deveria falar quando fosse apresentar o prêmio, essas coisas...). Depois disso me posicionei no começo do tapete vermelho. O Caio já tinha ido direto cuidar dessa parte do anúncio do filme, mas a Rafa ficou por ali para me dar uma força.

Fiquei enrolando como o combinado. Alguns fotógrafos que estavam por ali pediram para que eu posasse para eles. Também aproveitei para dar alguns autógrafos e tirar fotos com alguns fãs que estavam próximos a grade de proteção.

– Anita! – Alguém disse o meu nome muito alto e me abraçou. Eu conhecia aquele cheiro, conhecia aquele abraço, mas alguma coisa estava errada. Porém naquele momento eu só conseguia ver as dezenas de flashes que disparavam ao mesmo tempo. Várias fãs também começaram a gritar como umas loucas.

Murilo? – Exclamei assim que consegui me soltar do abraço que ele me deu. Minha expressão era de completa confusão. Algumas pessoas que estavam ao redor riram de mim.

– Tudo bem, Anita? – Ele me perguntou sorrindo na maior cara de pau.

Olhei para a Rafa procurando uma explicação. Ela também parecia tão atordoada como eu.

Mais uma onda de gritos do pessoal da plateia. Olhei para trás, vi o Luan se posicionado no início do tapete vermelho.

– Anita, Murilo, se importam de seguir juntos? Para não atrasar o andamento da entrada? – Alguém da produção perguntou.

– Claro que não. Vamos Anita – O Murilo segurou a minha mão e me puxou. Eu estava completamente perdida. Qual tinha sido a parte do plano que não deu certo? Meio sem pensar, comecei a caminhar ao lado do Murilo.

Olhei para trás. O Luan encarava aquela cena com uma expressão de quem não estava entendo nada. Pisquei para ele. Então ele abriu um daqueles sorrisos maravilhosos que só ele tinha. Sorri também. Depois disso algum repórter chato apareceu e começou a fazer perguntas para mim e para o Murilo.

Nunca passar por um tapete vermelho tinha demorado tanto. O Murilo fazia questão de parar para falar com todos os repórteres e posar para todos os fotógrafos. Logo atrás de mim, o Luan parecia que também não estava dando muita sorte com a imprensa. Todo mundo queria entevistá-lo.

Quando, finalmente, chegamos à entrada do teatro onde a festa aconteceria consegui me desvencilhar do “empata love” do Murilo. Ele foi atender a uma repórter, porém eu disse que precisava tomar um gole de água. Como estávamos perto da entrada da festa, por sorte um garçom passou bem ao meu lado com uma travessa repleta de bebidas. Tratei de pegar uma água e beber um longo gole.

Quando o Murilo saiu do meu lado, parei e fechei os olhos tentando entender a situação.

– Fugindo de mim? – Ouvi alguém falar baixo no meu ouvido.

Abri os olhos. O Luan também tinha terminado de passar pelo tapete vermelho e estava parado na minha frente.

– Luan, ai meu Deus, preciso te explicar o que aconteceu... – Disparei a falar.

– Relaxa, a Rafa já me explicou. Esse tal de Murilo se meteu nos nossos planos, né? Mas não tem problema, agora eu estou aqui com você – ele disse pegando o copo de água da minha mão e terminando de beber o seu conteúdo.

– Você se lembra a confusão que deu a última vez que você bebeu a minha água, não lembra? – Brinquei

Ele riu do meu comentário.

– Anita, Luan, por favor, uma foto? – Mas da onde surgiam tantos fotógrafos?

– Claro, foto ao lado de "muié" bonita é comigo mesmo – O Luan brincou. Ele me segurou pela cintura e aproximou o seu corpo do meu. Coloquei a minha mão ao redor do seu corpo e posamos para a foto.

– Obrigada! – Exclamou o rapaz que havia feito o pedido.

– Anita,preciso te levar para os bastidores! O prêmio que você vai apresentar é um dos primeiros. – O Caio apareceu de algum lugar.

– Ok. – Assenti. – Lú, to torcendo para você ganhar todos os prêmios hoje. Até votei em você – disse me dirigindo ao Luan.

– Obrigada linda! Boa sorte na apresentação também. A gente se encontra na festa?

– Fechado! – Concordei.

***

Tive que ficar no mesmo camarim que o Murilo. Descobri que o tal novo empresário dele, na verdade era uma mulher. Lú Dias, como ela mesma se apresentou. Não gostei do jeito dela desde o primeiro instante. Pelo jeito dos dois, parecia que meu irmão já a conhecia de algum lugar, porque ela o chamava de “Cá”. O Cá, porém, não parecia feliz com aquela situação.

Mas trabalho era trabalho, não era? Então eu e o Murilo combinamos um texto para falarmos na hora e nos preparamos para subir ao palco. Um dos assistentes de produção nos explicou como tudo funcionaria.

Depois de tudo combinado seguimos para a parte de trás do palco. A Lú e o "Cá" permaneceram nos camarins. O assistente nos avisou que entraríamos em 5 minutos.

– Hey gatona, a Rafa mandou muito bem na roupa hoje. Você está linda – O Murilo tentou puxar papo.

Percebendo que eu não estava afim de conversa, ele continuou – Any, você tá diferente.

– É, eu precisei mudar o cabelo para a personagem da série que gravei em L.A. – Respondi, seca.

– Não é isso. Eu me refiro a estar diferente comigo. Desde aquele reality que você participou... Você não me ligou mais, foi super seca na entrevista quando a Patrícia Poeta perguntou sobre mim e agora tá aí, toda grossa comigo..

Fala sério, ele realmente queria discutir aquele assunto naquele momento?

– Estou seguindo o seu conselho. Me mantendo longe para não estragar a sua brilhante carreira de ator – Respondi morrendo de raiva.

– Do quê você está falando? Que conselho é esse?

– Deixa de ser cínico Murilo! Você me escreve um e-mail me pedindo para te esquecer, e outro dizendo que eu não passo de uma garota mimada e agora me pergunta por que eu estou diferente com você? – Eu me controlava ao máximo para não fazer um escândalo ali.

– De que e-mail você está falando? Eu não te mandei e-mail nenhum...

– Para de mentir. – Eu respirava fundo para não perder o controle.

– Juro que é verdade! Não sei do quê você está falando. Que e-mail é esse?

– Meninos, hora de subir ao palco. Prestem atenção na contagem. Quando eu disser “agora” vocês entram – A assistente apareceu para salvar o Murilo – 10, 9, 8,...

Eu não conseguia me concentrar na contagem. Será que o Murilo estava falando a verdade? Ou será que aquela era só mais uma estratégia para me usar em favor da sua carreira?

– 5,4,3,2,1. Agora!

Subimos ao palco. Me concentrei. Era hora do meu lado atriz entrar em cena.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Volto mais tarde para revisar o texto! Juro!
E aí, o que acham, o Murilo está falando a verdade ou não está?
Beijão!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Granfina e o Caipira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.