Tirania - Illusion Life escrita por KatzStark


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Data Desconhecida...



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Um gota de sangue caiu das minhas têmporas.

Não sei bem o que aconteceu, mas não senti dor, apenas um incômodo que mexia dentro do meu cérebro. Parecia que haviam implantando um inseto e ele estava andando pelas circunvoluções do meu cerébro numa velocidade incrível, era tão rápido que eu não conseguia dizer onde estava exatamente. De repente tinha parado, e parecia estar fazendo o caminho reverso.

- Nada, senhor. O garoto está limpo – Não consegui distinguir de onde a voz estava vindo. Estava tonto e desorientado, meus olhos não aquietavam, movendo-se em todas as direções.

- Liberem ele, chamem os outros garotos – A voz parecia vir de muito distante, mas Yerik estava bem atrás de mim, e aparentemente a voz dele não queria entrar em meu ouvido.

- Chefe, batimentos cardíacos descendo subitamente – o aparelho ligado ao meu braço tinha começado a apitar – noventa por minuto, oitenta e cinco, oitenta... Temperatura corporal... Está quase a 314K (equivalente a 41ºC) e não para de subir. Frequência de respiração mínima, 14 fluxos por minuto.

- Tirem ele daí agor... – Não consegui mais ouvir nada, meu corpo e mente estavam fracos, era impossível continuar acordado.

Nesse momento, minha vista já tinha sido preenchida completamente pelo negro, uma sensação estranha, parecia um vácuo infinito, aonde eu iria flutuar para todo o sempre. Uma imagem ao fundo vinha lentamente ao meu encontro, e eu fui nadando naquele vácuo em direção a ela. Chegando mais perto consegui ver melhor.

Ela estava me lembrando a casa de festas do meu sonho. Encontrei-me novamente naquele lugar, e o sonho se repetiu, porém, continuou após a parte aonde tinha parado da última vez. Consegui, com dificuldade, caminhar pela casa que estava lotada e barulhenta. Uma melodia encantadora penetrava em meus ouvidos, era alegre e emocionante, aquilo mudava meu espírito, de alguma maneira me deixava feliz. Estava no embalo da música, as pessoas daquele lugar pareciam legais e amigáveis, tinham me chamado para dançar.

Um explosão forte do lado de fora da casa de festas veio junto com um grito: “Fillipo, acorda!”. Um tapa no meu rosto me fez abrir os olhos, mas estava muito iluminado para mantê-los abertos e logo fechei de novo. Minha boca estava extramamente seca e áspera.

- Es-tou bem – a garganta estava arranhando muito e mal conseguia falar direito.

Pedi água para Marcela que estava com a mão grudada na minha. Ela soltou e foi até uma geladeira que tinha no canto da sala. Diferente da que estávamos antes, essa sala era organizada. Possuía o teto em gesso branco com a figura que estampava as armaduras dos homens de preto. As paredes eram de tons claros de bege e todos os móveis, como os armários que tinham no canto da parede, eram todos bem arrumados. Eu estava deitado em uma cama hospitalar – que era bem confortável – tinham alguns fios em meu braço que me conectavam a algumas máquinas que registravam meus sinais vitais.

Tentei me levantar para beber a água, mas uma dor sufocante na cabeça me fez ficar deitado no mesmo lugar que me encontrava. Ela colocou então o copo na minha boca e o entornou. Senti a garganta finalmente melhorando.

- Obrigado – disse ainda com um pouco de dificuldade. – O que aconteceu?

- V-você me salvou e quase morreu, seu idiota! – uma lágrima escorria lentamente pelas bochechas rosadas.

- Como assim? O que eu fiz? Eu só lembro de ter sentado numa máquina...

- É isso, você, igual a mim, nunca tinha feito verificações – tinha abaixado a cabeça e começado a olhar para outro lado.

- Minha mãe nunca tinha deixado, dizia que era errado e só. Nunca fui para uma verificação. O que aconteceu comigo Marcela?

- Você foi carregado para fazer uma verificação e desmaiou. Permaneceu assim até agora a pouco, quando você começou a se balançar – Ela parecia falar com tanta certeza, como se realmente tivesse acontecido.

- Eu não me balancei, eu acordei com você me dando um tapa! – Acabei de lembrar da dor no rosto.

- Você se balançou tanto que eu fiquei com medo e te bati para te fazer acordar.

- Ah... da próxima vez, você pode ser mais delicada?

- D-desculpa, eu não quis te machucar – ela parecia que iria chorar novamente.

- Tá desculpada, seu monstro...

- Fala isso de novo e eu faço seu fucinho rodar 720º

- Hehehe, tá tranquilo – Ela tinha falado sério.

- Garoto idiota, por que você não me avisou que nunca tinha feito uma verificação? – Yerik tinha entrado tão rápido que não deu para perceber. Parecia sério e raivoso.

- Ei, não me acuse! Você não falou que ia fazer isso comigo. E perae, cadê o Leones? O que vocês fizeram com ele?

- Seu amigo está em outro quarto, descansando. Já essa garota não saiu do seu lado durante todo esse tempo – Os olhos de Marcela brilharam - Perdão pirralho, eu perdi o controle, estava certo de que vocês eram espiões. Mas... Se vocês não são espiões infiltrados, o que são?

- Não sei como dizer... apenas curiosos para saber qual a verdade que você não nos contou.

- Vocês são patéticos – soltou uma gargalhada tão alta que estremeceu a sala. Não sei o que fazia aquele homem ser tão escandaloso nas risadas. – Basicamente, você nunca se perguntou o por quê de se fazer verificações todo ano?

Uma verificação era um dever de todo cidadão da nova ordem. Todas as pessoas com mais de cinco anos de idade deveriam fazer verificações anualmente. Uma verificação era feita da seguinte maneira: A pessoa sentava em uma cadeira, enfiavam um aparato parecido com brocas pelas têmporas do paciente, essas brocas induziam uma sonda que “andava” por todo o cerébro fazendo com que esse fosse estudado.

As primeiras vezes na qual era feita uma verificação deviam ser as mais cuidadosas, era procedimento de segurança seguir na menor velocidade possível, para assim, não danificar o cerébro do paciente. Vários acidente já haviam acontecido e às vezes até casos fatais. Foi pura sorte minha ter sobrevivido àquilo.

- Para roubar nossas ideias – disse Marcela olhando diretamente para Yerik.

- Tolinha... a verificação é feita para evitar que qualquer informação confidencial do governo não fosse parar em mãos cívis. E também, principalmente, para tentar descobrir informaçoes sobre nós.

- O que são vocês? – indagou Marcela, rapidamente cortou a fala de Yerik.

- Cala a boca e deixa eu terminar garota. Eles fazem isso para manipular o mundo, inclusive vocês.

- Eu não sou influenciado por ninguém – Não podia aceitar que alguém me controlasse, seja quem fosse.

- Essas crianças são tão idiotas – lançou palavras ao vento – Se você pensasse um pouco mais, veria. A vida de vocês não passa de uma ilusão. A coca-cola que vocês bebem, é um exemplo básico, Ela possui componentes químicos que destroem o potássio do sangue fazendo com que os músculos “murchem”. Com o consumo excessivo na infância faz você crescer fraco e inofensivo à eles. Você, por acaso, já viu algum sentinela tomando coca-cola?

Parando pra pensar, isso era mais uma coisa que minha mãe não deixava eu fazer... O que minha mãe sabia que eu não? Ela nunca permitia que eu fizesse tudo que meus amigos também faziam. O que mais ela fazia para me proteger?

- Tá, e o que são vocês? Ainda não me respondeu... – Ela parecia impaciente.

- Você tá começando a encher o saco, garota insolente – olhou torto para ela - Nós somos uma organização secreta. Estamos no setor 3, o responsável pela área de toda a América do Sul, e esse LEP é o nossa base subterrânea secreta. Há pelo menos um LEP em todo continente, e cada LEP corresponde a uma base responsável por todo ou parte de seu continente.

- E o que são os LEP’s? – a história estava muito confusa, mas não parecia mentira...

- Uma tribo constrói símbolos que significam alguma coisa para eles, é da cultura deles. Quando outra tribo conquista essa primeira, ela deve destruir todos esses símbolos, por que se eles estiverem de pé, o povo ainda terá esperança de se rebelar. Os Illuminatis – o grupo que deu origem a nossa linguagem universal - conseguiram conquistar o mundo depois da terceira guerra mundial e com isso eles destruíram todos símbolos da nossa antiga civilização. Alguns anos antes de tudo mudar, aconteceu um concurso que elegeu as sete maravilhas do mundo. Vinte e um símbolos tentaram tal proeza. E agora, todos estão destruídos. Eles viraram LEP’s e como era um lugar desabitado e sem nenhuma movimentação, virou um ótimo esconderijo.

- Inacreditável, eles fazem isso para que o novo povo não saíba do que realmente aconteceu há anos atrás, correto? – as coisas estavam começando a se conectar na minha cabeça.

- Sim, na antiga civilização, os illuminatis foram na verdade uma organização secreta que cresceu nas sombras da população manipulando-a para que o mundo tivesse o final que ela tivera planejado. Agora a situação se reverteu... Nós estamos crescendo nas sombras e planejamos reconstituir a antiga ordem, libertar o mundo do mal. Nós somos os Anti-Illuminatis.

Agora sou prisioneiro de rebeldes que não gostam da nova ordem, do mundo atualmente. E ainda não estou sozinho, trouxe meus amigos para essa confusão. A proteção que minha mãe tinha me dado que eu nunca percebi antes. Minha cabeça estava explodindo...

- Você já se recuperou pivete? Consegue andar? – disse Yerik olhando para mim.

- Acho que sim...

- Dezenove, vá buscar o outro pirralho. Vocês dois, venham comigo!

- Para onde você vai levar a gente? – Eu e Marcela tínhamos falado ao mesmo tempo.

- Vocês irão fazer o teste para os rebeldes – Aquele sorriso malicioso com a cicatriz ainda me dava medo...


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler até o final! Gostou? têm algo a ser melhorado? Deixa um review ^^



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