Inocência Roubada escrita por Lêh Duarte, Annia_Novachek


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá Kizlars...
Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/164768/chapter/15

A tensão era grande na sala, pois já fazia um tempo que Ibrahim havia subido, mas não se ouvia nenhum som, ou se tratando de Janine, nenhuma briga. Ibrahim havia subido com um olhar preocupado, mas mesmo assim, Anna ainda temia o que aconteceria com Janine a partir do momento em que ela se recuperasse. Temia pela vida da pequena escocesa. Tinha medo que, agora que Janine não seria mais tão útil para Ibrahim, ele se voltasse novamente para Kathleen.

Percebendo que todos estavam ocupados demais especulando o que estava acontecendo lá em cima, Anna puxou Pavel para a sala de reuniões que tinha no subterrâneo onde Ibrahim costumava se reunir com seus escudeiros quando estavam prestes a tomar algum lugar e começou a andar de um lado para outro.

_ Mande darem uma surra em Lady Kathllen – Anna falou sem parar de caminhar.

O cabelo loiro estava solto, lembrando um anjo, mas sua voz era grave, demonstrando todo o ódio que sentia por Kathleen naquele momento.

Pavel estava assustado, pois nunca pensara que sua amada pudesse ficar tão transtornada.

_ Anna eu não posso fazer isso e... –

Ela olhou com fúria, dirigindo toda sua fúria em um olhar para Pavel.

_ Mas é claro que pode! –ela falou não acreditando que mesmo em um momento daqueles, Pavel conseguisse continuar agindo docemente. -Não se esqueça que por mais que Ibrahim mande em tudo, você também contem poder e eu quero, ou melhor, desejo que aquela víbora sofra por cada dor que minha lady sofreu... –

Seus olhos azuis brilhando como se Anna estivesse disposta a fazer justiça com as próprias mãos.

Mesmo estando assustado com a atitude de sua amada, Pavel estava admirado pela lealdade de Anna com Janine e ainda mais pelo titulo de lady que indiretamente Jane pertencia, mas também estava preocupado, pois nunca ela agira desta forma e ainda se lembra quando Lady Kathllen mandou surrá-la e o mesmo não pode fazer nada, a não ser ajudar Marie com os curativos e não suportaria vê-la passar por isso novamente...

_ Eu sei Anna, mas ainda sim não posso ou já se esqueceu que Kathllen ainda é uma lady com poder! Sua família tem um renome incontestável, e além de tudo é uma parenta do rei. Ela pode querer se vingar usando a ti e não suportaria ver te machucada novamente. E além de tudo, não podemos travar uma guerra contra o rei, todos nós pagaríamos as consequências. Nosso exército não é assim tão poderoso, Anna.

_ Se você não pode então eu farei. Irei me vingar! De alguma forma farei com que ela se arrependa de fazer mal a minha senhora.

Em uma rapidez que nenhum dos dois sabia da onde surgiu Pavel imprensou a mesma para que ninguém respondesse, por mais que ainda estivesse furiosa ela não tentou escapar, pois suas pernas já estavam bambas. Pavel colocou o rosto na curva do pescoço de Anna e respirou sentindo seu cheiro.

Pavel sabia que não deveria se aproximar tanto de Anna. Aquilo não era certo. Deveria fazer como manda o decoro. Primeiro o cortejo. Não queria que sua amada fosse taxada como se fosse apenas mais uma em sua cama.

_ Anna, se não for pensando em mim, faça pela Janine e não se meta com a Kathleen, pois você sabe as conseqüências e mais do que nunca Janine irá precisar de nós...

Ela assentiu ainda não encontrando sua voz por conta da aproximação, se afastou dele, mas antes lhe deu um beijo rápido.

_ Você tem razão! –ela disse e olhou para baixo. Não conseguiria mentir enquanto aqueles olhos que demonstravam tanto amor e proteção. -Me perdoe, mas agora acho melhor i. Como você mesmo disse, Janine precisa de nós.

E com isso abriu a porta logo saindo, mas assim que saiu seu semblante voltou ao ódio, pois ela ainda se vingaria, mas iria agir sozinha. Planos detalhados e que iriam fazer Kathleen sofrer muito apareceram na cabeça de Anna. Aquilo não era um bom sentimento, ela sabia. Santo Deus, Anna acompanhara desde pequena Lady Augustine a capela todos os dias, sabia que sentir ódio nunca era bom. Que Deus a perdoasse pelo que estava prestes a fazer, mas que Anna iria fazer aquela praga pagar por isso, isso ela iria. Nem que as consequencias fossem o inferno.






Nos aposentos do lorde de Longford, Ibrahim continuava congelado na porta. Nunca tinha visto o rosto de Janine tão pálido. Tão sem vida e triste.

Ele continuava sem reação. Queria correr até ela e abraçá-la, mas não sabia como Janine reagiria depois da perda. Também não queria ir embora e deixá-la sozinha.

Hesitando e em um confronto interno com si mesmo, o lorde deu um passo à frente.

Os olhos verdes de Janine se estreitaram. Seu rosto banhado em lágrimas, nem ao menos lembrava o de quem a pouco tempo atrás estava dando respostas afiadas.

–O que faz aqui? –ela perguntou baixo em uma tentativa do que era para ser uma voz ameaçadora. –Se veio lembrar-me de minhas obrigações com esta casa, pode ir embora.

O coração de Janine doeu ao dizer aquelas palavras. Não queria ter um filho agora, e muito menos um de Ibrahim, mas já havia se acostumado da ideia de ter um ser crescendo dentro dela. Finalmente alguém que ela pudesse cuidar e sem ser um fardo.

–Não. –Ibrahim disse caminhado até estar parado ao lado de Janine na cama, se ajoelhou se segurou sua mão que repousava em seu colo. Ele fez pequenos círculos na mão pequena e a encarou. – O médico disse que deveria repousar alguns dias.

– Amanhã mesmo voltarei ao trabalho! –ela teimou. –Não é justo que Anna e Marie fiquem cuidando de todo esse lugar sozinhas.

Ela virou o rosto para o outro lado e seu longo cabelo ruivo se tornou uma cortina entre ela e Ibrahim.

Ele ficou silencio por um tempo, até se levantar de súbito e começar a tirar os sapatos e a túnica. Deitou-se ao lado de Janine apenas com seus calções. Antes que Janine pudesse novamente virar o rosto, ele o segurou forçando-a a continuar o encarando.

– Não me trate como se eu fosse o culpado Janine. Sabes muito bem que eu jamais permitiria que Kathleen fizesse isso com você. –ele falou imperial.

– Eu não o culpo meu senhor. Ao contrário. Sou grata ao que houve, assim, eu não terei mais nenhum vínculo que me ligue ao senhor.

Aquilo era uma terrível mentira, Janine sabia disso. Mas não poderia se entregar novamente a Ibrahim por causa de um sentimento tolo que a cada dia crescia mais e mais.

–Não fale assim, Janine. –ele falou.

–Então me diga: o que teria acontecido comigo depois que seu filho nascesse? Eu seria ainda de grande serventia?

Ibrahim não respondeu. Não era preciso. Janine conhecia muito bem as regras dos homens. Isso sua mãe fizera questão de lhe ensinar. Ibrahim soltou se rosto e olhou para as portas duplas de madeira.

– Você queria? Queria ter esse filho Janine? –ele perguntou sem olhá-la.

Uma lágrima escorreu do rosto de Janine e pingou na camisa branca que vestia.

–Não. –sua voz apenas um sussurro.

Em uma única palavra, uma negação, Ibrahim conseguiu ouvir a mentira como se fosse um grito.

De súbito, voltou a virar o rosto da pequena para si, e a surpreendendo, lhe cobriu os pequenos lábios rosados com os seus. No susto, Janine acabou soltando um gritinho abafado pela boca máscula se movendo contra a sua.

Separaram-se por falta de ar.

O corpo de Janine finalmente deu sinal de vida. As bochechas coradas, o peito subindo e descendo ao ritmo de seu coração, e o cabelo que agora estava um pouco bagunçado pelas mãos de Ibrahim que a pouco haviam se embrenhado por eles.

– Você pode posar de escocesa durona para qualquer um Janine, menos para mim! – então voltou a cobrir os lábios da ruiva.

Leves carícias se intensificaram durante um tempo até que Ibrahim se lembrasse do estado em que Janine se encontrava. Estava pensando em quão difícil isso estaria sendo para ela.

Lembrou-se de quando tinha pouco mais de 15 anos e ouvia os gritos da mãe pelo castelo. O pai estava jogado bêbado no sofá. Marie, que na época era poucos anos mais velha que ele, saia a todo o momento do quarto com panos e bacias sujos de sangue e voltava um tempo depois.

O outro herdeiro havia sido uma exigência de seu pai, e que agora nem estava ao lado de sua mãe.

Anna estava sentada na escada com duas longas tranças, uma da cada lado de sua cabeça. Eles estavam brincando no jardim quando começaram a ouvir os gritos da mãe. Um tempo depois, a parteira saiu do quarto e disse que a criança tinha morrido, pois o parto havia demorado muito.

Ibrahim ainda se lembrava de um embrulho nos braços da parteira. Era uma menina.

O pai começou a brigar com a mãe depois disso.

Ibrahim voltou para a realidade e sorriu para Janine, prometendo que de agora em diante, tomaria providencias para que o que havia acontecido mais cedo, nunca mais se repetisse.

Voltou a segurar a mão de Janine que estava áspera devido ao trabalho pesado que exercia na casa.

– Eu te prometo Janine, que Kathleen nunca mais tocará em um fio de cabelo seu, ou que fará mal para qualquer outra pessoa viva nessa terra.

Janine já havia visto Ibrahim agir com tanta fúria, mas nunca havia sido para defendê-la.

–Não meu senhor. Melhor deixar como está. Não quero que entre em confronto com a família poderosa que sei que Kathleen tem.

Ibrahim não conseguia acreditar que mesmo depois da barbaridade cometida por Kathleen, Janine ainda a defendesse. Ele lhe deu um beijo na testa e puxou o acolchoado de penas de ganso para cobri-los.

– Melhor descansar. Logo o dia amanhecerá e terei que tomar algumas providências. – ele falou e a puxou contra si, a abraçando pelos ombros.

Janine não acreditou ao ouvir o som melodioso de sua voz com uma ponta de preocupação. A queda deveria ter mexido com seus pensamentos, pensou ela. A pequena ainda não conseguia aceitar que Ibrahim, aquele mesmo Ibrahim que havia feito tantas maldades com ela, agora estava deitado ao seu lado, e a tratando com tanto carinho.

Janine se virou um pouco até encontrar uma posição que fosse menos desconfortável e que não sentisse muita dor.

Enquanto sentia o som do que parecia ser uma cantiga antiga turca a embalar em um doce sono, Janine segurava a mão de Ibrahim que estava sob sua cintura fazendo um leve carinho. Adormeceu com sua voz e olhando seus olhos castanhos a fitarem em uma promessa muda de que tudo ficaria bem.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?
Olha que estou sendo boa nem ia colocar essa cena do Abe com a Janine mas como a Annia me mandou e cara ela estava inspirada resolvi colocar agora ao invés de só semana que vem...
srsrs...
Mas e ai o que será que Abe e Anna irão aprontar?
Façam suas apostas...
srsrs..
Mas falando sério eu se fosse Kathllen olharia em baixo da cama antes de dormir...
srsr...
Mas chega de falar...
Um beijo bem gostoso para todas... (Meu e da Annia)
Tenham uma ótima semana...
E comentem é claro...
srsr...
Lêh



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inocência Roubada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.