A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 9
Um pacto com a morte


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas já postei!!
Boa leitura!!!



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*Roxy*

Assim que entrei no trem me sentei sorrateiramente no ultimo vagão, eu não poderia ser vista, ou os funcionários me obrigariam a descer na próxima estação. As pessoas ao meu redor me olhavam curiosas, não conseguia disfarçar minha respiração ofegante, tão pouco a expressão do meu rosto de suspeita de ter feito algo errado.

O meu real motivo de preocupação, é que enganar um vampiro não era tarefa fácil, principalmente Selene que conhecia meu ser, e estava alerta a minhas artimanhas, mesmo com o trem em movimento, eu não podia ter cem por cento de certeza que havia conseguido despistá-la. Eu sentia um frio na barriga, e não era de medo.

Olhei para a janela do trem, a espera de ver algo, mas a paisagem estava limpa e calma, como deveria estar, até que alguém se sentou ao meu lado no banco, resolvi não olhar e manter meus olhos na paisagem escura do lado de fora do trem.

- Achou que seria fácil?

Eu não consegui escapar, podia reconhecer a voz de Selene, mesmo sem olhar para ela.

- Não. E acho que estava certa.

- Você tem conhecimento de que arquitetou sua própria condenação ao tentar fugir, não é?

- Eu não vivi até agora, sem ter fugido de algum vampiro esperto.

- É isso o que pensa de mim? Sou uma vampira esperta? Bill Compton era um vampiro esperto, eu sou mais que isso, por que tenho sua vida em minhas mãos e agora que sei como ter minha alma de volta, vou buscá-la. Não preciso mais de você.

- Vai me matar aqui? Você não quer tanta atenção assim.

- Matar cada pessoa neste trem não é nada para mim, elimino cada um antes mesmo de chegarmos a próxima estação. Mas você tem razão, não quero este tipo de atenção.

Selene se levantou e agarrou meu braço me obrigando a segui-la, ela me puxou pelo o corredor do trem, todos olhavam assustados, mas ninguém teve coragem de se intrometer, Selene tinha um aspecto feroz e felino, ameaçador, ela não precisava demonstrar seus predicados para conseguir o medo de alguém.

Ela abriu a porta que levava para o exterior do vagão. O vento era forte e ensurdecedor, me virei e perguntei em voz alta:

- O que vai fazer? Vai me jogar?

- O que mais eu poderia fazer?

- Me matar... Com seus dentes afiados. Não é isso que vampiros fazem?

- Eu não quero o seu sangue. E seu fim estava próximo mesmo, os ceifadores logo te achariam.

- Você sabia?

- Sim, mas graças ao futuro cadáver Dave, fiquei sabendo ainda mais. Minha audição não é como a sua. Se esqueceu disso?

Ela me jogou direto nos trilhos, não me lembro da sensação exata que senti ao me ver se chocando com o solo, tudo que sei era que aqueles segundos onde fiquei suspensa no ar, a caminho do chão foram aterrorizantes. O solo parecia não chegar, parecia que eu estava assistindo minha própria morte, e nada podia fazer.

Aquilo sem duvida era efeito do V, ele desencadeava estas loucas sensações, e fazia poucos segundos durar uma eternidade. Sempre vi isto com bons olhos, eu costumava apreciar sensações pequenas da vida como se fossem eternas, mas prolongar aquele momento não foi nada prazeroso.

Quando meu corpo estava próximo a se chocar a 150 km/h com os trilhos, tudo parou. A porta que se fechava a trás de Selene congelou, as folhas das arvores ao vento pararão, meu corpo ficou congelado suspenso ao ar, não havia nenhum movimento, também não havia nenhum ruído.

No segundo seguinte meu corpo encontrou o solo, mas numa queda não tão violenta, quase que delicada. Levantei-me em cima dos trilhos, olhei ao redor, e tudo parecia morto. O tempo parecia ter congelado, e tudo ficou calmo por alguns segundos, pois em seguida um vendaval se aproximou, a lua foi coberta por uma grande nuvem que anunciava um temporal, foi quando senti uma presença atrás de mim. Eu não me virei, estava congelada de medo naquele momento, e não queria saber de quem se tratava, embora não fosse difícil descobrir.

- Você não me explicou tudo.

- Expliquei o que era necessário.

- Necessário para você, não para mim.

- Você sempre viveu bem sem saber de nada, e agora que sabe um pouquinho já começou a fazer besteiras.

- Então acabe logo com isso, mate-me, aqui, agora. Por favor.

- Vou lhe dar outra chance de fazer o certo. Desta vez nada de acordos com vampiros, nada de amizade com coletores e nada de deixar almas fugirem.

- Eu não sei por que aquilo aconteceu, eu fiz o que sempre fiz.

- Vou lhe dar uma nova chance. Esqueça aquela alma, outro coletor já fez o serviço, mas não pense que ficará de graça para você, quero outra alma no lugar, algo diferente de tudo o que você já fez.

- Está me dando uma segunda chance?

- Sinta-se com muita sorte hoje, se quisesse sua morte, te deixaria morrer nestes trilhos. Fará tudo certo desta vez? Exatamente como eu mandar e sem quebrar as regras?

Fiquei pensativa, ceifadores não costumavam dar segundas chances, logo vi que Dea tinha pretensões, e que não seria tão fácil quanto ele dizia. Ou concordava com a morte, ou morreria, mesmo sabendo que não deveria confiar nele, concordar com ele parecia ser a coisa mais sensata a se fazer por hora.

- Fechado. O que devo fazer?

- Vá a Bon Temps. Existe uma alma por lá, de grande interesse para mim. Colete-a e vá embora, não se exponha a luz da lua, não se relacione com ninguém, seja objetiva e não perca o foco.

- A criança estará esperando por mim?

- Não, como disse será diferente, se trata de um adulto, mulher para ser exato.

- Será uma nova vampira?

- Não exatamente, mas não faça perguntas. Seu nome é Sookie Starkhouse. Assim que tiver a alma dela, vá embora sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Agora tudo ficará interessantíssimo!!!
Até o prox cap que sairá em breve!!
Bjus.
Reviews????