A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 20
De cara com a morte


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal!!!!
Boa leitura



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“Bill Compton”

Enquanto os olhos dela não se abrissem, eu não iria sair do seu lado, , após limpar o sangue de sua face e curar o corte em sua cabeça, ela parecia dormir um sono sereno, mas minha inquietação só passaria assim que ela acordasse. Eu poderia ficar ali por horas a fio, vendo-a dormir, mas fui tirado de meu lugar quando senti a presença de Jason.

Corri para a porta de entrada e a abri antes mesmo que Jason batesse.

- Ola Bill, desculpa-me te incomodar, mas preciso saber se Sookie esta aqui. Minha casa está revirada e cheia de sangue, e não consigo encontrá-la, ela me ligou mais cedo dizendo que ficaria por lá, mas ela não esta. Algo aconteceu?

- Sim, ela está aqui Jason. Algo aconteceu, mas já resolvi, mandarei alguém limpara bagunça de sua casa.

- Você cuidou mesmo?

- Sim, Jason. Fiz exatamente o que você faria, caso alguém a fizesse mal.

- Quero vê-la.

- Ela está no quarto principal, no terceiro andar.

Dei passagem a ele.

Enquanto Jason foi até Sookie, fui cuidar de meus assuntos pessoais, caminhei até meu escritório, mas antes de entrar dei alguns telefonemas, ligações que já deveria ter feito há tempos, e que por um descuido meu, ou negligencia deixei passar.

Quando desliguei o telefone, já sabia o que deveria fazer, mas infelizmente não poderia ser naquela noite, pois não sabia o que me aguardava, e agir na ignorância nunca fora algo que eu apreciasse fazer.

- Bill, estou aqui.

Jessica saiu do escritório ao perceber meu chamado, havia uma grande facilidade entre nós, ela podia sentir meu chamado a distancia, e sempre obedecia minhas ordens, embora vampira, ainda havia muito da humanidade nela, por isso a mantinha presa a mim, só a liberaria quando se entregasse totalmente a sua natureza vampiresca, pois mesmo vivendo nos novos tempo, onde humanos e vampiros dividem o mesmo lugar, o mundo ainda era perigoso para um vampiro despreparado.

- Jason está aqui, com Sookie. Não o deixe chegar perto do escritório, não quero que saiba que Roxy está aqui. Quando precisar lhe chamarei, tenho algumas coisas para tratar com você.

- Sim.

Não era segredo para mim que Jessica tinha grande afeição por Roxy, e isso poderia ser perigoso, deixá-las o mais distante possível uma da outra seria algo muito prudente.

A presença de Roxy em minha casa não me deixava à vontade. Embora eu não me sentisse mais ameaçado por ela, não saber de sua natureza me fazia ser cauteloso. Ameacei abrir a porta do escritório, onde ela estava, mas não o fiz. A primeira coisa que faria seria me entregar aos instintos e drená-la até a morte, e segundo minha fonte haviam coisas que eu precisava saber antes de fazê-lo.

Encostei-me na porta, na esperança de ouvir qualquer som, e como das outras vezes, não havia cheiro, não havia pulso, mas sua respiração ofegante estava lá, do outro lado da porta e a tentação de tomá-la em meus braços me possui novamente. Eu já não sabia por quanto tempo mais iria me controlar, pois aquela jovem tirava toda a sanidade que havia em mim.

“Roxy”

Assim que Jessica saiu do escritório, após aquela bombástica revelação que me explicou tudo, a forma com que Sookie ficava pensativa ao meu lado, a forma com que ela me olhou e fugiu assustada do bar, e seu conhecimento sobre mim, a alma de Bill começou a berrar dentro de mim.

A alma queria seu dono a qualquer custo e mesmo que eu tentasse abafar seus gritos em minha cabeça, era impossível não sentir a presença de Bill ali. Caminhei até a porta e toquei na maçaneta, ela estava trancada por fora, e quando deslizei minha mão em sua madeira maciça, senti como se tivesse tocando-o, por um momento imaginei que ele estivesse do outro lado da porta, e desejei que ele a abrisse e tomasse meu corpo da forma que fez anteriormente.

“Bill Compton”

Distanciei-me da porta quando senti a respiração de Sookie mudar, corri escada a cima e quando cheguei no quarto ela estava acordada e envolvida no abraço apertado de seu irmão. Jessica observava a tudo para próxima a janela, e ela me espreitou por cima dos braços de Jason, de uma forma que somente ela é capaz de fazer.

Jason insistiu para saber o que havia acontecido, mas Sookie se negou a dizer.

- Não, você não irá atrás dela!

Sookie disse a Jason ao perceber sua intenção de procurá-la.

- Você sabe que não gosto quando você entra em minha mente. E ela está sozinha e perdida, ela pode estar ferida, encontrei minha caminhonete grudada a um poste de iluminação.

- Ela está bem Jason e já foi embora, não é mesmo Bill?

Eu entendi o propósito da pergunta de Sookie a mim, e logo fiz o que ela queria. Chamei Jason para perto e manipulei suas lembranças, o fiz acreditar que Roxy fora embora após bater sua caminhonete, e que mandaria o dinheiro para seu concerto. Também o fiz acreditar que Sookie apenas havia se machucado com o vaso de sua casa e que já estava bem.

- Jessica acompanhe Jason a porta, por favor.

- Sim – Ela disse sorrindo e com olhar de criança levada.

Quando eles saíram do quarto, fechei a porta, aquela seria uma longa conversa.

“Roxy”

As luzes do escritório começaram a piscar, e logo o ambiente ficou frio, me distanciei da porta, mas quando estava no meio da sala as luzes se apagarão definitivamente. Eu não sabia se aquele evento estava acontecendo apenas ali ou em toda a casa, rezei para que isso não significasse a presença de algo indesejado, mas quando as luzes voltarão a funcionar, a imagem de Dea se fez a minha frente.

- Oi Roxy. Bom vê-la novamente.

Ele apareceu sentado no sofá onde eu havia acordado. Antes de dizer algo, o analisei de cima a baixo, ele estava com a mesma aparência despojada que ele havia se apresentado a mim anteriormente.

- Isso deve ser bom.

Disse em voz alta sem querer.

- O que deve ser bom? – Ele perguntou.

- Você disse que a próxima vez que te veria, você estaria trajando uma capa preta e estaria armado com uma foice.

Ele gargalhou estrondosamente, mas infelizmente, como da outra vez, só eu podia escutá-lo.

- Você é demais, sabia? Poucos conseguem ter senso de humor na hora da morte.

- Eu sei o que me aguarda, mas antes quero te pedir algo.

- Eu sou a morte, não o gênio da lâmpada mágica... Mas mesmo assim, como você foi boa menina, lhe concederei três pedidos.

- Deixar-me viver vale?

- Não.

Ele me chamou para sentar ao lado dele, mas me neguei, pois segundo Selene, não deveria confiar na morte, então fiquei o mais distante possível.

- Quero saber por que me mandou aqui? Por que queria Sookie?

- Você já sabe disso. Ela pode ler mentes, não é fantástico?

- Sookie não tem nada haver com o equilíbrio.

- Depois de tudo o que você viveu, ainda acredita que tem haver com o equilíbrio? Nunca teve. Nunca teve, querida.

- Aquela criança da qual tentei coletar a alma, também não tinha haver com o equilíbrio, por isso eu não consegui coletá-la.

- Foi uma pena mesmo, eu estava só te testando, não era a hora daquela alma partir, mas como você quase conseguiu e o destino colocou Sookie em seu caminho, sem ao menos eu fazer algo para isso... Decidi usar você.

- Você mentiu!

- Eu sempre minto quando me convém... Você não?

Ele debochou, então se levantou e andou pela sala, bisbilhotando as coisas de Bill. Enquanto caminhava, ele satisfez todas minhas curiosidades.

Dea era um ceifador que não realizava suas obrigações como o necessário, ele agia de acordo com seus interesses, ele trabalhava para o lado negro, o equilíbrio no mundo não fazia a menor diferença para ele, a não ser que isso o beneficiasse de alguma forma.

- Há uma coisa que você não sabe sobre Sookie, e quando eu lhe contar, vai se arrepender por não ter conseguido matá-la.

- O que poderia ser isso?

- Sookie pode ler mentes, isso não interfere em nada quando se diz respeito a humanos, mas e quanto a coletores? Ela consegue ver as almas aí dentro, dentro de sua cabeça. Ela já fez isso antes, e fez novamente com você. Ela sabe que a alma de Bill está presa ao seu corpo, e sabe também quem é o dono de sua outra alma. Neste momento ela está contando tudo a Bill, e logo ele descerá as escadas e virá impiedosamente em sua direção.

Meu corpo estremeceu ao ouvi-lo.

- Quando ela se envolveu com Bill, e se sujeitou a viver com os perigos que a rondava, achei que ela logo morreria, e o problema estaria acabado, mas com a proteção de Bill, ela está demorando a morrer.

- O que aconteceu anteriormente? – Perguntei preocupadíssima.

- Ela encontrou outro coletor, e contou a Bill, que contou a outro vampiro, a vampira que você ajudou, e dona da alma em questão. Você deve conhecê-lo, se trata do Dave. Ele veio aqui comprar V, e encontrou Sookie por acaso, foi um desastre, quando Selene o achou, com sua ajuda, tivemos que limpá-lo, assim que ele a deixou no trem.

- Limpá-lo? – Me preocupei.

- Tiramos a alma dele. Todas as almas. Nós iríamos matá-lo, mas ele era muito eficiente para se desperdiçar, então esperamos, se Selene o deixasse viver, nós o recrutaríamos novamente. Sorte dele que foi isso que aconteceu. Quando ela o encontrou e bebeu seu sangue e não sentiu nenhuma ligação entre eles, achou que você havia mentido para ela, e agora ela está furiosa com você.

- Como isso é possível? Ela acha que me matou ao me jogar do trem.

- Achava, Bill Compton acabou de dar uns telefonemas, logo ela estará aqui, e muito furiosa.

Ele riu sarcástico.

Fiquei sem palavras e me senti como um animal enjaulado, não havia para onde correr e nem o que fazer. Era meu fim.

- Faça logo, me mate de uma vez.

- Não. Você desobedeceu minha regra, deixou Sam, um humano, suspeitar de sua natureza, se envolveu com vampiros, e foi ao encontro de Dave, você fez tudo errado e seu castigo será ficar aqui e morrer pelas mãos deles.

- Então por que está aqui?

- Estou aqui para pegar o que é meu, não deixarei minhas almas caírem em mão erradas. Eu vou limpar você!


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Notas finais do capítulo

E aí?????