Nas Margens Do Rio Sena escrita por Su Cabral


Capítulo 1
Não se desiste de um grande amor!


Notas iniciais do capítulo

Olá! Olha eu aqui de novo!!
Gente essa fic foi feita com muito carinho para todos (as) aqueles que amam o casal Camus x Milo.
A one shot é toda narrada em primeira pessoa, e mostra a ótica de Milo, contando como foi conhecer Camus, se apaixonar e lutar pelo seu amor.
Espero que gostem!!



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Nas margens do Rio Sena - Camus x Milo

Meu nome é Milo, moro na Grécia, tenho 27 anos, sou arquiteto. Vou começar a contar minha história, e logo digo, é bem diferente das que estamos acostumados a ouvir. Eu gosto de pensar em quantas pequenas coisas precisam ocorrer antes de um grande encontro ao acaso.

Foram muitas para que aquele acontecesse comigo. Primeiro viajar para Paris. Depois conhecer Marry, uma tímida francesa e muito simpática, durante uma palestra no seminário de arquitetura do qual estava participando e, então, aceitar, por pura educação, o convite dela para irmos naquela noite a um bar próximo à Place de La Concorde.

Foi ao sairmos de lá, eu, ela e Pierre (outro amigo) que encontrei Camus pela primeira vez.

Na calçada havia uma pequena multidão. Curioso com a movimentação, pedi que Marry perguntasse a alguém o que estava acontecendo. Ela tentou com um com outro e nada de descobrir. Até que eu apontei, aleatoriamente, para um rapaz no meio daquela multidão: “Pergunta pra aquele menino ali”.

Camus estava de costas e, depois percebi, estava também um pouco bêbado. Mesmo assim foi atencioso com ela, diferente do que foi comigo quando entrei na conversa falando em inglês: “Em francês, por favor!” Me interrompeu. “Tão típico” pensei. Só depois de Marry explicar que eu era grego, seu tom mudou. Então engatamos uma conversa mole, interrompida quando Pierre me disse que tínhamos sido convidados, por uma garota que ele acabara de conhecer, para uma festa.

Ao despedir de Camus, ele riu, o sorriso mais lindo que eu já vira na vida e disse: “São meus amigos também e estamos todos indo pra essa festa!”

Camus era alto, provavelmente 1,82m, tinha um rosto lindo, um sorriso mais lindo ainda, cabelos ruivos e tão lisos que caiam em cascata nas costas. Vestia-se como um típico francês: sapatos de couro, calça jeans e blazer surrados. Era puro charme.

Fomos andando e conversando até chegar à festa, numa das margens do rio Sena. O cenário era perfeito, o rapaz era lindo! Mas um detalhe me incomodava...embora não tivesse perguntado sua idade, ele parecia bem novo. Aos 27 anos, eu namorava Aiolia havia 4, embora nossa relação estivesse bem morna.

E eu jamais faria alguma coisa com um rapaz que imaginava ter dez anos a menos que eu.

A gentileza dele foi, no entanto, me capturando e me envolvendo ao longo da noite. e me ganhou de vez quando descobri que ele tinha a mesma idade que eu. O difícil era saber a opção sexual dele, o jeito dele era tão peculiar que não deixava pista nenhuma.

A essa altura Camus me deixara confuso com sua simpatia e seus olhares...percebi muitas garotas dando demasiada atenção a ele, que por sua vez, ficava alheio, fixando sua atenção em mim, me garantindo assim, um fio de esperança.

Até que, em determinado momento, ele deixando sua taça de vinho sobre o balcão, se virou pra mim e começou a afagar meus cabelos cacheados dizendo: “Você é um homem interessante Milo. Não é comum vermos loiros bronzeados por aqui

Essa foi a resposta de que eu tanto precisava...depois desse gesto, meu coração passou a não me obedecer mais, a cada olhar dele, a cada gesto, parecia que eu o estava vendo num filme em que as cenas passam lentamente, tentava decorar cada milímetro de sua face, de sua postura, da forma como falava, andava.

Tudo não poderia terminar bem, ou melhor terminou bem demais. Depois da festa, fomos pra casa dele e a noite terminou às duas da tarde do dia seguinte. Transamos. Foi ótimo. Parecia que já nos conhecíamos a tempos.

Assim como ele, a casa era um charme, um pequeno apartamento ao sul da cidade onde, na parede, havia um pôster de “Um dia especial”, de Ettore Scola, um dos meus filmes preferidos.

No fim da tarde daquele mesmo dia, depois de almoçarmos, passearmos pela cidade fizemos programa de “casal”, tipo, buscar as camisas dele na lavanderia e ficar horas deitados no sofá, embaixo do cobertor, conversando sobre absolutamente tudo.

Chegava a ser sufocante o quanto me sentia bem e feliz. Ele parecia uma droga muito viciante. Nos demos tão bem que foi inevitável Camus se sentir à vontade para perguntar sobre meu relacionamento e eu me sentir livre para ser sincero.

Tínhamos mais dois dias até eu voltar á Grécia e ficaríamos essas 48 horas grudados – fora o tempo em que ele estava no trabalho – Camus era um dos redatores do jornal francês “Le Fígaro”. O que era só felicidade, porém, passou a ser também uma angústia pra mim. Além de aquele sonho ter data (próxima) pra acabar, eu tinha de lhe dar com a verdade de que meu namorado Aiolia, que me esperava na Grécia, era bem diferente do homem que me tirava o chão.

Queria ter tido a coragem de dizer a Camus que por um pedido dele, eu seria capaz de mudar toda minha vida pra ficarmos juntos. Mas por insegurança, não demonstrei isso nem por um minuto. Nem ele.

Mesmo assim, eu tinha certeza de que manteríamos contato. Aquele contato de pessoas que se gostam, mas não se vêem. Emails, telefonemas, talvez encontros durante viagens. Eu contaria e ele sempre tudo da minha vida e ele idem. Não importaria se estivéssemos solteiros, enrolados ou comprometidos.

No nosso último jantar ouvi palavras muito doces de Camus. Ele me disse o quanto era grato pela historia que vivemos. Mas aquela noite também foi um tanto estranha. Depois de me encher de carinhos, de uma hora para outra, Camus passou a agir na defensiva, frio, insistia em falar sobre meu namorado. Embora eu tenha tentado mudar de assunto, ele concluiu que eu ainda era apaixonado pelo meu namorado.

Depois dessa conversa, o clima mudou de vez. Nossa despedida foi pra lá de fria e eu voltei arrasado para a Grécia.

Como alguém que está em reabilitação, tive crises de abstinência, lembro-me de deitar encolhido na cama, apertando os punhos, morrendo de saudades dele.

Camus nunca respondera meus emails. Nem nunca fez contato. Não demorou para que eu entrasse numa crise profunda com Aiolia. Terminamos.

Estive de novo em Paris. Liguei para Camus e pedi que nos encontrássemos. Eu soube pelo facebook que ele estava namorando uma menina estrangeira e que ela iria se mudar para Paris. Aquilo fez o mundo desabar sobre minha cabeça.

Ele topou me encontrar, e assim que nos vimos, a primeira coisa que perguntou foi se meu namorado estava comigo na viagem. Expliquei-lhe que estava sozinho, literalmente. Perguntei porque não havia respondido meus emails ele foi categórico, disse que achou inútil responder, já que eu estava a kilometros de distancia de Paris.

Entreolhamos-nos por alguns instantes, perguntei-lhe se gostava da sua atual namorada estrangeira. Ele disse um sim que não me convenceu muito. Ficou cabisbaixo, tentando esconder seus reais sentimentos, eu me aproximei mais dele e não sei de onde me veio a coragem, talvez, da saudade que eu sentia dele, segurei em seu queixo, e com a outra mão afastei a franja que teimava cobrir-lhe os olhos, então o beijei.

Mas Camus não era uma pessoa fácil de lhe dar, sua personalidade era imprevisível e difícil de ser interpretada. Ele estava irredutível, me afastou e não sei por qual razão, me mandou embora. Disse que eu tinha uma vida na Grécia, e que a dele era na França, e que era loucura manter um relacionamento com tantas privações. Alguém poderia sair machucado.

Eu resignado, não pude fazer nada, a dor da rejeição latejava forte em meio peito e sem mais argumentos, saí. Camus fechou a porta.

Lembro-me de ter me recostado na porta e me deixado escorregar até chegar ao chão chorando, tamanha era a dor de perder o homem da minha vida pela 2ª vez. Eu não sabia explicar ao certo porque eu tanto amava e queria aquele ruivo.

Fiquei ali, não sei quanto tempo exatamente, lembro da noite estar muito fria, era inverno, recolhi meu corpo e encolhi as pernas, reclinei no batente da porta. Dormi ali mesmo.

Quando a manhã ainda um pouco escura e nebulosa chegou, Camus olhou pela janela e uma coisa lhe chamou a atenção. A motocicleta que eu havia alugado para andar em Paris livremente, ainda estava lá com o capacete recostado ao guidão. Camus levou um susto e de súbito saiu correndo para a porta.

Ao abri-la, lá estava eu, meu corpo adormecido e congelado caiu na soleira da porta aos pés de Camus. Eu praticamente despenquei. Camus assustado e confuso, veio ao meu amparo e proferiu algumas palavras em francês que eu não sei ao certo o que significavam, mas vieram denotadas de muita preocupação.

Ajudou-me a levantar, eu estava quase em estágio de hipotermia e mal conseguia andar.

Ele me levou para o seu quarto e me estendeu sobre sua cama, ainda me lembro bem daquela sensação...os lençóis ainda quentes com o cheiro de Camus. Ele imediatamente me enrolou com uma colcha bem grossa de lã e dizia que não acreditava que eu havia feito aquilo.

Eu não conseguia responder, muito menos questionar com ele, não tinha forças, eu só queria estar com ele, não importava se ele estava brigando comigo ou não.

Fato engraçado foi que, naquela ocasião, pela primeira vez, ele demonstrou seus sentimentos de forma plena. Pareceu naquele instante que já convencido do meu amor por ele, deixou lágrimas escorrerem dos seus olhos, não sei se por me ver naquele estado, tremendo os queixos meio azul meio roxo, ou por tudo junto...ele disse algo sobre eu ser o loiro mais teimoso que ele já conhecera na vida, e me abraçou demoradamente.

Logo em seguida me ajeitou em sua cama.

Lembro de ter ficado algum tempo quieto até restabelecer por completo minha temperatura, Camus oferecera uma bebida quente e logo em seguida se deitou ao meu lado me enlaçando em forma de “conchinha”.

Me senti tão feliz. Foi indescritível aquela sensação. Logo minha excitação ficou evidente, me deu vergonha não poder controlar aquilo, vendo meu estado Camus me apertou mais ainda em seu abraço, e pude perceber seu membro enrijecer também. Não podendo mais suportar o desejo que clamava dos nossos corpos me virei e segurei Camus pela nuca numa atitude desesperada.

Nossas testas ficaram coladas, olhei profundamente em seus orbes cor de esmeralda e disse: “Nunca mais me mande embora da sua vida”. Ele com lágrimas nos olhos respondeu: “Achei que não me amasse o suficiente”. Eu um pouco atordoado com suas palavras e indignado rebati: “Como pôde achar isso? Você...você não sabe que é meu anjo ruivo?!”

Então um sorriso em sua forma mais charmosa se fez junto à face de Camus: “Pardon...Je t’aime!”

Num ato mais calmo e nem por isso menos urgente, nos beijamos e nos entregamos completamente naquela manhã fria de inverno.

Penso hoje que eu faria tudo de novo, eu jamais poderia desistir do meu anjo ruivo. Eu larguei a Grécia, e não perdi nada com isso.

Hoje vivemos nossa historia de amor, aqui mesmo nas margens do rio Sena.

 FIM

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Notas finais do capítulo

OLÁ!! E aí o que acharam??
Deixem algum review e façam uma autora felizinha!! Não dói e é de graça!!!
Bjus lindas!!!



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