Vampires Will Never Hurt You escrita por Who Drives A Lotus


Capítulo 1
A Primeira Vista - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Esta é minha Primeira fic deles dois!
Por Favor nao me matem
*se escondi*
A fic sera narrada pelo Gerard!
E a capitulo 1 vai ser dividido em 3 partes!
Cap editado!



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Essa era a hora do dia em que eu desejava poder dormir. Segundo grau.

Ou será que a palavra certa era purgatório? Se houvesse uma maneira de conciliar os meus pecados, isso devia contar no ajuste de alguma forma. O tédio não era uma coisa com a qual eu me acostumei; cada dia parecia mais impossivelmente monótono do que o último.

Eu acho que essa era a minha forma de dormir - se dormir era definido como um estado de inércia entre períodos ativos.

Eu olhei para as rachaduras no gesso no canto mais distante do refeitório, imaginando padrões por dentro deles que não estavam lá. Essa era a única forma de desconectar as vozes que tagarelavam como o jorro de um rio dentro da minha cabeça.

Várias centenas de vozes que eu ignorava por pura chateação.

Quando se tratava da mente humana, eu já tinha ouvido tudo e mais um pouco. Hoje, todos os pensamentos estavam sendo consumidos com o drama comum de uma nova adição ao pequeno corpo estudantil daqui. Não levou muito tempo para ouvir todos eles. Eu havia visto o rosto se repetindo em pensamento após pensamento sob todos os ângulos. Só uma garota humana normal. A excitação pela chegada dela era cansativamente previsível - como um objeto brilhante para um criança. Metade do corpo estudantil masculino já estava se imaginando apaixonado por ela, só porque ela era algo novo pra se olhar. Eu tentei desconectá-los mais ainda.

Só havia quatro vozes que eu bloqueava mais por cortesia do que por desgosto: minha família, meus dois irmãos e duas irmãs, que já estavam tão acostumados com a falta de privacidade quando estavam ao meu lado que já nem pensavam nela. Eu dava a eles toda a privacidade que podia. Eu tentava não ouvi-los, se podia.

Mesmo tentando, ainda assim… eu sabia.

Katlyn estava pensando, como sempre, nela mesma. Ela havia visto o reflexo do seu perfil no copo de alguém, e ela estava meditando sobre a sua própria perfeição. A mente de Katlyn era uma piscina rasa com poucas surpresas.

Bob estava espumando por causa de uma luta que ele havia perdido para Mikey na noite passada. Ele iria usar toda a sua limitada paciência pra chegar até o fim do dia escolar e orquestrar uma revanche. Eu nunca me senti muito intrusivo ouvindo os pensamentos de Bob, porque ele nunca pensava em alguma coisa que ele não diria em voz alta ou fizesse. Talvez eu só me sentisse culpado lendo as mentes dos outros porque eu sabia que havia coisas que eles não iriam querer que eu soubesse.

Se a mente de Katlyn era uma piscina rasa, então a de Bob era uma lagoa sem sombras, clara como cristal.

E Mikey estava… sofrendo. Eu segurei um suspiro.

Gerard. Alicia chamou meu nome em sua cabeça, e chamou minha atenção imediatamente. Era exatamente como se ela estivesse chamando o meu nome em voz alta. Eu ficava feliz que o nome que me foi dado havia saído um pouco de moda ultimamente - isso era incômodo; toda vez que alguém pensava em um Gerard qualquer, minha cabeça se virava automaticamente…

Minha cabeça não se virou agora. Alicia e eu éramos bons nessas conversas privadas. Era raro quando alguém nos flagrava. Eu mantive meus olhos nas linhas do gesso.

Como ele está agüentando?, ela perguntou para mim.

Eu fiz uma careta só com um pequeno movimento da minha boca. Nada que pudesse alertar os outros. Eu podia facilmente estar fazendo uma careta de chateação.

O tom mental de Alicia estava alarmado agora, eu vi na mente dela que ela estava observando Mikey com a sua visão periférica. Há algum perigo? Ela procurou à frente, no futuro imediato, vasculhando por visões de monotonia para a fonte da minha careta. Eu virei minha cabeça lentamente para a esquerda, como se estivesse olhando para os tijolos na parede, suspirei, e depois para a direita, de volta para as rachaduras no teto. Só Alicia sabia que eu estava balançando a minha cabeça.

Ela relaxou. Me avise se piorar.

Eu mexi apenas os meus olhos para cima, para o teto, e pra baixo de novo.

Obrigada por estar fazendo isso.

Eu estava feliz por não poder respondê-la em voz alta. O que eu iria dizer? ‘O prazer é meu’? Não era bem assim. Eu não gostava de ouvir as lutas de Mikey. Era mesmo necessário fazer experiências como essas? Será que o caminho mais seguro não seria admitir que ele jamais seria capaz de lidar com a sede do jeito que nós fazíamos, e não forçar os limites dele? Pra quê flertar com o desastre?

Já fazia duas semanas desde a nossa última viagem de caça. Esse não era um tempo imensamente difícil para o resto de nós. Ocasionalmente era um pouco desconfortável - se um humano se aproximasse demais, se o vento soprasse na direção errada. Mas os humanos raramente se aproximavam demais. Seus instintos diziam a eles o que suas mentes conscientes não podiam entender: nós éramos perigosos.

Mikey era muito perigoso nesse momento.

Nesse momento, uma garota pequena pausou na ponta da mesa mais próxima da nossa, parando para falar com uma amiga. Ela alisou o seu cabelo curto, cor de areia, passando os dedos por ele. Os aquecedores jogaram o cheiro na nossa direção. Eu já estava acostumado ao jeito que esse cheiro me fazia sentir - a dor seca na minha garganta, o grito vazio no meu estômago, a contração automática dos meus músculos, o excesso do fluxo de veneno na minha boca…

Tudo isso era muito normal, geralmente fácil de ignorar. Só que era mais difícil agora, com esses sentimentos mais fortes, duplicados, enquanto eu monitorava a reação de Mikey. Era uma sede gêmea, não apenas a minha.

Mikey estava deixando a sua imaginação se separar dele. Ele estava imaginando isso - se imaginando levantando do lugar dele ao lado de Alicia e indo ficar ao lado da garota. Pensando em se inclinar pra baixo e pra frente, como se ele fosse falar no ouvido dela, e deixando seus lábios tocarem o arco da garganta dela. Imaginando como seria a sensação de sentir o fluxo quente do pulso dela por baixo de sua pele fina na boca dele…

Eu chutei a cadeira dele.

Ele me olhou nos olhos por um minuto e depois olhou para baixo. Eu podia ouvir a vergonha e a rebeldia guerreando na cabeça dele.

- Desculpe - Mikey murmurou.

Eu levantei os ombros.

- Você não ia fazer nada - Alicia murmurou pra ele, acalmando seu pesar. - Eu podia ver.

Eu lutei contra a careta que teria denunciado a mentira dela. Nós tínhamos que permanecer juntos, Alicia e eu. Não era fácil ouvir vozes ou ter visões do futuro. Duas aberrações no meio daqueles que já eram aberrações. Nós protegíamos os segredos um do outro.

- Ajuda um pouco se você pensar neles como seres humanos - Alicia sugeriu, sua voz alta, musical, era rápida demais para os ouvidos humanos entenderem, se algum deles estivesse perto o suficiente pra ouvir. - O nome dela é Stephanie. Ela tem uma irmãzinha que ela adora. A mãe dela convidou Dona para a aquela festa de jardim, você se lembra?

- Eu sei quem ela é - Mikey disse curtamente. Ele se virou pra olhar por uma das pequenas janelas que eram colocadas bem embaixo das vigas pela grande sala. O tom dele acabou com a conversa.

Ele teria que caçar hoje à noite. Era ridículo se arriscar desse jeito, tentando testar sua força, tentando construir sua resistência. Mikey deveria simplesmente aceitar suas limitações e trabalhar com elas. Seus hábitos antigos não condizia com os hábitos que nós escolhemos; ele não devia exigir tanto de si mesmo desse jeito.

Alicia suspirou baixinho e se levantou, levando sua bandeja de comida - seu adereço, isso é que era - com ela e deixando-o sozinho. Ela sabia quando ele já estava de saco cheio dos encorajamentos dela. Apesar de Katlyn e Bob serem mais abertos em relação ao relacionamento deles, eram Alicia e Mikey que conheciam cada traço do humor do outro como o seu próprio. Como se eles pudessem ler mentes também - só que só um do outro.

Gerard Way.

Reação por reflexo. Eu me virei com o som do meu nome sendo chamado, apesar de ele não estar sendo chamado, só pensado.

Meus olhos se prenderam por uma pequena fração de segundo com um grande par de olhos humanos, cor do céu num rosto pálido, com formato de coração. Eu já conhecia o rosto, apesar de nunca tê-lo visto até esse momento. Ele esteve em quase todas as cabeças humanas hoje. A nova estudante, Avril Ramonna Lavigne. Filha do chefe de polícia da cidade, trazida pra viver aqui por uma nova situação de custódia. Avril. Ela corrigia todo mundo que usava o seu nome inteiro…

Eu desviei o olhar, enfadado. Eu levei um segundo para me dar conta de que não fora ela quem pensou no meu nome.

É claro que ela já está se apaixonando pelos Way's, eu ouvi o primeiro pensamento continuar.

Agora eu reconhecia a “voz”. Roberta Rei - já fazia um tempo que ela me incomodava com as suas tagarelices internas. Foi um alívio quando ela se curou da sua paixão deslocada. Era quase impossível escapar dos seus constantes, ridículos sonhos diurnos. Eu desejei, naquele tempo, poder explicar exatamente o que teria acontecido seu os meus lábios, e os dentes atrás deles, chegassem em algum lugar perto dela. Isso teria silenciado aquelas fantasias incômodas. O pensamento da reação dela quase me fez sorrir.

Grande bem que vai fazer para ela, Roberta continuou. Ela não é nem bonita. Eu não sei por que Carlos está olhando tanto pra ela… ou Leonardo. Ela suspirou mentalmente no último nome. A nova paixão dela, o genericamente popular Leonardo Albuquerque, era completamente inconsciente dela. Aparentemente, ele não era tão inconsciente sobre a garota nova. Como a criança com o objeto brilhante de novo.

Isso colocou uma pontada maligna nos pensamentos de Roberta, apesar de ela ser externamente cordial com a recém-chegada enquanto explicava os conhecimentos comuns sobre a minha família. A nova estudante deve ter perguntado sobre nós.

Hoje todos estão olhando pra mim também, Roberta pensou presumidamente em um aparte. É uma sorte que Avril tenha duas aulas comigo… eu aposto que Leonardo vai perguntar o que ela…

Eu tentei bloquear a tagarela antes que a mesquinharia e a insignificância me deixassem louco.

- Roberta Rei está dando à nova garota Lavigne todos os podres do clã Way - eu murmurei pra Bob como distração. Ele gargalhou por debaixo do fôlego. Eu espero que ela esteja fazendo isso direito, ele pensou.

- Na verdade, muito pouco criativo. Só a pequena ponta do escândalo. Nenhuma fofoca horrorosa. Eu estou um pouco desapontado.

E a garota nova? Ela também está desapontada com a fofoca?

Eu tentei escutar o que essa nova garota, Avril, estava pensando das histórias de Roberta. O que ela via quando olhava para a estranha família com peles pálidas que era universalmente evitada?

Era meio que a minha obrigação saber a reação dela. Eu agia como um espião, por falta de uma palavra melhor, para a minha família. Para nos proteger. Se alguém começasse a suspeitar, eu podia nos dar a chance de ter um aviso prévio para nos retirarmos facilmente. Isso acontecia ocasionalmente - algum humano com uma mente ativa nos via como personagens de um livro ou um filme. Geralmente eles entendiam tudo errado, mas era melhor nos mudarmos pra algum lugar novo do que arriscarmos o escrutínio. Muito, muito raramente, alguém adivinhava corretamente.

Nós não dávamos a eles uma chance de testar suas hipóteses. Nós simplesmente desaparecíamos, para nos tornarmos nada além de uma memória assustadora…

Eu não ouvi nada, apesar de ouvir onde a tagarelice frívola de Roberta continuava jorrando ali perto. Era como se não houvesse ninguém sentado ao lado dela. Que peculiar, será que a garota nova tinha ido embora? Não parecia provável, já que Roberta continuava fofocando com ela. Eu olhei pra cima pra checar, me sentindo meio desequilibrado. Checar o que os meus “ouvidos” extras podiam me dizer não era uma coisa que eu tinha que fazer.

De novo, os meus olhos se prenderam naqueles mesmos grandes olhos azuis.

Ela estava sentada lá exatamente como antes, olhando pra nós, uma coisa natural a se fazer, eu acho, já que Roberta ainda estava espalhando as fofocas locais sobre os Way's.

Pensar em nós também seria natural.

Mas eu não ouvia nem um sussurro. Um quente e convidativo vermelho coloriu suas bochechas quando ela olhou para baixo, desviando o olhar da embaraçosa gafe de ser pega encarando um estranho. Era bom que Mikey ainda estivesse olhando para a janela. Eu não gostava de imaginar o que aquele simples agrupamento de sangue faria com o controle dele.

As emoções estavam tão claras como se elas tivessem sido palavras saindo pela testa dela: surpresa, enquanto ela, sem saber, absorvia as diferenças entre a espécie dela e a minha; curiosidade, enquanto ela escutava os contos de Roberta; e algo mais… fascínio? Não seria a primeira vez. Nós éramos lindos pra eles, a nossa presa.

E depois, finalmente, vergonha, quando eu a flagrei me encarando.

E, mesmo assim, apesar dos seus pensamentos serem tão claros através dos seus olhos estranhos - estranhos por causa da profundidade deles; olhos azuis freqüentemente pareciam vazios em sua claridade -, eu não conseguia ouvir nada além do silêncio vindo do lugar onde ela estava sentada. Absolutamente nada.

Eu senti um momento de intranqüilidade.

Isso não era uma coisa pela qual eu já tinha passado antes. Havia algo errado comigo? Eu me sentia exatamente do jeito que me sentia sempre. Preocupado, eu tentei escutar mais.

Todas as vozes que eu estive bloqueando estavam gritando na minha cabeça de repente.

…me pergunto de que música ela gosta… talvez eu possa mencionar aquele CD novo…, Leonardo Albuquerque estava pensando, a duas mesas de distância - fixado em Avril Lavigne.

Olha ele olhando pra ela. Será que já não é suficiente que ele tenha metade das garotas da escola esperando que ele?, Carlos Yorkie estava tendo pensamentos sofríveis, também girando ao redor da garota.

…tão nojento. Daria pra pensar que ela é famosa ou alguma coisa assim… Até Gerard WAY está olhando… Lauren Mallory estava tão enciumada que o rosto dela, de todas as formas, devia estar com uma cor verde como a de jade. E Roberta, ostentando a sua nova melhor amiga. Que piada…, a garota continuou soltando veneno com os pensamentos.

…Eu aposto que todo mundo já deve ter perguntado isso a ela. Mas eu gostaria de falar com ela. Eu vou pensar em uma pergunta mais original…, Ashley Dowling meditou.

…Talvez ela esteja comigo em Espanhol…, June Richardson esperou.

…Toneladas de coisas para fazer essa noite! Trigonometria e o teste de inglês. Eu espero que a minha mãe… Elizabeth Hudson, uma garota tímida, cujos pensamentos eram anormalmente gentis, era a única na mesa que não estava obcecada com essa Avril.

Eu conseguia ouvir todos eles, ouvir cada coisinha insignificante que eles pensavam enquanto os pensamentos passavam em suas mentes. Mas absolutamente nada vinha da nova estudante com olhos enganosamente comunicativos.

E, é claro, eu conseguia ouvir o que a garota dizia quando ela falava com Roberta. Eu não precisava ouvir pensamentos pra ouvir sua voz baixa, clara, no outro lado da sala.

- Quem é o garoto com os cabelos negros? - eu a ouvi perguntar, dando uma olhadinha pelo canto dos olhos, só pra desviar rapidamente quando viu que eu ainda estava encarando-a.

Se eu tivesse tempo pra esperar que o som da voz dela pudesse me ajudar a conectar seus pensamentos, que estava perdidos em algum lugar onde eu não podia acessá-los, eu ficaria instantaneamente desapontado. Geralmente, os pensamentos das pessoas vinham acompanhados por um lance diferente em suas vozes físicas. Mas essa voz baixa, tímida, não era familiar, não era nenhuma das centenas de vozes rodeando a sala, eu tinha certeza disso. Ela era inteiramente nova.

Oh, boa sorte, idiota!, Roberta pensou antes de responder à pergunta da garota.

- Aquele é Gerard. Ele é deslumbrante, é claro, mas não perca o seu tempo. Ele não namora. Aparentemente nenhuma das garotas daqui é bonita o suficiente pra ele. - Ela fungou.

Eu virei minha cabeça para esconder um sorriso. Roberta e as amigas dela não tinha idéia de quanta sorte elas tinham por nenhuma delas ser particularmente apelativa pra mim.

Por baixo do humor passageiro, eu senti um estranho impulso, um que eu não entendia claramente. Tinha alguma coisa a ver com os pensamentos maldosos de Roberta, dos quais a garota nova não estava consciente… Eu senti uma estranha urgência de me meter entre elas, para proteger essa Avril Lavigne dos trabalhos obscuros da mente de Roberta. Que coisa estranha a se sentir. Tentando entender as motivações por trás desse impulso, eu examinei a garota nova mais uma vez. Talvez fosse algum instinto de proteção que estava há muito tempo enterrado - o mais forte pelo mais fraco. Essa garota parecia mais frágil do que as suas novas colegas de classe. A pele dela era tão translúcida que era difícil de acreditar que ela oferecia alguma resistência contra o mundo exterior. Eu podia ver o ritmo da pulsação do sangue através das suas veias, debaixo da sua membrana clara, pálida… Mas eu não deveria me concentrar. Eu era bom nessa vida que eu havia escolhido, mas eu estava com tanta sede quanto Mikey e era melhor não convidar a tentação.

Havia uma fraca linha entre as suas sobrancelhas da qual ela não parecia ter consciência.

Isso era inacreditavelmente frustrante! Eu podia ver claramente que ela estava tensa por ter que sentar aqui, ter que conversar com estranhos, ser o centro das atenções.

Eu podia sentir a sua timidez pelo jeito como ela segurava seus ombros de aparência frágil, levemente espremidos, como se ela estivesse esperando ser empurrada a qualquer momento. E, mesmo assim, eu só podia sentir, só podia ver, só podia imaginar. Não havia nada além de silêncio vindo dessa garota humana muito normal.

Eu não conseguia ouvir nada. Por quê?

- Vamos? - Katlyn murmurou, interrompendo minha concentração. Eu desviei o olhar da garota com uma sensação de alívio. Eu não queria continuar falhando nisso - isso me irritava. Eu não queria desenvolver nenhuma espécie de interesse especial pelos seus pensamentos simplesmente porque eles estavam escondidos de mim. Sem dúvida, quando eu decifrasse seus pensamentos - e eu ia encontrar uma forma de fazer isso - eles seriam exatamente tão insignificantes e triviais quanto os pensamentos de qualquer humano. Eles não valeriam o esforço que eu faria para alcançá-los.

- Então, a novata já está com medo de nós? - Bob perguntou, ainda esperando pela resposta à sua pergunta anterior.

Eu levantei os ombros. Ele não estava interessado o suficiente pra me pressionar por mais informações. Eu também não deveria estar interessado.

Continua!


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Reviwes?