Predador Maior escrita por fosforosmalone


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Não é necessario ter lido o conto para a compreensão da historia.
A fic acompanha parte da historia do conto do ponto de vista do personagem Chip Osway. Achei que no conto, seu destino não ficou bem definido. Tento definir isto nesta fic.



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Chip Osway esta em um ônibus municipal á caminho da rodoviária de Strafford. O adolescente carrega uma mochila de viagem, com todas as roupas que podia carregar. O jovem havia ligado para seu padrinho no dia anterior, alguém com quem já não falava há um bom tempo, mas que aceitou lhe dar um emprego em sua empresa na capital do estado.

Há algumas semanas, Chip não conseguia se ver fugindo de ninguém. Mas isso mudou. Mudou no momento em que o jovem percebeu qual era a verdadeira natureza de seus dois novos colegas de classe no Ginásio Davis. Chip vinha de um bairro barra pesada, mas nunca conhecera gente tão sinistra quanto Robert Lawson e David Garcia.

Chip sabe que era considerado um dos “Valentões” do Ginásio Davis. Tinha o respeito e o temor de muitos garotos, e a atenção de algumas garotas. Os professores o consideravam um encrenqueiro, e Chip não se incomodava com isto, pelo contrario, gostava de sua reputação. Alem do mais, era bom em basquete, o que garantia títulos para a escola, e até mesmo algumas médias escolares.

Chip acha uma grande frescura às campanhas que começaram a surgir condenando o Bullyng. Na opinião de Osway, o Bullyng é algo inevitável e natural. Afinal de contas, não dizem que o ser humano é cruel por natureza? Chip já trancou muito nanico no próprio armário, e não sabe explicar exatamente o por que.

 Mas não fazia isto com todos os nanicos. Para Chip Osway, isto tinha uma razão. Os que não mereciam ser zoados, não eram. Simples assim. Por que um lobo não devorava todos os coelhos? Por que alguns coelhos tinham uma coisa que os outros não tinham para sobreviver.

Quando conheceu Robert Lawson seis semanas atrás, Chip pensou ter reconhecido um igual. Lawson era intimidador e carismático ao mesmo tempo. Alem de tudo, Lawson parecia nutrir grande antipatia pelo Prof. Norman, que dava aula de literatura. Chip andava furioso com Norman por ele ter lhe reprovado na ultima prova, o que lhe impediu de jogar pela escola. Foi a antipatia pelo professor, que definiu Chip como anfitrião de Lawson na escola.

Chip e Lawson andaram juntos nos dias que sucederam a chegada do novato. Apesar do temperamento explosivo, e do vocabulário levemente fora de moda, o rapaz não tinha o por que achar que havia algo de errado com seu novo colega, fora o fato de ele parecer deixar o Prof. Norman nervoso com sua simples presença, o que para Chip era ótimo.

Mas Chip começou a perceber que algo não estava certo com Robert no dia em que ele mexeu com Katherine Slavin. Katherine era uma garota tímida, de dentes tortos e o rosto coberto de sardas, e por isso era alvo de chacotas. Mas apesar dos dentes e das sardas, Chip achava que Katherine tinha um lindo corpo. Robert Lawson tambem achava, e demonstrou isso durante uma das aulas de Norman, dizendo a Chip que a garota tinha “belas tetas”, pouco antes de jogar uma laranja no quadro negro, enquanto o professor estava de costas.

Depois daquela aula, Chip e Lawson estavam na saída do colégio, quando a garota passou. Com um sinal de cabeça, Robert Lawson fez sinal pra que Chip o acompanhasse. Os dois seguiram Catherine por algum tempo, até que Lawson a chamou.

LAWSON

- Ei, garota!

Ela se vira, parecendo surpresa, e assustada,

KATHERINE

- Eu?

LAWSON

- E tem mais alguma outra garota aqui?

KATHERINE

- O que você quer?

Lawson se aproxima da jovem.

LAWSON

- Você mandou muito bem na aula de literatura hoje.

Ela responde desconfiada.

KATHERINE

- Obrigado.

LAWSON

- Você podia me dar umas aulas. Não seria bom?

KATHERINE

- Você não parecia interessado em aprender lá na aula.

LAWSON

- Posso me interessar rapidinho, com o incentivo certo.

Ele olha maliciosamente para ela, deixando a garota constrangida.

KATHERINE

- Olha, desculpe, mas eu não to podendo.

Ela se vira para ir embora, mas Lawson agarra seu braço violentamente.

LAWSON

- Ninguém dá as costas pra mim, garota.

Ele a puxa, e a pressiona contra o muro.

KATHERINE

- Me solta, tá me machucando!

LAWSON

- Você só vai se machucar se me irritar, boneca.

KATHERINE

- Eu vou gritar.

Lawson tapa a boca dela com a mão.

LAWSON

- Isso ia me irritar, boneca. E não quer me ver irritado.

Lawson sorri enquanto enfia a outra mão por baixo da saia da garota. Os olhos dela ficam marejados, enquanto uma expressão preocupada surge no rosto de Chip, que assiste a tudo.

CHIP

- Já chega, cara. Deixa essa coitada em paz.

Lawson olha com raiva para Chip, mas antes de responder qualquer coisa, escutam um grito.

HOMEM

- Ei, o que estão fazendo?

Um homem se aproxima desconfiado. Lawson vira-se para ele, soltando Katherine.

LAWSON

- Não estamos fazendo nada. Não é mesmo, boneca?

Katherine, intimidada, balança a cabeça.

LAWSON

- Vamos indo, Chip. Nos vemos por ai, boneca.

Após se afastarem do local, Chip perguntou

CHIP

- Não pegou pesado lá atrás,cara?

LAWSON

- Você nunca me viu pegar pesado, Chip.

Na época, Chip achou que Lawson havia apenas se descontrolado um pouco com Katherine, e agora não queria dar o braço a torcer. Logo, os dois jovens já estavam falando de outra coisa, e Chip não pensou mais em Katherine Slavin. Entretanto, Chip voltou a pensar na garota, juntamente com grande parte do Ginásio Davis.

Katherine não foi a aula no dia seguinte, e nunca mais iria. A garota caiu do terraço do prédio em que morava, onde ela mantinha um pombal. Comentavam na escola que a policia não tinha certeza se havia sido mesmo um acidente, pois uma mulher havia visto três rapazes correndo no telhado pouco tempo antes de Katherine cair.

Duas semanas depois da morte de Katherine, um novo aluno chegou à escola. Seu nome era David Garcia. Robert Lawson apresentou Garcia como um velho colega do Ginásio Mifford, de onde ambos eram oriundos. Garcia possuía um tique que deixava Chip particularmente nervoso. As pálpebras do aluno novo eram agoniantemente tremulas.

A gota d’água aconteceu quando Chip saiu para tomar umas latas de cerveja com Lawson e Garcia. Estavam sentados, bebendo em uma mesa de um bar vagabundo, quando Chip começou a reclamar de Jim Norman.

CHIP

- Ainda to fulo com aquele filho da puta do Norman por ter me reprovado naquele teste. Um dia desses ainda pego aquele corno!

Lawson olhou serio para o jovem, e então falou.

LAWSON

- Sabe a que horas o Norman sai da escola?

CHIP

- Não. Por que eu saberia?

LAWSON

- Sabe a marca do carro dele? A cor? O ano?

CHIP

- Mais ou menos.

Garcia amassa sua lata de cerveja, e se debruça na mesa.

GARCIA

- Acho que não quer pegar o Norman tanto assim.  Você nem sabe a hora que o cara sai da escola.

Chip é pego de surpresa pelo comentário, ficando sem resposta por alguns segundos.

CHIP

- Notei que você não gosta do Norman, Garcia. E você nem se fala, Robert. O que vocês dois tem contra o cara?

LAWSON

- A gente simplesmente odeia aquele merdinha.

CHIP

- Mas vocês conheceram o cara só há algumas semanas.

GARCIA

- Nada disso. A gente conhece o cara há muito tempo.

CHIP

- E quando vocês conheceram ele?

LAWSON

- Na época que você ainda mijava nas fraldas.

CHIP

- Mas vocês têm mais ou menos a minha idade.

LAWSON

- Temos sim.

CHIP

- Vocês tão me zoando.

GARCIA

- Você que tá zoando a gente. Diz que quer pegar o Norman, mas nem sabe a hora que o cara sai. O que você pretende fazer com ele afinal?

CHIP

- Eu vou esvaziar os quatro pneus do carro dele!

Lawson e Garcia se olham, e começam a rir.

LAWSON

- Esperava mais de você, Chip. Mas já saquei que eu me enganei. Você não passa de um vagabundo barato.

Chip sente o nervosismo tomar conta do seu ser. Ele responde com raiva contida.

CHIP

- E vocês dois são muito malandros, não é mesmo? O que vão fazer, matar o Norman? (Diz em tom de deboche)

Calmamente, Lawson se vira para Garcia e diz.

LAWSON

- David, mostra pra ele o que a gente vai fazer.

As pálpebras de Garcia começam a tremer violentamente. Ele tira algo do bolso, que produz um estalo seco. Trata-se de um canivete automático.

GARCIA

- Isso é o que a gente vai fazer.

Chip tenta esconder o espanto e o horror que sente ao ver a convicção naqueles rostos. O rapaz inventa uma desculpa, e vai embora do bar o mais rápido que pode, sendo observado pelos olhares zombeteiros de Lawson e Garcia. Ao chegar a casa, Chip tinha certeza de uma coisa, a vida do Prof. Norman corria perigo.

Chip não gostava de Jim Norman, mas tambem não queria que o professor morresse. Alem do mais, todos o haviam visto andando com os dois novatos, e se algo acontecesse a Norman, alguém poderia achar que ele, Chip, estava envolvido. Antes de dormir, o jovem tomou uma decisão. Avisaria o Prof. Norman do perigo que ele estava correndo.

No dia seguinte, Chip não tinha aula com Norman, mas sabia que ele estaria na escola. O rapaz ficou aliviado quando a dupla que tanto o havia perturbado na tarde anterior, faltou às aulas daquele dia, que eram matemática e geografia. Após o termino das aulas, Chip foi até a sala dos professores, onde encontrou Norman sozinho corrigindo algumas provas.

Inicialmente, Norman se mostrou arredio com Chip, achando que ele queria pedir mais uma vez para mudar a nota do teste, mas quando o rapaz disse que o assunto não era este, o professor se mostrou mais receptivo. O jovem contou toda a conversa que havia tido no bar com Lawson e Garcia no dia anterior, deixando claro que não teria nada a ver com nenhum esquema para machucar o professor, ou qualquer um da escola.

 Norman ficou amedrontado com a ameaça á sua vida, mas para surpresa de Chip, não parecia surpreso. O professor confessou que não sabia o que fazer a respeito, mas aconselhou Chip a ficar longe dos novatos, o que ele já pretendia fazer de qualquer maneira.

Após a conversa com Norman, Chip sentiu que precisava de uma cerveja. Ele foi ao mesmo bar aonde bebera no dia anterior, e comprou uma latinha. Enquanto saia do bar, alguém coloca a mão sobre o ombro de Chip, que ao se virar, depara-se com Lawson e Garcia.

LAWSON

- E ai Chip, tranquilo?

CHIP

- Ro... Robert.  Eu... Não esperava ver vocês hoje.

GARCIA

- Parece nervoso, Chip. Tá com algum problema?

CHIP

- Nenhum. Mas... Eu tenho que ir. Tenho um compromisso. Falou galera.

Quando começa a se afastar, Garcia o segura pela camisa.

GARCIA

- Ei, não vai nos contar como foi a aula hoje?

CHIP

- Ah, não teve nada demais.

LAWSON

- Viu o Norman hoje?

Chip gela com a pergunta.

CHIP

- Acho que vi ele de longe.

LAWSON

- Que bom que não falou com ele. Você podia deixar escapar sem querer alguma palavra da nossa conversinha de ontem.

Chip respondeu mais depressa do que gostaria.

CHIP

- Eu não deixaria escapar nada!

GARCIA

- Que bom. Íamos ficar muito bravos se soubéssemos que andou fazendo fofoquinha por ai.

Garcia dá dois tapinhas no rosto de Chip.

GARCIA

- Agora vai, se não vai se atrasar pro seu compromisso.

Enquanto ia embora, Chip percebeu que de alguma forma, Lawson e Garcia sabiam que ele tinha falado com o Prof. Norman. E mesmo que não soubessem, logo saberiam, e quando isso acontecesse, iriam atrás dele. O jovem resolveu que precisava sair da cidade. Não havia nada que o prendesse ali. O padrasto com quem morava, não dava a mínima para ele desde que a mãe de Chip morreu. Ao chegar a casa naquele dia, o jovem se lembrou de seu padrinho que vivia na capital, e decidiu que ligaria para ele, pedindo abrigo.

Chip recordou todos estes acontecimentos no caminho até a rodoviária de Strafford, mas enfim, a condução se aproxima de sua parada. O adolescente desce do ônibus, carregando a sua mochila. O jovem observa o veiculo ir embora, e então começa a atravessar a rua, em direção a rodoviária. Entretanto, quando esta prestes a chegar à calçada, um carro corta a sua frente, freando de maneira brusca. O veiculo trata-se de um velho Ford Sedan vermelho. Havia o desenho de chamas amareladas nas portas. David Garcia estava no banco do carona. Chip quer correr, mas suas pernas simplesmente não o obedecem. Garcia desce do carro, exibindo um sorriso maligno. Suas pálpebras tremem muito.

GARCIA

- Eu não acredito que você ia embora sem dizer adeus.

Garcia aproxima-se de Chip, e o puxa pela camisa. O rapaz sente um objeto metálico cutucar a sua costela, e ouve a voz de Garcia dizer em tom amigável.

GARCIA

- Vamos dar uma voltinha, cara. E sem cena, ou alguém pode sair machucado.

Chip começa a suar frio. O rapaz olha em volta em busca de socorro, mas nenhum dos poucos transeuntes que passam ali no momento parece perceber o ocorrido, ou simplesmente não querem se envolver. Sem saída, Chip é empurrado para o banco de trás do carro, onde encontra Robert Lawson.

LAWSON

- E ai, Chip? Vamos fazer um passeio de despedida. Vai ser bem legal.

Na direção do carro, esta um rapaz de cabelos loiros e compridos. Ele olha com desprezo para Chip, e depois volta sua atenção para a estrada.

LAWSON

- Que falta de educação a minha. Chip, esse é o Vinnie, um velho camarada nosso. Vinnie, este é Chip Osway, nosso colega no Ginásio Davis.

VINNIE

- E ai?

Chip não responde. Ele só consegue prestar atenção no trajeto do carro, e começa a se afastar cada vez mais da zona mais povoada da cidade. Depois de vinte minutos de viagem silenciosa, o carro para em um trecho semi deserto da estrada, ao lado de uma cerca de ferro caindo aos pedaços, adornada com uma enferrujada placa de “afaste-se”. Garcia e Vinnie descem do carro, enquanto Lawson empurra Chip para fora. Chip sabia que lugar é aquele. É o velho porto de Strafford. O lugar caiu em desuso depois que inauguraram a parte nova do porto, e atualmente serve apenas de depósito de equipamento.

LAWSON

- Já entrou lá dentro, Chip? Tem muita coisa maneira pra se ver. Vamos dar uma olhada?

Os quatro passam por um buraco na cerca, ao mesmo tempo em que o sol se põe. Chip quer fugir daqueles três, mas sente que suas pernas são feitas de geléia, e alem do mais, Garcia não tira os olhos dele. O grupo atravessa o pátio do velho porto. O mato já começa a tomar conta do local, com plantas se insinuando através do piso rachado. Enfim, os três entram em um depósito repleto de caixotes e armários. Há enormes buracos no teto e nas paredes. Um dos buracos inclusive dá direto no rio da cidade. Os três enfim param, com Lawson a frente de Chip, e Garcia e Vinnie logo atrás.

LAWSON

- Incrível ver como as coisas se deterioram. Este lugar aqui já foi importante, mas agora não é nada. Pena que amizades tambem se deterioram.

Garcia puxa Chip para trás, e lhe acerta um cruzado no rosto, que o derruba no chão.

GARCIA

- Tú nos dedou pro Norman, não foi, seu linguarudo?

Sentindo o gosto ferroso do sangue na boca, Chip tenta argumentar.

CHIP

- Não, eu...

Vinnie se adianta, e chuta o peito de Chip, que tem a sensação de ter os pulmões esmagados. O jovem loiro tira um canivete do bolso, e se aproxima de Chip, o puxando pelos cabelos.

VINNIE

- Fofoqueiro mentiroso. O que devemos fazer com ele?

GARCIA

- Meu pai dizia que fofoqueiro devia perder a língua.

CHIP

- Não!

Vinnie agarra o maxilar de Chip, e começa a apertá-lo com força brutal, à medida que aproxima o canivete do rosto do jovem.

LAWSON

- Espera ai. Eu tive uma idéia melhor. Traga ele pra cá.

Garcia e Vinnie agarram Chip pelos braços, e o arrastam até o lugar que Lawson indica, que é em frente a um velho armário de metal, que no passado deve ter guardado pertences e ferramentas dos funcionários do porto.

LAWSON

- Lembra aquela teoria sua que você me falou, Chip? Sobre o ser humano ser cruel por natureza, e existirem aqueles que são predadores naturais, e que a culpa é das presas se elas não agüentam?

Chip mal ouve o que ele diz.

CHIP

- Vou ficar quieto, caras. Mas não façam nada comigo!

Lawson continua como se não tivesse sido interrompido.

CHIP

- É uma teoria bem legal, mas incompleta. Você esqueceu da parte em que dizem, que sempre tem um predador maior. Bem, Chipizinho, somos os predadores maiores. Coloquem ele ali dentro!

Garcia e Vinnie começam a empurrar Chip para dentro do armário de metal. Ele tenta resistir, mas Garcia lhe dá um novo soco no rosto, que deixa-o desnorteado. Após seus amigos jogarem Chip no armário, Lawson tira um cadeado do bolso, e tranca o armário. O jovem começa a chutar o armário desesperadamente, tentando sair.

CHIP

- Me deixem sair! Por favor! Isso não tem graça!

LAWSON

- Só se for pra você. Acho que falo por todos quando digo que esta sendo muito engraçado ouvir você gritando como uma mocinha. Mas trancar você dentro do armário é muito clichê. Agora vem a parte original. Garcia, me ajuda aqui.

Chip para de chutar a porta quando percebe que o armário esta sendo arrastado.

CHIP

- O que vocês estão fazendo?! (Grita em pânico)

VINNIE

- Não se preocupe frutinha. Seu professor não vai sentir a sua falta. Vou estar lá pra cobrir o desfalque.

LAWSON

- Aproveite o mergulho.

Chip é jogado de um lado para o outro do armário, como se ele estivesse caindo. O jovem ouve horrorizado o som do impacto com a água. A freqüência do som muda radicalmente. A água do rio começa a entrar rapidamente pelas frestas, enquanto o armário afunda. Chip batia desesperado contra a porta e as paredes do armário, perguntando-se em prantos se merecia isto.

Os três marginais vêem as ultimas bolhas geradas pela queda do armário estourarem. Fumando um cigarro, Lawson declara.

LAWSON

- Hora de ir. Temos aula com o Norman amanhã.

GARCIA

- Esse tá merecendo o dele.

VINNIE

- Ele vai ter o dele, David. Muito em breve, o merdinha do Norman vai ter o dele.

O trio se afasta da queda pela qual jogaram David, enquanto o sol morre totalmente, dando lugar a noite.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Quem puder, deixe um review.