POV´S ANDY

Aquele silencio já estava me matando.

Ela passou o remédio com todo o cuidado, mas cuidado maior ela teve pra não me olhar nos olhos.

-Bem eu estou na sua casa, no seu quarto, sentada na sua cama e a única coisa que eu sei sobre você e o seu nome, então vamos às apresentações!

-... – Eu fiquei olhando pra ela, com a maior cara de BOCOIO -...

-Aie, eu começo. Pode ser?

-Valeu. Aham, bem então me surpreenda

POV´S SANDRA

 -Você vai se surpreender – Falei e ele me olhou com curiosidade – Bem vamos desde o começo. Meu nome e Sandra Alvarenga, mas prefiro so o Alva. Eu nasci aqui em Ohio, no dia 27/06. Eu tenho 16, e estou no segundo ano, não sei como. Bem eu moro com a minha mãe. Ela se chama Fabiane. Eu amo rock e screamo. Toco bateria. Minhas três bandas preferidas são o Escape the Fate, Asking Alexandria e o Falling in Reverse.

-E o seu pai? – Perguntou ele, me olhando com uma agonia

-O meu pai morreu no ano passado... no dia 28/04. Eles estavam voltando de uma convenção de enfermagem que a minha mãe tinha insistido de ir, eu estava com o Max, e...

-Como assim você estava com o Max? – Perguntou ele assustado

-Acredite. Nos erramos melhores amigos ate o meio do ano passado.

-Mas ele te tratou meio mal hoje, não?!

-E agente ficou assim. Ainda não ta na hora de eu ti contar, espera um pouco isso entra em outros assuntos.

-Ta e o que aconteceu?

-Agente tava na casa dele, e o hospital ligou pra la. Imagina como eu fiquei?! – Comecei a me lembrar daquele dia – o Max me apoiou sempre. Ele sempre me deixou desabafar. Eu me lembro que um dia eu estava desesperada e leguei pra ele as quatro da manha ele me ouviu ate as cinco, chegando na escola ele me ouviu mais um pouco. Eu não sei aonde aquele garoto foi parar quando ele descobriu a verdade sobre mim, ele mudou. Ficou com raiva de mim

-Será que eu posso te fazer uma pergunta? – Ele deu os ombros meio confuso

-Pode neh. Eu já estou sem idéias, eu ainda não quero chegar a um assunto

-Você e virgem?

-Porque você ta perguntando isso? – falei toda envergonhada

-Bom não era pra gente conhecer um ao outro?! – Falou ele como se fosse a pergunta mais obvia do mundo

-Ai, mas que jeito tenso de conhecer uma pessoa. - Ri toda envergonhada - Sim, eu sou virgem

-Interessante - Falou ele meio distraído - Bem você disse que tinha um assunto que você não queria falar, ou melhor, que chegasse o momento de falar, então qual é?

-Bem. Uma pergunta primeiro

-Vai. O que você quer saber? – Perguntou ele prestando atenção em mim

-O que você acha de lesbicas?

-A verdade?! – Perguntou ele sorrindo malicioso

-Sim

-Na maioria da vezes são as mais gotosas

-Verdade! – Concordei sorrindo

-O que você disse?  - Perguntou ele já desconfiado – Bem, mas porque você quer saber isso?

-E que bem, como eu vou dizer? Ah, isso e tão confuso. Bem vai – Fechei os olhos – Eu sou lesbica. Pronto falei – Abri os olhos e ele estava de boca aberta – Fecha a boca pra não entra mosca filinho

-Você é o que? – Perguntou ele desorientado, ou melhor, indignado comigo

-Ah, por favor, não me faz repetir isso. Eu e que devia estar indignada com você não ter desconfiado. Toda a escola sabe, o Max fez esse favorzinho por mim

-Bem talvez eu não saiba, porque eu so falei com você e com o idiota do Max, então e meio difícil eu saber disso. Mas como assim ´ o Max fez o favorzinho pra mim `? – Perguntou ele realmente interessado na minha historia

Bem, vocês já sabem toda a minha historia. Eu contei tudo pra ele, mas ele continuava calado, so ouvindo. Quando ele terminou de me ouvir ele so perguntou

- Então, você sempre foi lesbica?

- Sim, pelo menos e o que eu acho

-E a sua mãe sabe?

-Sim, ela ficou sabendo no mesmo dia em que o Max e eu brigamos

-E como ela reagiu a tudo isso?

-Ela simplesmente me disse pra eu tomar cuidado. Ela não reagiu bem, nem mal, simplesmente ignorou a situação

-E o seu pai soube disso

-Ah, ele sempre soube, isso que eu ti falei aconteceu uns dois meses depois que ele morreu. Mas ele sempre soube, sempre eu me lembro que ele dizia ´ Bem, ter uma filha lesbica tem suas virtudes, por exemplo:Vai ser difícil ela engravidar antes dos dezoito `. – Ate o Andy foi obrigado a rir

-Como você consegue?

-Consigo o que?

-Falar dele com tanta naturalidade?

-Sabe, eu aprendi que não vale apena ficar mal com isso, claro você tem que saber se ouvir. Demorou quase um mês pra mim conseguir começar a falar dele.

-Pra mim ainda e tão difícil falar dela. Ela era a minha única amiga,a única que me entendia.

-Comigo foi sempre assim tambem. Claro o Max era meu amigo, mas ele nunca me entendeu de verdade. – Falei e logo percebi que ele estava quase chorando – Bem e a sua vez.

-Ata, vamos ver – Ele pensou um pouco

POV´S ANDY

-Ata, vamos ver – Pensei um pouco – Meu nome e Andrew Dennis Biersack, mas eu gosto mais de Andy Sixx. E ...

-Espera ai- ela me cortou – Porque Sixx?

-Você já vai saber – Ela simplesmente assentiu com a cabeça –Eu tambem tenho dezesseis anos. Nasci em Ohio tambem. Faço aniversario no dia 26 de dezembro. To no segundo ano. Moro com meu pai. O nome do veio é Renato. – Dei uma risada - Você já sabe o que da minha mãe. Eu meio que canto, sei fazer screamo e ate já compus umas musicas.As minhas bandas favoritas são as mesmas que as tuas.

-Isso me incomoda

-O que ti incomoda?

-O jeito que você fala dela – Ela disse olhando pro altar da mamãe – Imagina como ela se sente

-Mas, e que isso e difícil pra mim... Eu não sei falar dela sem chorar

-Então talvez essa seja a solução – Falou ela com um sorriso no rosto

-Como assim?

-Me conta tudo. Exatamente toda a sua vida.

-Mas por que

-So me conta. Olha, eu nunca desabafei com ninguém, não verdadeiramente, essa e a sua chance então, vai fale!

-Ta bom – Falei abaixando a cabeça

-Eu to aqui agora – Falou ela pegando na minha mão

-Foi no dia 06 de junho do ano passado que ela morreu, e por isso o Sixx. Eu estava na escola quando a diretora me chamou dizendo que meu pai estava no hospital e que a minha mãe havia morrido - Falei isso já com os olhos cheios de água. Eu realmente odiava chorar – Na hora eu so me lembro de falar que eu queria ir pra la, a minha ficha ainda não tinha caído. Sabe, eu não tinha amigos la, então eu não falei pra ninguém, quando eu cheguei no hospital, a diretora da escola me levou ate o quarto do meu pai. Ele achava que a culpa era dele, coitado... Ele disse que eles estavam meio que discutindo, e a ultima coisa de que ele se lembrava era de ver uma luz muito forte vindo na direção deles, eles estavam voltando da casa da minha avó. Bem, depois que ela se foi eu comecei a ficar assim – Parei pra olhá-la, ela estava me olhando com curiosidade, ela realmente queria saber a minha historia – Olha, eu vou ti contar uma coisa que nem o meu pai sabe. Eu realmente to confiando em você. – Falei com a cabeça baixa

-Calma, eu não vou contar nada a ninguém do que você me disser aqui

-Bem, o primeiro passo que eu tomei para ser quem eu sou hoje foi começar a fumar, no começo isso não era um vicio era uma bobagem, meu pai sabia desde o inicio, ele sabia o que era passar por isso, a minha avó paterna morreu quando ele tinha 12. Depois veio às boates, principalmente a Calypso

-Espera ai, você vai à Calypso?

-Vou! Por quê?

-Nada e que eu já sou quase VIP la - Ela deu uma risadinha. Nao me surpreendeu, a boate era de GLS

-Bem voltando. Depois que eu comecei a ir à Calypso eu comecei a beber, e álcool leva a garotas, garotas bêbadas levam aos quarto e os quartos levam ao sexo – Ela arregalou os olhos com o que eu disse – Calma. É eu não sou mais virgem. Bem ai vem à parte que eu não queria te contar

-Olha, se você não quiser me contar eu te entendo

-Não, eu quero. So preciso pegar uma coisa- Levantei da cama e fui ate o meu armário peguei uma bolsa preta onde avia coisas de que eu não me orgulhava – Isso aqui foi a minha derrota. Depois que eu comecei a ir na Calypso eu comecei a farrear. Lá e o seguinte, você tem que se cuidar se não as drogas te pegam – Abri a bolsa e la estavam à agulha, seringas, heroína e o frasquinho pra dissolver – Isso quase me matou

-Andy, você se droga?! – Perguntou ela em pânico

-Não, não mais eu parei há Cinco meses – Ela se acalmou – Mas eu não me livrei disso. - Respirei fundo e continuei – Um cara la na boate me ofereceu bem, eu comecei a viciar nessa merda. Em uma semana eu já não era o mesmo. Não cheguei a roubar, mas eu era agressivo, nojento, asqueroso. Uma merda ambulante. Mas daí eu comecei a perceber que eu não estava so me prejudicando. Ele, o meu pai, ele estava indo junto comigo ate a ruína.Dai eu parei.Mas foi difícil, isso me fazia feliz, claro enquanto tinha efeito depois começava as dores de cabeça, as náuseas, os pesadelos.E eu era um trouxa.Dai eu conversei com o meu pai e agente monto o quarto desse jeito, daí eu fiz o altar pra minha mãe - A essa hora eu já estava chorando que nem um babaca – E eu posso te pedir uma coisa?

-Claro

-Leva isso pra tua casa

-Mas, porque pra minha casa?

-Eu ando pensando em usar isso de novo, e eu não estou a fim de começar todo aquele processo de desentupimento de novo – Ri, mas ela continuava seria – Então você faz isso?!

-Ta bom, mas se a minha mãe pegar isso eu te mato – Ela deu uma risadinha

-Seria tão bom ter a minha aqui comigo. Talvez eu nunca tivesse me envolvido com isso. – Falei começando a chorar – Eu sempre usei isso pra fugir de tudo, mas eu já to cansado de ser um fardo pro meu pai. Ela sempre foi à base do meu pai, e quando ela morreu ele se desiludiu, nunca mais saio nem nada.

-Andy, não se preocupa eu to aqui – disse a Sandra, vindo me abraçar. Eu simplesmente a abracei. Eu so conhecia ela há um dia, mas agente tinha uma ligação especial

POV´S SANDRA

La estava eu abraçada no Andy. Nos dois já tínhamos ficado alegres, tristes e tensos tudo isso em um dia...

De repente ele se deitou na cama de casal e me puxou junto eu fui sem reclamar, pois afinal eu estava adorando aquilo. E la estávamos-nos, deitados na cama, sem nenhum assunto, eu acho que tambem não precisava de um. O silencio era perfeito.Nesse silencio eu peguei no sono e dormi abraçada no Andy.