Até a Pattie estava contra mim. O que eu faria? Ainda faltavam dois dias para voltarmos para Atlanta.

Eu seria obrigada a conviver com isso? Com essa culpa que estão jogando para mim? Eu conversei com ele como todos queriam, eu estou magoada droga! Eu não pedi para ele cancelar a droga da turnê que estava chegando, não pedi para ele fazer nada daquilo. Droga, droga, droga. Mil vezes droga!

“Scooter quero falar com você” – Mandei como sms

“Eu já cheguei, estou no quarto”.

Lavei meu rosto e fui em direção ao quarto dele.

_ Scooter? – falei com minha melhor voz

_ Pode entrar – Ele murmurou

Entrei no quarto e ele fazia alguma coisa no notebook. Fechei a porta atrás de mim e o encarei. Ele colocou o notebook, ao seu lado, o fechando.

_ Eu não sei como pedir isso, mas... eu quero voltar para casa - engoli em seco

_ Nós vamos voltar amanhã – ele sorriu de lado

_ Não Scooter... minha casa, o Brasil, lá é meu lugar.

_ Você não pode fazer isso conosco Ashley – ele levantou-se

_ Posso sim. Ninguém aqui realmente liga para mim. A Pattie falou que tudo que está acontecendo é culpa minha, o Ryan só tem pena de mim. Ninguém gosta de mim aqui, meu lugar é no Brasil, ao lado de minha verdadeira família – quase gritei

_ EU me importo, o Justin se importa! Não basta? – seus olhos brilharam mais que o normal

_ Não. Você não se importava até eu chegar na sua casa. Você não gostava de mim e eu sei que ainda não gosta. Eu tenho tudo aquilo que você falou a mim guardado em uma parte totalmente magoada de meu coração. As meninas no twitter estão me ameaçando, por uma coisa que eu NÃO fiz.

_ Ashley, acorda! O Justin te ama. Ele fez isso porque te ama. Ele me falou que te ama, ele falou que ele não está com raiva de você e sim dele mesmo, e ele só volta ao trabalho quando você voltar para ele. – uma lágrima escorreu por seu rosto.

_ Eu não vou voltar para ele! Ele só piorou as coisas quando me segurou pelo pescoço. Ele só piorou as coisas quando fez isso, destruiu a carreira dele.

_ Isso foi como uma prova de amor!

_ NÃO! NÃO FOI! – gritei, acho que toda a casa estava ouvindo nossa briga – Isso foi uma atitude homicida. Ele sabe como as beliebers são. Elas vão tentar me matar, elas vão querer destruir até meu ultimo fio de cabelo.

_ Ashley...

_ Escuta! – fiquei séria e comecei a falar calmamente – Ou eu volto para o Brasil ou vocês nunca mais vão me ver! – semisserrei os olhos saindo do quarto

Parece que a equipe inteira do Justin decidiu se reunir naquele dia, eles estavam calados e reunidos na sala.

Entrei no quarto sentindo que eu iria desabar a qualquer momento. Senti um pano pressionado em meu nariz e um cheiro muito forte. Não deu tempo de nada. Eu já estava fraca e em segundos apaguei.

Justin POV –

Já era de tarde, nós iríamos para Atlanta e só faltava uma pessoa. Ela. Ela não saiu do quarto desde ontem. O Scooter estava a chamando. Mas se ela quisesse ir tanto para casa seria a primeira a chegar no carro. Mas, vai entender!

Vi o Scooter se aproximando do carro com cara de desesperado.

_ Eu... eu não vou com vocês. – ele se apoiou no carro

_ Por quê? – minha mãe perguntou já sem paciência.

_ A Ashley...

_ Essa menina de novo? Você precisa agir como um pai Scooter – minha mãe explodiu – eu quero ir para casa, estou cansada, acordei cedo, vai lá e age como pai!

Olhei para minha mãe que estava roxa de raiva. Na verdade ela estava com raiva de tudo.

_ Você não está entendendo! – Scooter falou exaltado, mas ao mesmo tempo com a voz triste – a Ashley não está no hotel. Ela me falou que se eu não lhe desse passagens para voltar ao Brasil nós nunca mais a veríamos. Eu nunca imaginei que seria tão rápido assim! – Scooter nos olhou – Mas apesar disso eu não acho que ela fugiu. Acho que alguém fez algo com ela, as coisas estão do mesmo jeito, ela estava arrumando as malas e está tudo do mesmo jeito. – ele respirou fundo.

_ Ela sabe se virar – Minha mãe virou-se para frente com raiva.

_ Olha Pattie. O Justin magoou minha filha – senti uma pontada enorme no coração – e nem por isso deixei de falar com ele ou fazer coisas para ele. Você não tinha direito NENHUM em falar para a minha filha que ela era a culpada de tudo isso. Ela tem apenas dezesseis anos, o Justin já vai fazer dezoito e olha quantas besteiras ele faz. Isso foi culpa minha também, mas droga! – ele falou agoniado – e eu me demito, se for para trabalhar com pessoas que não conseguem honrar o que tem ou simplesmente respeitar prefiro ficar desempregado – ele fechou a porta do carro voltando para o hotel.

_ Pode ir – Minha mãe falou ao motorista

_ Não! – fiz com que o motorista parasse.

_ Você não vai atrás daquela garota, Justin! – Minha mãe me puxou

_ Dá um tempo mãe! Para de controlar tudo. Eu a amo e não posso deixar nada acontecer com ela por uma besteira minha.

_ Ela está te destruindo, ela está fazendo você desistir de tudo.

_ A culpa é toda minha! Ela não pediu nada disso! – a fitei – se quiser pode ir para casa.

Voltei correndo para o hotel e o Kenny correndo atrás de mim.

O Scooter andava de um lado para o outro falando ao telefone.