Carnage Coffee escrita por Ana Bela


Capítulo 9
De Volta Às Origens


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos. Boa leitura!



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No dia seguinte ambos acordaram cedo. Hyde foi vestir sua roupa que foi lavada e Ken arrumar para o que levaria na viagem. Não ficaria muito tempo lá, mas mesmo assim era motivo para arrumar uma generosa bagagem.

O maior pegou do seu guarda-roupa uma mala que carregava de lado bege melhor que sua mochila de guerra. Colocou algumas roupas e objetos pessoais. No dia não tocou nenhuma palavra com o amigo, este acordou quieto e foi com as roupas para o banheiro se trocar. Queria saber como ele estava, mas achou melhor do jeito que estava.

Hyde saiu do banheiro já preparado, e Ken como também já estava saíram do apartamento. Ken trancou a porta e vendo Hyde quieto, olhando para os pés.  Andavam em silêncio, o mais alto era o único que falava com algum vizinho que logo já encarava o baixinho com curiosidade querendo saber quem era.

O caminho inteiro foi de um silêncio mais cortante ainda, mesmo com todos aqueles sons vindos de diferentes lugares, entre os dois não havia sido dita uma palavra, nada poderia ser dito naquele momento.

Chegaram ao prédio onde Hyde morava, Ken ficou impressionado com aquela beleza exterior do edifício. Quando entraram muitas pessoas cumprimentavam o morador de lá, mas este ignorava, o outro sorria sem graça para as pessoas, não pensou que ele era frio até no local onde convivia.

Hyde abriu a porta de seu apartamento e logo quando Ken entrou fechou a porta. Estava tudo uma bagunça, quando voltou de viagem largou tudo ali e comprou coisas para encher a cara, perdendo o juízo acabou saindo de casa. Mas mesmo assim o maior achou a decoração linda daquele lugar bem amplo, nem se comparava com o seu apartamentinho.

-... Você tem bom gosto. – Não escondeu a admiração, observando tudo.

- Não, minha mãe que me ajudou a decorar. – Falou um pouco baixo indo para o seu quarto.

-... Ah tá... – Ficou sem graça por ter comentando, o seguia e o viu abrindo o guarda-roupa e pegando uma mala menor do que a que tinha na sala.

- Todo esse apartamento... Eles me ajudaram com tudo. – Abriu uma gaveta e pegou algumas roupas socando na mala, sentindo aquele sentimento ruim aumentando dentro de si.

- Vai ser duro para você até ficar aqui... – Comentou vendo que o outro ficou ainda mais triste.

- Eu quero desaparecer... – Comentou parando de socar as roupas na mala e respirando fundo para não chorar novamente.

- Eu sei que lá em casa é bem diferente daqui... Mas se quiser ficar lá até se sentir bem... – Ofereceu até sua casa, pois sabia que a cada coisa que ele olhasse teria lembranças e ficaria mal, sabia disso por muito tempo não ia à sacada de seu apartamento.

- Por que é tão legal assim comigo? – Perguntou querendo a resposta há muito tempo.

- Porque você é meu único amigo... – Respondeu um pouco sem graça com a pergunta repentina.

- Obrigado... Quando voltarmos eu decido. – Abaixou a cabeça fechando a mala, não era má ideia ficar no apartamento de Ken até se recuperar.

- Ok...

- Vamos. - Pegou a mala rapidamente já saindo do quarto.

Ken o seguiu em silêncio, não gostava daquela situação, primeiro que sentia muito mal por não ter dinheiro da própria passagem para bancar, se não houvesse viajado antes poderia até conseguir pagar a sua. E também ver Hyde daquele jeito era muito triste, a situação era triste, via o desespero do menor sobre aquele assunto.

Saíram do prédio, logo pegando um táxi à estação, seria uma viagem rápida, mas para Hyde muito dolorosa, pareceriam séculos que estaria dentro daquele vagão de trem. Sentia que mais uma parte de si havia morrido quando soube da notícia.

Quando chegaram ao local, o menor tratou de tudo para viagem. Em poucos minutos estavam dentro do vagão, um sentando do lado do outro sem nenhuma conversa, cada qual com seu pensamento. Hyde continuava com seus pensamentos perdidos sobre aquilo tudo e Ken pensava em como ajudar mais o amigo, via o quanto ele cada vez mais piorava.

Hyde em poucos minutos acabou adormecendo pedindo que não tivesse mais pesadelos como o último que tivera, odiava aqueles pensamentos que alertavam sobre coisas ruins em sua vida. Ken o observava muito preocupado, sentia extrema pena de o ver naquele estado, nem parecia o mesmo que conhecia frio, com aquela face nervosa e o jeito quieto. Agora era apenas uma pessoa de olhos inchados, face triste e ainda mais quieto, mal ouvia a voz dele, sempre falava pouco não querendo conversa.

Ken no fim observou Hyde o caminho inteiro, observava com detalhe, até o modo como ele respirava. Culpava-se de não tomar o cuidado de observá-lo na madrugada passada, acabou dormindo, se acontecesse algo não se perdoaria pelo resto da vida, já teve um péssimo pressentimento quando no dia anterior ele estava na sacada do apartamento, sabia que aquela sacada não era o melhor lugar para estar quando se estivesse mal.

Logo o trem parou, haviam chegado. Ken percebeu que Hyde ainda dormia profundamente, por mais que não quisesse teria que o acordar daquele sono que ao menos o fazia se esquecer de toda aquela dor.

- Hyde... – Sacudia os ombros do menor com cuidado tentando o acordar.

-... Hum... O que foi? – Abria os olhos lentamente tentando recobrar a consciência.

- Acho que a gente já chegou... – Tirou as mãos dos ombros do outro voltando a se sentar normalmente.

- Ah sim... – Tratou de se ajeitar, logo coçando aqueles olhos muito inchados sentindo dor naquela região, perdeu as contas de quantas vezes passava a mão ali ao dia.

Saíram do dali logo fazendo todos os afazeres ali na estação. Hyde respirava fundo, aquele lugar antes era símbolo de tédio de quando ia visitar os pais em feriados ou alguma reunião chata de família. Mas agora já significava perda, andava lentamente, querendo não sair daquele lugar.

Ken notou que o amigo observava tudo com certo pesar, entendia aquilo, a sensação ruim de estar em algum lugar que mudou o significado para pior, tal como o seu apartamento era até pouco tempo, aquela sensação de morte ali, e principalmente a área externa onde a vista era tão bela no fim da tarde que depois foi palco de uma morte trágica.

Pegaram um táxi para a casa antiga de Hyde que o caminho inteiro olhava para as próprias mãos. Não queria de maneira alguma olhar a paisagem, sabia cada esquina dali e saberia quando estariam chegando a casa, sua mente estava cansada aquilo, queria dormir para nunca mais acordar, queria esquecer.

Ken olhava a paisagem externa um pouco indiferente, sua preocupação se encontrava ao seu lado, amuada e sem olhar para os lados. De vez em quando o olhava com o canto dos olhos por um bom tempo depois voltava a ver a paisagem. 

Tinha medo das reações seguintes de Hyde, percebeu o quanto ele mudou quando colocou os pés para fora do aeroporto, parecia que tinha receio de andar, de olhar para os lados, de respirar. Faria de tudo para ajudá-lo a suportar aquela dor, sabia o quanto seria difícil.

Finalmente o carro parou, Hyde levantou as vistas vendo aquela paisagem aparentemente normal. Nada havia mudado até então, mas sabia que era só a primeira impressão que teria dali, logo tudo mudaria de aspecto, sabia o quanto aquele lugar carregava melancolia.

Ken desceu primeiro do carro logo ajudando Hyde com as malas. E o menor ficou parado dentro do carro, não se mexia. O maior desesperou. Largou as malas de lado e pegou nas mãos do outro que o encarou com pequenas lágrimas já em seus olhos sem vida. Puxou-o para fora do carro o abraçando com força, em seguida. Hyde deixou as lágrimas caírem, logo dando fortes fungadas.

Aos poucos se acalmou novamente. Pagaram o táxi que logo saiu dali, Ken fez questão de carregar a mala de Hyde que parecia mais pesada que a sua própria, perguntava-se p que teria ali dentro de tão pesado assim.

Entraram naquele terreno bem amplo de gramado e no fundo aquela casa. No meio do caminho havia duas pessoas, um homem e uma mulher, bem mais jovem que o homem, esta quando viu os dois visitantes ali saiu correndo em direção ao menor e o surpreendeu com um forte abraço, era Arisu, sua prima.

- Hideto... – Apertou mais ainda o abraço pouco ligando para o outro convidado ali

-...

Ken estava sem graça naquela situação em que conhecia ninguém num lugar mais ainda desconhecido. E notou que o amigo não correspondeu o abraço ou fez qualquer movimento, continuava em silêncio como se nada houvesse acontecido.

- Como anda sua vida? – A mais alta ainda abraçada a Hyde fez uma pergunta um tanto quanto idiota, os pais do primo estavam mortos e ela vendo o estado como ele estava ainda dizia aquilo.

- Como você acha que minha vida tá? ... – Perguntou com o tom de sua voz habitual, não gostava dela.

-... Eu sei... – Logo seu olhar foi para Ken, finalmente havia notado a presença do outro não gostando daquilo, e logo tratou de sussurrar palavras no ouvido de Hyde. – Quem é esse homem junto com você?

- Um amigo... – Respondeu seco.

- Você nunca me falou dele. – Disse como fosse íntima de Hyde, o que na verdade um dia só foi muito de conversar com ele na infância, depois cada um seguiu seu caminho, sem contatos.

- Eu não devo satisfações a você... – Respondeu ainda mais seco fazendo com que Arisu arregalasse seus olhos castanhos.

-... Mas nos conhecemos desde que somos crianças... E não deveria trazer desconhecidos para cá...

- Desconhecido para você, para mim é como se fosse da família. – Falou a verdade, já considerava muito Ken e se importava muito com a amizade que tinha com ele.

- Mesmo assim...

Hyde percebeu que a do cabelo longo castanho escuro e levemente cacheado estava alegre demais para ser um enterro. Parecia que estavam numa reunião comum de família como nas que ia obrigado, parecia até que estavam sentados à mesa comendo um pedaço de bolo de chocolate conversando sobre coisas alheias e tomando chá com leite, nem parecia chateada, aliás, no enterro do irmão ela estava até mais alegre.

- Você parece muito bem, o que houve? – Soltou-se da outra a encarando um pouco feio.

- Bem... Eu não gosto de demonstrar que estou mal, quero ajudar pessoas especiais para mim, como você. – Mentiu passando a mão pelo cabelo tentando não demonstrar o que realmente sentia.

- Você continua falsa. – Não escondeu o pensamento que lhe veio, sabia o quanto ela era falsa desde que era adolescente.

- Hideto o que te deu, hein? Você não parece acreditar m mim... – Deu um passo para trás, sabia como o primo era frio.

- Para de encher... – Encarou-a com um pouco de ódio e elevou o tom da voz. – As únicas pessoas em que eu confiava morreram de uma forma tão cruel e eu só quero encontrar quem fez isso!

- Se você não quer acreditar em mim... – Encarou-o muito ódio, e depois encarou Ken que olhava a situação sem saber o que fazer, depois saiu de perto batendo com força a bota negra no chão verde.

- Hideto não ligue, ela também está chateada. – Aquele homem que estava até aquele momento observando se aproximou, era Norio, tio de Hyde e pai de Arisu.

-... Eu queria não existir... Ou melhor... Preferia ter morrido ao invés deles... Só para não sentir a dor que sinto agora... – Caminhou até o banco de madeira que tinha ali perto, sentou-se e desatou a chorar.

- Não diga coisas assim, Hideto. – O homem de cabelos levemente grisalhos sentou ao lado do menor. – Se está vivo é para pegar quem fez isso com eles, você tem que ser forte.

- Eu não tenho forças para mais nada...

- Hideto eu sei o quanto é duro para você... E é ainda mais para mim, me sinto culpado por ter saído de casa aquele dia... – Soltou um longo suspiro.

-... Por que tio? Por que estão fazendo isso? – Perguntou encarando o mais velho chorando.

- Eu também gostaria de saber... É muita maldade uma pessoa fazer isso, tão sangue frio... Esta casa perdeu de vez toda a vida que tinha.

- Meu irmão não era nenhum bandido... Nem meus pais, com tantas pessoas más no mundo... Tinha que ser eles? – Sentia as lágrimas vindo com mais intensidade sentindo toda dor por dentro, não aguentava tanta dor.

- Eu sei o quanto que dói, só restou nós e temos que continuar vivos para pegar o desgraçado que fez isso. – Abraçou o sobrinho tentando passar alguma força para ele.

-... – Abraçou o outro com força não aguentava mais aqueles dias de dor.

- Bem, Hideto, vamos entrar precisamos conversar sobre outra coisa... – O mais velho já disse se levantando do banco esperando Hyde fazer o mesmo.

-Ok... – Sem saída o seguiu sem ao menos olhar para trás.

Ambos andaram até a casa de paredes azuis na entrada, Arisu que estava na sala os viu subir as escadas de madeira para o outro andar resolveu ir ver o outro convidado e tirar informações deste, mesmo que fosse a força. Foi até a varanda de madeira da casa e sentou nos degraus logo à frente encarando muito feio o convidado que havia se aproximado da casa sem saber o que fazer.

- Olá... – Ken tentou puxar conversa com aquela desconhecida vendo que era a única ali para conversar.

- Quem é você? – Devolveu com uma pergunta com a voz já aparentando um pouco de raiva.

- Eu sou o Ken. – Apresentou-se estranhando aquela raiva da outra ali, nem havia feito nada.

- O que faz da vida?

 -Tenho uma cafeteria.

- De onde e quanto tempo conhece meu primo? - Fez a pergunta que tinha mais curiosidade apoiando o rosto nas mãos.

-... Olha eu não sou nenhum bandido, viu moça... Não precisa me interrogar assim. – Estava sem saber o que fazer, não gostou do jeito curioso da moça ali que lhe encarava feio.

- Eu estou perguntando e quero que me responda. – Já mostrava totalmente sua raiva seus olhos já estavam queimando em ódio.

- Não sou obrigado a te dizer nada da minha vida. – Respondeu já ficando cansado daquilo.

- Você está acompanhando meu primo, por quê?

- Porque ele estava muito mal para viajar sozinho.

- Há quanto tempo vocês se conhecem?

- Muito tempo. – Mentiu porque já estava cansado daquilo, com o tratamento da outra, como se ele fosse fazer algum mal para Hyde.

- É mentira, Hideto sempre me falou de todos os seus amigos. – Sabia que não era aquilo, o primo nunca gostou de lhe contar coisas pessoais, acabava sabendo por outros parentes.

- Acho que a mentirosa aqui é você, porque pela recepção calorosa que Hyde te deu, acho que ele nem dá bola para conversar contigo. – Disse o que havia visto e entendido muito bem mais cedo.

- Você não sabe de nada... Ele nunca foi assim... Ele sempre trouxe nesta casa os amigos dele e eu sempre estive frequentando aqui, então sei que você deve o conhecer só de vista. – Falava sentindo no fundo de sua alma um extremo ódio daquele convidado, ele não deveria estar ali.

-Para ser amigo não precisa viver grudado.

- Você não conhece Hideto... Ele sempre andou grudado nos amigos de verdade. – Cada vez criava coisas de sua mente sem se importar querendo calar a boca e colocar para fora aquele homem.

- Me diga garota... Quantos anos faz que não fala com Hyde? – Ken perguntou incrédulo, sempre viu Hyde sozinho sem nenhuma amizade, o próprio disse certa vez que não era bom de relacionar com pessoas.

- Muito tempo, mas meu pai sempre me diz como ele está... Não preciso conversar diretamente com ele para saber que vocês se conhecem há pouco tempo.

- E você acha que ter um porta voz é a mesma coisa que falar com a pessoa? Parabéns pela ingenuidade. – Acabou soltando um riso daquilo, perguntava-se por que aquela garota nervosa estava batendo boca.

- E você acha que o trazendo aqui como uma boa pessoa vai nos fazer pensar que você é confiável?

- E o que preciso fazer para ser mais confiável? Fazer minha barba? Faça-me o favor... – Já estava ficando nervoso com aquilo, que garota chata.

- Você não transparece confiança...  Hideto quando estava aqui nem lhe deu atenção, nem lhe apresentou...

- Hyde está transtornado e isso não me faz menos amigo dele.

- Ele pode até tá transtornado, mas nunca ignoraria um amigo.

- Fala isso porque não foi a sua família que foi aniquilada. – Respondeu já mostrando a raiva em sua voz, sabia o quanto Hyde estava alienado com a morte dos pais, parecia que a outra ali queria colocar fogo na situação.

- E você fala isso porque olha de fora, não sabe como eu estou me sentindo por dentro, você não sabe de NADA da minha vida. – Respondeu querendo esganar o outro ali.

- E você não sabe de nada da minha para me julgar assim.

- Você não pertence a esta família, saia daqui. – Impôs já cansada daquela conversa.

- Não vou sair. – Ken respondeu no mesmo tom. – Vim pra dar uma força para o meu amigo, e eu vou dar.

- Ele não precisa de você.

- Sim, ele precisa e você nem sabe o quanto.

- Ele tem a mim e ao meu pai.

- Vocês estão aqui e ele está em Londres. – Disse como se fosse algo muito óbvio para se discutir.

- Mas agora ele está aqui.

- De passagem.

- É o que você pensa. – Abriu um grande sorriso irônico.

- Você tem ciúme do seu primo? – Perguntou já imaginando que fosse aquilo, porque não teria motivo para aquela mulher ficar com raiva de si.

- O que isso tem haver?

- Porque tá parecendo.

- Cuide da sua vida, Hideto definitivamente não precisa de você aqui. – Respondeu tentando novamente expulsar Ken dali.

- Sim precisa e eu ficarei.

- Ele nem quer você aqui...

- Ai meu, para vai. – Começou a rir descontroladamente na cara da outra, era demais aquilo.

- Você fala como se conhecesse cada sentimento dele. – Ignorou as risadas do outro e continuou dizendo coisas que lhe vinham em mente, aquele homem não precisava ficar ali para infernizar tudo.

- E eu conheço mesmo. – Respondeu confiante, lembrando-se de todos os momentos que passou com Hyde.

- Não fale como se realmente soubesse porque você não sabe! – Extravasou a raiva que tinha dentro de si pelo outro.

- Você que não sabe de nada. – Achou que ela fosse maluca por agir daquele jeito e dizer aquelas coisas sem sentido.

- Sei mais que VOCÊ! – Sua expressão dizia apenas que queria matar aquele homem intrometido.

- Tá tá... – Não revidou, era besteira discutir com ela, estava apenas gastando saliva com algo desnecessário, se devia alguma satisfação a alguém era apenas Hyde e mais ninguém, muito mais para aquela garotinha nervosa e ciumenta.

- Você olha para ele de uma forma diferente...

- Maneira diferente? – Perguntou curioso, de onde ela tirava aquelas coisas todas que dizia freneticamente.

- Sejamos sinceros... O que você quer de Hideto?

- Nada, só somos amigos, olha você anda vendo muita TV para pensar coisas assim.

- Não vejo coisas demais, só vejo o que tá na sua cara idiota.

- O que tá na minha cara então? – Perguntou voltando a rir.

- Que você quer se aproveitar do momento de fraqueza dele, eu não deixarei que faça isso.

- Eu só sou amigo dele, sua louca. – Insultou sem um pingo de remorso, da mesma forma que ela fez consigo, já achava abuso da outra falar coisas que não existiam e o acusando fielmente.

- NÃO É! Cuidado com a sua língua. – Não aguentou mais, levantou-se dos degraus e entrou bufando na casa querendo matar aquele ser que estava a irritando desde o momento que chegou naquela casa.

Ken ficou observando a outra sair batendo pé, sem entender o motivo pelo qual era estava arrumando briga de besteira, chegou naquele lugar sem dizer ou fazer algo. Não gostou nem um pouco dela, pelo jeito era do tipo que pessoa que julga pela aparência do que pelo coração. Estava ali por Hyde e só sairia de lá com Hyde junto.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que vocês conhecem alguém assim... xD



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