I Got What You Want escrita por jamie-mellark


Capítulo 1
Capítulo 1 - Hello, New Guest Not-Guest!




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Meus olhos estavam presos ao reflexo da luz. Tentava fugir, mesmo sabendo que não poderia. Lutava contra minha própria consciência.

Despertar-me deste pesadelo parecia minha maior luta. Justin não poderia ir longe com isto, até porque poderiam nos descobrir. Dois jovens dentro de um galpão abandonado é clichê demais para eles perderem.

Que droga, pensei. Como dar aquele anel para Bryan solucionaria meus problemas?

- Não pense muito. - Sussurrou Bieber, encostando suas costas nas minhas. - Pegue logo a arma, um defendendo dois não dá muito certo.

- Desculpe se prefiro guardar para pegá-los inesperadamente. - Menti, sarcástica.

- Não discuta. Pegue, prepare, atire. Simples.

- Eu já entendi, papai. - Obedeci, revirei os olhos. - Espero que funcione. - Murmurei para mim.

Bieber ouviu.

- Vai funcionar. - Respondeu-me, decidido. - É claro que vai.

Observei o quanto de lixo havia em nossa volta. Por que todo lugar que íamos tinha espaço suficiente para Bryan e companhia se esconderem e nos pegarem?

Fala sério. Quando um metidão que só quer prestígio junto à uma novata de campo iria ganhar um bandido super-profissional com sua gangue?
Como. Eu. Sou. Burra.

- Não se rebaixe tanto. Você é ótima. - Disse Justin. Olhei-o, enrugando a testa. - Que foi? Esqueceu que nossos equipamentos estão interligados? - Revirei os olhos.

Ouvimos um ruído. Justin se preparou, mesmo sabendo que o que tinha em mãos não iria superá-los.

Mais um ruído. Justin atirou.

- Ei ei, calma tigrão! Sou só eu. Achei que iriam precisar de ajuda. - Disse Liz. - Principalmente com a novata.

Cinco meses e três semanas antes

Meus passos eram rápidos. Tumultos no portão da escola não era bem o que queria no momento.

Já era a segunda semana de aula, e a única pessoa com quem trocara umas simples palavras fora Elizabeth, ou melhor, Liz. O que era meio estranho, já que algumas vezes tivera a impressão de tê-la me seguindo.

A Shinerlight High não era exatamente o que eu queria. Na verdade, não era o certo para mim. Como diz o nome, aqui apenas continha "estrelas"; gente rica, mimada.

Eu tinha mesmo que aguentar isso?

Senti algo se contra-batendo em minha cabeça, assim caindo ao chão.

Era uma bola de papel.

Peguei-a. Senti curiosidade; será que algo está escrito?

Abri-a.

Encontre-nos na quadra às 15:15. Pontualidade, novata.

Que droga é esta?, pensei. Devem ter cometido um erro, só pode.

Outra bola de papel.

Você é a única novata, espertona.

Ótimo.

Super legal.

**

O sinal tocou. Três da tarde. Quinze horas.

- E para a próxima aula, relatório da experiência. - Disse o Prof.º Finchel, fechando seu caderno de planejamento de aula. - Até.

Saí rapidamente da sala de aula. Na verdade, acho que fui a primeira a sair. Talvez até um pouco mais cedo do que poderia.

Passos rápidos novamente.

Chegar minutos mais cedo poderia me prevenir. Não sei do que, mas talvez poderia.

Ah, à quem estou querendo enganar! Eu não queria me prevenir. Eu queria aproveitar. Queria adrenalina.

E aqueles bilhetes... Eu tinha certeza de que seguir o autor dos dois bilhetes me levaria até a minha tal adrenalina.

Faltava quatro passos apenas para entrar na quadra.

Ouvi algo. Virei-me para trás, observando um portão o qual dizia "não entre em quaisquer circunstâncias".

É, acho que nem gostaria de entrar aí, pensei.

Outro ruído.

Mais um.

De novo.

Oh, droga de curiosidade! De novo não, não posso me deixar levar por isso. Não posso. É, acho que posso me controlar. Tenho certeza. Não posso.

A verdade é que não consigo nem me enganar.

Desviei meus passos para o portão. Estava com uma fresta aberta. Submeti-me à olhar, estreitando os olhos.

Alguém reprovara meu ato, abrindo o portão a seguir.

- Ora ora ora... Cadê minhas dez pratas, Vick? A garota chegou mais cedo do que o combinado. - Disse ele. Era um garoto bonito e elegante; parecia galanteador e tinha um sorriso maroto.

E, adivinhe minha adorável ação?

Deixar meu queixo cair.

Afinal, ele estava sem camisa.

E sim, eu sei que minhas ações são adoráveis sim.

- Bryan, não a assuste. - Disse uma voz feminina. Logo uma ruiva de cabelos que escorriam por até seus ombros e com poucas sardas no rosto apareceu. Trajava uma calça legging e uma blusa roxa, que continha a frase "my name is Victorie!" De repente, reconheci aquela blusa. Era ela quem estava me seguindo. Que divertido, não?! Porque ser seguida é extremamente divertido. Eu já disse que eu ando usando muito a ironia na minha vida? - Coloque alguma coisa por cima desse troço. - Apontou para seu peitoral. Ri pelo nariz.

- Bryan e Victorie, não é? Bem, qual o motivo de eu ter sido... "convocada" à este lugar? - Indaguei. Quem não soubesse com quem eu estava falando, acharia que estava conversando com crianças.

Victorie deu-me espaço para que entrasse naquela espécie de porão. Dei cinco passos, podendo assim ver as bugigangas que ocupavam mais espaço que o oxigênio. O cheiro de mofo era inalado pelos dois sem incômodo algum, enquanto eu mal conseguia ficar um segundo sem lacrimejar.

- Como ela não sabe? Se ela está aqui, ela deveria saber! - Disse rápido Bryan, arregalando os brilhantes olhos azuis.

- Antes de algum comentário, não culpe a mãe dela, Bry. Está desaparecida. - Explicou Vick.

- Por favor, parem de agir como se eu não estivesse aqui. - Disse eu, em um tom de voz elevado. Eles finalmente olharam no fundo dos meus olhos. Por que lembrar de minha mãe agora?

**

Fechei os olhos enquanto deixava os músculos finalmente descansarem pelo colchão. Ele nunca pareceu tão confortável.

Bryan e Vick não deviam ter sido tão exagerados. Alguém que pode me machucar? Só se for Elizabeth.

É, eu ainda tenho medo daqueles olhos vibrantes verdes por detrás daquelas lentes.

É.

Batidas na porta logo foram presentes.

Será que já não é o suficiente por hoje?

Levantei-me vagamente. Pus a pantufa aos pés. Andei lentamente até a porta; porque também eu não estava com vontade alguma de me levantar.

Meu pijama não era exatamente o que se devia vestir para atender a porta de casa às dez da noite. Mas e daí? Tanto faz.

- Olá? - Tentei ser educada, enquanto abria a porta. O garoto desconhecido fitou-me brevemente, quando decidiu entrar em minha casa. - Ei! - Reprovei.

- Belo pijama. - Ignorou-me, enquanto se jogava livremente no meu sofá. Escondi meu pijama de ursinhos - ou pelo menos tentei - com os braços e fiz cara feia. - Aonde está o anel? - Estreitei os olhos; sobre o que ele estava falando?

E por que estou perguntando isso para mim?

- Que anel?

- Não se faça de boba. - Disse ele. Mesmo com os olhos de sol - o que não era necessário à essa hora da noite -, era perceptível que revirava os olhos. Arqueei as sombrancelhas. - Tá brincando, né?

- Olha, você é um desconhecido que invadiu minha casa. Está usando óculos de sol às dez da noite. Vai dizer que sou eu quem está brincando? - Indaguei, de braços cruzados. Ele bufou.

- Vamos resolver isso então, ok? - Ele se levantou, vindo até mim. - Prazer, Justin. - Estendeu a mão, assim levando-a ao bolso da calça novamente, quando não o cumprimentei. - Os óculos são necessários. E o porque é: é necessário. Pronto. - Revirei os olhos.

- E...?

- Tá certo... Outra explicação. Que tal uma historinha? Assim seu cérebro pode aceitar mais facilmente. - Bufei de raiva, me segurando para não lhe dar um tapa na cara, ainda de braços cruzados. - Eu tenho algo a fazer. Você tem algo a fazer. Eu preciso de algo. Você tem o que eu preciso. Eu te peço. Você me entrega. E assim termina nossa história. Um ótimo final. Agora, será que dá pra colaborar? - Arqueou as sombrancelhas, imitando-me.

- Presta muita atenção, ok? Eu não sei de que anel você está falando. - Sibilei.

- Tem o desenho de uma águia. Parece esmeralda mais é apenas um falso rubi pintado rigorosamente. Pertencia à sua mãe. - Disse ele, indiferente, se jogando novamente no sofá. - Tem algum energético aí? - Indagou, mordendo o lábio inferior em seguida. Estremeci sem razão, com tal cena.

Desviei meu olhar, tentando lembrar de algo que minha mãe deixara em casa. Talvez ela tivesse me dado algo na infância, não sei... Três anos longe dela é tempo demais. Principalmente com quase um ano de desaparecimento.

Parabéns, pai.

Espera, o que eu estou pensando?!

Não posso simplesmente dar um pertence da minha mãe para um desconhecido!

- A única coisa que minha mãe me entregou antes de meu pai me afastar dela foi uma caixa. O problema é que não tenho a chave. - Murmurei.

- Isso não é mais problema. Fala sério, você é super curiosa. Como não tentou abri-lá antes?! - Ele riu pelo nariz. - Você é quem tem problemas, não a caixa.

Revirei os olhos com o comentário de Justin.

- Ah, e a propósito... - Disse ele, sorrindo. - Eu não sei seu nome.

- E também não precisa saber, não é? Não faz parte da "historinha" que me contou. - Sorri de volta, cínica.

Ele se levantou novamente, indo em direção ao meu quarto. Segui-o, enrugando a testa. Pegou minha bolsa, assim abrindo-a.

- Ei! - Reprovei, tentando pegá-la de volta.

Justin sacou uma arma da beirada da calça, e a apontou para mim em puro reflexo. Arregalei os olhos com a arma quase encostando em minha testa. E ele ali parecia indiferente, abrindo a bolsa.

- Britney Sparks? Britney?! - Riu pelo nariz. - Você não tem cara de Britney. Não é assim tão gostosa para se chamar Britney.

- Idiota. - Murmurei. Ele puxou o gatilho.

- Do que me chamou? - Indagou, irônico.

- Vai, me mate. Fique a vontade. E depois, procure algum outro familiar meu que conheça a verdadeira Ally. Minha mãe só era ela mesma comigo. - Respondi, dando ênfase em "comigo". - E a propósito, eu conheço muitos outros insultos que seriam perfeitos para você, Jus. - Eu terminei, irônica também.

Ele sorriu de leve.

- Acho que subestimei você.

- Ei, o que quer dizer com isso?! - Eu perguntei.

Justin desistiu do que pretendia fazer. Se jogou novamente no sofá, mas desta vez ficara ali para valer.

Ele assistia uma maratona de séries, enquanto procurava algo para ele comer que pudesse o fazer calar a boca.

O dei um pacote de biscoitos, e ele comeu sem nem se preocupar com o que era.

O relógio bateu meia-noite. As doze badaladas ecoaram em meus tímpanos.

- Ótimo, perdi o horário da carona. - Justin bufou. - Onde é o quarto de hóspedes?

- Sabe, geralmente o quarto de hóspedes é somente para hóspedes. E caso não saiba, é preciso ser convidado para ser um. - Disse eu, sarcástica.

- Diz logo, ou eu fico no seu quarto. - Arqueou as sombrancelhas.

- Você não pode ficar no meu quarto. - Ri pelo nariz, enrugando a testa, mostrando certeza.

Quando me dei conta, Justin já subia os sete pequenos degraus da escada empoleirada. Virou a esquerda, entrando em meu quarto, e logo se jogou na minha cama.

- Sai, garoto. - Sibilei, com raiva.

- Own, tá com raivinha, Brit? - Riu, cínico.

Talvez nem todas as vinganças sejam doces.

- SAI, ESTÚPIDO! - Berrei, o enchendo de tapas.

- Cale a boca, Sparks! Sabe que me quer aqui. Agora deite, durma e me encontre amanhã às oito na montanha. - Disse por fim, sentando-se na cama.

Retirou a "jaqueta", e a blusa preta a seguir.

Meus lábios escaparam de minhas ordens se abrindo em um sorriso. Tratei de fechá-lo rapidamente.

- Montanha? - Arqueei as sombrancelhas.

- Três quarteirões, esquerda, cinco quarteirões, direita, direta, estrada de terra, montanha. Simples. - Riu pelo nariz, se levantando. - Até amanhã, Britney. - Sorriu.

- Até... - Murmurei, tentando digerir tal cena. - Hoje. - Ri.

- Não teve graça. - Brincou.

- Quem disse que era pra ter?! - Rimos, novamente.

Ele se retirou, desligando a luz do quarto e fechando a porta.

- Boa noite, curiosa.

- Boa noite, garoto problema.

**

Horas depois de um rápido cochilo, comecei a pensar neste último dia. Eu tinha descoberto um lugar novo da escola, descoberto que Bryan e Vick não são adolescentes tão normais assim e acabado de hospedar um estranho na minha casa.

Eu estava consciente?

Não tenho certeza. Talvez fosse apenas um sonho ou alucinação.

- BRIT, VAI SE ATRASAR! - Justin berrou, da cozinha.

Não, não era sonho ou alucinação.

- Você não disse para te encontrar lá? - Gritei de volta.

- Você vai. - Respondeu, agora da porta do meu quarto. E não, ele não havia aberto a mesma.

- Então vou com você. - Ri, me levantando da cama.

- Não vai não. Vai é se virar, porque eu vou com seu carro.

- GAROTO PROBLEMA ESTÚPIDO IDIOTA FAMINTO, DEVOLVA A CHAVE DO MEU QUARTO E DO MEU CARRO! - Gritei, após ver que as chave que haviam em cima do meu criado-mudo tinham sumido. Revirei os olhos, bufando de raiva.


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Notas finais do capítulo

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