Cold Night escrita por Naomi Santos


Capítulo 8
Aprisionada


Notas iniciais do capítulo

Então pessoas do meu coração, a fic só vai ter mais dois capítulos e depois o epílogo. Por enquanto, é isso que eu tenho em mente...
Esse capítulo não ficou muito bom, mas mesmo assim espero que gostem!
Enjoy



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            Era uma sala escura, fria e úmida. A menina se encolhia no canto mais distante do cômodo. Ali, se encontravam uma cama de casal, guarda-roupas e uma cômoda. Não havia decoração, a não ser pelo tapete aveludado no chão. Mas ela não queria ficar na cama, fingindo que estava tudo bem. Não, ela iria ficar o mais isolada possível.

            Enquanto isso, ele estava sentado na outra extremidade do quarto, observando-a e sentindo-se mais culpado que nunca. Sentia-se preocupado também, afinal, ela permanecia quieta. Não parecia com alguém que descobrira a verdade, ela devia estar gritando, ou chorando, ou com olhos apavorados. Mas ela parecia normal, só que mais quieta.

            -Por quê? –A voz dela soou arranhada e grogue. Na fraca luz que havia ali, ele viu seus olhos verdes o encarando.

            -O quê? –Ele perguntou de volta. Ela soltou suas mãos dos joelhos e endireitou o corpo.

            -Por que me ajudou? Por que não me machucou? Por que eu estou aqui? –Ela respondeu, olhando-o nos olhos. Por mais que queresse, não conseguia odiá-lo. As perguntas a faziam ficar confusa. Ela não entendia em como ele podia ser um monstro, quando a ajudou tanto.

            -Melissa – ele começou, escolhendo as palavras com cuidado – eu mesmo não sei a resposta para essas perguntas. Mas eu não quero machucá-la e não acho que eu já tenha me sentido desse jeito antes: tão mal por um humano.

            Melissa ponderou por um momento. Ele parecia estar dizendo a verdade, mas isso não mudava nada. Ela continuava presa aqui, sem poder sair, vivendo no meio de critaturas malignas que saíram de dentro de livros de terror.  No fim ela suspirou, levantou-se e andou até a cômoda.

            -Se vou ficar presa aqui, vocês poderiam ter uma quarto mais bonitinho, não acha? –Ela perguntou, aquilo era sua tentativa de mudar de assunto. Ele fez uma careta.

            -Este é meu quarto.

            Ela prendeu a respiração por um segundo. Depois seus olhos se arregalaram. E então voltou ao normal, agindo (ou tentando agir) indiferente. Até que ela sentou-se na beirada da cama e deixou-se jogar para trás, pensando e relembrando tudo. Toda sua vida mudara de repente. E então, ela desejou não ter aceitado a ajuda de Alec, desejou ter dado um jeito e voltado para sua avó problemática e mal-humorada.

            Se ela estivesse nos Estados Unidos, ela estaria em casa, lendo um livro e escutando música, ignorando as reclamações de sua avó. Se ela estivesse nos Estados Unidos, estaria em semana de aula, conversaria com as amigas, sairia para o cinema... Mas agora, tudo era consequência de ela ter conhecido Alec. Ah, Alec, como você mudou a vida dela!

            Ninguém disse mais nada, até que Melissa pegou no sono, aconchegada no cobertor da cama de Alec.

***

            Quando acordou, ela queria ter tido apenas um sonho, e não estar ali realmente. Ela queria que Alec fosse um cara qualquer, que ela conheceu e gostou. Mas é claro que tudo era real.

            Pela manhã – ou ela achava que era manhã, pois é díficil julgar um horário de dentro de um lugar sem janelas – Demitri apareceu com uma bandeja de comida. Tinha pão, suco, queijo fresco.

            Ninguém falou com ela, até que Melissa se jogou na cama e adormeceu novamente. Acordou com alguém fazendo sombra em seu rosto. Quando seus olhos se focaram, percebeu que era Jane e pulou na cama.

            -Não a assuste, Jane. –Repreendeu alguém. Melissa se esticou para ver quem era.

            -Ah, Félix, me deixe em paz. –Respondeu ela. Jane sorriu, uma simpatia falsa demais para que alguém acreditasse. – Bom dia, Melissa. Dormiu bem?

            -Vocês não podem me manter aqui. –Melissa disse, de repente, todos os sentimentos do dia anterior retornando. Ela sentia-se com medo, mas eram tantas coisas a se temer que ela nem sabia responder o que a deixava mais apavorada. Também estava com raiva, estava muito brava por eles a manterem trancada, como uma prisioneira.

            Jane riu, o som de sinos ecoando por todo o cômodo. O som fez Melissa tremer e ela recuou um passo, fechando as mãos e tentando parecer corajosa. Bem, tentando.

            -Oh, por favor. Fique quieta. Aro quer te ver. –Jane sorriu de novo, aparentemente se deliciando com a situação. Melissa não queria outra amostra do que a menina de olhos vermelhos podia fazer, então saiu de perto dela.

            Melissa levantou-se da cama, tentou ajeitar a blusa amarrotada e encarou todos que estavam ali. Alec a olhava sério, e junto dele haviam mais dois vampiros. Ele andou até ela, e indicou que eles começassem a andar. Do lado de fora, mais vampiros, todos olhando para Melissa.

            Os corredores eram feitos de pedra e não eram mais aconchegantes que o quarto de Alec. Melissa andava atrás dele, que seguia na frente de todos. Parecia que aquela caminhada não acabava nunca, sempre que entravam em uma passagem, ela saía em outro corredor igualmente frio. Os passo dela eram altos e ecoavam, já os passos daqueles atrás dela, eram suaves e quase inaudíveis.

            Enfim, chegaram numa sala quente e iluminada, com um balcão e uma mulher atrás dele. Ah sim, Melissa se lembrava dessa parte do castelo. Estremeceu, lembrando-se de todas aquelas pessoas inocentes. Afinal, não foi um sonho, como ela pensara.

            -Olá, Gianna. –Disse Jane, agindo como se aquela comitiva toda fosse apenas um passeio à caminho de um piquenique. A mulher pensou um pouco antes de responder, seus olhos analisando Melissa e Alec.

            -Bom dia, senhorita Jane. –Então a mulher sorriu, indiferente. Ela voltou seu olhar para o computador em sua frente e deixou que eles passassem por ela sem fazer pergunta alguma.

            Eles chegaram até portas duplas que davam para uma grande câmara iluminada. Três tronos estavam ali e parado no meio de todo o salão, um homem pálido e de olhos vermelhos, que já havia estado em pesadelos da Melissa. Ele abriu os braços, como quem se orgulha do que está a sua volta e quer mostrar a quem quer que seja. Atrás dele, haviam outros dois, igualmente pálidos e com rostos sem expressões.

            -Bem, isso vai ser interessante. –Murmurou Félix.


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