Três anos depois...

            A tarde era chuvosa e as nuvens esconderam o céu azul de Manhattan. Pingos d’água caíam sem parar desde a manhã. A loura andava apressada, segurando um guarda-chuva sobre a cabeça e tentando desviar das pessoas. Ela parou na avenida, olhou para os lados e decidiu chamar um táxi. Assim que o carro parou à sua frente, ela fechou a sombrinha e abriu a porta.

            Mas antes de entrar, seus olhos cruzaram com os dele. Eles ficaram se encarando por um tempo, olho no olho, parados na chuva.

            -Ei, moça! Vai entrar ou não? –Perguntou o motorista. A essa altura, ela já estava ensopada de chuva.

            -Não, pode ir. –Ela respondeu, fechando a porta. O taxista praguejou e seguiu com o carro.

            Os dois ainda se olhavam de lados opostos na rua. Ele se lembrava, ela não. Ou quase. No fundo, ela sentia um calor, uma sensação estranha de que já vira ele antes, mas não se lembrava de onde, nem quando.

            Algo dentro dela a fez atravessar a rua, parando em frente à ele. O jovem tinha um olhar triste e aliviado, e ao mesmo tempo, feliz em vê-la. Então ela o reconheceu. Não lembrava de tê-lo visto pessoalmente, nem se lembrava de seu nome, mas tinha certeza de que era ele em seus sonhos. Ela tinha vislumbres de olhos violetas, vislumbres de um casaco preto, vislumbres de uma cidadezinha antiga.

            Sem dizer uma palavra, ele a beijou. Tomou-a em seus braços e abraçou-a forte, como se não quizesse mais soltá-la. E não queria mesmo. Ela sabia que aquilo já havia acontecido uma vez, sabia por seu coração, que o amava.

            Se soltaram e ele estedeu a mão.

            -Alec Volturi. –Disse. Ela sorriu, ah, ela lembrava desse nome de algum lugar.

            -Melissa Grace. –Ela respondeu, pegando a mão dele e balançando-a.

* Fim *