PVO Bella

Eu tinha uma vida confortável e boa. Tinha uma excelente vida, aliás. Uma mãe que eu adoro, ótimos amigos, um bom namorado... Bem... Quando se fala de Jacob, não o podemos descrever como um bom namorado.

Ele conseguia ser carinho e era um verdadeiro pedaço de mal caminho mas... Eu não o amava! Nem apaixonada eu conseguia estar por ele. Eu só achava que ele queria uma única coisa de mim... Sexo! Jacob parecia um tarada o tempo todo e eu desconfiava que ele me traía.

Eu admito... Sou virgem! Não que seja puritana e espere pelo casamento mas... Quando eu me entregar a alguém, quero que seja alguém que eu realmente goste e que seja um momento especial.

Eu me achava fútil e chata. Acredita que eu consigo encontrar tanto defeito em mim!? Normalmente todo o mundo se acha perfeito e segue a sua vida. Mas eu gostava de conseguir mudar de atitude, parecer mais madura e disposta a uma vida mais séria.

Minha mãe, é o que podemos chamar de... Perua... Nunca teve que trabalhar na vida e sempre viveu de todo o dinheiro que me avô James lhe deixou.

Meu pai, nunca o consegui conhecer bem, porque ele se separou da minha mãe quando tinha 2 anos. Nunca entendi o porquê de eles se separarem e meu pai nunca mais aparecer. Foi, mais ou menos, na altura em que Renesmee nasceu.

Nunca conheci a minha irmã e, sinceramente sinto pena disso. Eu gostava de poder a conhecer melhor.

Mas tirando algumas partes estranhas da minha vida, posso dizer que era bem sortuda por tudo de bom que aconteceu.

Mas nesses últimos dias, o meu mundo virou do avesso. O meu pai veio passar 3 meses connosco, junto com a minha irmã mais nova e o meu mais novo sonho... Edward Cullen!

Ele era aquele homem com ar de garoto e pose de galã. Uma verdadeira tentação aos meus olhos. Ele era extremamente lindo com aqueles cabelos acobreados e olhos que mais pareciam duas enormes esmeraldas verdes. O meu sonho de consumo.

Mas voltando ao meu pai e à minha irmã... Ela era a mulher mais diferente de mim, neste mundo. Somos completamente diferentes, em absolutamente tudo. Por isso nos damos tão mal. Apesar de eu querer ter uma boa relação com ela, a minha mente fica nublada quando começamos a discutir. Aquela peste tem o dom de me irritar profundamente.

Além disso, ela se dá super mal com a nossa mãe, afirmando que a odeia com todas as suas forças. Nunca percebi a história entre elas mas... Admito que também ficaria frágil em algo assim. Apesar de não saber bem a situação, ela parecia muito sensível quando o assunto era a nossa mãe.

–Isabella, queria falar comigo? -minha mãe me tirou dos meus pensamentos, olhando para mim com carinho.

Eu estava disposta a fazer tudo para saber sobre a situação entre ela e Renesmee. Queria saber o porquê de tantos problemas e porque o meu pai e ela se dão um pouco mal.

–Sim, mãe. -confirmei e me sentei na cadeira à sua frente. Estávamos no enorme escritório da minha mãe, onde ela passava a maior parte do seu tempo, quando não estava a fazer compras. -Eu queria que me esclaresse uma dúvida.

–O que é? -perguntou interessada.

–Pode me explicar o porquê de Renesmee a odiar tanto? -fui o mais direta possível na pergunta. Eu não queria rodeios, queria respostas.

–Isabella...

–Só quero saber a razão! Ela odeia tanto a senhora e eu quero saber porquê. O que você fez para ela se comportar assim na sua presença?

–Quando Renesmee nasceu... -começou a relatar.

"Eu e seu pai começámos a ter mais discussões que o habitual. Tudo para nós era um drama. O seu avô James era contra a nossa relação e, o dinheiro que Charlie ganhava, mal dava para pagar as despesas. Você já dava tanto trabalho, com os seus 2 aninhos que tentar bancar o nascimento de Renesmee, se tornou uma missão impossível.

O seu pai me atirava à cara que eu não estava a fazer um bom trabalho como mãe, que não tentava achar soluções para podermos viver de melhor maneira.

Eu andava completamente farta! Já não conseguia olhar para Charlie e não conseguia manter uma boa relação com ele. Charlie se matava a trabalhar para nos sustentar e eu, em casa, ainda discutia com ele e o estressava mais.

Eu via a culpa estampada nos seus olhos. Eu era a culpada por tudo o que havia de mal na nossa vida. Não sabia dar valor a nada. Só tinha 23 anos e era tão jovem. Já tinha 2 filhas e me sentia que me estavam a tirar o mundo da minha frente.

Decidi me separar de Charlie e lhe dar Renesmee para ele cuidar. Não queria que ela crescesse a ver o fracasso e desilusão que eu era. Preferia que ela me visse como uma desistente e pessoa má, do que ver a desilusão nos seus olhos..."

–MÃE, A DESILUSÃO ESTÁ LÁ! COMO É QUE VOCÊ PODE ABANDONAR RENESMEE POR UM MOTIVO TÃO FÚTIL!? -gritei raivosa.

Eu não acreditava que ela tinha abandonado a sua filha por um motivo tão fútil como aquele. Mas quem é que ela pensava que era!?

–NÃO TINHAMOS DINHEIRO! EU ERA UM FRACASSO! NÓS SÓ VIVEMOS BEM PORQUE O SEU AVÔ ME DEIXOU VOLTAR A VIVER SO SEU DINHEIRO! ELE ODIAVA CHARLIE! ASSIM COMO ODIAVA VOCÊ! ELE SÓ GOSTAVA DE RENESMEE, POR ELA SER A RAZÃO PARA QUE O DINHEIRO NÃO FOSSE SUFICIENTE! Eu sinto muito filha... Eu sei que ela não me devia dar uma oportunidade mas... Eu só queria consertar tudo...

–Você é uma mãe horrível... Como pode!? Renesmee precisava de uma mãe... E você foi uma merda como mãe... -senti a minha face arder, por conta do contato violenta entre o meu rosto e a sua mão.

Ela me bateu... pela primeira vez na minha vida, ela me bateu...

–Não... Diga isso! Já ouvi essas palavras da boca de Renesmee, não preciso ouvir de você! Não de você! -ela parecia desolada com toda a situação, mas eu também estava.

Pensei que Renesmee só estava fazendo birra mas... Ela tinha mesmo a abandonado! Tinha mesmo sido uma bosta como mãe!

–Digo sim! Você não presta como mãe! O que você fez com Renesmee não fica pago pelo que fez comigo! Ou Charlie te obrigou a ficar comigo? -perguntei desafiante. Eu sabia que o meu pai era uma boa pessoa e não seria capaz de algo assim.

–Ele... Queria ficar com as duas... Mas eu dispensei Renesmee... -eu não conseguia ouvir mais nenhuma palavra dela, saí de rompante do escritório. As lágrimas rolaravam lentamente pelo meu rosto e eu, só conseguia ficar parada.

Eu estava com nojo! Muito nojo da minha mãe! Nem sei como alguém pode fazer isso com uma filha!?

Agora eu entendia toda a raiva de Renesmee. Ela não merecia aquilo. E eu que fui tão injusta com ela...

–Bella... Porque você está chorando? -a voz linda se Edward soou pelos meus ouvidos, fazendo o meu coração disparar. Eu precisava do seu consolo e carinho neste momento. Eu não queria aceitar tudo o que acabei de ouvir.

–Edward... -sussurrei e corri contra o seu corpo, envolvendo o seu corpo com os meus braços pequenos. Senti os seus braços passarem pelo meu corpo, me envolvendo também.

–Bella... Shhhh... O que foi? -perguntei com aquela voz suave, com uma pontada de preocupação. Eu olhei para o seu lindo rosto.

–Ela... É um monstro! Como? Como ela pode fazer algo tão sujo? -perguntei com a voz trêmula, pousando a minha cabeça no seu peito.

–Do que você está falando?

–De Renée. Como ela pode fazer algo tão bárbaro a Renesmee? Ela a abandonou... A rejeitou... -ela murmurava, ainda incrédula. Ele puxou o meu rosto, me obrigando a olhar para os seus olhos verdes lindos.

–Eu tinha te dito. Renesmee sofreu muito por Renée. Eu vi, todos os dias a sua dor. -ele me disse, respirando fundo.

–Como?

–Ela chorava muitas vezes ao meu lado. Eu era o seu ombro de consolo. Também posso ser o seu, se quiser. -ri baixinho e, por segundos, reparei o quão próxima estava do seu rosto perfeito. Aqueles lábios tão desejosos, eram o meu sonho todas as noites. Ele era um anjo que tinha entrado na minha vida.

–Eu não quero o seu ombro para meu consolo... -sussurrei e vi confusão em seus olhos.

–Não?

–Quero os seus lábios... -sussurrei e colei os nossos lábios de forma urgente.

Ele parecia um pouco surpreso com a minha atitude mas logo correspondeu aos meus lábios esfomeados pelos seus.

Eu não queria saber de Jacob, nem de Renée, nem de nada naquele momento... Eu só queria me perder nos braços de Edward Cullen!