–Nem pense nisso Edward! -dei um tapa rápido na sua mão e peguei na última fatia do bolo de chocolate. -Você não quer ter uma inimiga poderosa. -ameaçei, me desmanchando a rir em seguida. Ele me acompanhou.

–Eu sei o quão perigosa você é quando o assunto é comida! -gracejou e eu dei uma enorme dentada no meu bolo.

–Sou uma pessoa que não gosta de partilhar! -falei com a boca cheia, vendo algumas migalhas saltarem da minha boca. Edward fez uma cara de nojo muito mal conseguida.

–Se você não gosta de partilhar, porquê você mandou algumas migalhas para cima de mim?

–Caridade fofo. Eu sou uma pessoa de bem. -a minha frase fez com que Edward explodisse numa estrondosa gargalhada.

–Pessoa de bem? Que tal eu ter perguntado se você era uma pessoa de bem à sua irmã, depois de ter lhe despejado o suco de laranja em cima, num jantar com convidados? -me lembrar desse jantar irritou-me profundamente. Foi o jantar onde me iludi sobre aquele babaca imprestável do Jacob e ainda tive que ouvir o pedido de perdão de Renée.

–Que gracinha Ed. Você foi abençoado por Deus com tanto humor a sair dessa sua boquinha!

–Nessie? -a voz de Kim se pornunciou atrás de mim. Me virei, encarando-a com um sorriso. -Sua mãe pediu para que você a encontrasse na sala de estar. -me informou. Bufei irritada.

–Há forma de eu me poder escapar das garras da bruxa má sénior? -perguntei em um dos meus pensamentos altos.

–Não Nessinha.

–Última vez que me chama de Nessinha! -exclamei, atirando o pedaço de bolo que segurava contra a sua cara. Kim e eu rimos ao ver o resultado do arremeço. -Você fica muito mais gostoso com bolo de chocolate espalhado pela sua cara, Ed. Muito mais gostoso. -gracejei, tirando um pouco de chocolate da sua cara com o dedo e levando à boca. Kim continuava a rir.

–Eu mato você Renesmee Carlie Swan! Eu juro que mato você! -ameaçou com uma voz dura e grossa que por um momento me fez arrepiar.

–Eu até deixava Edward mas a senhora Swan exigiu a presença da filha. -Kim interrompeu a nossa pequena guerra, me dirigindo um olhar que me pedia para a seguir. Me rendi e a segui, indo em direção à salada de estar. Lá já estava a senhora Renée Marie Swan, num vestido branco que ostentava poder e dinheiro. A imagem me deu uma volta ao estomâgo.

–O que você quer de mim? -perguntei duramente, cruzando os braços sobre o peito. Ela me olhou com um sorriso e respirou fundo antes de responder.

–Eu não estava a brincar quando disse que iria tentar que conseguissemos criar uma ligação de mãe e filha. Estava a pensar em irmos a algumas butiques, passear e comprar, passar algum tempo de qualidade juntas. -ela explicou.

–Você chama passear e comprar em butiques, tempo de qualidade entre mãe e filha? Preste atenção ao que eu vou dizer! Eu não sou a sua filhinha Isabella! Não me divirto, nem me contento a passear em lojas de roupa. Isso não é criar ligação entre mãe e filha. É um desperdício do meu precioso tempo.

–Hoje não Renesmee! Você vem comigo e tentaremos nos divertir! Eu sou sua mãe e quero passar algum tempo com você. -pegou com força no meu braço e me arrastou até ao carro, sobre os meus protestos.

–Mas quem você pensa que é para me obrigar a passar tempo com você!? Você não percebe que eu lhe odeio e não aguento estar na sua companhia!? -tentei ser o mais bruta possível para me livrar da bruxa mas ela parecia irredutível.

Ela me obrigou a entrar no carro e se sentou ao meu lado no banco de trás. Deu ordens ao motorista para nos levar para uma butique qualquer.

–Eu sei que você me odeia pelo que eu fiz mas um dia vai entender o porquê das minhas ações. Eu nunca quis magoar você. Só queria a proteger de mim e do que eu era. -tentou se explicar, pegando na minha mão. Eu senti uma alegria enorme naquele contato tão simples entre nós. Mas não deixei transparecer, retirando a minha mão.

–Você não me protegeu de nada. Só me mostrou o quão duro pode ser o mundo lá fora e que as pessoas que deviam estar prontas para te amar podem te deixar. -me encolhi no canto do carro e suspirei.
Ela não voltou a expressar numa palavra e fiquei feliz de certa forma.

Eu queria que aquela viagem interminável acabasse, para eu conseguir estar a, pelo menos, 5 metros daquela mulher.

O carro parou e o motorista abriu a porta à bruxa má. Eu própria abri a minha porta e saí, deixando o homem e Renée um pouco surpresos com a minha atitude. Olhei para a loja e parecia daquelas que vendia um par de sapatos a preço de ouro.

–Vem Renesmee. -ela entrou na loja e eu, meio contrariada, fui atrás dela. A loja era bem iluminada por dentro e tinha um monte de roupas, sapatos e bolsas. Renée foi muito bem recebida pelas empregadas que lá trabalhavam.

–Olá senhora Swan. Bem vinda! -a cumprimentaram com um beijo no rosto. Renée parecia contente por receber toda aquela atenção por parte daquelas mulheres.

–Esta é a minha filha Renesmee. -Renée me apresentou e eu me limitei a acenar para as mulheres, sem mostrar muita intimidade. Elas fizeram o mesmo, esbanjando um sorriso bem falso nos seus rostos.

–Muito prazer em conhecer a sua filha. É... Muito bonita... -a voz da mais velha era de puro sarcasmo, me deixando furiosa com a sua ousadia.

–Pelo menos ainda não tenho rugas a gritarem os meus 60 anos! -debochei a vendo mudar de cor por conta da irritação que lhe causei. Renée limpou a garganta e voltou a sorrir.

–Queria saber se a minha amiga Rosalie Mendes já lançou mais alguma peça. -pediu empolgada e eu não controlei o instinto de revirar os olhos. O mundo está perdido...

–Já Renée. Um vestido azul escuro lindíssimo. Perfeito para eventos importantes. -a empregada foi buscar o vestido e tenho que admitir, era realmente lindo. Azul escuro, meio esvoaçante, com alguns pormenores com brilho pela alça única e na cintura.

–É fantástico. Rosalie fez um trabalho extraordinário. -Renée olhou de soslaio para mim. -Adoraria que você experimentasse o vestido Renesmee.

–Não, obrigada. Não faz muito o meu estilo. -dispensei logo, dando alguma atenção aos sapatos expostos.

–E o que faz o seu estilo? -ouvi uma empregada perguntar.

–Com certeza nada do que vocês aqui vendem! -respondi, continuando a encarar os sapatos.

–Renesmee! -Renée me repreendeu pela minha sinceridade e eu a encarei.

–Qual é o problema de mostrar o meu desagrado por estar presa nesta loja chata, cheia de roupa que está a ser vendida ao preço de ouro e ainda por cima na sua companhia. Nada me podia deixar mais aborrecida neste momento. -foi bem direta com ela. Até parece que ficaria intimidada por estar à frente de umas quantas peruas sem nada na cabeça. As mulheres ficaram horrorizadas com a minha frontalidade.

–Renesmee... -Renée me puxou para um canto. -Se comporte nem que seja um minuto na sua vida! Mas será que Charlie não lhe deu educação!?

–Nem se atreva a pronunciar o nome do meu pai para o criticar. Por você é uma merda no que toca a ser mãe. -senti a minha face queimar e me apercebi que Renée me tinha batido. Como é que ela se atreveu a me bater!?

–Classe Renée... Você esbanja classe! É uma merda como mãe e ainda acha que tem o direito de me bater. Aprenda que eu não sou sua filha, DE UMA VEZ POR TODAS! -gritei alto, a deixando naquela loja chata com as empregadas. Fui ter com o motorista e pedi que me deixasse entrar no carro. Eu sabia que Renée ainda ficaria lá dentro.

Ele, um pouco apreensivo para fazer o que eu pedi, destrancou o carro e eu me sentei no banco de trás, com a cabeça sobre os joelhos.

Me tirem daqui...

PVO Edward

Estava um pouco aborrecido por estar naquele casarão enorme sem nada para fazer. Renesmee tinha saído com Renée e Charlie passeava pela casa com os empregados para se familiarizar melhor.

Eu estava sentado na espreguiçadeira à beira da enorme piscina da casa Swan, olhando para o movimento subtil da água.

Mas ouvi um barulho a meu lado e quando me virei tive uma pequena visão do paraíso. Isabella Swan, a linda mulher loira que me tinha enfeitiçado, estava deitada na espreguiçadeira ao meu lado, com um biquíni estampado branco e preto e uns óculos de sol sobre os seus olhos.

–Oi. -a sua voz delicada soou como mel aos meus ouvidos, nada parecido com aquela voz furiosa que ela ostentava quando falava com Renesmee.

–Oi.

–Onde é que está a imprestável da minha irmã mais nova? -perguntou com certa ironia.

–Está com Renée e Renesmee não é nenhuma imprestável. Vocês se podem dar mal mas eu a conheço e sei o porquê de ela ser assim. -expliquei, dando mais uma rápida olhada para o seu corpo perfeito.

–Acho que não partilhamos da mesma opinião Edward. -o meu coração deu mais uma batida por ouvir o meu nome sair daqueles lábios rosados e tentadores.

–É pena... -lamentei, não continuando a frase. -Porque é que você está de biquíni? -tentei fazer a pergunta sem parecer demasiado atrevido.

–Apanhar um pouco de sol. Me acho demasiado branca.

–Eu acho a sua cor perfeita. Parece a Branca De Neve. -idiota! Soou totalmente que eu estava tentando flertar com ela. Mas me acalmei um pouco quando ouvi a sua risada.

–Você é um perfeito cavalheiro. Quem me dera que Jacob fosse assim... -a frase pareceu morrer ali.

–Você está tendo problemas com o seu namorado? -admito que estava a gostar do rumo da conversa e de saber que havia problemas entre eles. Adito que tinha gostado daquela linda mulher que consegue ser delicada quando assim o quer.

–Não é bem problemas. É que... Jacob consegue ser um pouco... Frio comigo. Às vezes sinto que ele só está à procura do sexo. - engoli em seco assim que ouvi a palavra sexo. Eles eram namorados, é óbvio que já tinham transado.

–Se ele só está à procura de sexo então não sabe o que perde em não dar atenção a você.

–Obrigada. -vi as suas bochrchas mudarem para um irresistível tom de vermelho. Nós ainda não chegamos aos... Finalmentes... -a sua voz era um sussurro mas eu percebi perfeitamente o que tinha saído da sua boca. Ela provavelmente ainda era imaculada. Pelo menos dele...

–É bom esperar! Melhor do que nos entregarmos para uma pessoa e sofrer uma desilusão enorme.

–Você tem razão. Eu acho exatamente o mesmo. Eu... Gosto de Jacob mas não me sinto preparada o suficiente para tomar um passo tão grande na relação. Além disso, esperar nunca matou ninguém!

Era verdade! Mas se eu esperasse demasiado poderia a perder para Jacob e isso era algo que eu não queria nada...