Supernova Explosion escrita por RabbitdoJacob, lallie


Capítulo 4
Dishes and Talk




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Depois de secar meu cabelo e vestir jeans e uma blusa vermelha discretamente decotada, desci e me sentei ao lado de Charlie, que me abraçou pelos ombros. Assisti ao resto do jogo ouvindo reclamações ocasionais dos três.

“Hey, o que você quer para o jantar?”

“Não se preocupe, garota. Nós pedimos pizza e sobrou algo pra você na cozinha” Pelo olhar de Charlie, percebi que não havia sobrado tanta pizza assim.

“Tudo bem, eu vou aproveitar e lavar isso” Me inclinei para a mesa de centro e peguei os pratos sujos. Jacob se levantou e pegou as latas vazias e os guardanapos jogados por ali.

“Eu te ajudo com isso” Ele sorriu e eu retribuí ao gesto, indo para a cozinha enquanto ele me seguia. Joguei tudo na pequena pia e comecei a lavar quando o silêncio já ficava desconfortável. Eu era uma tagarela insuportável, silêncio era tortura pra mim.

“Jacob Black.” Repeti o nome dele com um tom pensativo na voz e ele me olhou curioso enquanto secava o que eu lavava. “Eu já ouvi esse nome antes...”

“Talvez em alguma revista sobre modelos” Ele fez uma pose de modelo forçada e engraçada, me fazendo rir junto com ele.

“É, acho que sim” Entrei na brincadeira dele, ele era divertido.

“Você não deve ter ouvido falar muito de mim, na sua bolha Cullen, mas eu sou famoso mundialmente”

“Bolha Cullen?” Eu ri da expressão irônica dele, que era repleta de verdade. “É, não há espaço para modelos na bolha Cullen, especialmente quando...” Não completei a frase, com medo de estar falando demais. A minha mente trabalhava incessantemente enquanto fazíamos aquela brincadeira boba. Ok, eu sei de onde aquele nome me soou familiar.

“Quando...?”

“Você” Eu fiz uma pausa, meio hesitante “É o melhor amigo de minha mãe, não é?”

“Da ultima vez que eu chequei.” Ele sorriu, mas seus olhos ganharam pesadas notas de tristeza “E faz muito tempo”

“Desculpe tocar no assunto” Suspirei enquanto entregava a ele o ultimo prato.

“Tudo bem, não tem problema. Só faz muito tempo desde que eu... Bom, como estão Edward e Bella?”

Resolvi quebrar o gelo no clima daquela conversa “Segunda lua de mel. Eu os expulsei de casa depois que eu descobri o real motivo de uma cama no quarto de um casal de...” Silêncio de novo. Ele era o melhor amigo da minha mãe, sabia que eu era uma Cullen, mas até onde ele sabia das coisas? Ele sabia o mínimo, como vovô Charlie?

Jacob apenas riu e sussurrou “Vampiros, pode falar”

“Como você...”

Ele me interrompeu “Melhor amigo da sua mãe, lembra?”

“E humano. Isso é altamente perigoso. Quero dizer, e se os Volturi descobrissem?”

“Renesmee, meus antepassados já haviam cruzado com os Cullen antes. Eu sei de tudo sobre você e sua família. E também... bem, nós temos os segredinhos da tribo”

“Segredos? Que segredos?”

“Você sabia que segredos não podem ser contados?” Ele riu.

“Não é justo. Você sabe o meu segredo e eu não posso saber o seu?” Fiz um biquinho e ele se aproximou de mim, um sorriso brincando em seus lábios. “Okay, você é... quente” Falei antes mesmo de pensar e a frase soou estranha demais. Uma das sobrancelhas de Jacob arqueou-se para cima. “Eu quis dizer sua temperatura” Corrigi de imediato enquanto tocava a testa dele com a palma da minha mão. A pele avermelhada dele queimava em uns bons 42ºC ou 43ºC.

“Você está bem? Acho que você está doente e...” Minha voz era urgente, então ele riu.

“É só minha temperatura normal, Nessie”

“Do que você me chamou?”

“Er... Nessie? É um apelido”

“Já estamos na fase dos apelidos?”

“Me desculpe” Ele estava completamente sem graça e encarava o chão. Eu então soltei uma risada travessa.

“Hey, tudo bem. Eu estava brincando. Nessie, huh? Eu gosto, na verdade. É bonito”

“Yeah, não sei de onde sua mãe tirou inspiração para esse nome”

“Meu parto deve ter sido realmente doloroso” Rimos juntos. “Mas isso me dá direito de te dar um apelido também, você não acha?”

“Infelizmente você tem razão. Que tal Jake?”

“Jake é sem graça, todo mundo deve te chamar assim. Hm...” Passei os olhos pra cozinha, pensativa, e então sorri maldosamente. “Já sei! Jakey é fofo o bastante pra te deixar irritado se eu te chamar assim na frente de outras pessoas”

“Aaaaah, isso não é justo! Eu te dei um apelido que você gosta e você vai me dar um que me irrita?”

“Seu apelido é fofo. E se você reclamar muito, vou te chamar de ursinho Jakey” Meu sorriso cresceu.

“Não, Jakey está ótimo. Maravilhoso, na verdade”

Eu ri e ele me acompanhou. Como é fácil conversar com ele.

“De qualquer jeito, Jakey” Enfatizei o apelido e ele rolou os olhos “O que te faz tão especial a ponto de saber o segredo da minha família? E não me venha com ‘sou o melhor amigo da sua mãe’, porque seu pai também sabe”

Ele hesitou por um momento, então uma voz rouca de trovão chamou por ele.

“Jacob, já está tarde. Vamos embora”

“Eu tenho que ir”

“Tudo bem. Você fica me devendo uma resposta” Desencostei do balcão da pia e o acompanhei até o hall de entrada, onde Billy e Charlie se despediam.

“Obrigado pela visita, Billy. Apareça para o próximo jogo”

“Claro, claro. Estaremos aqui. Renesmee, foi um prazer conhecê-la” Os olhos de Billy enrugaram-se enquanto ele sorria pra mim e apertava minha mão.

“Igualmente” Eu sorri e me virei pra Jacob.

“Vejo você por aí, Nessie” Ele beliscou de leve meu queixo e sorriu, empurrando a cadeira de seu pai para fora. “Até mais, Charlie”

“Dirija com cuidado, Jake” Charlie acenou aos dois e fechou a porta, virando-se para me olhar em seguida.

“Então, o que achou do primeiro dia em Forks?”

“Ótimo, na verdade.” Eu sorri e Charlie me fez segui-lo pela escada.

“Estou muito feliz de te ter aqui, Renesmee”

“E eu por ter vindo” Meu sorriso foi interrompido por um bocejo.

“Certo, hora de dormir. Você tem um longo dia pela frente amanhã. Preparada?”

“Eu acho que sim. Mas vamos descobrir isso amanhã” Nós dois rimos e eu segui para o meu quarto depois de escovar os dentes.

Deitei-me na cama que era de minha mãe, aninhando-me ali e observando o já encoberto céu pela pequena abertura na cortina. Pensei em onde meus pais estavam, se sentiam minha falta. Eu sentia a deles, mas o nó em minha garganta era, na verdade, pelo fato de eu não saber o que esperar do dia de amanhã. Meu passeio mental não durou muito e logo eu caí na deliciosa inconsciência.


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