The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 45
Boys only want love if it's torture


Notas iniciais do capítulo

Yeh, alguém aqui se atrasou de novo. Era pra eu postar semana passada, mas como não é novidade, meu notebook é um ser muito quebrável. Aceito um novo.
Outro capitulo inspirado em música, Blank Space pareceu se encaixar perfeitamente no capitulo.
Na verdade, o capitulo era pra ser inspirado em The Call, da Regina Spektor, falando da partida da Annabeth e tals, mas o capitulo fala muito pouco sobre a partida dela e tals, é mais sobre outras pessoas.

E TEMOS AQUI O RESULTADO DA MISS THE BEST SHIT, NADA FORA DO ESPERADO
E A MISS DESTE ANO É..... Anubis. É claro, alguém esperava outro resultado?
Ele foi o personagem mais votado em todas as categorias.
Agora vamos revelar os outros ganhadores (se sentindo no oscar)
1- Melhor bromance: Annabeth e Anubis (tbm acho galera
2-Mais engraçado: Leo Valdez

3- Mais carismático: (não tivemos um vencedor, cada leitor votou em alguém diferente, essa categoria vai estar de novo no questionário ;*)
4- Mais fofinho: (não tivemos um vencedor, cada leitor votou em alguém diferente, essa categoria vai estar de novo no questionário ;*)
5- Mais filho da puta: (não tivemos um vencedor, cada leitor votou em alguém diferente, essa categoria vai estar de novo no questionário ;*)

6- Mais gato: Anubis e Percy empataram, vamos tirar a diferença no questionário desse capitulo.
7-Mais popular: Percy Jackson (nesse ele desbancou o tio Anubis bonitinho)
8-Mais amado: Anubis e Percy empataram, vamos tirar a diferença no questionário desse capitulo.
Vocês não tem noção de como é divertido contar votos e preparar questionário, as respostas de vocês são as melhores



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Annabeth se lembrava de um tempo em que a chegada da mãe em casa significava o fim de sua paz, houveram dias que ao ouvir o som do carro da mãe estacionando na frente da mansão, fazia Annabeth parar o que estivesse fazendo e correr para se trancar no quarto, para não precisar ouvir Athena reclamar dela. Sua mãe sempre encontrava um motivo ou defeito para jogar em cima de Annabeth, mas isso foi antes.

Nos últimos tempos, a chegada de Athena era agradável, Annabeth estudava em Arendelle durante toda a semana, e se impressionou mais do que esperava que quando eu chegava no Solar Faust e via a mãe, a sensação era boa. Voltar para casa nunca tinha sido tão agradável até aquela época.

Mas dessa fez, Annabeth não ficou feliz ao ver a mãe, na verdade, queria fechar os olhos e torcer para estar sonhando. Ela jurou que sua cota de merdas na vida já tinha acabado, mas pelo olhar no rosto de Athena, elas nunca terminariam.

Ela ficou ali parada, mesmo depois de vários segundos depois que Athena soltou as palavras “Vamos ter que ir para a Inglaterra. O mais rápido o possível, uma coisa horrível aconteceu”, Annabeth continuou em silencio, encarando.

Havia uma parte dela, uma parte gigante, que não queria saber o que tinha acontecido, preferia muito ficar na ignorância, ir para seu quarto e tomar um banho quente, encerrar aquela noite perfeita.

Então Athena rompeu o silencio.

–Annabeth. É uma coisa muito desagradável e... – Athena estava começando a contar, mas Ruby a puxou pelo braço.

–Aqui não Athena, deixe a menina tomar banho e vestir algo seco. Você precisa pensar no que vai dizer.

Ela queria abraçar a tia, mas também queria sair correndo. Talvez puxar Percy e sumir dali. Mas ela sequer conseguia olhar para ele, o fio de intimidade que eles tinham começado a criar quando estavam conversando na piscina havia se rompido, ela o sentia tão distante quando no momento que o viu pela primeira vez no Solar.

[...]

Ela estava de meias e moletom, seu cabelo estava molhado e cheirava a shampoo de morango, estava muito frio no escritório de seu avô, mas ninguém deixou Annabeth secar os cabelos ou se agasalhar melhor, assim que saiu do banho, Ruby apareceu na porta do quarto, Athena estava esperando para que elas conversassem. A tia só tinha aparecido por que Annabeth tinha demorado demais no banho, ela sabia que não ia poder organizar certos pensamentos depois, sabia que o que Athena queria dizer podia atrapalhar a linha de raciocínio que ela queria focar agora. Então ela deixou que a água fervente fizesse isso por ela, a água estava quente a ponto de queimá-la, o banheiro estava esfumaçado e ela não conseguia enxergar quase nada.

Deixou que sua mente a levasse longe, deixou a mãe esperando lá embaixo, fingiu que o vapor da água era nuvem, e onde a água queimava sua pele, deixava uma mancha vermelha, mas não importava, quando Percy a tocou, havia queimado ainda mais.

Ela tinha deixado ele lá embaixo também. Percy tinha saído, descontraído, assim que Athena deu a notícia. Ele só saiu, e Annabeth não podia ficar chateada por isso.

Aparentemente nada seria exatamente perfeito pros dois. Mas como ele podia saber que era alguma coisa ruim? Como podia saber que não era uma viagem rápida, ela não estava simplesmente fugindo de novo... Pelo menos ela achava que não.

Ruby a acompanhou pelos corredores, estava de braços cruzados e andava devagar. A tia sempre se parecia mais nova do que realmente era, sempre sorrindo, ainda se parecia com uma jovem adulta, pronta para bater numa gangue de motoqueiros. Os cabelos dela eram loiros agora, como os da filha, mas já foram tingidos de ruivo, como Athena uma vez lhe contou. Quando Annabeth começou a se afastar da mãe na infância, ela se pegava pensando em como seria bem mais legal ser filha de Ruby, morar numa casa moderna, cheia de objetos e móveis comuns, sem o luxo da mansão Chase. Uma casa com plantas, com um sofá feito para se deitar e assistir TV, não só para decoração, uma poltrona vermelha surrada com almofada de retalhos, coisinhas assim.

–É tão ruim assim? - Annabeth perguntou, tentando tirar alguma informação dela.

–Sabe quando os adultos te dizem que as coisas vão ficar bem, mesmo não ficando, eles dizem isso só para te tranquilizar? - Ruby olhou para a sobrinha.

–Sei. – ela respondeu fazendo careta de contragosto.

–Tudo vai ficar bem.

[...]

Athena estava de pé, com a postura rígida, olhando para a janela.

Ao seu lado, na mesa do escritório, o notebook estava aberto, a tela inteira mostrava a foto de um jovem, no máximo 27 anos, de cabelos loiros e olhos castanhos. Tinha algo de rígido em seu olhar, algo frio. A fotografia parecia ter sito tirada por um paparazzi, pois o homem estava no meio de uma rua, de terno e não olhava para a câmera.

Annabeth nada disse quando entrou, se sentou na cadeira e esperou a mãe começar.

–Nesses últimos dias esse homem veio procurar o conselho do banco. Alegando seus tais “direitos”. – ela olhou para a foto na tela com nojo e desprezo.

–Quem é ele?

–Jacob Starkov. Russo, jovem brilhante. Um gênio completo. – Athena fechou a tela do notebook como se não aguentasse olhar para ele. – e um golpista miserável.

–Ele roubou alguma coisa do banco? - Annabeth quase suspirou de alivio. Nunca tinha se importado muito com questões do banco, o que nem Athena nem Frederick gostavam muito, já que ela era sua única herdeira. A menina que herdaria todo o patrimônio dos Chase sozinha.

–Ainda não. Mas tem a intenção. Ele não quer roubar “alguma coisa”. Ele quer roubar “o” banco.

–Não entendi.

–Ele veio até o conselho do banco alegando ter direitos igualitários ao da herdeira Chase. Como ele usou as palavras mesmo¿ - sua língua soltava as palavras com desprezo. – “Minha meio irmã que teve a vida que pertencia a mim”.

O processo para entender as palavras de Athena foi doloroso.

Annabeth se levantou da cadeira num pulo.

–Ele é meu irmão?! – ela falou mais alto do que pretendia.

–Claro que não. Não seja tola. Está mais que claro que ele armou um golpe, um golpe muito inteligente. Mas um completo golpe. Ele veio alegando ter documentos que comprovavam sua parte da herança, que Frederick é seu pai e casado com a mãe falecida dele. Metade do conselho se virou contra mim. 90% dessa metade foi corrompida pelo charme desse rapaz sem escrúpulos.

Controlando a respiração e a confusão, Annabeth perguntou no tom mais leve o possível.

–Como você sabe que ele não diz a verdade? Que ele não é meu irmão e herdeiro do banco também?

Athena pareceu horrorizada.

–Annabeth! Use a cabeça e comece a contar. Ele tem 24 anos e alega ser filho “bastardo” de Frederick. Há 24 anos eu não era casada com Frederick, ele nem era casado ainda, era noivo. Não sei sobre a lealdade do seu pai comigo, mas uma coisa sempre foi clara para mim, seu pai jamais trairia Angélica. Nesse ponto, o golpistazinho errou feio. Ele mora na Inglaterra e mantém contato com membros do conselho Inglês. Não preciso te explicar a grande discussão que se seguiu, e como a outra metade do conselho achou um absurdo as alegações desse rapaz contra seu ex presidente. Starkov disse passar por um exame de DNA tranquilamente. Não sou tola, ele tem um plano muito bem armado. Ele pode conseguir a porcaria do exame, mas nunca vai me fazer acreditar nele.

Linhas de um plano de defesa foi traçado entre mãe e filha, Ruby auxiliando em detalhes importantes. Ficou claro que Jacob Starkov ia usar o fato de Annabeth não ser filha de Athena para virar o jogo. O exame seria feito na Inglaterra, já tinha sido marcado, e lá elas o parariam.

Por algum motivo, pela primeira vez na vida, Annabeth sentiu vontade de proteger o legado da família. Foi um sentimento completamente novo. Ela nunca tinha pensado no assunto, sobre tomar o lugar na empresa que um dia foi seu pai. Mas simplesmente não deixaria o que era da sua família na mãos de um golpista.

Athena e Annabeth partiriam juntas, o exame de DNA seria obviamente realizado entre Annabeth e Jacob Starkov. Por questões de segurança, elas não ficariam hospedadas num hotel, mas sim em Derbyshire, na casa dos faust, Pemberley, onde a tia de Athena, Georgiana, já tinha tomado providencias sobre a chegada delas.

Tinha coisas que Athena não havia mostrado, como o medo em seus olhos. Medo de Jacob Starkov, não dele controlar os bens dos Chase, mas medo da pessoa que ele era. Um jovem sociopata profissional. Foi tudo absurdamente rápido, a mãe contou todos os fatos de uma vez, não esperou para ver se Annabeth concordaria em partir para Derbyshire, Athena raramente se comportava de maneira tão tensa.

Mas Annabeth não estava preocupada. Já tinha enfrentado coisas piores. Já tinha visto coisas bem mais assustadoras, já tinha sofrido o suficiente. Estava indo fazer isso por sua família.

[...]

Quantas vezes Sadie Kane teria que dividir as diferenças de sua família?

Os Kane estavam sempre em bons tempos, sempre cheio de sorrisos e nada de grandes problemas. Uma ótima família para se crescer. Seria ótimo dizer que a outra parte da sua família também era assim. Mas os Faust sempre teriam algo de podre para lidar.

Sadie não se abalou quando sua tia chegou no Solar Faust, quase descabelada, cheia de aflição nos olhos.

“Deu merda”, foi o único pensamento de Sadie.

Ela morou com a tia por algum tempo na mansão dos Chase, quando todos eles tinham esperança de Annabeth voltar e Athena estava tão solitária que seria um crime deixa-la morando sozinha naquele castelo gelado. Por causa disso, ela aprendeu a ler as expressões que a tia tentava esconder dos outros, Ruby era profissional nisso. Tanto que, nos primeiros segundos em que Athena apareceu pela porta da casa, sua irmã mais nova se levantou do sofá e a levou paro o antigo escritório do avô de Sadie, mandando Anubis procurar Annabeth imediatamente. Ninguém tinha notado o clima tenso, estavam apenas curiosos com a mulher loira de sobretudo de pele, parecendo uma deusa francesa de porcelana, alguns ainda não tinham tido a oportunidade de por os olhos em Athena.

Então, Sadie se sentou no sofá e esperou pela desgraça. Ninguém seguiu seu exemplo, estavam todos absortos em suas atividades, achar as coisas na mala para tomar banho, botar pijama e sentar na sala para assistir filme, foi mais ou menos por ai que Anubis entrou na sala parecendo um gato ensopado, a cabeleira negra escorrida no rosto.

Sim, ela estava muito apreensiva, mas como se segurar? Fingir uma crise de tosse não funcionou, Sadie engasgou de rir, e por um momento se esqueceu da mãe e da tia bem ali na outra sala. Ela tinha essa mania de esquecer de pequenos detalhes quando ele estava por perto. Sadie não conseguia entender como alguém podia se parecer com um gato molhado e ainda ser absurdamente bonito.

E enquanto a maioria ria também de Percy e Annabeth ensopando a casa, ninguém podia imaginar que as coisas dariam errado, de novo.

E depois que Athena saiu pela porta, depois que falou com Annabeth, depois que a Sadie observou o olhar no rosto de Percy Jackson definhar, só ai ela entendeu.

Não é justo!”. Mas o que ela podia fazer? Claro que Thalia também percebeu, ela era a melhor amiga de ambos. O sorriso bobinho de Percy assim que ele entrou, as bochechas vermelhas de Annabeth, o jeito sem graça que eles estavam se portando, as falas rápidas demais de Anubis quando ele explicou por que os três estavam molhados, só Sadie sabia que ele falava rápido demais quando estava mentindo ou enrolando alguém.

E quando Thalia também percebeu, ela reconheceu um olhar muito familiar em Thalia, aquele momento em que você só quer socar alguém de tão indignado que você se encontra. Absolutamente não é justo.

[...]

Era muito cedo, a manhã mal havia começado quando Rodney levava as malas de Annabeth pro carro. Quase ninguém da casa estava acordado.

Apenas as 4 meninas estavam ali, como já estiveram pelas outras tantas vezes.

Sobre ir para Inglaterra e largar seus estudos mais uma vez, sobre ter que enfrentar um golpista fingindo ser seu irmão, o que fazia Annabeth ter vontade de chorar era ter que dizer adeus as amigas mais uma vez.

Quantas vezes ela teria que dar as costas para as pessoas mais importantes no mundo para ela?

–Não. Você não vai chorar. – foi Thalia, curta e grossa e pegou Annabeth num abraço. – dessa vez sabemos onde você está indo. Sabemos que vai voltar. Não precisa dizer adeus, por que não é um. Daqui a pouco eu te vejo, Chase.

E com um último abraço grupal desajeitado, Annabeth entrou no carro, sumindo de vista mais uma vez. Annabeth se sentia a protagonista de um maldito romance. Daqueles que a personagem não para, até que chega a tão esperada conclusão que a levasse para casa.

Percy Jackson não estava ali, nem Sadie e Anubis. Os dois últimos tinham se despedido dela de madrugada, a prima ainda estava dormindo. Anubis olhava pro teto do seu quarto, não desceu para ver a melhor amiga ir embora, sabia que aquele era um momento para ela e pras outras meninas. Não ia ser um intruso para ela. Não de novo.

Era impressionante a capacidade que ele tinha para ser um intruso em todos os lugares que ia. Um intruso na casa de Annabeth, entre as amigas dela, um intruso na família da irmã mais nova.

Não. Dessa vez ele ficaria ali sem se intrometer. Ia falar com Annabeth todos os dias, ele tinha certeza disso. Não precisava descer lá e ver aquele rostinho loiro que ele aprendeu a gostar tanto. Ele nunca tinha tido um melhor amigo antes, Annabeth era tanto sua irmã quanto Bianca.

Ele sabia das vezes que Annabeth foi embora, e deixou os amigos para trás. Sabia que foram tempos difíceis para eles. Mas nunca pensou que ia ver isso por seus próprios olhos, estivera do lado da amiga durante todos esses meses, estava acostumado com ela, então ela simplesmente partia, como teve que fazer com os outros.

Um intruso, Nico. Você é um intruso.

[...]

O segundo dia da festa em Hill Wind não foi tão ensolarado como o primeiro. Percy quase tinha ficado para trás, tinha uma coisa de errado com ele. Porém Luke o proibiu terminantemente de faltar a um dia sequer da festa.

Como já tinham explorado muito da cidade no primeiro dia, a maioria quis se sentar no bar do primeiro dia.

A pequena Isis ria de felicidade do sorvete gigantesco que o garçom trazia para ela. Era uma criança inquieta e risonha, Luke gostava de observar a diferença dela com Tessa, sua irmãzinha, apenas um pouco mais nova que Isis. Enquanto Isis era risos e gritos, Tessa era quietinha, de olhos sonhadores enormes e um sorriso silencioso. Luke simplesmente adorava crianças e sabia lidar com elas, por ter tido 3 irmãos muito mais novos que ele, Luke era quase um especialista. Além de ser uma das únicas pessoas do mundo que sabia diferencias Louis de Rory, Luke sabia segurar Tessa sem fazê-la chorar querendo chão.

–Puta sacanagem Annabeth ter acabado de chegar e já ter que ir embora. – quem comentou foi Leo, conversando com Thalia e Bianca.

–Ela tem os motivos dela.

Sadie estava desconfortavelmente quieta, só sorria para a irmãzinha e para Hazel, que fazia questão de conversar com a amiga mesmo com a cara que ela fazia.

Ninguém tinha percebido a carranca de Sadie, todos, menos Nico di Angelo.

É claro que ele teria percebido. Uma ideia palpitava em sua cabeça, ele estava louco para botar em prática.

Então, assim que Sadie se levantou de sua cadeira e disse que ia procurar o irmão para pedir dinheiro, Anubis não perdeu tempo, e discretamente se levantou também e foi atrás dela. Era seu último dia em Hill Wind, no dia seguinte ele voltaria para a faculdade, tinha que fazer essa última tarde valer a pena.

[...]

Ela sempre esquecia o dinheiro na jaqueta, e a jaqueta sempre ficava no carro. O resultado era uma Sadie caçando o irmão mais velho pela cidade.

Não era só pelo dinheiro do irmão, Sadie não estava aguentando ficar sentada no bar por mais nenhum segundo. Tinha algo pesado no ar que ela não conseguia suportar, algo de irritante. Tal vez fosse a áurea de Percy Jackson. Sadie se perguntava se ele gostava tanto assim de se lamentar.

Toda as ruas de Hill Wind eram lotadas de turistas, cheiro de flores e música, hoje até isso deixava a menina com dor de cabeça.

Quando alguém a puxou pelo cotovelo com muita força, seu primeiro pensamento foi gritar pois estava sendo assaltada. Mas logo depois ela alcançou os olhos negros e o cabelo comprido jogado para trás, aquele sorriso de James Dean escondido e banhado de ironia.

Tão irritante.

–Você pinta o cabelo há muito tempo? - Anubis perguntou, brincando com uma mecha azul do cabelo extremamente cumprido dela.

–Você quer mesmo conversar sobre meu cabelo?

–Vamos lá menininha, não vamos ser rude hoje.

Menininha... Ah. Ela queria chutá-lo com força.

–Você está mais metido hoje. É alguma ocasião especial?

–Mas eu não disse nada! Como posso estar mais metido que o normal?

–Tem alguma coisa podre nos seus olhos. – Ou o olhar de James Dean, Sadie, como se você estivesse em posição de reclamar.

–Você adivinha minhas intensões tão facilmente.

James Dean

Imprudente

Inteligente

Sedutor.

Ah sim, eu consigo te ler como uma revista.

–Imagine, impressão sua.

Anubis soltou a mecha do seu cabelo, hoje ele estava uma perdição. Mais que o normal, a camisa branca realçava seus olhos escuros da maneira mais irritante o possível.

Ele não é pra você Sadie. Ele não é para garota nenhuma. Nico di Angelo é um demônio.

Ah, ele tinha chegado perto demais, demais Sadie. Ela sentia o hálito de menta e sua respiração tocando seu rosto.

–Acho que precisamos conversar.

–Acho que não.

–Que bom que sua opinião não importa.

Sadie cerrou os dentes.

Indecente.

–Não to com paciência nenhuma hoje Anubis. Sério. Não me torra.

–Que expressão arcaica, Kane. – ele riu levemente.

–Você não estuda história? Coisas fora de moda e que não funcionam com mais ninguém são sua especialidade.

Anubis fez uma careta engraçada, ele realmente estava se divertindo bastante com o embaraço dela.

–Já que você não quer ir para um lugar mais “privado”, vai ser aqui mesmo. Depois não me diga que não avisei.

–Desembuche.

–Ah Kane, você realmente devia ser mais doce.

–Você fala assim mesmo com as outras garotas? Ninguém nunca virou a mão na sua cara?

–A maioria.

Sadie bufou.

–Não estou atrás da maioria hoje Kane. Hoje estou particularmente atrás de você.

Borboletas fazendo ginástica olímpica e campeonato de tiro ao alvo na sua barriga. Ela nunca tinha sido de demonstrar fraqueza.

–Você já devia ter parado de tentar ficar comigo. Não entendo como você aguenta levar tanto fora.

–Eu gosto de correr os riscos.

Ah Sadie. Não bata nele no meio da rua, não arranque esse sorrisinho bonito com suas unhas.

–Vamos lá Sadie. Não me deixe decepcionado, sei que você não quer isso. Eu fiz uma promessa.

–Não. Acredito. Que você tocou nesse assunto de novo. – apenas mais um pouco Sadie, se segure só mais um pouquinho, não ataque o garoto no meio da rua.

–Eu prometi que ia fazer você dizer que me ama Sadie. E tenho certeza que estou perto. Você vai ficar comigo. Todas ficam.

Puta

Que

O pariu.

–Estou muito grata por te fazer ter um entretenimento, mas pretendo recusar sua oferta e tudo o que venha de você! – ela estava gritando, praticamente berrando, Anubis foi um passo para trás, aparentemente assustado. – você não se toca que sua presença é o suficiente para me causar repulsa?! Olhar para você me da nojo. Não é que eu te odeio, eu simplesmente não te suporto. Você é a coisa mais escrota que eu já tive que suportar. Ah sim, você me beijou e eu deixei, mas o que tem de mais nisso? Foi a merda de uma ficada. Acontece sempre. Você sabe que eu tenho reputação de louca e uma lista longa de ex namorados, você não devia achar que você é especial. Seu comportamento, suas palavras até a sua cara fizeram com que você fosse o último homem na terra com quem eu aceitaria ficar!

Ele não disse nada, pela primeira vez ele não disse nada.

Ela nunca tinha dito palavras mais afiadas para alguém, não foi só o que ela disse, foi o modo como gritou, como seus olhos se encheram de ódio e repulsa.

Ele estava terminantemente recusado.

–Agora, me faça um favor, não dirija a palavra a mim até Annabeth voltar. Só sou obrigada a te suportar por que ela aparentemente te considera muito. – sua voz se suavizou, ela ignorou todos os rostos incrédulos virados para ela, inclusive o de Nico di Angelo.

Sadie saiu, pisando fundo, bufando, querendo voltar e bater nele.

Ele ficou ali, parado, remoendo suas próprias palavras e as dela.

Sadie se esqueceu que tinha que buscar dinheiro com Carter, se esqueceu de tudo o que tinha em volta. Ela só correu e se sentou num banco distante na praça, onde ninguém se importaria em vê-la derramando aquelas lágrimas malditas.

Por que ele tinha que ser tão cachorro? Por que ela tinha que gostar tanto dele? Simplesmente não era justo ela ter que se apaixonar desse jeito por alguém tão... galinha. Pegador. Mulherengo. Infiel. Metido.

Ela se odiava tanto por amar Nico di Angelo...

[...]

O nome “Nico” as vezes soava como terra em sua boca, era seu nome, seu nome de verdade. Nico di Angelo o filho renegado, o neto solitário, o irmão excluído do convívio. Ser Anubis era tão mais divertido.

Quando ele era Anubis, ele era o estudante de história, o Nova Yorkino festeiro, o melhor amigo, Anubis o inconsequente, Anubis o hipócrita. Anúbis o leitor. Tantos nomes, você já deve ter ouvido um deles.

Mas nenhum deles soava melhor que o Anubis de Sadie, por algum motivo, seu nome na boca dela tinha um som diferente. Ele tinha feito uma merda gigantesca.

Agora tinha perdido o maldito primeiro amor de sua vida. Mais uma coisa para sua lista de remorsos.

Ele estava de volta a faculdade de novo, tinha interrompido um trabalho de seu professor menos preferido para pensar.

Sadie era um veneno para sua mente.

Ele já estava se definhando de tanto pensar nela, na menina alta, de cabelos loiros sempre tingidos de um tom colorido, das roupas de rock, do estilo pesado e maquiagem escura.

Sadie era tudo o que ele sempre tinha evitado; problemas, um atrás do outro. Sempre pronta para gritar, sempre pronta para uma guerra.

Ela era um pesadelo vestido de sonho. Ele tinha acabado de citar Taylor Swift. Ah que ótimo, ele não tinha notado que seu estado emocional estava tão ruim assim aponto de se rebaixar a isso. A nova Annabeth dizia gostar de Taylor Swift, contrariando todas as suas antigas raízes.

Não importava se Anubis estava citando Frank Sinatra ou não. Ele tinha sido um grandessíssimo idiota.

Ele tinha simplesmente perdido tudo isso.

E agora não havia sequer tempo para correr atrás, ele estava no último ano da faculdade de história, estava afundando em trabalhos e provas. Segundo Annabeth, em um dos telefonemas que ela e Anubis trocaram, Sadie também estava sem tempo para pensar em qualquer outra coisa agora. Já faziam semanas desde o retorno de todos a Nova York, as provas na Good High School tinham recomeçado, Sadie estava dando o máximo no seu ultimo ano do colegial, segundo Annabeth, ela tinha vontade de passar numa faculdade por conta própria, sem depender do dinheiro da família para pagar as contas. Ela faria tudo sozinha, e isso tomava todo o seu tempo livre.

Não faziam nem 10 minutos que tinha desligado o telefone, ele falava com Annabeth quase todos os dias, eles sempre falavam de um milhão de assuntos. Ela sempre evitava falar do que estava acontecendo em relação ao seu “meio irmão russo”.

–Annabeth, eu perdi. Sou a merda de um lixo. – ele estava deitado com a cabeça contra o travesseiro, sua voz saia falha e abafada.

–A culpa é sua e você sabe disso. Perdeu, e perdeu feio mesmo. – eles já deviam estar conversando há mais de meia hora, mas só nos últimos 10 minutos Anubis tinha aberto o jogo e revelado a merda que tinha feito.

–Isso era para me animar? Por que estou quase dançando agora.

Você que quis bancar o bad boy com a Sadie O super pegador, só que ela já é garota má o suficiente para vocês dois.

–Mas isso nunca tinha falhado antes... – ele choramingou.

Anubis querido, nem todas as meninas do mundo gostam de ser cortejadas por um cachorro.

–Mas eu me empenhei tanto no meio papel...

Se empenhou o caralho. Você é um cachorro. Mas não um tão extremo quanto o que você pregou para Sadie. Você a fez pensar que você é um super pegador para ela ficar na sua. Seu machistazinho, as garotas não são assim. Quis brincar de Darcy e se mostrar indiferente a ela.

–Sim. Darcy também foi rejeitado quando pediu a Lizzie em casamento pela primeira vez você lembra.

–Sim, mas você tem que se lembrar que Darcy pelo menos conseguiu a garota no final.

–Tudo bem me crucifique, eu mereço. Eu só não quero desistir. Será que é tarde demais para ela mudar minha visão sobre mim?

Como eu disse, Darcy ficou com a garota no final, ela ficou apaixonada por ele quando descobriu sua verdadeira identidade.

–Eu não sou dono de metade de Derbyshire Annabeth. Não tenho nem um apartamento próprio.

Homem de pouca fé, mulheres não querem uma mansão e metade de um estado. Mulheres querem ser bem tratadas, seu completo idiota.

–Ok. Pode continuar me xingando pelo resto da noite por ter pagado de putão e ter perdido a garota que eu amo. Não tem problema, eu mereço. Só não me diga que é tarde demais, por que eu não vou desistir dela só por que eu errei.

Annabeth riu do outro lado da linha.

Agora entendo por que uma vez ouvi que “garotos só querem o amor se for tortura”.

–Hei. Não cite Taylor Swfti para mim mocinha. Você está proibida disso. E por falar em meninos que se torturam, e nosso camarada de olhos verdes?

Annabeth de repente decidiu calar a boca. Anubis fechou os olhos de incredulidade, simplesmente uma idiota.

–Annabeth?

Silencio.

–Annabeth.

–Hm?

–Você não falou com ele ainda não é?

Ele ouviu o som de dor e angustia que escapou da garganta de Annabeth.

–Não.

–Desde quando?

Ela ficou quieta. Ele quase podia visualizá-la, de olhos fechados e mordendo a boca de nervosismo, felizmente ela não conseguia esconder nada dele.

–Annabeth Chase! Você sequer falar com ele desde que foi para Inglaterra.

–Ah... não.

Ele percebeu, ele capitou a estupides dela sem que ela precisasse dizer.

–Você não falou com ele desde que peguei vocês dois na piscina né?

Não! – Annabeth gritou do outro lado da linha, admitindo. – não falei com ele. Meu deus Anubis o que eu faço. Eu não tenho coragem de ligar para ele.

–Você ta brincando né? Acha que ele vai te perdoar por sumir uma segunda vez?

–Ele sabe onde estou. Eu não sumi, Thalia o mantem informado.

–Se Sadie estivesse no seu lugar, não ia gostar que minha amiga no caso você, ficasse me contando sobre como anda a maravilhosa vida dela numa mansão na Inglaterra.

Minha vida não está nenhum pouco maravilhosa Anubis. Eu não posso sequer pensar nele, por que se me desviar do caminho, vou deixar um bastardo nojento levar tudo o que é da minha família. Se perder o foco, eu me perco do caminho, e vou decepcionar todo mundo.

–Você tem muito peso no seu ombro. Sempre teve, não precisava ser assim.

Alguém tem que aguentar a merda, que seja eu então.

Anubis suspirou, Annabeth, sempre tentando ser a heroína.

–A gente podia se casar sabe? Eu e você. Já que nossa vida amorosa não da certo com nossos prováveis parceiros, pena que você não é meu tipo.

Annabeth riu, mas ele conseguiu ouvir o soluço que ela tinha sufocado. Ela estava chorando.

–Ah não Annie, não faz isso. Se você chorar eu vou chorar também.

E Annabeth despencou do outro lado da linha.

–Não ta nada bem aqui Anubis, eu sinto falta de casa e de vocês, eu não aguento mais essa casa gelada, minha mãe entrando em pânico, o perigo de perdermos tudo. Não aguento mais isso.

Depois de minutos de consolo, Annabeth engoliu o choro.

–Que merda menina. Me acostumei a ver você todos os dias. Sua cara ficou muito familiar. Sinto sua falta aqui.

–Eu só queria voltar para casa...

–Mas não pode. Você tem que aguentar, pelo menos mais um pouco. Você vai conseguir fazer isso, por que você é Annabeth Chase.

–Você só diz isso por que é meu amigo.

–Eu só digo isso por que você é minha melhor amiga.


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Notas finais do capítulo

Uma última treta antes do desfecho da fic, não se preocupem.

Questionário de desempate (a parte mais legal do meu dia)
1-Mais Carismático (Só serão aceitos os votos nos seguintes personagens já mencionados na última votação):
Frank,
AnubisNico di Angelo,
Percy Jackson,
Leo
2-Mais fofinho: (Só serão aceitos os votos nos seguintes personagens já mencionados na última votação):
Will,
Anubis/Nico,
Percy Jackson,
Isis Kane
3-Mais filho da puta: (vocês já sacaram que podem votar nesses carinhas aqui) Luke,
Anubis/Nico,
Percy Jackson,
Greg
4-Mais Gato: Percy Jackson, Anubis
5-Mais amado: Percy Jackson e Anubis
6-Me faça uma pergunta



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